Desempenho das PMES em 2023 deve aumentar apenas 1,5%, aponta pesquisa

Em 2022, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), a movimentação financeira real média das PMEs brasileiras expandiu 1,9%. Para 2023, o estudo indica um crescimento de apenas 1,5%, com perspectivas positivas especialmente para as atividades dos setores Agropecuário, Comércio e Serviços.

Empreendedores enfrentarão novos desafios em 2023
De modo geral, o mercado espera uma desaceleração da atividade econômica brasileira em 2023 — o IODE-PMEs já havia mostrado perda de fôlego no último trimestre de 2022. Segundo o boletim Focus do Banco Central, a média das estimativas do mercado indica crescimento de +0,8% do PIB brasileiro em 2023, após expectativa de +3% em 2022.

Portanto, a tendência de desaceleração nos últimos meses tende a se consolidar no curto prazo. Como reflexo, as taxas de crescimento serão mais modestas a partir do primeiro trimestre deste ano. O principal componente do cenário, segundo o estudo, são as incertezas relacionadas à condução da política fiscal no país.

O efeito mais imediato deste contexto é o aumento das expectativas de inflação dos agentes e, consequentemente, a postergação da inversão da taxa básica de juros (instrumento do Banco Central para controle da inflação). Portanto, encargos mais altos encarecem a tomada de crédito, o que penaliza a evolução do consumo e dos investimentos, com reflexos diretos sobre os negócios das PMEs.

Crescimento das PMEs por região
Ao avaliar o cenário regionalizado, a pesquisa observou que, em 2022, o crescimento das PMEs em 2022 foi sustentado pelo avanço dos negócios nas regiões Sudeste (+4,3% ante 2021), Sul (+6,1%) e Centro-Oeste (+7,9%). Por outro lado, houve retração da movimentação financeira real média nas regiões Nordeste (-2,1% ante 2021) e Norte (-10,3%).

Sobre o IODE-PMEs
A pesquisa atua como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 115 mil clientes, cobrindo 692 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) — Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

PMEs crescem no e-commerce brasileiro; veja dados

Não é novidade para ninguém que o mercado online não para de crescer no país. O e-commerce brasileiro registrou faturamento de R$ 161 bilhões em 2021, uma alta de 27% em relação a 2020 — de acordo com dados da Neotrust, o resultado é recorde para o segmento.

Nesse novo ambiente digital, as pequenas e médias empresas vêm sendo vistas com bons olhos, quando comparadas às grandes companhias. Segundo uma pesquisa recente realizada pela empresa especializada em e-commerce Tray, 4 em cada 10 pessoas avaliam que os melhores preços são das PMEs, e 3 em cada 10 delas alegam que os produtos são de melhor qualidade, quando comparam companhias desse porte a marcas maiores.

Como apontou um levantamento da Locaweb, 9 em cada 10 consumidores realizam compras em PMEs. Já os modos de compra mais populares no meio online são via websites e lojas virtuais, com 70% das respostas, e dentro de aplicativos, com 69%. Dentre os meios de compra online, há uma maior adesão do público com mais de 30 anos a websites e lojas virtuais, enquanto os jovens de 18 a 29 anos são mais adeptos a aplicativos e redes sociais.

E o comportamento do consumidor?
O que motiva o cliente a realizar uma compra de forma online é, principalmente, a praticidade na compra (59%), seguida pela comparação dos preços (54%) e praticidade na entrega (53%). Na busca por um produto, 6 a cada 10 consumidores optam por pesquisar em marketplaces.

Além disso, 43% dos consumidores que compram em PMEs priorizam a aquisição nesse tipo de empresa. E a projeção de compra nos próximos 6 meses é ainda mais positiva: 8 a cada 10 consumidores pretendem comprar em PMEs, sendo que 21% pretendem comprar mais nelas do que em grandes empresas. As mulheres são mais propensas a compras em pequenos comércios, já que 54% delas compra igualmente ou mais em PMEs.

“O cliente está preferindo comprar no ambiente digital, isso é fato. Nossa dica é sempre prezar pelo bom atendimento, com uma gama ampla de ferramentas que o auxiliem nessa jornada. Por fim, não se pode perder de vista a importância de continuar investindo em campanhas de marketing, experiência de compra, qualidade na entrega e na oferta de formas de pagamento, buscando sempre uma sintonia com a opinião dos consumidores para aprimorar o atendimento”, pontua Vinícius Guimarães, gerente executivo de marketing da Tray, cuja pesquisa contou com 811 entrevistas online entre junho e julho de 2022.

Empreendedores do Rio de Janeiro faturam mais de R$ 189 milhões com vendas online

Em 2022, os pequenos e médios negócios online do Rio de Janeiro movimentaram R$ 189,4 milhões com o comércio digital, valor 34% superior ao de 2021 (R$ 141 milhões). Os dados inéditos são da 8ª edição do NuvemCommerce, estudo anual sobre o e-commerce e empreendedorismo brasileiro realizado pela Nuvemshop, plataforma para criação de lojas online que é líder na América Latina.

No Rio de Janeiro, o número de produtos vendidos cresceu cerca de 21% no último ano, com um aumento de 2,4 milhões para 2,9 milhões. E o ticket médio chegou a R$ 220,43 (+13%).

Para Luiz Natal, gerente de desenvolvimento de plataforma da Nuvemshop, o Rio de Janeiro teve boa evolução no e-commerce apesar do ano desafiador. “Nosso estudo aponta que o comércio online segue crescendo no Brasil e, principalmente, nos pequenos e médios negócios locais. O Rio de Janeiro se destacou na pesquisa apresentando crescimento relevante em faturamento superior a outros estados”.

O Rio de Janeiro ficou em terceiro lugar no ranking nacional, atrás apenas dos estados de São Paulo (R$ 1,3 bilhão) e Minas Gerais (R$ 289,5 milhões). A lista dos cinco primeiros também inclui Ceará (R?150,6 milhões) e Santa Catarina (R$ 150,5 milhões) em quarta e quinta posição, respectivamente.

A pesquisa ainda aponta os cinco segmentos de e-commerce que tiveram maior faturamento durante o ano de 2022 no Rio de Janeiro. São eles: Moda (R$ 65,4 milhões), Acessórios (R$ 18,6 milhões), Joias (R$ 12,5 milhões), Saúde & Beleza (R$ 11,8 milhões) e Casa & Jardim (R$ 6,5 milhões).

Perfil do empreendedor brasileiro e seus desafios

A 8ª edição do NuvemCommerce também apresenta um perfil do empreendedor no e-commerce e os principais desafios enfrentados, a partir de uma pesquisa realizada com empreendedores de todo o Brasil. Um dos achados, por exemplo, é que o empreendedorismo ainda é uma jornada solitária: 55% das lojas virtuais são administradas apenas por uma pessoa, enquanto 41% possuem de dois a cinco colaboradores. A maioria (72%) não possui loja física. Além disso, o e-commerce nem sempre é o foco total: 41% dos lojistas têm outro trabalho ou fonte de renda além da loja virtual.

Sobre os desafios enfrentados pelas PMEs brasileiras no fim do ano passado, 40% dos empreendedores afirmam que a falta de capital de giro para reinvestir no negócio foi a maior dificuldade. Outros desafios foram a falta de tempo (19%) e conhecer e dominar as ferramentas necessárias para crescer (18%). Além disso, quando perguntados sobre os problemas enfrentados no e-commerce, os empreendedores afirmam que a baixa taxa de conversão (71%) e o alto custo de frete (33%) são os principais, seguidos por carrinhos abandonados (27%).

Crise na China: o que esperar e como se preparar

Desde agosto, a China vinha dando indícios do tamanho do problema causado pela crise de energia. Mais do que dois terços do país já registraram apagões em fábricas e casas, incluindo as metrópoles Pequim e Xangai. E é claro que, dentro do mundo globalizado, uma alteração no sistema energético de um país tão importante para o comércio mundial, poderia impactar, em menor ou maior grau, o e-commerce brasileiro.

Apesar dos efeitos negativos que não se limitam apenas às consequências locais para a China, o racionamento é impulsionado por uma ordem do próprio governo chinês, que determinou a redução de emissões de gases do país para conseguir atingir as metas ambientais assumidas até 2030. Para isso, é necessário diminuir a queima de carvão, considerado o grande vilão do meio ambiente por ser o pior poluidor entre combustíveis fósseis.

“A decisão do governo se conecta muito com a política de um desenvolvimento verde, que não é novidade, pois já aparecia nos planos quinquenais do país antes”, avalia o professor da FGV Direito Rio, Evandro Menezes de Carvalho, que é coordenador do Núcleo de Estudos China-Brasil da instituição. “Este ano, ao apresentar o 14º Plano Quinquenal, com metas que não agridam o meio ambiente, o governo chinês passa a levar o assunto muito a sério”, afirma o professor, que aponta, entre os motivos da decisão, a demanda da população para que as questões ambientais sejam atendidas, e também o fato de esse ser um ponto relevante na agenda internacional.

Ainda assim, Carvalho avalia que o país depende muito do carvão como energia barata e essa transição para energia renovável e limpa não vai ser tão simples. “O carvão promove energia de baixo custo, que barateia os produtos e a produção”. Sem poder produzir a matéria-prima como antes, a compra de carvão também fica comprometida. A oferta global não acompanhou a demanda e os preços chegaram a bater recordes nos últimos meses. O gás natural até poderia ser uma alternativa, se não fosse a alta internacional de preços, intensificada pela crise energética na Europa.

Os insumos no Brasil

Com a produção de energia comprometida, a produção manufaturada é afetada diretamente. Somada à alta da demanda, impulsionada pelo reaquecimento da economia com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no mundo, parece inevitável um possível choque na oferta de bens produzidos no país. Na prática, isso significa que pode afetar as importações da China no mundo todo, incluindo no Brasil.

“A China hoje é responsável por 25% do crescimento mundial. É evidente que tudo que ocorre lá terá uma repercussão no resto do mundo, sobretudo no Brasil, onde temos uma enorme dependência em relação às importações chinesas de commodities minerais e agrícolas”, avalia Luís Paulino, professor e diretor do Instituto Confúcio na Unesp. Segundo ele, os setores que mais atingidos são os de consumo intensivo de energia, como aço, alumínio, cimento e produtos químicos.

Dessa forma, é possível que haja aumento das pressões inflacionárias, graças ao alto custo de produção dos alimentos e ao impacto no câmbio por diminuir as exportações brasileiras, já que cerca de 30% das vendas externas daqui vão para a China. Todos esses fatores podem limitar ainda a possibilidade do destravamento do PIB brasileiro.

“Hoje, muitos dos insumos básicos para a indústria de transformação são oriundos da China. Não temos falta de televisor chinês, por exemplo, mas sim dos componentes de montagem das placas eletrônicas da TV montada aqui no Brasil. Isso vale para o papelão, fios têxteis etc”, relata Marcelo Vieira, CEO da Next Mile e diretor de logística da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

Para o professor do curso de Engenharia de Produção da Universidade Presbiteriana Mackenzie Alaercio Nicoletti Junior, a situação afeta diretamente o comércio online brasileiro. “O e-commerce tem um problema especial que são as importações. Temos um grande potencial de distribuição, mas o que vem de fora vai acabar sofrendo atrasos e até rupturas em alguns produtos”.

“Desde o início da pandemia, estamos sendo impactados, seja pela falta de insumos de embalagem, seja pelos preços altos da cadeia de transporte internacional, afetando todos os produtos que em seu processo possuam materiais importados. Um container que, no início de 2020, custava cerca de US$ 3 mil para ser transportado da China ao Brasil, hoje ultrapassa a casa dos US$ 10 mil”, relata Vieira.

Quem também deu dicas sobre a possibilidade de falta de matéria prima da China foi Mauro Tschiedel, sócio proprietário do e-commerce UsinaInfo (produtos para câmeras digitais e equipamentos eletrônicos). Para ele, o impacto se dará principalmente em alguns materiais que permeiam toda a cadeia — como, por exemplo, o componente químico usado no plástico. “Quase todos os produtos usam plástico. Portanto, a ausência do componente químico implicaria na falta da tampa da embalagem, por exemplo. Ou seja, não necessariamente o produto final faltaria, mas sim partes que são necessárias para ele se tornar comercial”, explicou.

Mesmo reconhecendo a gravidade da situação, sobretudo se a crise continuar afetando o ritmo da economia chinesa em 2022, os especialistas acreditam que não é necessário grande alarde, já que é de se esperar algum tipo de intervenção do governo da China para solucionar a crise. “A questão da escassez de energia é temporária e deve ser mais aguda neste período de inverno, em que as indústrias de energia reduzem suas produções. Mas essas consequências não serão traduzidas automaticamente em termos de redução de vendas”, avalia Paulino.

O que fazer para driblar o problema?

Para Vieira, há muitos países abertos para negociar insumos, o que pode ser alternativa para driblar a crise. “Outro ponto é a busca por fornecedores locais que, dado os custos atuais de transporte internacional, passou a ser um competidor importante”.

Tschiedel cita outras alternativas para minimizar a falta de matéria-prima. “Vale buscar negociar com o atual fornecedor e definir, de maneira clara e objetiva, a disponibilidade do produto, mantendo contato próximo para saber a real situação”. E ele elenca outras saídas, como: definir quantidade de itens por cliente; reduzir anúncios patrocinados para aumentar margem; mudar o mix; elevar os preços para reduzir demanda… “Não são alternativas agradáveis, mas este é o custo de ser empreendedor”, enfatizou.

Continuando com as dicas, Tschiedel explica como remediar no longo prazo um cenário de falta de estoque. Segundo ele, diversificar o número de fornecedores de produtos âncora entra no topo das estratégias a serem trabalhadas, uma vez que existe um risco grande em depender de poucos canais. “Outra alternativa seria buscar estruturar produtos similares para garantir um fornecimento mais diversificado. Acredito que valeria também colocar a importação como um pilar de diversificação de fornecedores. Isso porque a estratégia de importação não precisa ser motivada só pelo preço, mas sim pela garantia de ter o item para venda”.

Ao imaginar um pior cenário de abastecimento da China, Tschiedel vislumbra uma possível alternativa aos marketplaces. “Neste caso, eu separaria o meu negócio (marketplace) em dois grupos de empresas: as que têm o produto e as que ficaram sem estoque. Afinal, quando um marketplace abre para a entrada de produtos via crossborder, ele acaba deixando a PME que se organizou e tem estoque no escuro, pois era a oportunidade que ela tinha de fazer um caixa para passar o momento de crise. Portanto, uma maneira de ajudar seria fomentar o posicionamento de produtos nacionalizados ou de quem tem estoque”, sugeriu.

Já para PMEs que não têm estoque, segundo ele, a saída seria melhorar o posicionamento para os produtos secundários ou, ao menos, não penalizar o posicionamento da empresa que teve falta de estoque do produto principal. “Sei que são sugestões em que o marketplace perderá faturamento, mas é um exercício para enxergar alternativas que poderiam ser implantadas”.

Apesar de uma possibilidade de crise por conta do fornecimento da China, o empresário é positivo diante da realidade do mercado nacional. “Eu posso focar na parte ruim de tudo o que estamos passando, como cadeia logística de ponta cabeça; fornecimento de matéria prima com problemas; dólar nas nuvens; eleição; reformas andando em passos de tartaruga; crise energética e assim por diante. Entretanto, eu prefiro olhar o copo meio cheio. Afinal, dessa forma eu vejo um número de casos de Covid-19 reduzindo; índice de vacinação aumentado; uma economia que poderia estar bem pior; empresas se digitalizando rapidamente; produção agrícola puxando o PIB, e por aí vai. Se me perguntassem sobre minhas expectativas para 2022 em abril de 2020, eu diria que estaríamos em frangalhos. Porém, estamos melhor do que poderíamos prever em 2020. No fim das contas, o melhor do Brasil é o brasileiro. Nós vamos fazer nossa parte: trabalhar, cuidar das nossas empresas e das nossas famílias. E, se de fato acontecer essa crise na China, com certeza irá passar”, finalizou.

Contrariando os grandes varejistas, vendas online das PMEs cresceram 275% na Black Friday

A Unbox, plataforma de vendas online para PMEs (pequenas e médias empresas), registrou um aumento de 275% das vendas, em média, nas lojas que utilizaram sua plataforma na Black Friday, quando comparado com a data comemorativa do ano passado. Este crescimento vai na contramão das grandes varejistas que registraram queda nas vendas online nesta Black Friday.

A plataforma, cuja base tem quase 10 mil lojistas cadastrados, aponta que um dos principais motivos desse crescimento é que as PMEs têm priorizado cada vez mais os canais online e redes sociais para venda.

“Quando olhamos o ticket médio dos nossos lojistas, tivemos um aumento de 21% na Black Friday comparando com 2021, alcançando o valor de R$ 214,90. Isso mostra que cada vez mais os empreendedores estão aprendendo a atuar nos canais digitais. É importante explicar que nas últimas semanas trabalhamos muito com os lojistas a oportunidade da criação de combos e valor mínimo de venda para cupom de desconto e frete grátis”, revela Bruno Pereira, CEO da Unbox.

Segundo o executivo, este ano houve uma antecipação da data comemorativa, o que permitiu prolongar as vendas. “Apesar da tradicional sexta-feira (25/11) ter sido o dia com mais vendas, foi registrado um pico forte de vendas na segunda-feira que antecedeu a data, o que permitiu que muitos lojistas trabalhassem uma semana inteira de ofertas, até como estratégia para amenizar o impacto dos jogos do Brasil naquela semana”, explica.

Pereira ainda detalha que o Instagram foi a rede social que gerou mais engajamento, ressaltando a importância das PMEs trabalharem a produção de conteúdo. “Em relação aos meios de pagamento, o cartão de crédito continua imbatível em primeiro lugar com 69%. Mas é inegável que o Pix caiu no gosto do brasileiro, representando 27%. Um detalhe importante para as empresas ficarem atentas, esse ano as vendas via boleto foram de apenas 4%”, finaliza.

O desempenho das pequenas e médias empresas na Black Friday

Índice mostra que promoções do varejo em novembro impactaram resultados das lojas.

As pequenas e médias empresas tiveram resultados positivos na Black Friday deste ano. No acumulado de novembro, até a data exata do evento, o crescimento real do comércio varejista foi de 7%, quando comparado com o mês anterior. A informação é do Índice Omie de Desempenho Econômico das Pequenas e Médias Empresas (IODE-PMEs), que funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, em 637 atividades econômicas.

Entre os segmentos com melhor performance, 10 são afetados de forma considerável por promoções relacionadas à data. Destaque para o varejo de brinquedos e artigos recreativos, alta de 81,9% no acumulado de novembro/22 x outubro/22, além do setor de artigos médicos e ortopédicos (+40,3%) e de tapeçaria, cortinas e persianas (+34%). Comércios de calçados (+20%), cosméticos, perfumaria e higiene pessoal (+9,4%) também tiveram boas vendas relacionadas com a Black Friday.

Ao comparar com novembro/21, as PMEs do varejo registraram um avanço de 4% na movimentação financeira média diária neste ano.

– O crescimento tem como pano de fundo o encolhimento da inflação nos últimos meses e a melhora no mercado de trabalho. Há um aumento da renda disponível da população para o consumo de itens não essenciais, favorecendo os resultados de diversos segmentos durante a Black Friday – explica Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem.

Estudo: Na Black Friday, PMEs registraram aumento de 71% no número de pedidos

Se as grandes varejistas receberam um balde de água fria na Black Friday 2022, como mostramos aqui, o mesmo não parece ter acontecido com as PMEs. Isso porque, de acordo com um estudo da edrone, o número médio de pedidos por PMEs cresceu 71% quando comparado ao da Black Friday de 2021. Segundo a empresa, o levantamento foi baseado em 161 e-commerces de pequeno e médio porte espalhados pelo Brasil.

Além desse dado, a empresa lista outros ganhos das PMEs na última Black Friday, como:

– Aumento do faturamento médio por loja de quase 63%, ultrapassando R$410 mil;

– Ticket médio das compras de R$243,99.

Pedro Paranhos, gerente de marketing LATAM da edrone, diz que muito do crescimento das PMEs frente às grandes varejistas ocorreu devido ao melhor atendimento e superação das expectativas dos clientes. “As PMEs costumam atender um perfil de público bem definido, com o qual têm contato mais próximo. Já as grandes lojas tendem a vender tudo para todos, e assim acabam brigando por preço.”

Preparação das PMEs fez a diferença nas vendas

Com base no volume de pedidos e faturamento, a análise concluiu que a maioria das lojas fez uma campanha de aproximadamente duas semanas, começando no dia 14/11 e finalizando no domingo após a Black Friday, dia 27/11. Houve um pico de pedidos justamente no dia 14, quando muitas campanhas começaram. Porém, o maior volume de compras foi na própria Black Friday, dia 25. No sábado, 26, esse número voltou à média observada durante a campanha e no domingo, 27, caiu consideravelmente.

Setor de Ferramentas e Equipamentos dispara mais de 100% no ticket médio

Fazendo um recorte pelos setores de PMEs que tiveram um aumento no seu ticket médio de vendas, uma surpresa: o primeiro lugar foi de lojas virtuais que vendem ferramentas e equipamentos. Em 2021, o setor registrou um ticket médio de R$ 591,29. Em 2022, esse valor saltou para R$ 1.209,08, um crescimento de 104%.

Outros segmentos que se destacaram foram o de eletrônicos, com um ticket médio de R$ 1.001,89 (aumento de 37%) e o de beleza e cuidados pessoais, que registrou um valor médio de R$ 215,87 (crescimento de 22%). Os setores que tiveram as maiores baixas no ticket médio entre a Black Friday de 2021 e 2022 foram:

– livros (-36%);

– acessórios de viagem (-31%);

– e equipamentos esportivos (-16%).

PMES que atuam no e-commerce faturam R$ 238 milhões nas vésperas da Black Friday

Nas vésperas da Black Friday, os pequenos e médios lojistas seguem aumentando suas vendas com o e-commerce. O faturamento no mês de outubro chegou a R$ 238 milhões, representando um crescimento de 22% em comparação ao mesmo período do ano passado (R$ 195 milhões). Cerca de 4,1 milhões de produtos foram vendidos e o ticket médio chegou a R$ 253,14, segundo dados são da Nuvemshop.

“O resultado das vendas em outubro é um reflexo da preparação dos lojistas para a Black Friday, principalmente para as PMEs regionais. A fim de não concorrer com os grandes varejistas é estratégico e, inclusive recomendado, que os pequenos e médios façam um aquecimento pré-Black Friday”, afirma Luiz Natal, gerente de E-commerce e Desenvolvimento de Plataforma da Nuvemshop. “Neste ano, muitos lojistas estão adiantando ações, e 18% programaram promoções para todo o mês de novembro, segundo a pesquisa ‘Aquecimento Black Friday’, realizada pela Nuvemshop”.

No mês de outubro de 2022, o ranking dos Estados que mais faturaram no país foi composto por: São Paulo (R$ 116,5 milhões), Minas Gerais (R$ 25,2 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 17,2 milhões). Entretanto, Goiás e Santa Catarina tiveram um crescimento percentual de faturamento acima da média nacional, com 68% e 37% respectivamente.

Os dados ainda mostram que o Pix segue em crescimento. Em outubro de 2021, a solução correspondeu a apenas 8% dos pagamentos, enquanto no mesmo período deste ano chegou a 26% (aumento de 225% na participação). No entanto, o cartão de crédito continua sendo o meio de pagamento mais escolhido pelos consumidores, representando 52% dos pedidos.

Entre os segmentos de maior destaque, Moda liderou as vendas no mês, chegando a R$ 89,2 milhões; seguido por Saúde & Beleza, com R$18,6 milhões, e Acessórios, com R$ 17,5 milhões.

Na análise, foram consideradas as vendas realizadas no mês de outubro de 2021 e 2022, com base nos mais de 100 mil lojistas da Nuvemshop.

Mercado Livre promove imersão online e gratuita com foco na Black Friday em 05/10

O final do mês de novembro é marcado pela Black Friday que, neste ano, terá ainda um elemento especial, a Copa do Mundo, que ocorre no mesmo período. Este cenário se configura como uma grande oportunidade para os empreendedores aquecerem suas vendas. Com isso em mente, e tendo em vista seu propósito de apoiar as PMEs brasileiras, o Mercado Livre promoverá na próxima quarta-feira (5) o “Missão Você Vendeu Black Friday”.

O evento, que acontece de forma online e gratuita a partir das 13h, vai reunir especialistas para discutir estratégias, informações de mercado, formas de otimizar os investimentos, benefícios e ferramentas e as oportunidades apresentadas pelo ecossistema Mercado Livre a empreendedores do Brasil.

Dicas de ouro do Mercado Livre
O tema também foi discutido durante o Mercado Livre Experience 22, em que o diretor de marketplace da empresa, Diego Santos, destacou alguns pontos importantes para os empreendedores aproveitarem esse “bimestre de ouro”.

O primeiro é o planejamento comercial, prevendo compras, preços e estoques para capitalizar as oportunidades do período. Também é importante estabelecer o calendário promocional. “As vendas devem bombar no fim de outubro e início de novembro, mas nossos parceiros podem ir fazendo testes e antecipando promoções na plataforma”, destaca Santos. “E vale utilizar as ferramentas do nosso ecossistema, como a Central de Promoções e os anúncios para impulsionar seus produtos no Mercado Livre”, ressalta.

“A jornada do comprador começa antes dos eventos. O segredo é se preparar e colocar boas ofertas já no início de novembro, pois o consumidor não vai esperar para comprar o que ele gosta ou precisa”, destaca Idário Costa Junior, gerente sênior de marketplace do Mercado Livre. Segundo ele, as compras de Natal, por exemplo, devem se concentrar em dois momentos: de 5 a 10 de dezembro e outro pico entre 21 e 23 de dezembro.

Serviço
Evento: Live Missão Você Vendeu BLACK FRIDAY
Onde: Youtube
Quando: 5 de outubro de 2022, das 13h às 18h.

Na Semana do Consumidor, PMES faturam 25% a mais, aponta Nuvemshop

Na Semana do Consumidor, entre 11 e 17 de setembro, as PMEs (pequenas e médias empresas) faturaram cerca de R$ 59 milhões. É o que mostra o relatório da Nuvemshop quando comparado ao mesmo período de 2021. Na ocasião, o faturamento chegou a R$ 47 milhões — portanto, 2022 teve um aumento de 25% sobre o ano anterior. Aliás, isso reforça os dados sobre o crescimento das PMEs no primeiro semestre apresentados recentemente pela Nuvemshop.

Se não bastasse o aumento considerável no faturamento durante a semana, o Dia do Consumidor também foi positivo para o mercado. Segundo a plataforma de vendas, o dia 15 de setembro registrou cerca de 34% a mais em relação ao mesmo dia de 2021, resultando em um valor de R$ 12,7 milhões. O mesmo ocorreu com o número de pedidos, que cresceu 25% no dia este ano (foi de 42 mil para 53 mil).

“OS DADOS REAFIRMAM O QUANTO O EMPREENDEDOR DEVE SE PLANEJAR E ESTAR ATENTO PARA APROVEITAR DATAS CONSOLIDADAS NO VAREJO FAZENDO CAMPANHAS PARA VENDER MAIS. ESSAS OPORTUNIDADES SÃO ESSENCIAIS PARA O PEQUENO LOJISTA TAMBÉM PODER AUMENTAR SEU FATURAMENTO ANUAL”, EXPLICA LUIZ NATAL, GERENTE DE DESENVOLVIMENTO DE PLATAFORMA DA NUVEMSHOP.

Vendas por setores na Semana do Consumidor
O segmento de moda, de acordo com o levantamento, liderou as vendas durante a Semana do Consumidor, com R$ 21 milhões. Ele foi seguido por Acessórios (R$ 4,5 milhões), Saúde e Beleza (R$ 4,3 milhões). O segmento de Casa e Jardim também aparece entre os destaques, com R$ 2,3 milhões.

Pagamentos
Já em relação aos meios de pagamento, o cartão de crédito continua sendo a opção mais utilizada. Afinal, representou 56% das vendas da Semana do Consumidor nos dois anos. Entretanto, o Pix teve um aumento significativo na escolha dos consumidores. Para 2022, a opção de pagamento instantânea foi utilizada em 23% das vendas, ante 7% em 2021.