Ampliando atuação e aproveitando ponto forte, Via oferecerá serviços de logística até para concorrentes

Lançamento deve ser feito no quarto trimestre de 2021 e a companhia oferecerá serviços de coleta, armazenagem e entrega de mercadorias.
A Via (VVAR3), antiga Via Varejo e dona das Casas Bahia e Ponto (antiga Ponto Frio), está desenvolvendo um pacote de serviços logísticos para o marketplace, que vai desde a armazenagem dos produtos e recebimento dos pedidos até a entrega do item ao consumidor.

O lançamento deve ser feito no quarto trimestre de 2021 e a companhia oferecerá serviços de coleta, armazenagem e entrega de mercadorias.

A Via adotará essa atividade como um negócio autônomo, que também poderá ser usada por seus concorrentes, como Magalu (MGLU3) e Americanas ([ativo=LAME4), principalmente para a logística de itens pesados, ponto forte da empresa.

Outra opção para os lojistas será vender em qualquer site ou aplicativo da companhia, podendo deixar os produtos estocados em suas centrais. A Via recebe um percentual sobre a venda, entre 13,5% e 16%.

A Via já conta com 27 centros de distribuição espalhados pelo país, e um novo centro será aberto em outubro na cidade de Extrema (MG) para atender os vendedores, já começando esse ano a armazenar itens mais pesados, como fogões e refrigeradores.

Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, o diferencial está neste ponto. Enquanto os principais concorrentes da Via realizam entregas de pesado apenas para os lojistas parceiros da própria plataforma, a Via passa a oferecer para qualquer marketplace, ampliando sua gama de atuação e aproveitando-se de seu ponto forte.

“Com esse novo projeto, a Via mostra que está inovando e correndo atrás de seus concorrentes, que começaram a explorar seus marketplaces antes e já possuem um modelo de fulfillment bem desenvolvido. O termo fulfillment, muito usado no e-commerce, quer dizer que o estoque dos vendedores é gerenciado pela própria empresa – desde o armazenamento da mercadoria até a entrega para o cliente.

Assim, os analistas veem esse movimento como positivo para a empresa, que poderá monetizar a sua estrutura logística.

A empresa Levante vê que o projeto já deve começar a apresentar resultados no quarto trimestre, que conta com datas como Black Friday e Natal, muito importantes para as varejistas. Porém, a completa implementação do projeto só se dará em 2022, podendo contar com uma plataforma de logística de consumidores para consumidores, fazendo o transporte de produtos entre pessoas físicas.

Atualmente, a companhia conta com cerca de 26 mil lojistas em seu marketplace, com expectativas de atingir entre 70 mil e 90 mil lojistas até o fim do ano, acelerando a receita nessa linha de negócio. Além disso, ela vem melhorando a velocidade de suas entregas, chegando a 40% do total em até 24 horas, contra 17% de um ano atrás.

Apesar da melhora o índice é ainda mais baixo que suas concorrentes (51% do Magalu, MGLU3, benchmark do setor), o que demonstra o espaço que a companhia ainda tem para melhorar, apontam os analistas.

Cabe destacar que, na semana passada, a Via passou a contribuir com os dados da Ebit Nielsen, algo que não fazia desde janeiro de 2019, aumentando o tamanho do mercado mensurado de e-commerce em 10% e também elevando as estimativas para a companhia.

O novo tamanho de mercado estimado pela Ebit é de R$ 95,7 bilhões, ou R$ 8,7 bilhões a mais que os R$ 87 bilhões estimados anteriormente, e esses quase R$ 9 bilhões a mais de receita são totalmente atribuíveis à Via.

Conforme destacou a Guide Investimentos, a Via representa mais no mercado de e-commerce do que se imaginava. “A sua capacidade de crescimento e execução vinha sendo subestimada quando comparada a seus pares”, avaliarm os analistas da casa.

E-commerce investe em sistemas próprios

Marketplaces usam lojas físicas como hubs de armazenamento e ampliam centros de distribuição.

A pandemia mudou hábitos de consumo e impulsionou o comércio eletrônico que cresceu 68% alcançando um faturamento de R$ 126,3 bilhões em 2020, frente aos R$ 74,5 bilhões em 2019, segundo um estudo da Kearney. O e-commerce, que representava 5% na receita total do varejo em 2019, deve chegar ao final de 2021 com uma participação de quase 20%, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

Saíram na frente os marketplaces que já vinham investindo em tecnologia e logística para chegar rapidamente à casa do consumidor. O Magalu, braço de comércio eletrônico do Magazine Luiza, que tem mais de cem vendedores virtuais, cresceu 121% em 2020, com faturamento de R$ 9,5 bilhões – representando 64% das vendas totais em comparação a 48% em 2019.
Com malha logística própria, coleta e entrega aproximadamente 40% dos pedidos do marketplace e 415 lojas físicas oferecem a retirada no local. Neste ano investiu em três novos centros de distribuição (CD) – localizados nas regiões Sul e Sudeste – vai inaugurar mais cinco ao longo de 2021 e outros cinco já em operação serão ampliados.
“Em 2020 apostamos no sistema Ship From Store que transforma as lojas físicas em pequenos CDs para encurtar as distâncias entre produto e o cliente”, ressalta Marcio Chammas, diretor de logística do Magalu. A empresa tem 8,2 mil veículos próprios ante os 3,3 mil operados no primeiro trimestre de 2020, que são responsáveis por 84% do total de entregas.
A Americanas S.A, criada a partir da combinação das operações da Lojas Americanas e B2W Digital, soma mais de 100 mil vendedores e 90 milhões de clientes cadastrados, sendo 46 milhões usuários únicos. A logística ganhou uma plataforma própria multimodal, a Let’s, que integra as operações das vendas físicas e digitais, responsável desde a retirada da mercadoria no fornecedor até a chegada ao cliente. Segundo Welington Souza, diretor da Let’s, foram abertos cinco novos CDs totalizando 22 e as entregas no mesmo dia já representam mais da metade do total.
Essa operação foi reforçada com a aquisição da startup Shipp, de “delivery on demand”, em abril de 2021, com mais de 20 mil entregadores cadastrados para dar mais velocidade às entregas. Além disso investiu em tecnologias para realocar o estoque entre os centros de distribuição de acordo com a demanda de cada região e no rastreamento das mercadorias.
A Via, dona das marcas Casas Bahia e Ponto, projeta que cerca de dois terços das vendas totais em 2025 virão dos canais digitais, informa Fernando Gasparini, diretor executivo de logística da empresa. A companhia adota um modelo de vendas multicanal com a integração do comércio eletrônico com as lojas físicas que operam como mini hubs, ou pequenos centros de distribuição, contando também com 29 CDs.
“Para dar mais alternativas aos lojistas lançamos o Envvias, uma plataforma de serviços logísticos para os vendedores parceiros com uma tabela de frete 15% mais barata que os concorrentes”, afirma Gasparini. Outra iniciativa foi investir em uma frota de veículos elétricos com capacidade para 720 quilos de carga e 300 quilômetros de autonomia.

Com nove CDs no Brasil, a Amazon inaugurou em maio de 2021 uma nova operação em Cajamar, na Grande São Paulo, para atender fornecedores que fazem parte do programa Fulfilment By Amazon ou FBA – Amazon Logistics que armazena produtos dos parceiros e fica responsável pela logística de transporte e o atendimento ao cliente final.
A empresa de comércio eletrônico oferece no Brasil 30 categorias de produtos e mais de 45 milhões de itens. “O FBA dá flexibilidade para aumentar a oferta de produtos disponíveis no site e os elegíveis para o selo Prime que tem frete grátis e entregas rápidas”, ressalta Ricardo Pagani, diretor de operações da Amazon. A empresa anunciou também uma loja on-line de compras internacionais reduzindo o tempo de entrega em 40% quando comparado a outras modalidades internacionais de transporte.

Via disputa nova fronteira da guerra do e-commerce: a entrega rápida

O cliente que faz uma compra hoje no e-commerce não aguenta mais esperar uma semana para receber seu pedido. Com a redução dos prazos de entrega, 48 horas podem parecer uma eternidade. Por isso, grandes varejistas aceleraram a implantação da entrega rápida e ultrarrápida. A percepção é de qualquer hora a mais conta na decisão de compra.

A Via, dona das redes Casas Bahia e Pontofrio, estreou o same day delivery (entrega no mesmo dia). Funciona assim: pedidos feitos até as 12h no app ou site são entregues na casa do cliente até as 22h do mesmo dia.

“O same day delivery é um processo que vem aumentando com a evolução da nossa operação de mini-hubs [uso das lojas como centro de distribuição] e ganhou escala nacional com a aquisição da Asap Log [empresa de logística]”, afirma Fernando Gasparini, diretor-executivo de logística da Via.

Hoje, a companhia já entrega 15% das vendas on-line no mesmo dia. A operação está disponível em 65 lojas de 14 Estados. As entregas em 24 horas representam 40%.

Ao reduzir o prazo de entrega, a Via reduz custos de distribuição e de cancelamento de pedidos. “Os pedidos que saem do mini-hub custam 25% do valor daquele que sai do centro de distribuição, reduz muito o valor do frete”, conta o executivo.

Outro ganho é com a diminuição dos cancelamentos de compras. “Quanto mais rápida a entrega, menos cancelamentos temos”, diz. “Hoje, 60% dos cancelamentos ocorrem antes da entrega. Quando o produto chega rápido, reduzimos as chances do consumidor repensar a compra.”

Que produtos estão disponíveis para entregas no mesmo dia? São os pedidos de clientes que moram em um raio de 10 km das 65 lojas. O serviço está disponível para produtos de até 30 kg, ou seja, pega itens como microondas, fogões, televisores e máquina de lavar-louça.

“A gente vai recebendo os pedidos e às 12h encerramos. Porque a partir daí a loja tem que receber o pedido, separá-lo, prepará-lo, embalá-lo e emitir a nota fiscal. Então, esse pedido chega na Asaplog, que faz a roteirização de todas as entregas. O motorista recebe esse roteiro, retira na loja e sai fazendo as entregas, é um processo”, conta Gasparini.

Como a concorrência na questão entrega rápida? Na Americanas.com, as entregas em até 3 horas representaram 14% das vendas do on-line no primeiro trimestre. E a empresa quer reduzir isso para minutos. “Nossa prioridade para 2021 é o desenvolvimento do modelo ultra fast delivery (entrega em poucos minutos).”

O Magazine Luiza anunciou na semana passada a entrega em 1 hora de produtos de até 6 kg. O serviço funciona em 11 cidades.

A Via vai entregar mais rápido ainda? Gasparini diz que o plano é entregar cada vez em tempo menor. “Também vamos ter a entrega em uma hora, mas por enquanto queremos expandir o same day”, conta. “Essa mudança parece simples, mas é gigantesca. Imagina que o cliente escolha receber na próxima hora e por algum motivo atrasa. Esse cliente não quer esperar um dia para solucionar. Tem toda uma cadeia que precisa ser alterada para entregar em uma hora, não é uma mudança simples de ser implantada.”

Quem faz as entregas do same day? A logística de entrega é coordenada pela AsapLog, que distribui os pedidos para motoristas de carros de passeio ou vans. Esses motoristas são autônomos e ganham por tempo e distância rodados. “Tem moto, tem van, tem carro de passeio. Na pandemia, vimos muitas vans escolares fazendo entregas”, afirma o executivo.

Os pedidos do marketplace também chegam no mesmo dia? Por enquanto, não. A Via entrega no mesmo dia pedidos do estoque próprio das lojas. Mas há planos de incluir mercadorias do marketplace no segundo semestre.

“A entrega rápida exige uma mudança na forma de abastecimento da loja. Preciso ter o estoque certo para atender a venda on-line e a off-line. Tenho que ter o sortimento correto de acordo com o que a clientela daquela região pede”, afirma Gasparini.

Rede de varejo Havan lança serviço de super entrega em até 24 horas

Novidade está em fase de testes na loja matriz, em Brusque (SC) e na filial de Maringá (PR).
Os clientes da rede de varejo Havan agora poderão fazer suas compras pelos canais digitais e receber seus produtos em até 24 horas com a Super Entrega Havan. A novidade está em fase de testes na loja matriz, em Brusque (SC) e na filial de Maringá (PR), e o objetivo é ampliar para toda a rede de megalojas do Brasil.

O gerente de Desenvolvimento e Digital da Havan, Eder Varela, explica que a novidade é baseada na metodologia crowdshipping, que se trata de um sistema colaborativo de entrega de produtos cujo objetivo é minimizar os custos envolvidos e o tempo de entrega.

“Desenvolvemos um aplicativo que irá centralizar os motoristas que farão as entregas. Neste primeiro momento, estamos selecionando os participantes, mas numa fase seguinte abriremos para todos os interessados”, diz. Entre as exigências, os entregadores precisarão ter CNPJ.

Além da agilidade e praticidade de receber o produto em poucas horas, o head de Last Mile da Havan, Anderson Mendes, destaca que uma das vantagens do serviço é o valor da entrega, que foi fixado em R$ 14,90 para estas duas megalojas que operam na fase inicial.

“A proposta é que a taxa seja competitiva também no restante do Brasil, pois todas as 160 megalojas Havan estão conectados ao sistema ship from store, que torna as lojas pontos de estoque da rede de distribuição omnichannel“, ressalta.

Atualmente, os clientes já fazem compras no site, aplicativo e no Zap Havan e podem escolher a loja mais próxima para fazer a retirada do produto com o Retira Fácil ou escolher entrega e a loja com o melhor prazo fará a entrega do produto.

Amazon compra mil caminhões autônomos para agilizar entregas

Amazon está considerando investir em caminhões sem motoristas. A gigante do comércio eletrônico comprou 1.000 sistemas de direção autônoma da Plus.ai, startup com sede na Califórnia, nos Estados Unidos, que trabalha com inteligência artificial (AI) e robotização de veículos.
De acordo com a Bloomberg, a Amazon está tão interessada na tecnologia que também está considerando comprar uma participação de 20% da Plus – um movimento que pode inovar ainda mais em como a empresa realiza a entrega dos seus produtos ao redor do mundo.

A “garantia” dá à Amazon o direito de comprar ações da Plus a um preço fixo de US$ 0,46647 cada por um período de tempo especificado, o que equivale a cerca de 20% das ações em circulação antes da fusão planejada com a SPAC Hennessy Capital Investment Corp.

Segundo o Olhar Digital, a junção das empresas tem como objetivo ingressar na bolsa de valores, mas contornando o procedimento burocrático de oferta pública inicial (IPO).

Com o apoio da Sequoia Capital, da China, a startup desenvolve tecnologias de direção autônoma para caminhões desde 2016, quando foi fundada por um grupo de ex-alunos da Universidade de Stanford. A Plus é financiada por investidores de várias empresas chinesas, como a Shanghai Automotive Industry Corp, a GSR Ventures Management e a transportadora Full Truck Alliance.

Além disso, a startup colabora com a fabricante europeia Iveco e com a Cummins na criação de um sistema que introduza perfeitamente a tecnologia de piloto automático em caminhões movidos a gás natural.

Com a entrada da Amazon, a Plus espera receber cerca de US$ 500 milhões, incluindo US$ 150 milhões de uma oferta PIPE (investimento privado em ações públicas). Ao todo, o negócio fará com que a startup seja avaliada no mercado em, aproximadamente, US$ 3,3 bilhões.

Caso o negócio com a Plus for aprovado, seria o exemplo mais recente da Amazon apostando na tecnologia de veículos autônomos.

Varejistas reduzem prazos de entrega para compras on-line

Magalu dá prazo de até uma hora e a Americanas busca operação em poucos minutos.

Depois da entrega em até 48 horas das compras on-line, e do “same day”, com remessas no mesmo dia, as varejistas avançam agora no envio em até 60 minutos. O Magazine Luiza anunciou na última segunda-feira (21), o início da entrega de produtos comprados em site ou aplicativo no prazo de até uma hora (após a compra) em onze cidades, incluindo São Paulo.

Ainda nesta última segunda-feira, a Americanas, formada da união da B2W e Lojas Americanas, disse que em termos logísticos, a prioridade para 2021 é o modelo “ultra fast delivery”, que realiza entregas em poucos minutos. “O objetivo é avançar nessa frente com a expertise e tecnologia da Shipp, startup de delivery on demand que adquirimos em abril deste ano”, informou em 21de junho em nota.

Em ambos os casos, isso é possível por meio do uso das lojas físicas como central de armazenamento dos produtos adquiridos no on-line – movimento que começou nas empresas há cerca de três anos. O Mercado Livre, apesar de não ter pontos físicos, tem parcerias com estabelecimentos que funcionam como área de entrega e retirada de mercadorias em algumas áreas. A empresa também encurtou prazos de entrega de um ano e meio para cá, após reduzir dependência dos Correios, e tem feito envios em até 24 horas em certas praças, como São Paulo e Salvador (BA).

No caso do Magazine, além das 11 cidades, outros dez municípios estão em teste para integrar essa lista. Nesta fase, 75 lojas funcionarão como centro de estocagem de mercadorias para as entregas, que podem ser feitas por motos e carros de passeio, mas a ideia é aumentar esse número de pontos – a rede tem 1,3 mil unidades. Será usada a estrutura da transportadora Logbee, braço próprio da rede, e da empresa de delivery AiQfome, também do grupo, para atender essa demanda.

A empresa ainda começa após agosto a entrega de produtos comprados dos vendedores do “marketplace” (shopping virtual) em até 24 horas. Também será testado, a depender da evolução do nível de serviço, o envio em até uma hora de produtos armazenados pelos vendedores nessas lojas.

“Entre 70%, 80% e 90% da operação do ‘ship from store’ [venda on-line de itens da loja] já acontece nessa modalidade em até uma hora”, disse na última segunda-feira (21), Luis Fernando Kfouri, diretor de operações logísticas do Magazine.

O principal foco nesse tipo de operação está em manter equipe disponível nas lojas no horário certo, porque a equipe de entrega precisará estar já no ponto ou próximo para conseguir entregar no prazo. Além disso, é preciso ter, por exemplo, motoboys disponíveis na loja com movimento maior em determinado dia, o que exige controle do processo de venda e entregas.

Sobre isso, a empresa diz que esses ajustes foram feitos durante o teste piloto, e que há lojas já identificadas que justificam manter uma equipe no local porque o volume de envios é mais alto, e, além disso, a empresa deve utilizar os entregadores da AiQfome em horários de menor pico na entrega de restaurantes para atender as lojas.

Para que o sistema funcione, a empresa delimita um raio de segurança da loja até a casa do consumidor, entre 5 e 7 quilômetros, para que consiga fazer a entrega. Em certos casos, pode ampliar esse raio se o sistema verificar a possibilidade de cumprir o prazo.

Entre as capitais com lojas que começam nesse projeto estão São Paulo, Salvador, Belém, Recife, Fortaleza, Maceió, Aracaju, João Pessoa, Teresina. Ainda fazem parte do grupo Campina Grande (PB) e Ribeirão Preto (SP). Numa segunda fase entram Goiânia, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília. Não há adicional de frete para esse envio mais rápido.

Ainda sobre o assunto, a Americanas informou no último dia 21, em nota que as lojas físicas do grupo registraram um crescimento de 353% do serviço de retirada de pedidos on-line nas mais de 1.700 unidades da rede. E a aceleração das iniciativas de entrega rápida totalizaram 2,1 milhões de entregas em até 3 horas no primeiro trimestre em cidades (incluindo todas as capitais). “Muitas entregas acontecem antes desse prazo, em até 1 hora”.

Gigantes do varejo disputam dia a dia entrega internacional no Brasil

Nas últimas semanas, AliExpress, Amazon e Americanas anunciaram prazos menores.

Há uns bons anos os brasileiros descobriram as dores e as delícias de se comprar produtos diretamente da China. Anúncios de sites do país asiático invadiram as redes sociais, oferecendo de utensílios de cozinha a vestidos de noiva, e muitos consumidores se renderam aos preços extremamente baixos em troca de prazos de entrega bem menos interessantes, que chegavam a eternos 60 dias. Atualmente, o que antes era desvantagem tem se tornado o principal atrativo da disputa de gigantes do varejo eletrônico pelo consumidor brasileiro que quer fazer compras internacionais.

Em pouco mais de um mês, as internacionais AliExpress e Amazon, além da brasileira Americanas, anunciaram estratégias ambiciosas para conquistar esse cliente. A tacada mais recente acaba de ser dada pelo AliExpress, que reduziu de 12 para até 7 dias o prazo de entrega para encomendas internacionais. Os 12 dias haviam sido prometidos em maio. Apenas um dia depois, a Amazon mostrou que está disposta a entrar na briga para valer e garantiu entregas em até 11 dias.

“Esse movimento mostra o aumento drástico do apetite das empresas, que estão se estruturando para conquistar mais espaço no mercado local. Evidencia, também, como o Brasil entrou no radar dessas gigantes”, avalia o COO da Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita, colunista do portal Mercado&Consumo.

Gigantes do varejo disputam dia a dia entrega internacional no Brasil

Ampla experiência logística

Segundo a AliExpress, que pertence ao Grupo Alibaba, o prazo menor é possível graças à experiência logística da companhia, que atualmente opera cinco voos fretados por semana para o Brasil. Um sexto voo semanal está em processo de implementação. A empresa também investiu em tecnologia Big Data para identificar as diferentes compras que um usuário faz no marketplace, em múltiplas lojas, e reuni-las todas em um só pacote.

“O AliExpress é, desde sua origem, uma empresa criada para o comércio online internacional, conectando com nossa tecnologia e infraestrutura fabricantes e consumidores ao redor do mundo, o que nos permite diminuir ainda mais os prazos de entrega no Brasil”, disse, em nota, o country-manager do AliExpress no Brasil, Yan Di.

A empresa esclarece que o prazo de até 7 dias é para a chegada do produto no Brasil. Para acelerar a liberação do produto na alfândega, o AliExpress implementou métodos eletrônicos de checagem de pacotes na entrada no País. O transporte do aeroporto internacional até a residência do usuário é, principalmente, operado pelos Correios – que tem, no máximo, 5 dias para levar a encomenda até a casa do consumidor, em regiões como os municípios da Grande São Paulo.

A dependência de prestadores de serviço locais é, ainda, um fator de peso, avalia Yamashita. “Por não ter operação logística no Brasil, o AliExpress ainda depende de serviços já instalados aqui na última milha. Nesse sentido, Mercado Livre, Magalu, Via, B2W e outras empresas regionais ainda contam com uma vantagem competitiva importante.”

Também recentemente, a Americanas, da B2W, anunciou a operação de cinco voos semanais diretos de Hong Kong, na China, ao aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, reduzindo o prazo máximo de entrega desta frente de negócios de 21 para 11 dias para produtos.

Lançada em março de 2019, a Americanas Mundo – operação de cross border da marca – criou uma nova frente de crescimento para a companhia. O sortimento compreende 50 milhões de itens importados de China, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Uruguai, além de países da Europa.

Gigantes do varejo disputam dia a dia entrega internacional no Brasil

Operação com excelência

No caso da Amazon, as mercadorias vêm dos Estados Unidos e a empresa anunciou, como diferencial, uma modalidade de frete gratuito para compras internacionais a assinantes do serviço Prime, que cobra R$ 9,90 para acesso a catálogo de filmes, música e frete gratuito. A empresa criou uma tecnologia que conecta os centros de distribuição brasileiros com a operação americana.

Eduardo Yamashita destaca que, nesse cenário de concorrência e dependência de players nacionais, a AliExpress, ainda assim, conta com uma vantagem importante. “O Alibaba tem um know how enorme em estruturação logística no mundo. O que a empresa fez na China e no mercado asiático é algo que nem A Amazon conseguiu fazer. Ela comprou a Cainiao, a maior empresa logística do mundo, um grande case de sucesso. A complexidade logística da China é maior do que a brasileira, mesmo assim, eles operam com excelência nesse mercado.”

FedEx vai testar entrega de encomendas com startup de robôs Nuro

A FedEx e a companhia de robótica Nuro anunciaram na última terça-feira (15), acordo para teste de veículos autônomos na entrega de encomendas da companhia norte-americana, começando com um programa piloto em Houston.

As companhias vão testar cenários de entrega com os veículos de baixa velocidade e autônomos da Nuro, disse Cosimo Leipold, chefe de parcerias da startup.

“Em vez de enviarmos um motorista para pegar os pacotes, um aparelho como os da Nuro pode ser super útil”, disse Rebecca Yeung, vice-presidente de tecnologias avançadas e inovação da FedEx. Ele considerou a parceria FedEx/Nuro como “muito séria e de longo prazo”.

Os veículos da Nuro já estão fazendo entregas para a rede de supermercados norte-americana Kroger e para a cadeia de pizzarias Domino’s na região de Houston, Texas. A Nuro continua testando sua tecnologia no Estado do Arizona.

A Nuro, cujo robô R2 tem espaço para entrega de carga, mas não para um motorista, levantou no ano passado 500 milhões de dólares em financiamento.

Em um projeto separado, a FedEx está usando um robô menor da Deka Research & Development, chamado de “Roxo”, para entregas de mesmo dia em Plano, no Texas.

Já a rival UPS está centrando esforços de entrega autônoma de encomendas em drones.

A UPS encomendou vans elétricas da britânica Arrival. Estes veículos são equipados com sensores e câmeras que gradualmente permitirão uso de recursos autônomos, mas ainda precisam de motorista humano.

O transporte de pessoas por táxis autônomos tem se mostrado mais difícil e caro do que a entrega de encomendas e comida.

Como resultado, companhias de logística estão explorando formas de lançar a tecnologia em rotas previsíveis e mais simples, incluindo em rodovias.

Mercado Livre estreia em entregas no mesmo dia em SP, Salvador e Florianópolis

O Mercado Livre anunciou nesta segunda-feira (14), que passa a operar o serviço de entrega de encomendas no mesmo dia para região da Grande São Paulo e das regiões metropolitanas de Florianópolis (SC) e Salvador (BA).

Segundo a companhia, o serviço vale para compras a partir de 79 reais feitas até às 11h da manhã de produtos sinalizados na plataforma. A opção vale de segunda-feira a sábado.

Segundo o diretor de Transportes do Mercado Envios no Brasil, Luis Perera, o serviço de entrega no mesmo dia, que na saída envolverá cerca de 10 milhões de produtos, incluindo itens de supermercado, deve ser estendido nas próximas semanas.

“Nossa expectativa é que até julho mais de 20% dos CEPs de compradores de todo o Brasil sejam atendidos com entregas neste formato”, afirmou Perera em nota.

Para dar suporte a essa categoria de entregas, a companhia vai ampliar sua frota com mais 600 vans para operar o serviço chamado de última milha.

O movimento vem três meses após o portal, que afirma ter cerca de 70 milhões de usuários ativos e 12 milhões de vendedores na América Latina, ter anunciado plano de investir 10 bilhões de reais no Brasil em 2021, boa parte disso em logística para reduzir os prazos de entrega.

C&A vai usar caminhão elétrico para entregas em lojas de São Paulo

Companhia prevê expandir projeto com a compra de novos veículos.

A C&A Brasil vai começar a usar um caminhão elétrico para levar produtos do Centro de Distribuição Tamboré, em Barueri (SP), para lojas da Região Metropolitana de São Paulo. O projeto foi desenvolvido com a Soluciona Logística e começa a ser testado no próximo trimestre.

Com a iniciativa, o foco da empresa é na redução das emissões de gases de efeito estufa. A companhia prevê expandir o projeto com a compra de novos veículos, ampliação de rotas e regiões até o final de 2021.

Com capacidade para quatro toneladas, o caminhão elétrico realizará dois circuitos diários: do Centro de Distribuição até as lojas correspondentes à sua rota e vice-versa. O veículo tem autonomia para rodar, em média, 200 quilômetros com uma única carga de bateria e sua recarga será realizada todas as noites no próprio CD da varejista.

Para o CEO da Soluciona Logística, Toni Trajano, investimentos como esse elevam as oportunidades do negócio e contribuem para soluções cada vez mais sustentáveis.

O diretor de Supply Chain da C&A Brasil, Alan Yarschel, complementa: “A vantagem de utilizarmos este tipo de serviço é a drástica redução de emissão de poluentes no meio ambiente, pois um caminhão elétrico não emite CO2. A médio prazo, queremos ampliar o número de veículos elétricos, além de implantar outras soluções de logística verde na operação. Estamos empenhados em construir uma moda com impacto positivo e, por isso, garantir devemos realizar novos investimentos para alcançarmos este objetivo.”

Outras iniciativas mais sustentáveis 

No começo deste ano, a C&A Brasil anunciou a construção de duas usinas solares no País em parceria com a Faro Energy – empresa que realiza investimentos em projetos de energia solar distribuída e eficiência energética no Brasil. Com previsão de entrega no segundo semestre de 2021, as usinas abastecerão, incialmente, 11 lojas da varejista localizadas no Rio de Janeiro e em Brasília por dez anos, com possibilidade de prorrogação de contrato por mais uma década e ampliação no número de unidades a receber energia limpa.

Com o uso de energia solar proveniente das usinas, anualmente a C&A Brasil evitará a emissão de 1,8 mil toneladas de CO2, montante equivalente ao plantio de 11 mil árvores ou menos mil veículos, com média de 12 mil quilômetros rodados cada, circulando pelas estradas brasileiras. A varejista estima ainda uma economia potencial de cerca de R$ 20 milhões até o final do contrato, além dos ganhos ambientais, como redução das emissões dos gases de efeito estufa e a obtenção de energia renovável.