Gollog inicia parceria para coleta e entrega de encomendas com a Uber

A Gollog iniciou os testes para oferecer o serviço de coleta e entrega de encomendas pela plataforma da “Uber para Empresas”. Disponível neste primeiro momento em São Paulo (capital), Porto Alegre e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, a novidade será expandida para todo o Brasil nas próximas semanas.

O objetivo desta parceria é conectar todas as regiões do Brasil para que clientes possam enviar suas encomendas sem precisar sair de casa. Para utilizar o serviço da Gollog e desfrutar de coletas e entregas pela Uber basta entrar em contato com as lojas participantes e solicitar o envio com coleta.

A Gollog atende 4.100 cidades no Brasil e 12 no exterior, e conta com uma rede de 98 unidades de franquia. saúde roupas e indústria automotiva são os principais segmentos que utilizam serviços, e correspondem à maior parte das 89 mil toneladas transportadas por ano.

Em 2019, braço de logística da gol transportou mais de 80 mil toneladas, com 112 mil clientes atendidos (sendo 66 mil novos clientes, ou 59% de crescimento) tendo em seu portfólio cerca de 2, 4 milhões de atendimentos.

Magazine Luiza compra Sode, empresa de entrega ultrarrápida

O Magazine Luiza anunciou a aquisição de 100% da Sode (Soldados da Entrega), plataforma digital especializada em logística urbana para entregas ultrarrápidas. A Sode já era a maior fornecedora de serviço de entrega em uma hora do Magalu, que repete, assim, a estratégia de investir em empresas que já passaram pelo seu crivo de qualidade.

Fundada em 2015 no Porto Digital, polo de tecnologia de Recife (PE), a Sode possui tecnologia proprietária especializada na gestão, roteirização e rastreamento de entregas ultrarrápidas realizadas por motociclistas parceiros. Seu algoritmo permite que os pedidos sejam sempre alocados para o parceiro mais próximo, diminuindo a ociosidade dos entregadores, eliminando custos de logística e reduzindo o prazo de espera do cliente. Todo trabalho é feito automaticamente, pelo algoritmo.
“Assim que entra o pedido, o sistema dispara as ordens de trabalho para o estoquista da loja e para o entregador, sem interferência humana, para que a entrega possa realmente ocorrer em até um hora”, afirma Luís Fernando Kfouri, diretor de Logística do Magalu. “Esse é mais um passo na estratégia da companhia na direção da digitalização do varejo brasileiro.”

A Sode possui mais de 1.000 entregadores ativos, que realizam atualmente 2 milhões de entregas em termos anualizados. A empresa opera em cidades como São Paulo e Ribeirão Preto (SP), Fortaleza (CE), João Pessoa e Campina Grande (PB), Recife (PE), Maceió (AL), Salvador (BA), Teresina (PI) e Aracaju (SE).

De acordo com o Magazine Luiza, a aquisição da Sode permitirá a expansão da entrega ultrarrápida do Magalu, em que os pedidos são entregues a partir da loja (ship-from-store) em até uma hora. Essa expansão é estratégica.

A modalidade de delivery está presente em 140 lojas físicas, localizadas em 30 cidades, sendo que a taxa de conversão no e-commerce do Magalu é 62% maior para os pedidos com entrega em 1 hora, quando comparada com o prazo de entrega de 48 horas.

Com a aquisição, a logística do Magalu passa a contar também com entregas feitas com motos, o que diminui os prazos para o cliente final. Em breve, a Sode fará logística ultrarrápida também para os sellers do marketplace (3P) do Magalu, com a entrega a partir da loja do parceiro, além de operar no delivery de outras categorias, como refeições e itens de supermercado.

Aquisição de logística do Magazine Luiza
Nos últimos três anos, o Magalu comprou três empresas do setor de logística: a Logbee, a GFL e a SincLog. “A Sode é mais uma peça que se encaixa na estrutura logística que estamos formando, que vai do caminhão à motocicleta”, afirma Kfouri. “Esse operador logístico vai atender não só o nosso ecossistema de negócios, mas também aquelas empresas que não fazem parte do nosso marketplace.”

A Sode é a 11ª empresa comprada pelo Magalu em 2021. No início de julho, a companhia fechou a maior aquisição de sua história com a compra do KaBuM!, plataforma de e-commerce de tecnologia e produtos do universo gamer.

Canais, logística e o comportamento do consumidor

A transformação digital, o avanço da tecnologia e inclusão do acesso à internet é uma crescente constante faz anos, de modo que a diferença do cotidiano das pessoas é gigantesca, se compararmos como as coisas eram há dez anos atrás.

A maneira como a tecnologia interage e influencia nas experiências dos indivíduos tornou-se tão homogênea que o uso de um smartphone, por exemplo, se passa despercebido. O acesso a um mundo de conteúdos na palma da mão é algo visto com muita naturalidade, conhecimentos, formas de se comunicar com a sociedade ou com outras pessoas de forma individual.

Naturalmente o modo de consumo também mudou e segue se transformando, evoluindo e se interligando, e como não poderia ser diferente, a tecnologia também está presente nessa área da sociedade. A influência para o consumo, o conceito do que está na moda, que é mainstream ou underground (a gosto) por exemplo, em sua maioria, vem da internet, da interação das pessoas com suas bolhas nas redes sociais, ou com o que consome nas plataformas de vídeos e mecanismos de pesquisa.

Mesmo quem não compra pela internet, ou seja, prefere ir na loja comprar o produto, é influenciado digitalmente, seja por influencers, mídia ou as próprias redes sociais da loja em questão. Mas é preciso considerar que o e-commerce cresceu 2 dígitos por ano nos últimos dez anos e não irá parar de crescer.

Mencionar a importância das empresas se digitalizarem já é passado, coisa que parecia tão futurístico, é rotineiro e o que muitos disseram que era o futuro “o digital irá substituir o físico” não acontecerá, pois o digital promove uma experiência expansiva ao físico.

A tecnologia não substitui as experiências físicas pelas digitais, ela une.
A tecnologia tem unificado a experiência do indivíduo enquanto consumidor, onde uma marca no físico deve ser a mesma no digital, não se trata somente de posicionamento de marca e identidade visual, mas no que diz respeito a experiência de compra em si.

A ordem natural das coisas é que o cliente possa interagir com as mídias sociais, encontrar o produto que deseja, ir até o site, olhar o preço, ter a liberdade para ir até a loja, provar o produto e comprar lá, ou comprar na loja virtual, caso decida adquirir posteriormente. Ou comprar na loja, receber em casa, comprar no site, retirar na loja, como for melhor para o consumidor, naquele momento.

Sobre um futuro presente
“O futuro já chegou. Só não está uniformemente distribuído.”, bem disse William Gibson. Já temos visto muitas empresas rodando operações multicanais, principalmente depois da pandemia, onde a digitalização acelerou.

Na teoria tudo isso é muito bonito, interessante, unificação de canais e experiência mais imersiva, mas o que falta?

Um detalhe muito importante no meio disso tudo são as operações, o que se vê é uma venda multicanal, mas não chega a ser um omnichannel, de fato, pois as operações funcionam separadamente, principalmente nas grandes marcas que estão investindo em digital. Separadamente no que diz respeito ao modelo de negócio, ao armazenamento e processo de expedição.

A omnicanalidade precisa de unificação das operações B2B e B2C, unificação do varejo físico e o varejo on-line, o chamado ship from store, onde a loja se torna um ponto de expedição.

Também é preciso que as formas de entrega estejam aptas para realizar o last mile para o digital, que a propósito já é realizado para o físico. Por exemplo, na compra de uma TV, normalmente, já existe toda uma logística implantada nas lojas para realizar as entregas e que podem/devem ser aproveitadas também como alternativas nas compras via e-commerce.

Os modais de transporte colaborativo (bikes, motoboys) também podem ser utilizados para a entrega dos produtos, bem como lockers, VUCs e demais variáveis.

A virada de chave que falta é a conexão de tudo isso, a superação do gap que impede que os pontos chave se liguem e se embaralhem cada vez mais. Em muitos casos, essa falta de conexão está ligada ao modelo de negócio, a forma como a operação está organizada, ou ainda, aos softwares obsoletos, que não foram construídos para se conectar com um PDV de loja física, juntamente com uma plataforma de e-commerce e um ERP, nem tem a performance necessária para calcular o frete sem dar time out.

Nós enquanto Frete Rápido temos percorrido o desafio de conectar os canais de venda físico e digital aos modais de transporte e entregar automação para o time agilizar os processos de backoffice, enquanto a loja física trabalha simultaneamente. A integração de processos de fato, tem elevado a experiência do usuário a outro patamar e fornecido para as marcas diferencial competitivo e valor agregado, além do preço de seus produtos.

Este artigo foi publicado originalmente na Revista E-commerce Brasil, na edição Nº 62.

Eduardo Bragança

Líder de marketing e autor no blog da Frete Rápido, especialista em e-commerce e pós-graduado em marketing estratégico digital. A Frete Rápido é o primeiro HUB de transporte digital da América Latina, conecta embarcadores, empresas B2B, B2C e D2C, como indústria e-commerce e varejo, a transportadoras para que façam negócio entre si. Além disso, automatiza os processos da Pré-venda, Pós-venda, Gestão e Tracking.

DHL quer usar drones em distâncias maiores para entregas entre cidade

A empresa de logística DHL está trabalhando com a desenvolvedora búlgara de aeronaves Dronamics para lançar um drone capaz de levar pacotes entre cidades, afirmaram executivos na segunda-feira (19).

Problemas globais na cadeia de logística agravados pela pandemia reduziram a atividade do transporte aéreo e geraram congestionamentos em grandes portos. Empresas agora estão buscando formas de reduzir a pressão.
A DHL, que é parte do grupo alemão Deutsche Post DHL Group, afirmou que já estava usando drones menores para entrega de documentos, produtos farmacêuticos e outras pequenas encomendas em distâncias limitadas na Alemanha, Tanzânia e China.

Mas a empresa afirmou que agora fez parceria com a Dronamics para usar aeronaves não tripuladas e que podem carregar 350 kg por distâncias que atingem os 2.500 km.

O primeiro drone em escala de produção ficará pronto em outubro, disse o presidente-executivo da Dronamics, Svilen Rangelov, acrescentando que espera que seja o primeiro drone lançado comercialmente capaz de viajar além dos 100 km.

No mês passado, a operadora logística alemã Hellmann afirmou à Reuters que vai começar a usar aviões não tripulados desenvolvidos pela Dronamics a partir do próximo ano para acelerar entregas de encomendas na Europa.

“Acreditamos que os drones de carga serão um elemento importante na próxima geração de transporte em logística”, disse a DHL.

Rangelov afirmou que a Dronamics, cujas aeronaves apenas voam entre aeroportos atualmente, assinou acordos com 39 aeroportos em 13 países na Europa e que está em discussões com outros terminais, reguladores e potenciais clientes na Austrália e Canadá.

Enquanto isso, a empresa alemã de logística DB Schenker está trabalhando com a Volocopter em um drone de carga que é capaz de transportar 200 kg por até 40 km.

Como as gigantes do varejo preparam sua logística para a Black Friday

Com o crescimento do e-commerce, aumentou o número de reclamações dos consumidores, e os maiores motivos do descontentamento dos clientes está relacionado à entrega, segundo Gabriel Drummond, COO e cofundador da Intelipost. O executivo participou do segundo dia do Big Solutions – Black Friday, na última quarta-feira (21).

“O e-commerce cresceu mais que o número de reclamações, mas antes da Black Friday as reclamações eram maiores, isso significa que estamos evoluindo e fazendo um trabalho melhor. Ainda não é o suficiente, pois dá para fazer mais”, afirma Drummond.

Confira as principais dicas do especialista para aprender com os grandes e fazer uma Black Friday melhor:

Oferta

• Estoque
• Oferta de fretes (fretes grátis)
• Conveniência
• Antecipar vendas

Segundo o executivo, as empresas estão se movimentando de maneira consistente, especialmente as gigantes do varejo. Isso cria um movimento no mercado para ganhar eficiência, reduzindo, por exemplo, a oferta de fretes grátis. “O aumento de frete grátis chegou a 40%, e isso já foi um problema porque as empresas perdiam muito dinheiro. O consumidor volta a ser educado para não pagar pela entrega e isso gera expectativa”, conta.

Capacidade expedição
• Centros de distribuição
• Ship from store
• Dark stores/mini hubs

“Com estoque em pequenos centros de distribuição mais próximos, a entrega fica mais rápida”, pontua Drummond.

Capacidade de entrega

• Transportadoras
• Frota própria
• Crowdshipping
• Retire em loja

Atendimento ao consumidor

• Gestão de expectativa – Ajustar o prazo de entrega à realidade
• Onde está meu pedido – “30% dos chamados de SAC nas empresas estão ligados a essa pergunta, mesmo que não tenha ocorrido nenhum problema. O consumidor só quer saber onde está o pedido. Por isso, é bom deixar claro, seja via WhatsApp, email, ou qualquer outra forma de comunicação, onde está o pedido”, afirma.
• Trocas e devoluções – Fator determinante para vender mais

Gestão e tecnologia

• Melhoria contínua
• Inteligência

“É importante sempre pensar onde posso melhor, e em como fazer melhor”, aconselha Drummond.
O E-Commerce Big Solutions – Black Friday aconteceu nos dias 20, 21 e 22.

Entrada de grandes empresas no Sul fortalece galpões logísticos

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentam baixa vacância.
A transformação do varejo e a adesão dos consumidores brasileiros pelo e-commerce têm impulsionado as locações de galpões logísticos fora do eixo Rio-São Paulo, principal filão das operações. Na corrida para entregar mais rápido e em outros lugares do país por meio do last-mile (última milha), grandes empresas, como Mercado Livre, Amazon e Madeira Madeira, aportam suas operações na Região Sul e apostam em condomínios logísticos estruturados e estratégicos para atender a demanda do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

De acordo com levantamento da Sempre Soluções Imobiliárias, a vacância nos três estados está baixa. Em Santa Catarina, não há opções de locação na Grande Florianópolis e o mesmo ocorre em Itajaí, com estoque zerado. As poucas vagas aparecem em Curitiba e Porto Alegre, mas já com pré-locações para o fim do ano.

“Houve um crescimento expressivo com a entrada de grandes companhias na região e essas empresas são atualmente os maiores demandadores de espaço. O tempo de entrega e custo do frete são fatores de escolha de compra dos consumidores e por isso aqueles varejistas que ainda entregam com prazos superiores a três, cinco ou mais dias terão que agilizar seus processos. Por isso, já estamos vendo uma busca maior não só nas grandes metrópoles do Sul, como também pelo interior, em cidades polos”, analisa João Carlos Fernandes, diretor de operações logísticas da Sempre Soluções Imobiliárias.

Líder nos três estados do Sul, a desenvolvedora e administradora de condomínios logísticos Capital Realty já sente essa busca crescente pelas grandes empresas. Somente nos últimos dois anos a empresa recebeu grandes operações, como as do Grupo Boticário (no condomínio logístico Mega Curitiba, em Campina Grande do Sul, região metropolitana da capital) e Madeira Madeira (em Itajaí, Santa Catarina).

Para atender a demanda, a Capital Realty, investiu novos R$ 50 milhões para a expansão do empreendimento em Curitiba. O montante está sendo empregado para aumentar em 27 mil metros quadrados a área construída – hoje, o complexo já tem 70 mil metros quadrados ocupados por empresas que usam o espaço principalmente para montar seus centros de distribuição. O condomínio está em uma localização privilegiada na BR 116 (Régis Bittencourt) – que liga Curitiba a São Paulo e apenas a um quilômetro do anel rodoviário de Curitiba, o qual conecta com seis estradas federais e permite o acesso rápido ao Aeroporto da capital paranaense, Porto de Paranaguá, ao interior do estado e Santa Catarina.

Também para suprir a demanda da região de Itajaí, hoje sem estoque disponível, a Capital Realty anunciou a expansão de mais 42 mil metros quadrados de armazéns no Mega Centro Logístico Itajaí, com previsão de entrega no quarto trimestre de 2022. “O e-commerce está cada vez mais fortalecido com a compra de produtos pela internet. As empresas estão se adequando e buscando locais estratégicos para armazenagem”, analisa Rodrigo Demeterco, presidente da Capital Realty.

Crescimento no Sul vai continuar
De acordo com o estudo divulgado pela E-bit Nielsen, as vendas por e-commerce em 2021 tendem a continuar em crescimento. O levantamento prevê que o segmento cresça 26% em relação a 2020. Para lembrar, em 2020, o comércio eletrônico avançou 41%. O diretor de operações logísticas da Sempre Soluções Imobiliárias aposta em crescimento ainda maior para os próximos anos no setor de galpões no Sul.

“A entrada de grandes empresas na região fará com que outros players do varejo se movimentam, como por exemplo uma grande startup de alimentos, que este ano já absorveu áreas grandes em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador e que planeja sua entrada no Sul do Brasil para o segundo semestre. Quem ainda está fora do varejo precisará entrar, pois milhares de empresas on-line foram criadas na pandemia, e elas buscarão ainda mais espaço”, projeta João Carlos Fernandes, diretor da Sempre Soluções Imobiliárias.

Quer comprar dos EUA? Mercado Livre faz acordo para vender itens gringos no Brasil, México e Chile

O Mercado Livre anunciou uma parceria com a BigCommerce Holdings, empresa que vende software para varejistas, com o objetivo de impulsionar as vendas na América Latina. A parceria vai focar, inicialmente, no México, Colômbia, Chile e Brasil.

“Nós adoramos ter vários parceiros que conseguem atender as diferentes necessidades dos vendedores. O que estamos fazendo com o Mercado Livre é diminuir a complexidade para vender fora dos Estados Unidos”, afirma Russell Klein, diretor comercial da BigCommerce.

A BigCommerce, que já trabalha com marcas como Skullcandy para ajudar na venda pelo e-commerce e nas redes sociais, vai oferecer aos seus 60 mil vendedores acesso ao Mercado Livre, o que vai auxiliar nos esforços para expandir a atuação internacional.

Em fevereiro, a BigCommerce fez um acordo com o Walmart para permitir que os vendedores façam suas negociações pelo marketplace. Também anunciaram uma parceria com a Amazon. A companhia abriu o capital em agosto e, desde então, o valor das ações mais do que dobraram.

Hoje, o Mercado Livre já representa dois terços de todo o faturamento do e-commerce e um terço dos serviços financeiros, principalmente impulsionados pela pandemia na América Latina. As compras on-
line representavam 5% de todas as vendas de varejo antes da pandemia e podem saltar para 25% até a próxima década, segundo o HSBC.

A companhia normalmente conecta vendedores com compradores que são da mesma região, como no Brasil, o país onde há a maior operação do Mercado Livre. Pedro Arnt, CFO da empresa, diz que está buscando criar centros de distribuição em zonas de livre comércio para entregar as importações mais rapidamente.

Como parte do acordo, o Mercado Livre está abrindo um escritório em Miami.

Com ampliação de frota ecoeficiente, Americanas S.A. encerrará o ano com 500 veículos

Segundo testes realizados, automóveis elétricos têm autonomia de até um dia e meio de operações; eles serão usados na etapa última milha da logística de entrega, que começa ainda neste mês.

A Americanas S.A. anunciou que iniciará a operação com automóveis elétricos ainda neste mês. Com o novo modal, a companhia prevê encerrar o ano com uma frota ecoeficiente de mais de 500 veículos. Além dos automóveis, a frota também será composta por 150 tuk-tuks e 170 bicicletas comuns e elétricas que atuam no last mile, a última milha da logística de entrega de produtos.

De acordo com a empresa, a iniciativa vai ao encontro das metas da Americanas S.A., que consistem em ter 10% do total de entregas ecoeficientes em 2021 e neutralizar as emissões de carbono de toda a companhia até 2025. Os compromissos fazem parte da estratégia ESG (em português, Ambiental, Social e Governança) da Americanas S.A. para mitigar os efeitos da mudança global do clima. A questão é tema do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 da Agenda 2030 da ONU.

De acordo com Welington Souza, diretor da LET’s plataforma de logística e fulfillment da Americanas S.A., a empresa quer ser um player que contribui para a construção da logística do futuro.

“Os veículos elétricos são mais um importante passo na estratégia de sustentabilidade da companhia e uma alternativa logística para a redução das emissões de carbono, contribuindo para o movimento de transição para uma economia de baixo carbono. Com a nova operação, vamos evitar a emissão de mais de 350 toneladas de CO² equivalente no meio ambiente entre junho e dezembro deste ano.” – Welington Souza, diretor da LET’s plataforma de logística e fulfillment da Amaericanas S.A.

VEÍCULOS: AUTONOMIA DE UM DIA E MEIO DE OPERAÇÃO
A nova frota de carros elétricos é especializada no transporte de carga e circulará, inicialmente, com 80 utilitários nas áreas metropolitanas de São Paulo, em Campinas e Ribeirão Preto, além da cidade do Rio de Janeiro. Até dezembro deste ano, chegarão outros 100 automóveis, que permitirão expandir a operação da frota elétrica para outras praças, como Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Porto Alegre.

Testes realizados pela companhia mostram que cada veículo deste tipo possui autonomia de 200 km a 250 km com uma carga completa de bateria, o suficiente para um dia e meio de operação.

“Além dos ganhos ao meio ambiente, os veículos elétricos têm um custo menor de operação. Os gastos com ‘combustível’ chegam a uma redução de 90%, dependendo da faixa de horário do carregamento”, comenta Welington. Outra vantagem apontada é a manutenção do motor que, por ser elétrico, não tem peças mecânicas, óleo, atrito.

Os investimentos na iniciativa incluem a compra de veículos, locação de carregadores e carros elétricos, software de gestão, equipes de motoristas e gestão da frota, e adequação da infraestrutura. A companhia está realizando adaptações em 21 hubs last mile nas cidades previstas, incluindo cabeamento de média tensão de energia nos centros de distribuição e a implementação da tecnologia para gestão da frota.

A chegada da nova frota de automóveis elétricos irá gerar cerca de 200 oportunidades diretas e indiretas de emprego, incluindo uma equipe dedicada a gerir toda a frota. Os motoristas dos veículos receberão capacitação especial e serão beneficiados por guiar modelos de carros que oferecem maior conforto e ergonomia.

BICICLETAS E TUK-TUKS ELÉTRICOS
A Americanas S.A. tem investido em iniciativas ecoeficientes de entrega. Em 2020, a companhia alcançou o marco de 1,8 milhão de entregas com bicicletas e adquiriu uma malha própria de bikes elétricas que operam hoje nas principais capitais do país. Neste ano, a companhia também anunciou o início da operação com 90 tuk-tuks elétricos nas principais capitais das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, além de caminhões movidos a biometano e gás natural que têm capacidade para transportar até 23 toneladas de carga.

‘Só não vamos vender o que não é permitido por lei’, diz presidente do Mercado Livre

Empresa quer oferecer na sua plataforma investimentos, inclusive de terceiros, e planeja vender produtos frescos e congelados, revela Stelleo Tolda.

De hortaliças ao carro zero, o Mercado Livre pretende negociar tudo. “Só não vamos vender o que não é permitido por lei”, diz o CEO da empresa, Stelleo Tolda. Nos planos da plataforma de marketplace para os próximos meses, está oferecer produtos frescos e congelados de supermercados, o que exigirá uma adaptação de sua logística. E, ainda, distribuir novos serviços financeiros, como fundos de investimentos, inclusive de terceiros, e uma gama maior de seguros.
Para isso, está no radar pedir uma autorização para a Susep, órgão regulador do mercado segurador – a empresa já tem hoje duas licenças do Banco Central e opera como instituição financeira. O objetivo é ampliar o leque de comodidades a clientes e lojistas e, assim, engajar mais usuários em sua plataforma.
Após forte expansão durante a pandemia, a próxima fronteira do comércio eletrônico, diz Steleo, é encurtar o tempo de entrega dos produtos. Isso vai exigir ainda mais investimentos em logística.
O Mercado Livre hoje vende quase tudo, praticamente de alface, ou itens de supermercado, a carro novo. Tem alguma coisa que vocês não vão vender nunca?
Só aquilo que não é permitido por lei. Somos um canal, uma vitrine muito grande. Vamos fazer 22 anos em agosto e surgimos com essa ideia de que a internet pode democratizar o comércio. Lançar uma categoria nova envolve desafios, de ter oferta e boa qualidade de produtos. Você falou alface e isso representa um segmento muito importante que é o de produtos frescos dentro da categoria supermercado. Esse é um objetivo nosso e vamos lançar (a categoria de produtos frescos, a empresa já atua no segmento supermercado). É um passo grande de trabalhar com produtos frios, frescos e congelados. É algo que hoje não temos e estamos desenvolvendo a cadeia logística que dá suporte a isso. É uma nova fronteira.
Mas concorrentes como as Americanas e a Magazine Luiza já oferecem produtos frescos…
Eles compraram empresas para fazer isso. Americanas comprou o Supermercado Now. Magalu fez aquisições nesse sentido também. Nós estamos desenvolvendo soluções internas. Por isso, estamos demorando mais do que os outros, mas é uma categoria que promete muito. Essa categoria tem uma penetração baixa. Antes da pandemia já tínhamos decidido entrar na categoria de supermercado, por ter uma frequência maior e pouco explorada no e-commerce. A pandemia acelerou esses planos.
O movimento de entrar nesses novos segmentos vem acompanhado de loja própria?
Não é o nosso plano ter loja do Mercado Livre. Trabalhamos com parceiros e entendemos que com eles a gente consegue atingir nosso objetivo de atender aos consumidores. Mas nossa logística precisa se adaptar a essa demanda. Hoje ela não está preparada para isso. E não só com a cadeia de frio, como ter locais nos centros de distribuição para armazenar produtos congelados, mas também à velocidade de entrega. Quem compra quer receber em poucas horas e às vezes em poucos minutos. Isso pressupõe ter uma rede logística que inclui locais mais próximos ao consumidor. Mas esses locais não precisam ser com as portas abertas ao consumidor. Mas precisamos adaptar nossa rede logística se quisermos ser relevantes nessa categoria.
Aquisição faz parte da estratégia?

Estamos abertos, mas não é nossa prioridade. Costumamos desenvolver nossa tecnologia dentro de casa.
O Mercado Livre tem investido muito em soluções financeiras para lojistas e consumidores. Está no radar oferecer serviços financeiros para o usuário final através do Mercado Pago? A empresa já oferece investimentos em CDBs, poderá atuar também com fundos de investimentos?
Já atuamos em pagamento, em investimentos, em crédito e começamos a atuar em seguros. Temos duas licenças no Banco Central. A de instituição de pagamento permite ter uma conta digital, fazendo PIX de um banco para a conta no Mercado Pago e assim o cliente usar os recursos. Além do consumidor final, há serviços para os lojistas do marketplace, como soluções de pagamento, como as maquininhas (de cartão de crédito). Temos uma oferta de crédito voltado tanto para pessoa jurídica, como capital de giro, como empréstimo pessoal voltado para pessoa física, que está integrado no checkout do marketplace. É uma forma de pagamento que o usuário que não tem cartão de crédito pode usufruir. Nós também temos cartão de crédito próprio, somos emissores. Temos uma segunda licença do BC, que é de instituição financeira, não como banco, mas como financeira. Isso nos permite emprestar aos nossos consumidores e lojistas e permite captar no sistema financeiro. O CDB é parte da nossa estratégia de captação. Temos linhas com outras instituições. Temos FDICs (fundos de investimentos em títulos de crédito) onde temos captado também. E o CDB voltado também para o público de varejo.
Mas os FDICs e os CDBs do Mercado Livre hoje são distribuídos por corretoras, não é uma distribuição direta do Mercado Livre. Há planos de oferecer esses investimentos diretamente na sua plataforma?
Por enquanto são corretoras que às vezes encarteiram (ou seja, deixam os CDBs da empresa na carteira própria de investimentos das corretoras) ou que oferecem aos seus clientes. Temos o intuito, por sermos uma plataforma com a possibilidade de acessar o cliente pessoa física e de distribuição, de poder fazer isso no próprio Mercado Pago. Hoje, que tem dinheiro no Mercado Pago pode deixar o dinheiro rendendo e o produto que temos para isso é uma conta remuneradora simples que rende CDI. Mas queremos permitir que seja possível acessar outros produtos como o CDB do Mercado Pago e, eventualmente, até produtos de terceiros, é algo que não descartamos. Conforme o volume de recursos aumente e se sofistique a base de usuários, a gente cogita disponibilizar outros produtos e ser eventualmente uma distribuidora desses produtos (fundos e outros investimentos) de outras empresas e não só do Mercado Pago.
Há planos também para ampliar a oferta de seguros?
Seguros é um outro capítulo, começamos mais recentemente com seguro contra roubo e dano de produtos eletrônicos. E temos oferecido garantia estendida na venda de eletroeletrônicos. Foi a nossa primeira entrada neste segmento. Mas vemos com bons olhos a nossa plataforma de distribuição para outras categorias de seguros.
Mas faz sentido nos seus planos oferecer seguros que não são vinculados exatamente a consumo ou a produto? Faz sentido oferecer seguros de vida ou previdência, por exemplo?
A gente acredita que sim. Hoje os produtos são mais aderentes ao que já fazemos, por exemplo, você compra um tablet no mercado livre e no checkout a gente oferece a possibilidade da garantia estendida, é muito orgânico isso. Outros produtos não são tão integrados no fluxo de compra, mas podem fazer sentido dentro da oferta do Mercado Pago. Uma categoria que a gente explora ainda pouco é o segmento tanto de crédito como de seguros automotivos. Hoje não oferecemos isso. E entendemos que há uma demanda do crédito para aquisição de veículos, hoje oferecemos através de terceiros. Queremos fazer isso pelo próprio Mercado Livre futuramente. E o seguro automotivo faz todo o sentido para criar um vínculo com o consumidor que adquiriu o veículo na nossa plataforma, que contratou um empréstimo na nossa plataforma e que também na sequência pode contratar um seguro conosco.
Mas é preciso pedir autorização para isso. Está nos planos ir à Susep (órgão regulador do mercado de seguros)?
Está dentro das nossas possibilidades. Mas não tem como precisar datas. É algo que vai acontecer em pouco tempo.
Qual horizonte de prazo para essas novidades, para atuar em produtos frescos de supermercado e oferecer mais serviços financeiros?
São projetos para os próximos trimestres. Será dentro do prazo de um ano no máximo.

O uso de inteligência de dados sobre os clientes (lojistas e consumidores) facilita a oferta de produtos mais acessíveis ou permite, por exemplo, uma melhor avaliação do risco de crédito desses clientes? Esse é um diferencial que o Mercado Livre, por ser um marketplace de varejo, tem em relação a outros players do setor financeiro?
Sim, e te dou um exemplo concreto. Quando começamos a oferecer empréstimos para nossos vendedores, fizemos primeiro uma avaliação de risco da nossa base de vendedores, a partir de informações disponíveis em birôs de crédito, dados externos. Mas também acessamos as informações desses vendedores na nossa plataforma, das vendas, histórico, reputação. Com base nessas informações externas e internas criamos este score (avaliação) de risco, e passamos a oferecer empréstimos a taxas muito competitivas, que eles não conseguiriam em outras instituições financeiras. E com uma facilidade muito grande da interface do Mercado Pago. O crédito também era sem garantia, algo que muitas vezes complicava a vida de quem queria contratar um empréstimo. E tudo isso só é possível graças às informações que a gente tinha desses vendedores. E os empréstimos têm essa intenção, de que o vendedor continue a vender conosco.
Qual é o peso da receita com serviços financeiros dentro dos resultados do grupo?
O maior volume de nossa receita vem do comércio, mas a parte financeira é relevante. (No primeiro trimestre deste ano, o Mercado Pago teve receita de US$ 277 milhões, um quinto da receita total do Mercado Livre no período, que foi de US$ 1,4 bilhões)
O Mercado Livre é uma empresa argentina com forte presença na América Latina. Como vê os impactos da pandemia na região?
A pandemia tem um impacto grande na economia. A América Latina foi a região mais afetada do mundo, se olharmos o número de casos e de mortes por milhão. Estamos entre os “Top 15” com Brasil, Peru, Argentina e Colômbia, ao menos. A região foi fortemente afetada e ainda está. Até o Chile está sofrendo com a pandemia, apesar da vacinação lá estar mais adiantada. Aliás, não é só a pandemia. Há questões políticas, de mudanças de regime, de constituinte como no Chile. É uma região que passa por suas turbulências. Mas, do ponto de vista do comércio eletrônico, de serviços financeiros e de digitalização, ainda é uma região onde a penetração ainda é muito baixa. O potencial de crescimento tanto do comércio eletrônico como dos serviços financeiros é enorme. A pandemia gerou uma demanda crescente por esses serviços, por ter o comércio de rua fechado em diferentes momentos. E também pelo fato de os governos usarem a carteiras digitais para pagar benefícios sociais para combater os efeitos econômicos da pandemia. Não foi só no Brasil, mas em outros países. E indiretamente esse pagamento de benefícios fez acelerar o uso de carteiras digitais.
Quem usou carteira digital além do Brasil?
Praticamente todos os países da região tiveram algum tipo de auxílio e, em alguns casos, ele foi disponível em carteira eletrônica. Além do Brasil, teve a Argentina. O pagamento do auxílio impulsionou o comércio eletrônico. Quando são pagos, há impulso. O Chile é um caso emblemático, pois é o que ainda cresce a três dígitos (no Mercado Livre) e se torna mais relevante.
O Mercado Livre cresceu muito na pandemia. E com o crescimento vieram queixas, como a de alguns vendedores que reclamam, por exemplo, de concorrência desleal com a plataforma e de ficarem “dependentes” do Mercado Livre.
A gente nasceu com visão de marketplace e de democratizar o acesso ao comércio a empreendedores que viram no canal on-line uma opção para vender. Somos uma plataforma aberta e democrática e que inclui muitos vendedores. Trabalhamos com uma oferta muito ampla que não está concentrada apenas nas grandes marcas, no grande varejo. Dito isso, a gente tem visto um crescimento na concorrência. Hoje o Mercado de Livre está longe de ser a única opção caso o vendedor decida vender on-line. Ele tem várias opções. Estamos procurando cativar os vendedores através de uma oferta de serviços maior. Por isso, lançamos o Mercado Pago, que é de 2004. Depois, lançamos o Mercado Envios, por conta de nossa atuação na área logística, também permitindo ao vendedor se concentrar no que ele faz melhor, que é o relacionamento com fornecedores e a descoberta de produtos, deixando essa parte operacional com o Mercado Livre. Temos investido muito na logística, inclusive tirando o volume que no passado dependíamos dos Correios para fazer isso dentro de casa. É dessa forma que queremos cativar nossos vendedores, não é através de tarifas nem de exclusividade, que não é prática neste mercado, é através de melhores serviços. E os vendedores têm opções, então é difícil falar em práticas anticompetitivas quando há vários outros canais à disposição.
Alguma chance de o Mercado Livre se interessar pela privatização dos Correios?
Zero chance. Nos últimos três anos, investimos fortemente para desenvolver nossa rede logística própria, com centros de distribuição, rede de transporte com transportadoras espalhadas pelo Brasil, inclusive vans, carretas próprias e até mesmo aviões. A gente deixou de ter uma dependência dos Correios. Em dezembro de 2017, 90% do nosso volume iam através dos Correios. E hoje esse volume é menos de 10% pelos Correios, e os outros 90% são através de nossa rede logística. Como cidadão, tenho interesse em ver os Correios melhorarem seus serviços. Acredito que a privatização é bom caminho para isso. Mas a nossa participação na privatização vai se limitar a ser um cliente. Espero que quem ganhe essa privatização consiga tornar a operação dos Correios mais amigável para o mercado.
Qual será o próximo passo do comércio on-line nesse gradativo retorno à normalidade? Será a entrega mais rápida, como até virou alvo de disputa entre Mercado Livre, Americanas e Magalu no Conar (conselho de autorregulamentação de publicidade)?
Todo mundo está usando (o lema “entrega mais rápida”). O Conar ficou ali em cima do muro, pois cada um apresentou seu estudo. No fim das contas, o consumidor é que sabe quem é mais rápido e em quem deve confiar mais. O consumidor também tem escolha. A logística só evolui. Antes a nossa métrica era um percentual de entregas que ocorriam em até 48 horas, que é de 80% do total. Já estamos trabalhando com a métrica de entrega que é feita em 24 horas e também o percentual entregue no mesmo dia. E queremos crescer esses percentuais, com mais produto entregues no mesmo dia. Então a próxima fronteira é sim evoluir nessa logística. A expectativa do consumidor é crescente. Antes da pandemia, a penetração do e-commerce era de 6% e hoje já supera 10%. E esse crescimento só ocorreu porque o consumidor estava satisfeito. E vai continuar crescendo.
O Mercado Livre tem feito parcerias com empresas de streaming, como Disney+. Alguns concorrentes, como a Amazon, têm seu próprio serviço. O Mercado Livre pensa em atuar também em streaming?
Temos o nosso programa de fidelidade, da empresa Mercado Livre, não só do negócio de comércio ou do negócio de pagamentos, e da empresa como um todo, no qual a gente oferece benefícios a partir da frequência de usos nas duas plataformas, de comércio e de pagamentos. E a parte do conteúdo é muito relevante nessa oferta. Queremos trazer mais benefícios para nossos usuários mais leais e parte disso se traduz em melhor acesso, acesso mais barato ou até mesmo gratuito, a conteúdo. Não temos a intenção de desenvolver conteúdo próprio, entendemos que esse não é a nossa expertise. Temos sim investido em trazer mais conteúdo, como HBOMax, DisneyPlus e Deezer. A nossa ideia é trabalhar mais parcerias para fidelizar ainda mais nossos usuários. Mas não só conteúdo, tem o nosso cartão de crédito no mercado pago, tudo faz parte da estratégia de gerar mais engajamento do nosso cliente.
A empresa tem a estratégia de atuar ainda mais como vendedor diretamente, usando a marca Mercado Livre?

O Mercado Livre surgiu como marketplace mas vê a necessidade de atuar em determinados segmentos nos quais a oferta de nossos vendedores é limitada como vendedor direto, ou adquirindo produtos para revendas, de marcas conhecidas, ou com a estratégia de marca própria. Ainda é incipiente, mas vemos com potencial. A gente se viu limitado em determinados momentos em que a demanda cresce muito, como Black Friday. Se a gente depender, como dependíamos até então, simplesmente dos nossos vendedores, não tínhamos acesso a bons produtos a bons preços. É uma estratégia que veio para ficar, mas a venda direta será uma atuação complementar.

Conar manda Magalu e Mercado Livre provarem que têm entrega mais rápida

A briga pela entrega mais rápida do Brasil chegou ao “tribunal” do Conar – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Magazine Luiza e Mercado Livre, duas das maiores empresas de comércio eletrônico do país, acusam uma à outra de publicidade indevida ao estamparem superioridade na entrega dos produtos adquiridos.
As denúncias se referem a campanhas do final do ano passado e do início deste ano. A Americanas.com também foi denunciada pelo Mercado Livre, mas seu anúncio esteve restrito à Black Friday de 2020.
O Conar acolheu as denúncias e determinou que as companhias alterem suas propagandas: elas precisam atestar ao consumidor, por meio de pesquisas indicadas nos respectivos anúncios, a veracidade da informação (a entrega é mais rápida em quais condições ou localidades, por exemplo).
Mas agora o Magazine Luiza diz que o órgão atestou sua pesquisa e não a do Mercado Livre. Este, por sua vez, diz a mesma coisa sobre o Magazine Luiza.
“A decisão permite ao Mercado Livre continuar a adotar o claim ‘entrega mais rápida do Brasil’, desde que inclua um disclaimer que delimite com clareza e veracidade os parâmetros utilizados para afirmar tal liderança”, informou o Mercado Livre.
Já para o Magalu, a decisão do Conar é “clara ao permitir que a empresa continue a utilizar a expressão ‘Entrega Mais Rápida do Brasil’, devendo apenas incluir determinadas informações sobre a metodologia empregada na pesquisa que comprova esse fato”.
O Mercado Livre diz que se baseou em estudo independente do instituto OnYou que considera compras reais, feitas nos principais marketplaces e em diversas capitais e cidades do interior de todas as regiões do país, e que tal estudo comprova que, “dentre os prazos de entrega de todos os marketplaces pesquisados”, tem a entrega mais rápida.
O Magalu também diz basear-se em pesquisa. Seu levantamento, afirma, considera os prazos de entrega de oito empresas do setor, em 45 praças, entre capitais e cidades do interior, e de mais de 3 500 produtos de 48 categorias diferentes.
No caso da Americanas, a empresa afirmou que o debate no Conar envolve a sua campanha da Black Friday de 2020, e que o órgão já reconheceu que oferecia “a modalidade mais rápida de entrega em produtos e locais elegíveis”.
A sentença em relação às três campanhas, que apregoam o mesmo diferencial foi proferida na último dia 30 de junho. As empresas podem recorrer -Mercado Livre confirmou que fará isso, enquanto o Magalu disse que manterá detalhes das discussões restritas ao Conar. Mas é de praxe que as companhias atendam à recomendação do conselho (no caso, alterem os anúncios) até o resultado da revisão da sentença.
O Conar é um órgão de autorregulamentação e não fiscalização: as empresas, em tese, não são obrigadas a seguir as determinações. Mas desde que o Conar foi criado, em 1978, em meio à ditadura militar no Brasil, o setor privado se comprometeu a seguir as sentenças do órgão, para evitar qualquer tipo de censura ou regulação por parte do governo. E segue assim até hoje.
As sentenças do Conar são dadas por um colegiado que trabalha de maneira voluntária, formado por cerca de 200 representantes de agências publicitárias, veículos de mídia, institutos de pesquisa e especialistas em consumo.
COMÉRCIO ELETRÔNICO
No efervescente comércio eletrônico, que movimentou R$ 87,4 bilhões no ano passado, alta de 41% sobre 2019, o nome do jogo é logística. Quem tem o produto e pode entrega-lo mais rápido ganha o consumidor. A pandemia intensificou a disputa entre as maiores redes, que continua acirrada em 2021. Dados da consultoria Ebit|Nielsen apontam que, só no primeiro trimestre, o e-commerce cresceu 38,2% em relação ao mesmo período de 2020, para R$ 22,6 bilhões.
As empresas vêm fazendo investimentos gigantescos na sua cadeia logística para dar conta do recado, inclusive ampliando a gama de serviços nos seus marketplaces (shoppings virtuais, em que pequenos varejistas vendem seus produtos e pagam uma comissão ao dono do site, às vezes também pela entrega).
O Magazine Luiza anunciou este ano a contratação de cerca de 3.200 pessoas para trabalhar na área logística, o dobro do que havia contratado no ano passado. No Magalu, a área soma 6.800 colaboradores -contra 2.200 de 2017. Até o final do primeiro trimestre deste ano, a empresa tinha 25 centros de distribuição (CDs) e 37 estações de cross docking (pontos para preparar a mercadoria e sua documentação).
O Mercado Livre investiu R$ 4 bilhões no ano passado no Brasil, sendo que boa parte deste total foi destinada à entrega de mercadorias. Em 2021, o investimento total é de R$ 10 bilhões, incluindo logística para atingir mais regiões com entregas em até 48 horas. Este ano, a empresa está abrindo 7.200 vagas (em todas as áreas), o que deve mais do que dobrar o número de colaboradores de 2020, de cerca de 5.000.
Na Americanas, foram investidos cerca de R$ 700 milhões em tecnologia e logística no ano passado. No primeiro trimestre, 44% das entregas foram feitas em até 24 horas, frente ao patamar de 40% observado em dezembro. Ainda em dezembro do ano passado, o Magalu anunciava 45% das entregas em 24 horas.
Não por acaso, em 2020 o Brasil avançou dez posições no Índice Mundial de Comércio Eletrônico da Unctad (Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvovimento), que mede a situação do comércio digital. Em um ranking de 152 países, o Brasil ficou no 62º lugar. Segundo a Unctad, o Mercado Livre é o maior player de comércio eletrônico da América Latina.