Segundo um estudo da Coresight, estima-se que o GMV (Volume Bruto de Mercadorias) do live commerce da China chegue a US$ 305 bilhões esse ano. É pensando no sucesso dessa estratégia que a Via Marketplace tem apostado pesado no modelo de negócios. “Aproveitamos as ferramentas que desenvolvemos em casa para tornar o nosso live commerce ainda mais dinâmico”, ressaltou Ilca Sierra, CXMO da Via Marketplace.
Entre as ferramentas apontadas por Sierra, um dos destaques é o “Me Chama no Zap” — alternativa que nasceu com o fechamento das lojas no início da pandemia. “Colocamos os 21 mil colaboradores da empresa para interagir nas fanpages via WhatsApp e conquistamos um ótimo relacionamento com os clientes”.
Live commerce – uma humanização do e-commerce
Então, a partir dessa ferramenta, a Via desenvolveu o “Me chama na live”, live commerce que estreitou ainda mais a relação dos vendedores com os clientes. Como resultado, a estratégia de vendas trouxe mais de 90% de crescimento nas categorias de tíquete médio mais baixo — segundo Sierra, houve expressivo crescimento nas compras por impulso, por exemplo. Além disso, o GMV global no dia da live commerce teve aumento de 17%, o que é muito considerável para a marca.
Enquanto a plataforma de vendas por WhatsApp é nativa de fanpages, o Me chama na live nasce dentro do aplicativo das Casas Bahia. A diferença, nesse caso, é que a usabilidade é ainda mais atrativa. Afinal, o usuário interage com o apresentador da live commerce, vê especificações do produto e envia para o carrinho sem sair da apresentação. “Somente após isso ele chama um vendedor e vai para o WhatsApp para dar continuidade. Ou seja, eu consigo uma jornada de compra muito mais simples e sem fricções”.
“A verdade é que as pessoas já entenderam que dá pra comprar de tudo na Internet. A partir de agora, o relacionamento deve ser a base mais importante do negócio. E é aí que entra o live commerce para trazer o calor do vendedor para a minha venda”.
Será a segunda vez que o evento será realizado no Brasil.
Nos dias 21 e 22 de junho, a Amazon realiza o segundo Prime Day no Brasil, evento anual de descontos exclusivos para membros do programa Prime da companhia. Serão milhares de ofertas em todas as categorias de produto.
A empresa não divulga os descontos médios que serão oferecidos, mas Mariana Roth, líder de Prime para o Brasil, afirmou em coletiva que descontos de 20% a 60% podem aparecer; no entanto, eles são dinâmicos e as oportunidades variam durante o dia. No ano passado, a companhia afirma que vendeu mais nesta data de promoções do que na Black Friday anterior, de 2019.
O novo presidente da Amazon no Brasil, Daniel Mazini, ressaltou o ritmo de crescimento da operação no País. Apesar de não compartilhar dados específicos da operação, ele lembrou do lançamento de oito centros de distribuição nos últimos dois anos e disse que a companhia deve abrir mais destes complexos logísticos.
Ele destaca ainda o crescimento de produtos de alimentação e bebidas nas cestas de compras dos brasileiros como uma das principais mudanças em hábitos de consumo devido à pandemia. Além disso, informa que a companhia deve lançar em breve a funcionalidade de pagamento via Pix.
O Prime Day começa à meia-noite de 21 de junho e vai até o fim do dia 22 de junho para os assinantes Prime no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Turquia, Espanha, Cingapura, Holanda, México, Luxemburgo, Japão, Itália, Alemanha, França, China, Bélgica, Áustria, Austrália, e – participando pela primeira vez neste ano – Arábia Saudita.
A partir desta terça-feira (2), no entanto, a companhia afirma que já haverá ofertas antecipadas. O serviço de streaming de música mais completo, o Amazon Music Unlimited, oferecerá quatro meses grátis para quem assinar o serviço. Haverá ainda descontos de até 15% em brinquedos colecionáveis, de até 20% em grandes marcas como Tip Top, Crocs, Jansport e Fossil, e de até 20% em produtos para bebês como Clingo, Buba, Lillo e Nuk.
O e-commerce cross border é uma realidade e também um caminho para quem deseja internacionalizar suas operações. Cada vez mais sites americanos e chineses oferecem produtos com lojas on-line traduzidas para o português e preços em muitos casos inferiores aos praticados no Brasil, com fretes e tempo de entrega considerados satisfatórios pelo consumidor brasileiro. Será que o mercado brasileiro está preparado para essa evolução do consumidor?
De acordo com o estudo “2ª edição – O consumidor brasileiro e suas compras no E-commerce Cross Border”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a Opinion Box, 65% dos consumidores estão comprando mais em sites e apps estrangeiros em relação a 12 meses atrás e e 35% declaram estar comprando menos, principal motivo é a economia de dinheiro (52%) — um reflexo da pandemia.
“O e-commerce brasileiro precisa estar ainda mais atento à concorrência com sites/lojas estrangeiros, pois o consumidor não vê as fronteiras e o tempo de espera pela entrega como barreiras tem diminuído bastante”, afirma Eduardo Terra, presidente da SBVC.
Mais vendidos no e-commerce estrangeiro
As compras em sites internacionais alcançam volumes expressivos: o tíquete médio da última compra em sites ou aplicativos estrangeiros foi de R$482,00, 7% acima do tíquete médio do e-commerce brasileiro. O estudo mostra que as categorias mais compradas em sites internacionais são Eletrônicos (36%), Beleza (29%), Acessórios Femininos (29%) e Acessórios para smartphone (29%), sendo “Shopee” (29%) o principal site da preferência do consumidor, seguido pela Amazon (25%) e AliExpress (18%).
De acordo com a SBVC, é perceptível o crescimento das compras por meio de aplicativos (70%), pois os usuários percebem mais facilidade no momento da compra. Seguindo a jornada do consumidor, prazo de entrega foi cumprido para 87% dos entrevistados, sendo que 85% aceitam esperar até 45 dias para a entrega feita no próprio endereço no Brasil.
Ainda sobre prazos de entrega, 60% pagariam mais para receber em menos tempo no máximo 30 dias (prazo considerado ideal para 44% dos entrevistados). “O tempo de entrega surgiu como um ponto negativo para os 25% de entrevistados que compraram menos nos últimos 12 meses. Existe uma oportunidade para o e-commerce nacional ganhar competitividade na competição com a concorrência global, que é o prazo de entrega”, diz Terra.
Metodologia
O estudo entrevistou 434 consumidores em todo o país, e teve como objetivo entender o comportamento do consumidor brasileiro no comércio online estrangeiro.
A íntegra do estudo está disponível no site da SBVC.
Expectativa é que o segmento de vestuário, calçados e acessórios, considerado o carro-chefe da data, movimente quase R$ 800 milhões, o equivalente a 44% do faturamento total.
As vendas do comércio varejista brasileiro no Dia dos Namorados deste ano devem chegar a R$ 1,8 bilhão. Se confirmada, a previsão da Confederação Nacional do Comércio (CNC) vai representar um crescimento de quase 30% em relação a mesma data do ano passado. Um dos principais fatores é a alta do movimento nas lojas ocasionada pela flexibilização nas medidas restritivas. Segundo o economista chefe da CNC, Fabio Bentes, o desempenho é positivo, mas ainda não recupera a queda histórica causada pela pandemia. “A expectativa é de R$ 1,80 bilhão, bem mais do que no ano passado, quando o varejo faturou menos de R$ 1 bilhão. De qualquer forma, esse processo de recuperação é um processo lento mesmo, mas há começou há alguns meses”, relata. De acordo com a Spot Metrics, nos momentos em que o isolamento social foi afrouxado nos últimos 12 meses, houve elevação do consumo. Segundo o CEO da plataforma, Raphael Carvalho, o período de funcionamento do comércio contribui mais que a ocupação máxima permitida nos locais. “Principalmente com mais de oito horas, por isso justifica um turno inteiro de lojas abertas. Isso foi importante para acelerar o consumo. A gente viu isso no final do ano passado, quando tivemos um período menos crítico, e vimos isso no Dia das Mães agora também. Muito embora esse relaxamento que a gente percebeu se deu muito perto do Dia das Mães, então muitos shoppings não tiveram tempo hábil para se preparar”, pontuou.
A gerente de marketing do Shopping Cidade São Paulo, Débora Viana, acredita que a maior confiança do consumidor no cumprimento dos protocolos vai atrair mais clientes. “Ano passado abrimos dia 11 de junho, um dia antes da grande data. Então ainda era um incógnita para todo o setor. Não sabemos como íamos nos comportar, então foi um grande aprendizado. A gente tem certeza que agora os números serão mais positivos, as pessoas também estão mais estáveis no sentido de entender como funciona o shopping, que ele segue o protocolo e temos os devidos cuidados para que a visita seja segura”, ressaltou. Carro-chefe no Dia dos Namorados, o segmento de vestuário, calçados e acessórios deve movimentar quase R$ 800 milhões, o equivalente a 44% do faturamento total. O resultado, no entanto, é 12% abaixo do que foi observado em 2019, refletindo as perdas de um dos ramos mais prejudicados durante a pandemia de Covid-19.
Espaços fechados ao público e estrategicamente distribuídos em cidades do país ajudam as marcas a reduzir prazos e melhorar a experiência de quem compra.
O recente acirramento da concorrência no comércio eletrônico, impulsionado principalmente pela pandemia, obrigou as marcas a levar para a internet o imediatismo da experiência das compras físicas. Com isso, a logística tornou-se ponto-chave para atender a um consumidor cada vez mais atento aos prazos de entrega. De nada adianta oferecer uma excelente navegação nos canais digitais se sua mercadoria chega com atraso ou avariada. O cliente exige tratamento impecável do início ao fim. O momento e as condições de recebimento do produto são determinantes para a qualidade da experiência no e-commerce.
Diante da necessidade, uma estratégia dos comerciantes vem crescendo: as chamadas dark stores. Diferentes dos centros de distribuição, que em geral são amplos galpões com espaços enormes de armazenamento, estabelecidos nos entornos das cidades, as dark stores (“lojas escuras”, em tradução livre) são pequenos espaços localizados nos centros urbanos, geralmente com grande concentração de pessoas e pedidos on-line.
O objetivo é, claro, acelerar as entregas. “São como lojas físicas, só que fechadas ao público. Queremos oferecer ao cliente que compra nos canais digitais das marcas a opção de ter uma entrega rápida, podendo muitas vezes receber o item em poucas horas”, afirma Glória Porteiro, head de transportes da Infracommerce, empresa de soluções digitais para e-commerce e líder na implementação no Brasil do conceito de Customer Experience as a Service (CXaaS).
A Infracommerce incluiu em seu plano estratégico de crescimento a abertura de dark stores em áreas selecionadas pelo Brasil. “Nosso objetivo é conseguir uma entrega rápida para que os consumidores sejam surpreendidos de forma positiva, de preferência recebendo suas compras antes do prazo prometido”, diz Glória.
Uma logística mal executada põe a perder um trabalho até então de excelência. E, ainda pior, pode prejudicar a reputação da marca, afastando não apenas o cliente insatisfeito como todos os demais impactados pelas mensagens negativas nas redes sociais.
As marcas já perceberam que a experiência do consumidor é primordial para aumentar as vendas e crescer. As dark stores podem parecer invisíveis, mas são bem tangíveis quando superam as expectativas dos clientes, transformando o digital em físico, em algumas horas.
A participação do comércio eletrônico global no varejo, em meio a restrições de movimento induzidas pela Covid-19, cresceu de 16% para 19% em 2020, de acordo com estimativas no último relatório divulgado nessa semana pela Unctad.
As vendas globais de e-commerce saltaram para US$ 26,7 trilhões em 2019, um aumento de 4% em relação a 2018, de acordo com as últimas estimativas disponíveis. Isso inclui vendas business-to-business (B2B) e business-to-consumer (B2C), e é equivalente a 30% do produto interno bruto (PIB) global naquele ano.
“Essas estatísticas mostram a crescente importância das atividades on-line. Eles também apontam para a necessidade de os países, especialmente os em desenvolvimento, terem informações para reconstruir suas economias após a pandemia de Covid-19 ”, disse Shamika Sirimanne, diretora de tecnologia e logística da Unctad.
De acordo com o estudo também, as vendas no varejo online cresceram acentuadamente em vários países, com a Coréia do Sul relatando a maior participação, 25,9% em 2020, contra 20,8% no ano anterior.
A pandemia também mostra que houve uma reversão de ganhos para empresas de plataforma que oferecem serviços como viagem e recebimento de carona. Todas experimentaram quedas acentuadas no valor bruto de mercadorias (GMV) e quedas correspondentes nas classificações.
Por exemplo, a Expedia caiu do 5º lugar em 2019 para o 11º em 2020, a Booking Holdings do 6º para o 12º e o Airbnb, que lançou sua oferta pública inicial em 2020, do 11º para o 13º.
Apesar da redução do GMV das empresas de serviços, o GMV total das 13 maiores empresas de e-commerce B2C aumentou 20,5% em 2020, superior ao de 2019 (17,9%). Houve ganhos particularmente grandes para Shopify (até 95,6%) e Walmart (72,4%). No geral, B2C GMV para as 13 maiores empresas ficou em US$ 2,9 trilhões em 2020.
O relatório estima o valor do e-commerce B2B global em 2019 em US$ 21,8 trilhões, representando 82% de todo o comércio eletrônico, incluindo vendas em plataformas de mercado on-line e transações de intercâmbio eletrônico de dados (EDI).
Os Estados Unidos continuaram a dominar o mercado geral de comércio eletrônico, à frente do Japão e da China.
As vendas de e-commerce B2C foram estimadas em US$ 4,9 trilhões em 2019, um aumento de 11% em relação a 2018. Os três principais países em vendas de e-commerce B2C permaneceram China, Estados Unidos e Reino Unido.
O e-commerce B2C transfronteiriço somou cerca de US$ 440 bilhões em 2019, um aumento de 9% em relação a 2018. O relatório da Unctad também observa que a parcela de compradores on-line que fazem compras internacionais aumentou de 20% em 2017 para 25% em 2019.
Apesar da fortuna considerável das firmas de comércio eletrônico, um índice divulgado pela Aliança Mundial de Benchmarking em dezembro do ano passado as avaliou mal em inclusão digital.
O índice classificou 100 empresas digitais, incluindo 14 firmas de comércio eletrônico, com base em como elas contribuem para o acesso às tecnologias digitais, desenvolvendo habilidades digitais, aumentando a confiança e fomentando a inovação.
As empresas de comércio eletrônico tiveram desempenho inferior em comparação com empresas de outros setores digitais, como hardware ou serviços de telecomunicações.
Por exemplo, a empresa de comércio eletrônico com melhor classificação foi o eBay em 49º lugar. No geral, as empresas de comércio eletrônico obtiveram uma pontuação de apenas 20 em 100 possíveis.
De acordo com o relatório da Unctad, um dos principais fatores para o fraco desempenho é que as empresas de comércio eletrônico são relativamente jovens, normalmente fundadas apenas nas últimas duas décadas.
“Essas empresas têm se concentrado mais nos acionistas do que no envolvimento com um amplo grupo de partes interessadas e na compilação de indicadores de desempenho ambiental, social e de governança”, afirma o relatório.
A realidade trazida pelos efeitos da pandemia tem sido um dos grandes catalisadores para uma transformação digital à escala global. O mundo é cada vez mais digital e a economia não é exceção.
Por todo o mundo, dos grandes grupos económicos aos pequenos comerciantes, a migração do off-line para o on-line tem sido transversal. No entanto, quando o tema é o comércio eletrônico, a China lidera, muito destacada.
Há cerca de uma década que é o maior mercado de comércio eletrônico do mundo e dados recentemente publicados vieram assinalar ainda mais esta realidade.
Já representava, sozinha, mais de 50% das compras on-line feitas em todo o mundo. Nos primeiros meses de 2021 atingiu uma marca histórica, que muitos poderiam considerar estar ainda bastante distante. A China tornou-se o primeiro país, de sempre, cujas vendas de varejo on-line ultrapassaram o valor agregado das vendas off-line, ou seja, pela primeira vez a maioria das transações aconteceram via comércio eletrônico.
Estes valores podem não chegar com particular surpresa para todos os que conheçam a realidade interna e os hábitos de consumo locais, na verdade poderia facilmente dizer-se que seria apenas uma questão de tempo até as vendas do e-commerce ultrapassarem os 50% das vendas totais de varejo realizadas no país. Ainda assim, não deixam de ser números muito impressionantes, mais ainda se comparados com aquela que ainda é a realidade do resto do mundo. O sucesso do e-commerce da China neste momento é inigualável.
De resto, a expectativa é que estes números continuem a crescer. Por um lado, o crescimento do e-commerce já era uma tendência muito presente antes do período pandêmico e, por outro, este momento de viragem foi sido atingido numa altura em que internamente já se verificavam muito poucos efeitos que pudessem diminuir a possibilidade dos consumidores realizarem as suas compras através das formas mais tradicionais – embora obviamente não possa ser ignorado que os efeitos da pandemia também contribuíram para alterar certos padrões de consumo e acelerar a tendência que já existia.
Não é inconcebível pensar que outros países seguirão os passos do gigante asiático, e poderão até aproximar-se destes valores no futuro. Contudo o estrondoso sucesso do e-commerce chinês resulta também de diversos fatores idiossincráticos e é possível que nenhuma outra região consiga replicar a transformação do país – ou pelo menos não num grau tão extremo.
Por um lado os fatores mais óbvios:
A China tem a maior população on-line do mundo, mais de 900 milhões de utilizadores, e, com o enriquecimento generalizado da população nas últimas décadas, emergência de uma classe média, aumento dos salários e melhoria da qualidade de vida, criou um enorme – e altamente consumista – mercado interno.
Além disso, apesar da dimensão do território, o extraordinário sistema logístico e de infraestrutura existente permite que quase todos os produtos possam ser entregues em todo o país em 24h, ou pouco mais que isso, e com custos adicionais muito reduzidos, independentemente dos valores dos bens ou quantidades adquiridas.
Embora estes fatores possam explicar muita coisa, estão bastante longe de ser suficientes para entender todas as especificidades do sucesso chinês. Para entender o entusiasmo e envolvimento da população chinesa haverá que levar em consideração mais alguns elementos, como por exemplo:
1. Smartphones – Como resultado do desenvolvimento econômico da China e da acessibilidade desde cedo a diversos modelos, a custos muito razoáveis, a maioria dos consumidores chineses entrou na era da internet diretamente através dos dispositivos móveis, saltando os computadores. Com esta proliferação dos smartphones, a inovação e cultura de comércio eletrônico local esteve sempre muito mais orientada para o comércio através destes dispositivos (o m-commerce) o que, pela sua acessibilidade, envolvimento e facilidade de utilização, provou ser um fator essencial para estimular o consumo.
2. Market Places – A emergência do grupo Alibaba e das suas plataformas chinesas de comércio eletrônico, revolucionárias, omnipresentes e extremamente fáceis de usar, como o Taobao, o Tmall ou até o Idle Fish, garantiu aos consumidores acessibilidade a quase todo o tipo de produtos imagináveis, aliando a isso opções de entrega, serviço ao cliente, sistemas de devolução, etc., extremamente favoráveis e convenientes. Várias outras plataformas, como JD.com ou Pinduoduo, surgiram também entretanto, aumentando ainda mais o leque de opções para compradores e vendedores. Quer sejam lojas oficiais das marcas, vendedores em nome individual, aquisição de bens em segunda mão, compras em grupo, revendas, compra e venda de produtos agrícolas ou alimentares, entre tantos outros, existe hoje na China o marketplace apropriado para quase todas as opções imagináveis.
3. Sistemas de pagamentos digitais inovadores – Não há praticamente nenhuma plataforma on-line, aplicação, website, etc., na China, que não incorpore a opção de pagamento através do Alipay (do grupo Alibaba) ou do WeChat Pay (integrado na super aplicação WeChat, do grupo Tencent). Estes sistemas de pagamento estão anos à frente dos seus concorrentes ocidentais em termos de acessibilidade, facilidade de utilização e forma como incorporam as opções de checkout numa compra on-line. Com as informações pré-estabelecidas e diretamente ligados à conta bancária do utilizador, para efetuar o pagamento de uma qualquer transação comercial normalmente pouco mais é necessário do que inserir o código pin, uma impressão digital, ou efetuar o reconhecimento facial do utilizador, tudo isto através do smartphone e dentro da aplicação que estiver a ser usada.
4. Mini Programas do Wechat – Embora a super aplicação chinesa exista há cerca de uma década, e possibilite uma multiplicidade quase infindável de funções e serviços (por vezes descrita como uma combinação entre o sistema de mensagens Whatsapp e a rede social Facebook, na verdade o seu alcance vai muito para além das funcionalidades oferecidas por estes), apenas recentemente o Wechat começou a incluir opções para o comércio eletrônico de terceiros. Os Mini Programas permitem que as empresas aproveitem melhor a base de utilizadores do WeChat e já provaram ser extremamente populares entre comerciantes e consumidores.
5. Experiência social – Enquanto no ocidente as compras on-line são, tipicamente, uma experiência focada na transação em si, na China são muito mais que isso. Muitas das plataformas on-line chinesas misturam hoje características de redes sociais e de vendas, com as mais diversas funcionalidades que promovem o envolvimento dos utilizadores. Além disso, através da pegada digital do consumidor, a interação e interligação entre as diversas plataformas e aplicações, identificam as suas preferências e sugerem constantemente novos produtos, estimulando o consumo. De resto, muito do marketing e campanhas de publicidade desenvolvidas pelas mais diversas marcas acontecem, precisamente, dentro das próprias plataformas on-line e diferentes marketplaces. A promoção de comércio eletrônico ao vivo, através de live streaming, seja através dos gigantes Taobao ou JD.com, ou através de outras plataformas outrora mais dedicadas exclusivamente ao entretenimento, como o Douyin (a versão chinesa do TikToK) ou Kuaishou, é outro fenómeno já bastante popular e em franca ascensão.
A China é, muito possivelmente, o país do mundo que melhor e mais eficientemente coloca as suas infraestruturas, e a sua obsessão por inovação tecnológica, ao serviço dos hábitos de consumo da sua população – e, num ambiente de negócios tão competitivo, assim se espera continue a acontecer nos próximos anos.
Durante muitos anos foi comum ver a China a copiar ideias do Ocidente. Hoje em dia, se há um setor da economia em que poderá fazer sentido praticar o inverso, esse setor pode muito bem ser o do comércio eletrônico.
Ao que tudo indica, os programas de fidelidade e cashback tendem a uma naturalização no e-commerce brasileiro. Os cupons de desconto que viraram prática nos Estados Unidos nas décadas de 1980 e 1990 e se popularizam no Brasil com o controle da inflação agora se preparam para um estágio para além de briga de preços. Retailtechs de soluções de fidelidade se tornaram também estratégias de aproximação com o consumidor por meio de retenção e frequência de compras, diminuição de custo de aquisição de clientes e aumento na conversão de vendas.
A força dessa crescente fica evidente nos números. Segundo o mais recente relatório Inside Retailtech, do Distrito, enviado em primeiro mão para a Consumidor Moderno, o mercado brasileiro deve ter utilização dos programas de desconto e cashback crescente. Em 2019, foram cerca de R$ 2,2 bilhões movimentados no e-commerce. Em 2020, com a pandemia, foram R$ 6 bilhões. À medida que o e-commerce continua sua digitalização e aumento de vendas, esta cifra tende a ser ainda maior em 2021.
Outra confirmação da tendência é a quantidade de startups que nascem para resolver as equações de fidelidade do varejo.
Segundo o estudo do Distrito, o setor se prepara para mais uma onda de investimentos e aquisições de startups com a finalidade de aproximar o consumidor.
Isso porque o desenvolvimento de retailtechs voltadas a programas de fidelidade acompanha a evolução geral do e-commerce. Em 2016, por exemplo, a crise levou a uma queda na quantidade de fundação de startups no ramo. No ano seguinte, a quantidade de aberturas seguiu o início de uma recuperação do e-commerce.
O mercado voltado para a proximidade
No geral, de acordo com o relatório, há dois grupos de startups que trazem soluções do tipo: o de “marketplace de oferta”, que gera alto tráfego e disponibiliza cupons e cashback para B2C ou B2B; e as startups com foco B2B que oferecem uma plataforma de fidelidade ao varejista — que passa a oferecer programas de pontuação, promoções, ofertas, etc. Em outras palavras, o mercado tem visto diferentes players atuando com cashback, que pode ser oferecido diretamente por grandes varejistas ou indiretamente com retailtechs parceiras, como Méliuz e Mosaico.
O estudo aponta que é notória a tendência de mescla nos serviços dessas startups, unindo o cashback com serviços financeiros. Tal mescla é vista também no cenário internacional. Grandes marcas internacionais oferecem planos que dão direito a frete grátis, entregas em prazos mais curtos, streaming de vídeos e música e cartões para compras com um percentual de cashback nas compras pelo site.
Publicidade descentralizada
Enquanto a web 3.0 começa a se estruturar com inteligência artificial, tecnologias blockchain, criptomedas e utility tokens, a publicidade descentralizada dá seus primeiros passos no e-commerce brasileiro.
Plataforma de engajamento on-line que usa como base um utility token para divulgação de campanha das empresas, a WiBOO é um exemplo. A proposta da startup é utilizar estratégia de member-get-member transformando usuários comuns em micro influenciadores nas redes sociais. O consumidor compra e indica o serviço ou produto a seus familiares e amigos, recebendo benefícios quando seus contatos também consomem.
É uma forma inovadora de conquistar os efeitos do cashback e ao mesmo tempo ganhar publicidade espontânea e criar comunidades – importante ficar de olho neste modelo.
Startups se destacam
Mas enquanto a web 3.0 e a publicidade descentralizada ainda não são uma realidade concretizada, o mercado de retailtechs de fidelidade conta com investimentos concentrados em poucos players — o que pode levar a um crescimento mais gradual, segundo o estudo. Por outro lado, este é um mercado acima de tudo de micro e pequenas empresas, o que representa uma grande oportunidade de crescimento para o setor.
Esta liderança concentrada está com startups como Méliuz, Cuponomia, Dotz e Cuponeria.
A Méliuz, por exemplo, tem capital aberto no B3.
O relatório ressalta, no entanto, que há startups promissoras, como a Bitcoinback, um extensor de navegador que oferece cashback de bitcoin. Fundada em 2019, já possui um dos maiores acessos na subcategoria.
Nos grupos da tendência
O mercado internacional de fidelidade recebeu US$ 789 milhões de investimentos em 2020. A necessidade de retenção dos clientes abriu os olhos das empresas para startups que oferecem essa solução. Em comparação com 2018, o ano de 2020 teve crescimento de 46% nos aportes. Em 2021, US$ 260 milhões já foram investidos em 12 deals. Ainda que falte um mês para acabar o primeiro semestre, a expectativa é que o número de acordos do período supere o mesmo de 2020.
Isso acontece porque os marketplaces trabalham na formação de grandes ecossistemas. Dessa forma, a aquisição de negócios menores e mais tecnológicos auxiliam nesse movimento.
Segundo o relatório, guardadas as particularidades de cada empresa, é possível observar um certo padrão desses componentes que podem ser divididos em grupos como: soluções para e-commerce (integradores de marketplace), mídia, conteúdo de entretenimento e educação (auxiliam na transformação do relacionamento com o cliente), delivery de comida e supermercados (categoria que garante alta frequência e recorrência), logística (last mile, frete), serviços financeiros e pagamentos, negócios de e-commerce (novas categorias, base de clientes) e infraestrutura tecnológica.
As retailtechs de fidelidade transitam entre alguns dos grupos que dão liga aos ecossistemas dos marketplaces.
O AliExpress, plataforma de e-commerce, pretende expandir no Brasil por meio de live commerce, serviços financeiros e registro de vendedores locais.
No país, a plataforma registrou crescimento em torno de 130% em vendas em 2020. Segundo o AliExpress, o Brasil é um dos seus cinco maiores mercados no mundo.
Neste mês, o marketplace também lançou a entrega de alguns produtos em até 12 dias, para clientes da cidade de São Paulo (SP).
O e-commerce registrou alta de 17,74% nas vendas no Brasil em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. Porém, ao comparar as vendas de abril ante o mês de março, houve queda de (-6,43%). Mas, no acumulado do ano, a variação foi positiva de 13,97%.
Considerando a mesma base de comparação (abril/21 x abril/20), o faturamento do setor também teve alta: 40,68%, mas teve queda ante março (-2,89%).
Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust | Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).
“As compras on-line foram, e seguem sendo, a solução para muitos brasileiros nesse período de isolamento social. Mesmo com uma pequena retração em relação ao mês anterior, o mercado passou por uma transformação permanente, com ampliação de vendas das categorias de produtos de necessidade diária e entrada de novos consumidores no varejo digital”, afirma o secretário executivo da camara-e.net, Felipe Brandão.
Vendas on-line
Ao observar a métrica de vendas regionais, na comparação de abril de 2021 ante o mesmo mês do ano passado, a composição ficou da seguinte forma: Nordeste (42,98%), Sul (23,10%), Norte (19,80%), Centro-Oeste (17,83%) e Sudeste (11,93%). No acumulado do ano, todas as regiões também tiveram variações positivas. A região Centro-Oeste ocupou a primeira posição com alta de (29,06%), seguida pelo Nordeste com (25,21%), na sequência, Norte (23,16%), Sul (12,67%) e, por último, Sudeste (10,62%).
Regiões
Já na análise regional, utilizando como base de comparação o mês de abril de 2021 frente ao mesmo mês do ano passado, os resultados são positivos. Nordeste lidera com (63,11%), seguido por: Norte (46,07%); Centro-Oeste (44,67%), Sul (43,89%) e Sudeste (33,80%).
Comércio varejista
O e-commerce representou 13,3% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção), em março de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses, a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 10,8%. O indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 7 de maio.
Categorias
Em março de 2021, a composição de compras realizadas pela internet, por segmento, ficou da seguinte forma: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (43,1%), móveis e eletrodomésticos (26,9%); e tecidos, vestuário e calçados (10,4%). Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,4%), outros artigos de usos pessoal e doméstico (6,2%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2,5%). Esse indicador também utiliza a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE como base.
Consumidores On-line
Outra métrica avaliada pelo MCC-ENET revela que, no trimestre de janeiro a março de 2021, 17,2% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra on-line. Observa-se uma queda de 1,2 p.p em relação ao trimestre anterior (18,4%). Já na comparação com o mesmo período em 2020 (12,3%), houve crescimento de 4,9 p.p.
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