Frete rodoviário registra maior alta desde fevereiro de 2021, segundo índice da FRETEBRAS

Após sucessivos aumentos no diesel, o preço do frete rodoviário finalmente começa a dar indícios de alta – ainda que sem acompanhar a escalada de preço do combustível. Os dados são da edição de maio do Índice Fretebras do Preço do Frete (IFPF). Entre maio de 2021 e maio de 2022, o custo do transporte por quilômetro rodado por eixo atingiu alta recorde de 3,79%, desde fevereiro de 2021 quando o índice começou a ser divulgado, enquanto o preço do diesel S500, no mesmo período, subiu 53,11%.

Com a nova alta de 14,26% anunciada em 17 de junho pela Petrobras, a expectativa da Fretebras é que os caminhoneiros autônomos intensifiquem as negociações dos fretes, para tentar compensar a escalada no custo do transporte.

No dia 17 de junho, a Fretebras realizou uma enquete com mais de 1.300 motoristas. O resultado apontou que 54,9% dos respondentes afirmou ser favorável à greve nos próximos três meses, após nova alta no combustível. Ainda mais, 44,8% dos participantes dizem que consideram deixar a profissão em breve, pelo mesmo motivo.

Segundo o diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad, apesar das iniciativas do Governo Federal de gerar mudanças positivas, como o teto do ICMS e a redução do gatilho nos ajustes da tabela de preço mínimo, o principal fator que influencia no valor dos fretes é a lei de oferta e demanda. “Se os caminhoneiros não aceitarem mais viajar a um preço que não compensa, naturalmente o valor do frete vai aumentar. Está nas mãos dos próprios caminhoneiros a força para influenciar o preço no curto prazo, mas para isso eles precisam saber calcular bem os custos do trajeto”, explica.

O executivo destaca que o cenário representa desafios na rotina dos caminhoneiros, que precisam avaliar diariamente para optar por fretes que sejam vantajosos.

“Nós entendemos a real dificuldade do caminhoneiro em fazer o cálculo dos gastos. Por isso, incluímos no nosso aplicativo uma calculadora de custo do frete que permite a qualquer motorista saber a despesa do trajeto antes de negociá-la. Outro fator que dá mais poder de negociação para o motorista é ter muitos fretes à disposição. Nós notamos que nossos caminhoneiros parceiros têm rodado com mais lucro, justamente porque podem escolher entre milhares de fretes que temos disponíveis na nossa plataforma. É um reequilíbrio na balança das negociações.” – Bruno Hacad, diretor de Operações da Fretebras.

De abril para maio de 2022, o aumento do preço do frete foi de apenas 0,98%, e o preço do diesel subiu 3,67%, reforçando essa disparidade entre os reajustes.

Os dados que compõem o Índice Fretebras de Preço do Frete (IFPF) têm base na análise de 4 milhões de fretes cadastrados até maio de 2022. A plataforma possui mais de 700 mil caminhoneiros cadastrados e 18 mil empresas assinantes, com fretes que cobrem 95% do território nacional. Foram analisados também os preços de combustíveis publicados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), principal índice de preço de combustíveis no Brasil.

SUDESTE E SUL REGISTRAM MAIORES ALTAS NO PREÇO DO FRETE
Os dados do IFPF mostram que o valor médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil foi de R$ 1,02, em maio. As regiões Sudeste e Sul apresentaram o quilômetro por eixo mais caro no período, ficando em R$ 1,04 e R$ 1,03, respectivamente. Os valores mais baixos foram registrados no Norte e Nordeste, onde o frete custava R$ 0,99.

Na comparação entre maio do ano passado e maio deste ano, a maior alta no preço do frete foi registrada no Sudeste, que aumentou 7,20%. A região Sul apareceu logo em seguida, com alta de 4,10%. Segundo a empresa, as altas são indícios de que o mercado começa a fazer o repasse do aumento dos custos. O Norte e Nordeste, por sua vez, viram o preço médio do frete por km rodado por eixo cair 8,44% e 2,13%, respectivamente, no comparativo anual.

De abril a maio de 2022, a região Norte registrou o maior aumento (7,76%), seguida do Centro-Oeste (2,06%). Nas demais regiões, o preço ficou praticamente estável.

AGRONEGÓCIO TEM OS FRETES MAIS CAROS
O índice da Fretebras levanta dados dos setores que mais movimentam a economia brasileira. A pesquisa mostra que os fretes do agronegócio foram os mais altos registrados em maio de 2022, sendo fixados em R$ 1,03 por km rodado por eixo. Logo em seguida aparecem os fretes de produtos industrializados, que chegaram ao valor médio de R$ 1,02. Por fim há os fretes de insumos para construção, que ficaram em R$ 1,01 por km rodado por eixo.

Na variação anual, os fretes para produtos industrializados registraram aumento de 4,17%. No agronegócio, o valor dos fretes aumentou 3,92%. Já os fretes de insumos para construção subiram 1,31% em comparação com maio de 2021.

Quando comparados os dados de abril a maio de 2022, o setor de construção civil teve aumento de 2,29%. Os fretes de produtos industrializados registraram alta de 1,13%. Já no agronegócio houve queda de 0,04% no valor do frete.

Fonte : https://revistamundologistica.com.br/noticias/frete-rodoviario-registra-maior-alta-desde-fevereiro-de-2021-segundo-indice-da-fretebras

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Frete ficará 5% mais caro com reajuste do diesel pela Petrobras (PETR4), diz associação

Com o recente reajuste da Petrobras (PETR4), que passou a valer já neste sábado (18), o frete deve encarecer cerca de 5%, no mínimo.

O prognóstico é da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que representa 15 mil empresas de transportes, que também informou que o preço do frete deve ser reajustado ‘emergencialmente’.

A entidade destacou a importância das empresas transportadoras negociarem a inclusão nos contratos antigos e sugere colocar, nos novos contratos, um gatilho para os aumentos do diesel.

De acordo com a entidade, no acumulado do ano a alta do diesel variou em média 28,93% nas bombas de abastecimento. Nos últimos 12 meses, entre junho de 2021 e julho de 2022, a variação média é de 52,69%.

A associação tem como objetivo subsidiar as empresas do setor de transporte quanto à variação do preço do combustível, especificamente do diesel, e o impacto desse para o custo das companhias.

“Desde que a Petrobras passou a realizar ajustes nos preços dos seus produtos a qualquer momento, inclusive diariamente, vem desafiando muito a rotina e manutenção das empresas transportadoras, quanto ao repasse desse custo para os embarcadores (clientes)”, afirmou a NTC&Logística em nota.

Na última sexta-feira a Petrobras anunciou reajuste de 14,26% no preço do diesel, após 39 dias congelado, que passou a valer no sábado, 18. Também elevou o preço da gasolina em 5,2%, após quase 100 dias inalterado.

A entidade destacou que, nos últimos doze meses, os insumos do transporte rodoviário de cargas vêm sofrendo grande pressão, com os fornecedores das empresas de transporte ajustando os seus custos de produção e, consequentemente, repassando essas pressões para os transportadores.

Os custos, segundo a associação, subiram mais de 30% para alguns equipamentos nos últimos doze meses.

“É imprescindível para manter a contento a saúde financeira das empresas transportadoras que sejam repassados de forma imediata o acumulado dos aumentos de combustível, até porque este é um custo relevante e que não há formas de reduzi-lo pelo lado do consumo (as que existem já foram adotadas)”, ressaltou a NTC&Logística.

Entenda o reajuste no diesel da Petrobras
Ainda na sexta (17) a estatal anunciou que o valor da gasolina teria reajuste de 5,2% e diesel, de 14,2%. Assim, a gasolina passa a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias da estatal, e o diesel, R$ 5,61 o litro.

O comunicado da Petrobras afirma que o reajuste é decorrente da defasagem em relação ao preços no mercado internacional, seguindo a alta do petróleo e refletindo maior demanda e o fechamento de refinarias em meio à guerra no leste europeu.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), para alinhar o preço interno com o praticado no Golfo do México, de onde sai a maioria das cargas, o aumento deveria ser de R$ 0,57 para a gasolina e R$ 1,37 para o diesel, diante de defasagens de 13% e 21%,respectivamente.

No mesmo dia, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou o aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras, mas culpou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pela alta de preços, já que ele manteve a política de paridade de importação (PPI) da companhia, implantada pelo governo Michel Temer em 2016.

Bolsonaro, por sua vez, criticou o reajuste, entoando suas últimas críticas à companhia, que tiveram seus lucros rotulados como ‘exagerados’ em falas recentes.

“O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, disse Bolsonaro sobre o reajuste que deve encarecer o frete.

Fonte : https://www.suno.com.br/noticias/alta-do-diesel-frete-petrobras-petr4/

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“Minas Gerais é o estado do Sudeste que o e-commerce mais cresceu em 2021”, diz Marcelo Osanai da NielsenIQ EBIT

O comportamento de consumo acelerado devido ao isolamento social e fechamento das lojas físicas nos últimos anos impulsionou o e-commerce em todo o Brasil. Para os profissionais do setor, essa informação não é exatamente uma novidade, mas o relatório Webshoppers 45 elaborado pela NielsenIQ|Ebit, comprova: as vendas no digital cresceram 27%, com faturamento de R$ 182,7 bilhões na comparação com 2020.

A pesquisa também aponta que entre as regiões que mais contribuíram para o GMV no País, o Sudeste é a que se destaca, pois representa 58% do crescimento do e-commerce. Até aí, nada de novo também. No entanto, talvez o mercado não saiba que, quando se observa a variação do faturamento, Minas Gerais foi o estado de maior importância.

“Minas Gerais é o estado do sudeste que o e-commerce mais cresceu em 2021. Cresceu acima da média do Sudeste, aumentando 27% na variação nominal de GMV, com um faturamento de 17,8 bilhões”, afirma Marcelo Osanai, Gerente Comercial da NielsenIQ EBIT, durante a Conferência E-Commerce Brasil – Encontro de Líderes, realizada nesta quarta-feira, 9, em Belo Horizonte.

Em sua palestra, Osanai mostrou que os outros estados tiveram uma variação nominal menor: São Paulo com 21% de aumento no faturamento e Rio de Janeiro e Espírito Santo com 15%.

A variação mais significativa no faturamento de Minas Gerais em 2021 ante 2020 pode ser explicada pelo número de pedidos (38,8 milhões), que também subiu  22% em relação a 2020. São Paulo vem em seguida, com crescimento de 15%, logo depois está o Rio de Janeiro, 9%, e Espírito Santo, sem variação.

Categorias

Em um olhar mais atento, Osanai também mostrou que 19% do crescimento de Minas Gerais vem da categoria de Eletrodomésticos, acompanhando a estimativa nacional. No entanto, ele chama atenção para categorias menos populares.

“Destaquei os crescimento de GMV em altos níveis nominais as categorias de Alimentos e Bebidas (63%), Construção e Ferramentas (48%) e Automóveis (45%). Isso mostra que temos oportunidade de crescimento através das principais categorias de consumo, entretanto, o que está impulsionando o crescimento de Minas são categorias nem tão tradicionais assim”.

Frete grátis e forma de pagamento

Muito parecido com a tendência nacional, o frete grátis é bastante relevante para os mineiros, com crescimento de 14 pontos percentuais versus 2020, com representatividade de 47%.

O cartão de crédito continua sendo o meio de pagamento mais utilizado no estado, sendo 67% das transações no último ano. Em segundo lugar vem o boleto bancário (23%) e a curiosidade é que, diferente da adesão vista em outros lugares do Brasil, o Pix não é tão forte em Minas (3%). “Um fato curioso é que o Pix no e-commerce não foi usado muito por aqui, enquanto nacionalmente essa ferramenta tem crescido nos últimos tempos”, finaliza.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/minas-gerais-cresce-e-commerce/

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Sea, dona da Shopee, faz alerta sobre riscos da inflação para o e-commerce

Como a Sea enfrenta uma perspectiva de crescimento mais fraca, está reorientando a expansão nos principais mercados do Sudeste Asiático, Taiwan e Brasil

O grupo de tecnologia Sea, com sede em Cingapura, anunciou na última terça-feira (17), que a inflação e o aumento das taxas de juros podem representar “incertezas” para seus negócios de comércio eletrônico, à medida que os consumidores retornam às lojas físicas após o relaxamento das restrições do covid-19.

A empresa de jogos on-line e comércio eletrônico listada em Nova York registrou um prejuízo líquido de US$ 580 milhões no trimestre de janeiro a março, aumentando em relação aos US$ 422 milhões no mesmo trimestre do ano passado, uma vez que continuou a gastar agressivamente em marketing.

A receita do grupo foi de US$ 2,89 bilhões, um aumento de 64% no ano, graças ao crescimento da receita em todas as suas linhas de negócios.

Os resultados da Sea ocorrem quando as ações de tecnologia que cresceram durante a pandemia perdem parte de seus ganhos em todo o mundo com a reabertura das economias. A Sea não é exceção. A venda massiva de ações eliminou cerca de 80% de seu valor de mercado de seu pico em outubro do ano passado.

Os temores de inflação e recessão na região podem complicar o caminho da empresa de volta ao lucro ao enfraquecer os gastos.

“As atuais microtendências e incertezas podem afetar nossa região e o mundo no curto e médio prazo”, disse o executivo-chefe (CEO), Forrest Li, em uma teleconferência.

O grupo de tecnologia desfrutou de um “boom” durante a pandemia, quando houve um grande afluxo rumo aos seus serviços digitais. As vendas no ano passado mais que dobraram em seu negócio de comércio eletrônico Shopee.

O forte crescimento da Sea veio por trás de grandes gastos com marketing e recompensas para ganhar uma fatia de mercado maior no Sudeste Asiático, onde rivais como GoTo – uma fusão entre Tokopedia e Gojek – competem por usuários. Também expandiu seus negócios de comércio eletrônico para a América Latina e Europa durante a pandemia.

Desde o trimestre de outubro a dezembro, no entanto, a Sea perdeu força nas vendas e engajamentos on-line à medida que mais economias asiáticas emergem da pandemia. Nos primeiros três meses de 2022, os usuários ativos trimestrais em jogos on-line caíram para 615,9 milhões, recuando pelo segundo trimestre consecutivo.

Em março, a Sea previu receita de entretenimento digital entre US$ 2,9 bilhões e US$ 3,1 bilhões para todo o ano de 2022, abaixo dos US$ 4,3 bilhões do ano passado. Esperava-se que o crescimento das vendas de seus negócios de comércio eletrônico caísse pela metade, para cerca de 76% este ano a partir de 2021.

Desde então, a pressão inflacionária se fortaleceu em Cingapura e nos países vizinhos do Sudeste Asiático.

Na terça-feira, a Sea ampliou a previsão de vendas de comércio eletrônico de US$ 8,5 bilhões para US$ 9,1 bilhões, dos US$ 8,9 bilhões anteriores para US$ 9,1 bilhões. “Ainda achamos que a previsão original é potencialmente alcançável para nós, mas dadas as tendências econômicas, queremos ser cautelosos”, disse Yanjun Wang, diretor corporativo da Sea.

Como a Sea enfrenta uma perspectiva de crescimento mais fraca, está reorientando a expansão nos principais mercados do Sudeste Asiático, Taiwan e Brasil. Em março, a Sea saiu de seus negócios de comércio eletrônico na Índia “em vista das incertezas do mercado global”, após uma retirada da França. Ambos foram mercados em que a empresa entrou apenas em outubro.

A concorrência deve aumentar na região depois que a GoTo se tornou pública em abril. “Sempre levamos a concorrência muito a sério”, disse Wang. “Não a vemos como um jogo de soma zero. Vemos como uma maratona, onde nosso sucesso depende de nossa capacidade de execução.”

Sea disse que está “no caminho certo” para o negócio de comércio eletrônico alcançar EBITDA ajustado positivo [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] antes da alocação de custos da sede no Sudeste Asiático e em Taiwan.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/05/18/sea-dona-da-shopee-faz-alerta-sobre-riscos-da-inflao-para-o-e-commerce.ghtml

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Desaceleração da China já afeta o resto do mundo

Por ser grande consumidora de produtos e insumos e exportadora de bens industriais, seus problemas desferem um duplo golpe à economia global.

Durante décadas a China foi um enorme chão de fábrica e mercado para o mundo. Mas agora, com o crescimento econômico do país desmoronando, o problema está se tornando mundial.

Os “lockdowns” impostos para conter a covid-19 estão estrangulando a atividade na segunda maior economia do mundo. A demanda pelas exportações da China está caindo à medida que as economias lutam com o aumento dos preços e das taxas de juros.

Os efeitos da desaceleração da China aparecem em todo lugar, das fábricas alemãs aos pontos turísticos da Austrália. As exportações dos países asiáticos estão caindo com a menor demanda chinesa. Empresas como Apple e General Electric (GE) alertaram os investidores para dificuldades de produção e entrega decorrentes dos problemas da China bem como da queda nas vendas.

As vendas de automóveis na China despencaram, afetando montadoras como BMW, Volkswagen e Tesla. A Tesla vendeu apenas 1.512 carros produzidos na fábrica de Xangai em abril, uma queda de 98% em relação aos mais de 65 mil veículos vendidos em março, segundo dados da Associação dos Carros e Passageiros da China. A Toyota, por sua vez, pediu desculpas por descumprir suas metas de produção, em parte devido aos lockdowns na China. Agora a Toyota espera produzir 700 mil veículos em maio, em vez dos 750 mil planejados anteriormente.

A desaceleração da China tem um duplo impacto na economia global. O país é um grande mercado para os produtos, componentes e matérias-primas do resto do mundo e também a grande fábrica no centro do comércio global.

Isso significa que o enfraquecimento de sua economia é uma má notícia para exportadores de commodities como o Brasil, Chile e a Austrália, que fornecem à China petróleo, cobre e minério de ferro. É também uma má notícia para potências industriais como a Alemanha. A China é um grande mercado para máquinas, automóveis e semicondutores de Taiwan e da Coreia do Sul, além de ser um elo crítico nas cadeias de suprimentos globais de suas companhias.

Trata-se também de uma má notícia para os EUA, onde a inflação em alta reduz o poder de compra das famílias. O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Jerome Powell, alertou na semana passada que, junto com a guerra na Ucrânia, os problemas econômicos da China poderão agravar a pressão inflacionária nos EUA se impedirem a normalização das cadeias de suprimentos que são cruciais para esfriar a inflação.

“Todo mundo está exposto”, diz Carlos Casanova, economista sênior para a Ásia da Union Bancaire Privée de Hong Kong. “O que quer que aconteça na China afeta o crescimento mundial.”

Em 2021 a China respondeu por 18,1% do PIB mundial, segundo o Fundo Monetário Internacional, atrás dos 23,9% dos EUA, mas à frente do bloco da União Europeia (UE), com 17,8%. Responde por quase um terço da produção industrial global, segundo dados da Nações Unidas de 2020. A economia chinesa cresceu num ritmo modesto no início do ano, mas os dados de março e abril apontam uma grande desaceleração.

A política de tolerância zero de Pequim para conter os surtos de covid-19 levou a lockdowns rígidos em centros industriais como a província de Jilin, no nordeste, e megacidades como Shenzhen e Xangai. Os controles rígidos mantiveram milhões de pessoas dentro de casa, fecharam fábricas e lojas e prejudicaram o transporte, aumentando a pressão sobre a economia, já pressionada por uma crise imobiliária e pela repressão regulatória sobre setores como o de tecnologia e educação.

Dados da balança comercial desta semana mostraram um fraco crescimento das exportações chinesas em abril, com os lockdowns trimestre em relação ao primeiro e um aumento do desemprego. Autoridades chinesas prometeram reavivar o crescimento com grandes gastos em projetos de infraestrutura, mas muitos economistas não acreditam que o governo ou o banco central conseguirão fazer muito para estimular a economia, enquanto mantiverem a estratégia de “covid-zero”.

“As autoridades chinesas anunciaram uma flexibilização para evitar uma desaceleração do crescimento – mas ainda não agiram totalmente nesse sentido”, disseram economistas do BlackRock Investment Institute, divisão de análises de investimentos da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, em nota para clientes.

A Apple disse recentemente que os lockdowns na China poderão lhe custar entre US$ 4-US$ 8 bilhões em vendas perdidas por causa dos problemas na cadeia de suprimentos. A GE disse que sua divisão de cuidados com a saúde enfrenta problemas de produção e entrega por causa dos lockdowns.

No Japão, a Sony e a Nintendo disseram na terça-feira que as limitações de suprimentos ligadas à China afetarão a produção de seus consoles de videogames. Segundo a Sony, as restrições contra a covid-19, incluindo o lockdown em Xangai, tornaram mais difícil para as empresas presentes na China fabricar e despachar peças usadas em suas máquinas.

Na Austrália, a Fortescue Metals Group, a quarta maior produtora de minério de ferro do mundo, disse que os lockdowns na China afetaram a demanda por aço e elevaram os custos do transporte de commodities. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, disse que os lockdowns representam um risco de curto prazo para a atividade de construção na China.

Em uma das maiores fazendas de lavanda do mundo na Tasmânia, Austrália, dos cerca de 85 mil visitantes todos os anos antes da pandemia, um número significativo eram chineses. Mas desde a reabertura das fronteiras aos turistas internacionais em fevereiro, poucos visitantes vieram da China.

As exportações de Taiwan e Coreia do Sul para a China em abril caíram 3,9% em relação a março, segundo o Goldman Sachs. A queda mostra como algumas economias asiáticas estão fortemente conectadas ao motor industrial da China, tornando-as especialmente vulneráveis a uma desaceleração.

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que peças e outros insumos chineses respondem por 1,4% do valor das exportações de bens dos EUA para o resto do mundo, na Coreia do Sul, essa participação é de 5,2%, em Taiwan 6,3% e no Vietnã 14,4%.

Na Europa, a produção industrial da Alemanha registrou sua maior queda mensal em março desde o início da pandemia em 2020, refletindo os problemas na China e as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Na semana passada a BMW informou uma queda de 19% no volume de produção nos primeiros três meses de 2022, na comparação anual, citando gargalos globais no fornecimento de componentes e os lockdowns na China. As entregas de veículos para a China caíram cerca de 9% no trimestre.

A fabricante de artigos esportivos Adidas disse que sua receita na China caiu 35% ao ano no primeiro trimestre, enquanto os custos mais altos de fornecimento e frete corroeram sua lucratividade.

“A China é muito importante para nós como mercado”, disse Jörg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da UE na China. Cerca de 900 mil empregos na Alemanha dependem do mercado chinês, enquanto que as empresas alemãs empregam perto de um milhão de pessoas na China.

Wuttke disse acreditar que o pior da ruptura relacionada à covid e aos lockdowns recentes, ainda não foi sentido na Europa, uma vez que as remessas que deveriam ter deixado a China nos últimos dois meses só agora começarão e chegar aos portos europeus.

A intensidade do freio da China sobre a economia global dependerá do quanto ela irá desacelerar. Algumas empresas e economistas esperam ver uma recuperação antes do fim do ano.

Fonte : https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/05/13/desaceleracao-da-china-ja-afeta-o-resto-do-mundo.ghtml

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Setor de fretes e cargas prevê aumento de 3% nos contratos com reajuste do diesel

Após o anúncio da Petrobras de uma alta de 8,9% no preço do diesel para as distribuidoras, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) aponta que o reajuste irá representar um aumento emergencial de pelo menos 3,1% no custo dos fretes no Brasil.

De acordo com a entidade, para manter a saúde financeira das empresas, é imprescindível que seja repassado de “forma imediata” o acumulado das subidas no valor do combustível.

Um levantamento da própria NTC&Logística mostra que o diesel teve um aumento médio de 21,21% nos postos de combustíveis somente neste ano de 2022.

De acordo com o assessor técnico da entidade, Lauro Valdivia, os custos com combustível representam cerca de 30% a 35% dos gastos do setor. E, além da escalada no preço do diesel, o representante cita que as empresas enfrentam o aumento de outros insumos.

“É muita coisa para absorver, os preços de caminhão subiram cerca de 50%, o pneu, 40%, e agora, no meio do ano, têm os gastos com dissídio salarial, que devem ser de cerca de 11%. Isso porque mão de obra representa aproximadamente 25% dos custos das empresas”, aponta Valdivia.

“Então é uma escalada de aumento fora da realidade, é muito difícil para o setor absorver ou até repassar. Você não consegue nem repassar o anterior e já tem outro, a frequência é muito próxima um do outro.”

O assessor destaca ainda que o setor de transporte de fretes e carga está ligado diretamente ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, já que a oferta por serviço depende da produção e consumo de outros setores da economia.

Lauro Valdivia afirma que muitos caminhoneiros autônomos estão largando o setor porque não conseguem lidar com os aumentos suscetíveis de preços.

Para o especialista em transportes da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Transportes), Marcus Quintella, o reajuste terá um impacto inflacionário a médio prazo. Ele alerta que, no fim das contas, o aumento chegará no bolso do consumidor.

“O aumento dos combustíveis cria um problema na cadeia produtiva como um todo. Como o repasse acaba vindo para o consumidor final de uma forma ou de outra, esse acréscimo vai chegar na inflação em um certo espaço de tempo”, aponta Quintella.

O economista reforça ainda que quem mais sofre com esse tipo de alta é o caminhoneiro autônomo, que deve refazer toda composição de custo do frete.

Fonte : https://www.cnnbrasil.com.br/business/setor-de-fretes-e-cargas-preve-aumento-de-3-nos-contratos-com-reajuste-do-diesel/

Q-commerce: uma nova forma de ganhar dinheiro rápido?

As empresas de comércio rápido (q-commerce) são regidas pelo relógio, com algumas entregas promissoras de supermercado em 10 minutos. Mas em um mundo pós-pandemia, o relógio está começando a se esgotar na categoria?

Apenas nesta semana, o fornecedor de mercearia “instantâneo” Send entrou em colapso na Austrália , essencialmente deixando dois jogadores, Milkrun e Voly , lutando pela supremacia. O que aconteceu? O dinheiro acabou. O fundador do Send, Rob Adams, disse ao Sydney Morning Herald que o capital foi fácil de levantar em outubro do ano passado, mas apenas seis meses depois, a posição “era uma história totalmente diferente”. E lançar um negócio de q-commerce é intensivo em capital.

A pioneira em q-commerce dos EUA, a GoPuff , apoiada pelo Softbank , estava analisando um IPO e uma avaliação de US$ 40 bilhões em janeiro deste ano, segundo o New York Post . Mas em março, o IPO estava “morto na água” e os investidores têm lutado para vender suas participações por apenas US$ 15 bilhões. (Ecos do desastre “We Work” do Softbank – onde a avaliação caiu de US$ 47 bilhões esperados para um IPO de US$ 9 bilhões?)

O desempenho de mercado da plataforma de entrega de alimentos DoorDash não ajudou o sentimento dos investidores. Depois de abrir o capital em 2020 e as ações subirem para US$ 245,97 em novembro passado, as ações caíram 60%, para US$ 81,64 no início de maio.

Na Europa Ocidental, os players de q-commerce foram lançados e consolidados em um ritmo vertiginoso. Em setembro de 2021, a Euromonitor contava com 30 empresas competindo no espaço super-rápido e de hiperconveniência, “a maioria das quais foi estabelecida nos últimos 10 meses e… principalmente focada em entregas de supermercado”. A GoPuff comprou a Fancy e a Dija da Grã-Bretanha, depois renomeada como GoPuff para entrar no mercado do Reino Unido. A start-up turca Getir comprou a Weezy, com sede em Londres, e a Blok, de Barcelona, ​​expandindo-se para o Reino Unido e a Espanha. Gorillas de Berlim pegaram Frichti da França. (Parece que se você pudesse encontrar um nome pateta, comprar algumas e-bikes, alugar uma loja de esquina e chamá-la de “microcentro de atendimento”, então você poderia mudar seus negócios rapidamente e ir embora em muito pouco tempo.)

O Delivery Hero da Alemanha , listado na bolsa de valores de Frankfurt, comprou a Glovo da Espanha e, apesar do desempenho razoável, viu sua cotação de 128,30 Euros em novembro de 2021 para 35,04 Euros ao escrever este artigo. Então, por que o mercado azedou, quase tão rapidamente quanto as empresas de q-commerce podem entregar?

Q-commerce: explicações

primeiro ponto é que a verdadeira corrida pelo q-commerce começou em 2020, quando muitas partes do mundo foram bloqueadas pela covid-19. Não há a mesma urgência em comparação ao período de maior isolamento forçado pela pandemia.

segundo aspecto a ser analisado são as circunstâncias econômicas, que mudaram drasticamente nos últimos anos, culminando também no fim da “era do dinheiro barato”. A GeekWire chama isso de “a grande reinicialização das startups” – uma “reavaliação sistemática de capital e risco” em um momento de alta inflação e aumento das taxas de juros. Simplificando, as coisas não são mais o que costumavam valer alguns meses atrás, e o comércio rápido não será mais uma maneira fácil de ganhar dinheiro rápido. Os investidores estarão analisando com mais escrúpulo se uma empresa faz sentido comercial. E para muitos dos negócios de q-commerce, o modelo agora é o crescimento sobre o lucro, à medida que lutam por participação de mercado.

Por fim, as autoridades estão começando a regular os prazos de entrega extraordinários da publicidade. Na cidade de Nova York, um projeto de lei foi proposto para impedir as empresas de promover a entrega em 15 minutos, porque poderia incentivar “motoristas de e-bikes e scooters a se moverem rápido e quebrarem coisas”.

E o futuro?

Ainda assim, quando a poeira baixar, não há dúvida de que algumas plataformas de q-commerce estarão aqui para ficar – provavelmente operadoras globais, os Ubers do mundo q-comm. Os clientes adoram serviços de entrega rápida e suas expectativas continuam aumentando.

Como a McKinsey relatou, 30% dos consumidores esperam que os produtos cheguem no mesmo dia e, sem dúvida, ficam satisfeitos quando a entrega “em breve” diminui para a entrega “agora”. Isso apenas fecha a lacuna entre a disponibilidade instantânea de mercadorias no varejo físico (permitindo a cadeia de suprimentos) e a conveniência do online.

Quais negócios sobrevivem e o que constitui uma janela de entrega aceitável (tanto para o cliente quanto para a empresa) será fascinante. Notoriamente, um cliente na Índia twittou em dezembro passado que recebeu seu pedido em 2,5 minutos.

Tecnologia como robôs e drones ajudarão a economia do q-commerce. E ampliar a oferta para, por exemplo, marca própria e saúde e beleza ajudará as margens (como fez a empresa californiana FastAF ). Novas subcategorias também surgirão, como aconteceu, por exemplo, com o serviço de “medicamentos facilitados” da cidade de Nova York, Capsule.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/q-commerce-uma-nova-forma-de-ganhar-dinheiro-rapido/

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O desafio de entregar a encomenda certa no menor tempo possível

Em um país com as dimensões do Brasil, uma pequena falha na logística pode comprometer toda a operação.

“Basta uma pequena falha na logística e 5 mil funcionários param de trabalhar, à espera de uma peça que não chegou no momento certo”. Com esse exemplo, o vice-presidente de manufatura da Stellantis para a América do Sul, Pierluigi Astorino, dá uma dimensão da importância da cadeia de fornecimento de suprimentos na indústria. O tema foi debatido no painel Desafios e soluções do setor de logística e entregas, que contou ainda com a participação de Joyce Bessa (head de Gestão Estratégica, Finanças e Pessoas da TransJordano), Huber Mastelari (CEO da Lots Group para América Latina) e Márcio Toscano (diretor comercial e de marketing da Autotrac).

Astorino afirma que, diariamente, lida com problemas na linha de produção, por causa da logística. “A crise continua e há interrupções (na montagem)”, diz, referindo-se a falta de componentes, atraso de navios, falta de contêiner, etc. Ele informa que muitos problemas da produção ainda estão relacionados à escassez de semicondutores.

Como a produção trabalha dentro do conceito de “manufatura lean” (mínimo estoque), o fornecimento tem de ser preciso: a peça certa precisa chegar à linha no momento certo. Assim, a logística precisa ser perfeita. Segundo o executivo, qualquer contratempo em algum ponto do trajeto, seja em alfândega ou rodovia, gera tensão. Astorino diz que um dos desafios é achar a forma ideal de utilizar a tecnologia para auxiliar da melhor forma possível o funcionamento de toda a cadeia.

Azeite da salada

Márcio Toscano, da Autotrac (empresa de rastreamento que tem entre seus acionistas o ex-piloto Nelson Piquet), concorda e diz que a tecnologia é o “azeite da salada da logística”;. Mas acrescenta que o importante é saber como utilizá-la.

Ele afirma que, mais do que o uso da tecnologia, é fundamental estabelecer metas a serem cumpridas. De acordo com Toscano, é comum encontrar transportadoras que, mesmo com tecnologia à disposição, ainda usam o método convencional no dia a dia, por razões culturais.

Segundo o executivo, com a adoção de medidas simples, a Autotrac constatou que era possível obter redução de 8% no gasto combustível, apenas corrigindo o modo de condução. Afora a economia de dinheiro (com ganho de tempo e menos paradas para abastecimento), medidas assim também resultam em menor impacto ambiental.

Porém, Toscano constatou que muitas empresas não conseguem colocar em prática os ensinamentos. Como resultado, “o dinheiro se perde pelos dedos”, enfatiza.

Provas de português

Para preparar melhor os motoristas, Joyce Bessa, da transportadora TransJordano, informa que a empresa tem um recrutamento criterioso.  “Nossa seleção envolve até provas de português e matemática”, diz.

Além disso, Joyce afirma que a missão da empresa é qualificar motoristas, trabalho que envolve o monitoramento constante do profissional.  “A correção de erros deve ser feita enquanto ele está dirigindo, e não um mês depois”, afirma, alegando que nesse caso o prejuízo já estaria consumado.

Todo esse trabalho é feito por meio de conectividade com o veículo, e resulta em economia não apenas durante a viagem, mas até posteriormente, na venda do caminhão. “Como nós cuidamos da frota, conseguimos um preço superior na venda.”

Mulheres

Joyce também informa que a transportadora tem incentivado a formação de motoristas do sexo feminino. “Uma pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) constatou que, em 2019, apenas 0,5% de motoristas eram mulheres. Nós temos 10% de mulheres, portanto bem acima da média”, garante.

Apesar disso, a executiva julga que o número ainda é pouco, e investe na formação de profissionais do sexo feminino. “Nós formamos mulheres mesmo sem experiência. Algumas faziam limpeza, outras dirigiam trator. Se elas têm garra, um sonho, nós vamos prepará-las.”

Huber Mastelari, da Lots Group, também informa que a empresa (que faz parte da Scania) tem incentivado a profissionalização de mulheres como motoristas. De acordo com ele, 8,6% do quadro de motoristas é formado por mulheres, média que salta para 25% nas profissionais que trabalham nas bases localizadas na Grande São Paulo.

Além disso, a Lots tem investido muito na condução autônoma. Por meio de satélite, inteligência artificial e georreferenciamento, a empresa tem realizado operações de máquinas sem motoristas em áreas off-road “confinadas”, como mineradoras e fazendas. “Levamos nossas máquinas para operações subterrâneas e dentro de túneis”, garante, locais onde segundo ele não há sinais de telecomunicação.

Mastelari diz que a empresa já testa em uma mineradora na Austrália um caminhão de nível 4 de condução autônoma. Em condições inóspitas, como o ambiente em áreas de mineração, a frota operada a partir de torre de controle, de forma remota, tende a render mais, porque segundo o executivo ela trabalha na velocidade correta e na faixa de consumo ideal. O resultado aparece na economia de itens como pneus, por exemplo. Além disso, a operação é mais produtiva, porque não exige paradas para troca de turno. “A tecnologia não é mais um diferencial, mas sim base para competir”, encerra.

Fonte : https://mobilidade.estadao.com.br/inovacao/o-desafio-de-entregar-a-encomenda-certa-no-menor-tempo-possivel/

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3 pontos a observar na implantação da entrega rápida

Nos dias de hoje, a velocidade de entrega é um diferencial competitivo para o varejo. Observe que envios rápidos são capazes de convencer o consumidor a comprar e, não raramente, ele chega a pagar um pouco mais caro para receber a mercadoria o quanto antes. Sendo assim, podemos concluir que a velocidade de entrega é um benefício percebido pelos clientes e, por causa disso, deve ser explorada ao máximo para maximizar os resultados.

Diferencial competitivo

Uma vez que a agilidade para receber produtos em casa é um diferencial competitivo e convence o consumidor, temos como consequência o fato de que ela acaba convencendo também os investidores. Não sem razão, grandes players do comércio eletrônico têm investido muito em logística, firmando parcerias com logtechs que oferecem soluções extremamente ágeis.

Sempre que uma das empresas de e-commerce, de capital aberto, anuncia novidades, como uma nova e mais ágil modalidade de entrega, o resultado é que suas ações sobem no mercado. Elas ganham força porque mostram que estão mais preparadas para atender o consumidor da forma que ele valoriza.

Além do prazo, há a conveniência da entrega. E-commerces têm expandido parceria com lojas que se comportam como extensões dos Correios. O cliente pode retirar a mercadoria comprada em uma padaria ou em uma loja de materiais de construção perto de casa.

Melhor ainda, havendo necessidade de devolução, basta levar o produto em uma dessas unidades parceiras. É o que se chama de logística reversa. Antigamente, era comum o consumidor fazer esse trâmite em unidades dos Correios. Agora, isso é desnecessário. Essa malha construída com parceiros gera uma conveniência muito grande para o consumidor. Trata-se de uma estratégia interessante para o varejo observar e absorver, um diferencial competitivo que cria vínculo com o cliente.

Desafios

Toda solução, no entanto, gera desafios. E quais são os obstáculos da implementação da entrega rápida e de serviços que facilitam caminhos para os consumidores?

Precificação do carrinho

O primeiro é como o varejista precifica não só o produto, mas também o carrinho, porque, no final das contas, o cliente não paga só pelo produto, paga pela entrega. Então, existe uma composição formada pelo preço do produto mais o valor da entrega. Isso é o carrinho.

Como é que o lojista equilibra o preço do produto e da entrega em uma determinada região? É necessário também observar o envio na hora certa em que a loja precisa ser competitiva em um determinado local.

Índice de competitividade

Derivado do ponto acima, surge o segundo desafio: como se cria um índice de competitividade? Usualmente, costuma-se dividir o seu preço pelo preço médio da concorrência para saber se o seu índice é maior do que 1 (mais caro) ou menor do que 1 (mais barato).

Saber se está mais caro ou mais barato, ou quanto mais caro e quanto mais barato. Isso é bem comum em pricing. Porém, aqui estamos falando do índice de competitividade do preço do carrinho. Porque seu varejo pode ser mais barato no produto, porém, muito mais caro no carrinho, pois o frete e a logística não são os ideais.

Então, chegar a esse índice é muito difícil pelo fato de que o volume de dados empregados em uma análise dessas é gigantesco. Tem o desafio de conseguir montar o índice de competitividade por região geográfica (Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-oeste). Por estado, município, capital ou interior.

Ter informação sobre competitividade de frete ajuda a formar o índice de competitividade no preço do carrinho. Mas como se vê, esse é um dos desafios da área de pricing que pode ser maior conforme a modalidade e os prazos de entrega, que também são específicos conforme a data e o momento do dia.

O monitoramento do frete

A pergunta é: como enfrentar tantas dificuldades? A única forma realmente eficiente de monitorar o frete e, assim, precificar adequadamente o valor do carrinho, considerando as mais diversas variáveis, é com o apoio de soluções que se baseiam em inteligência. Elas ajudam o e-commerce a enfrentar os desafios na precificação. E como isso é feito? Tais soluções entregam escala nas informações de competitividade do mercado, fazendo monitoramento dos produtos e fretes nas regiões de entrega, capturando preços, prazos e modalidades. E tudo em uma velocidade muito rápida.

Soluções inteligentes de pricing conseguem tornar não só o preço do produto dinâmico como também levam em conta o preço do carrinho. Ou seja, monitoram o valor do produto, do frete, dos competidores, e só depois disso determinam a precificação.

Em resumo, a entrega rápida é uma importante estratégia, pois atualmente tem grande poder de influência na decisão do cliente. Porém, por se tratar de um fator extremamente dinâmico em um mercado altamente concorrido, a única forma de oferecer esse benefício com eficiência e competitividade é com o apoio da tecnologia. A inteligência de dados aplicada à estratégia faz a total diferença na hora do resultado.

* Ricardo Ramos é CEO e fundador da Precifica.

Fonte : https://administradores.com.br/noticias/3-pontos-a-observar-na-implantacao-da-entrega-rapida

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Como o frete pode ser um aliado do aprimoramento do CX?

Tempo é dinheiro. E na corrida da entrega mais rápida – serviço cada vez mais apreciado entre os consumidores – o valor do frete pode ser um aliado ou inimigo. Prova disso é que o estudo da Moonsend, feito em 2020, constatou que o preço salgado é motivo de desistência de 60% dos carrinhos virtuais. Mas tem como superar esse gargalo? Como o e-commerce pode trabalhar nisso?

Essa questão é comercialmente relevante, pois o usuário fica com a sensação de que está pagando a mais ou de que está arcando com um custo que deveria ser apenas da loja. Entretanto, um varejista, para lucrar, necessita incluir todos os custos possíveis na formação do seu preço de venda, o que acaba recaindo no valor do produto, muitas vezes.

Outro ponto importante são as interfaces de usuário complexas e experiências de checkout desajeitadas. Algumas saídas apresentadas pelo levantamento são configurar um e-mail automatizado de abandono de carrinho e oferecer frete grátis. Isso pode realmente fazer a diferença e ajudar a recuperar mais de 20% do público, de forma que até mesmo o atendimento ao cliente acaba ganhando com essas medidas.

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Fonte: Octadesk/Opinion Box

No Brasil não seria diferente. Pesquisa da Octadesk em parceria com a Opinion Box descobriu que 62% dos consumidores desistiram de uma compra pela web ou aplicativo em razão de uma experiência ruim durante o processo de aquisição de um serviço ou produto.

Ou seja, em média, a cada três pessoas que decidem comprar algo, duas desistem por uma experiência negativa. O principal motivo apontado pelos ouvidos pela pesquisa é o alto valor do frete, seguido dos preços elevados e a falta de credibilidade da empresa.

Outros pontos de atenção são a quantidade de etapas que os clientes precisam percorrer em um site ou aplicativo para concluir a compra, a quantidade de informações pessoais exigidas e a necessidade de realizar um cadastro no site.

Como o frete é um custo variável de acordo com o destino de entrega, é natural que ele seja destacado separadamente. Infelizmente, para alguns, essa prática tem resultado na perda de vendas no momento do fechamento do pedido. Fica em vantagem quem oferece isenção de frete e pensa em todos esses processos, como é o caso da Amazon Prime.

Como driblar o preço do frete

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Mariana Roth, líder de Amazon Prime Brasil

De acordo com Mariana Roth, líder de Amazon Prime Brasil, colocar o cliente como o centro de tudo (customer centric) é – e sempre foi – um dos focos da companhia. Logo, entregar uma experiência boa e completa ao consumidor é o grande objetivo. “Temos o compromisso de inovar e entregar excelência operacional, ofertando escolha, velocidade e conveniência”, afirma.

Um bom exemplo disso é o benefício de frete grátis ilimitado do Amazon Prime. “Investimos continuamente na expansão das entregas rápidas e gratuitas: em 2019, no lançamento do Amazon Prime, o frete grátis em dois dias era oferecido para 90 cidades e agora já expandimos para mais de mil cidades”, conta a executiva.

A entrega gratuita em um dia, lançada em 2021, está agora disponível em mais de 100 cidades nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio de JaneiroGoiás e São Paulo.

Além disso, a opção de entrega no mesmo dia agora também está disponível para todos os clientes nas cidades do Rio de JaneiroBelo HorizonteBarueri, Osasco e Guarulhos, com o desconto para membros do Amazon Prime.

“Estamos sempre inovando para que possamos oferecer o que eles precisam – quando, onde e como eles desejam. Nossa obsessão pelo cliente é permanente, e se destaca como um dos mais importantes entre os nossos 16 Princípios de Liderança. Por isso focamos na experiência do consumidor, assim, podemos exercitar nossa paixão por inovar e nosso compromisso com excelência operacional e visão de longo prazo”, explica Mariana Roth.

Clientes que não assinam o Amazon Prime contam com entrega gratuita na primeira compra, nas compras acima de R$99 em livros e acima de R$149 em produtos enviados pela Amazon.

No Brasil, o Amazon Prime inclui frete grátis e rápido para todo país em milhões de produtos, sem valor mínimo de compras, e acesso a promoções exclusivas. Oferece filmes e séries de sucesso no Prime Video, mais de 2 milhões de músicas e podcasts no Prime Music, acesso a centenas de livros e revistas digitais no Prime Reading e jogos gratuitos no Prime Gaming. Tudo em uma única assinatura por apenas R$9,90 ao mês, ou R$89 ao ano, podendo ser cancelado a qualquer momento.

CX e frete andam lado a lado

Frete e customer experience (CX) podem se tornar aliados se trabalhados estrategicamente e de forma unificada, de modo que o consumidor note os esforços da companhia para gerar uma experiência do cliente personalizada, intuitiva e atrativa.

“Colaboramos estreitamente e ouvimos atentamente para conquistar confiança. Construído com base no frete rápido, gratuito e ilimitado, o Amazon Prime foi projetado para tornar a vida do cliente melhor a cada dia – tornando-a mais fácil, conveniente e divertida, oferecendo uma combinação entre o que há de melhor em compras e entretenimento. Já são mais de 200 milhões de clientes no mundo aproveitando o frete grátis e rápido através desse programa”, coloca a profissional.

“Vamos continuar trabalhando para criar serviços que tenham impacto positivo, seja para o consumidor, para os funcionários ou para nossos vendedores parceiros. Começamos obcecados pela experiência do cliente, examinando constantemente maneiras de melhorar o valor para eles e introduzindo novos recursos ou serviços que os surpreendem e encantam”, finaliza Mariana Roth.

Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2022/05/02/frete-aliado-aprimoramento-cx/?utm_campaign=news-cm-030522&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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