Para empresas, super apps e marketplaces ditarão tendências do setor bancário

Pesquisa do Banco BS2 analisou a percepção atual sobre os bancos, tendências para o futuro e impactos da pandemia para o setor. Para entrevistados, bancos digitais modernizaram o setor ao trazer agilidade e menos burocracia .

Levantamento do banco digital BS2 revelou que a maioria das PMEs brasileiras creem que super apps, que reúnem múltiplos serviços em uma mesma plataforma, marketplaces e novos canais de e-commerce serão as tendências do setor bancário. Ao todo, foram ouvidas mais de 400 pessoas, líderes de pequenas e médias empresas de todo o país, entre os dias 24 de junho e 13 de julho de 2021.

De acordo com o levantamento, 8 em cada 10 entrevistados (81%) acreditam que haverá um fortalecimento e crescimento dos super apps, enquanto 80% acham que os marketplaces continuarão crescendo mesmo com fim da pandemia. Já para 78%, o sistema bancário será totalmente integrado, enquanto 77% entendem que os bancos que não se modernizarem em processos operacionais e administrativos terão dificuldades em se manterem competitivos.

Com um mercado cada vez mais exigindo inovação e diversificação dos serviços prestados pelas instituições bancárias, as empresas têm migrado suas contas para os bancos digitais. Segundo o levantamento, entre as companhias que utilizam os novos bancos, mais de dois terços (70%) abriram sua conta há três anos ou menos. Enquanto isso, 62% dos entrevistados que só possuem contas nos bancos tradicionais, afirmaram ter interesse em utilizar os serviços das instituições digitais. Esse percentual chega a 71% na região Nordeste.

Sobre os critérios que fariam as empresas mudarem de banco, os empresários e gestores apontaram menores tarifas, agilidade no atendimento, rentabilidade e fácil utilização de aplicativo ou plataforma.

Modernização do sistema bancário

O levantamento também traz um panorama da visão dos executivos sobre o principal fator para a modernização do sistema bancário. Mais de três quartos (79%) dos entrevistados veem relação entre o avanço das inovações bancárias e surgimento dos bancos digitais. Para 76% deles, a agilidade nos processos bancários também teve influência dos novos bancos. Outros 78% acreditam que inovações como o Pix e Open Banking contribuíram para as transformações no setor.

Oito a cada 10 empresas ouvidas apontaram a rapidez na solução de problemas e no atendimento a qualquer hora do dia como as principais influências do modelo digital, assim como a desburocratização do sistema. Quando questionados sobre os principais avanços das instituições financeiras nos últimos cinco anos, as PMEs apontam: a maior velocidade nas transações financeiras (35%); aplicativos mais rápidos e completos (35%) e maior automação dos processos e melhor atendimento nos canais digitais (29%).

Pandemia

O estudo mostra ainda o reflexo da pandemia da Covid-19 para acelerar esse processo de modernização e digitalização, além do comportamento das empresas em relação aos serviços bancários. Quase metade das PMEs ouvidas (47%) afirmam que sua relação com os bancos mudou nesse período. A região Sul é onde a maioria (57%) das companhias viu esse impacto, enquanto nas regiões Centro Oeste e Norte, o número cai para 42%.

Durante o período, a abertura de conta em bancos digitais pela agilidade e facilidade (43%), além do acesso a outros serviços (40%), foram as principais mudanças relatadas pelas empresas. Outro motivo citado para migração entre bancos foi o valor abusivo das tarifas (28%).

Além da mudança de banco, também houve impacto na utilização de produtos e serviços. Um terço dos entrevistados afirma que a empresa realizou um downgrade no plano de serviços (29%), enquanto outros (22%) realizaram a contratação de mais serviços bancários desde março de 2020.

Fonte : https://www.terra.com.br/noticias/para-empresas-super-apps-e-marketplaces-ditarao-tendencias-do-setor-bancario,1767a68f6265d7d9ddf5a396c49eee48mhccv6a8.html

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Nuvemshop se torna unicórnio, após investimento de R$ 2,6 bilhões

Startup reúne mais de 90 mil lojas virtuais. Capital será usado para melhorar lojas virtuais, chegar a outros países e lançar serviços financeiros.

A pandemia do novo coronavírus forçou a digitalização de diversos negócios, inclusive aqueles criados por pequenos e médios empreendedores. A Nuvemshop cresceu com essa demanda e, nesta terça-feira (17), tornou-se o mais novo unicórnio da América Latina.
A plataforma argentina de criação de lojas virtuais atingiu uma avaliação de mercado de US$ 3,1 bilhões (R$ 16 bilhões) após uma injeção de capital de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões). O aporte série E foi coliderado pelos fundos Insight Partners (com negócios como Alibaba e Twitter no portfólio) e Tiger Global Management (99, Spotify, Stone, Uber). Participaram da rodada fundos como Alkeon, Sunley House Capital, Owl Rock e VMG Partners.
Investidores de rodadas anteriores também reinvestiram, como Accel, Kaszek, Kevin Efrusy, Qualcomm Ventures e ThornTree Capital. A Nuvemshop já havia captado outros dois aportes em tempos de pandemia: um série D em março deste ano, e um série C em outubro de 2020. Em dez meses, a startup acumula aportes de US$ 620 milhões (R$ 3,2 bilhões).

Segundo a Nuvemshop, a nova avaliação de mercado a torna a 5ª startup mais valiosa da América Latina. O Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, conversou com Santiago Sosa. O CEO e cofundador da Nuvemshop falou sobre o modelo de negócios da startup e sobre os objetivos com o aporte.

Loja virtual para pequenos e médios
A Nuvemshop foi criada pelos empreendedores Alejandro Vázquez, Martín Palombo e Santiago Sosa. Sosa conta que conheceu os colegas durante a faculdade de Engenharia de Informática. A primeira empreitada dos empreendedores foi um marketplace, criado como parte de uma disciplina de trabalho real. Marketplaces reúnem diversos vendedores terceiros em um mesmo site. A empresa acabou não dando certo – mas os sócios aprenderam que os lojistas queriam páginas mais personalizadas do que as vistas no marketplace, para transmitir melhor suas histórias e marcas.
Em 2010, a Nuvemshop pivotou para seu modelo atual de criação de lojas virtuais. “Somos uma plataforma que viabiliza a tendência de direct to consumer, permitindo que PMEs se conectem de maneira direta com seus consumidores. O objetivo é que pequenos e médios empreendedores se insiram e sejam bem sucedidos na economia digital”, diz Sosa.
Os usuários carregam produtos e escolhem layout, cores e fontes de suas lojas virtuais por meio de um celular ou computador. Depois, podem inserir opções de cálculo de frete, pagamento e logística. Não é preciso ter conhecimento em programação para montar uma loja virtual pela Nuvemshop. Sosa destaca ainda que a startup permite que desenvolvedores lancem aplicativos, como sistemas de gestão de estoque e de marketing. Hoje, são cerca de 300 aplicativos parceiros integrados com a Nuvemshop, como Bling e RD Station.
A Nuvemshop se monetiza por meio de uma mensalidade e uma taxa fixa por venda. São três planos: R$ 49,90 com taxa fixa de R$ 1,99 por venda concluída; R$ 99,90 com taxa fixa de R$ 0,99; e R$ 199,90 com taxa fixa de R$ 0,49.

Os usuários da Nuvemshop vão desde microempreendedores individuais (MEI) até negócios que faturam anualmente R$ 50 milhões. “Não temos interesse no grande varejista, tanto por conta do nosso propósito quanto por conta da penetração da digitalização. Estimamos que apenas 2% dos pequenos negócios latino-americanos estão no digital”, diz Sosa.

“Com 650 milhões de consumidores, a América Latina é o mercado de comércio eletrônico que mais cresce no mundo. Ao oferecer sua plataforma desenvolvida especificamente para a região, a Nuvemshop está posicionada de maneira única para continuar a liderar a transformação digital. Estamos entusiasmados em fazer parte deste novo capítulo de crescimento”, afirmou em comunicado sobre o investimento Matt Gatto, Managing Director da Insight Partners.
Existem diversos concorrentes no mercado. Alguns players brasileiros são Loja Integrada/VTEX, Locaweb (LWSA3) e Tray. Empresas internacionais também têm presença no país, como a americana Shopify e a israelense Wix. Sosa coloca como diferenciais ferramentas de gestão integradas às lojas virtuais; associação com o ecossistema de parceiros; e o nível de atendimento aos lojistas.
“A Nuvemshop não só tem a tecnologia e os serviços que as empresas latino-americanas exigem, mas também a compreensão das particularidades que levarão seus clientes ao sucesso de mercado. A empresa está lançando a base da infraestrutura de comércio eletrônico para a próxima década”, complementou também em comunicado sobre o aporte John Curtius, sócio da Tiger Global Management.
Planos de expansão do unicórnio
A Nuvemshop reúne mais de 90 mil lojas, a maioria deles no mercado brasileiro. A startup na Argentina, no Brasil e no México.
O investimento de R$ 2,6 bilhões será usado primeiro para quatro grandes objetivos. O primeiro objetivo é melhorar o serviço principal de loja virtual com ferramentas de gestão. “Queremos tornar a experiência de compra mais fácil, rápida e segura para que os lojistas vendam mais e poupem seu tempo. Sabemos que são empresas em que uma ou duas pessoas fazem de tudo. Vamos implementar funcionalidades como compra em um clique e ampliar nosso ecossistema de aplicativos para resolver dores relevantes dos lojistas”, diz Sosa. A Nuvemshop espera triplicar o volume de apps conectados nos próximos 18 meses.
O segundo objetivo é expansão internacional. A Nuvemshop vai reforçar a operação na Argentina, seguir expandindo no México e chegar até países como Chile, Colômbia e Peru.
O terceiro objetivo é construir soluções financeiras e de logística. “Trabalhamos com dezenas de parceiros de pagamentos e devemos evoluir para ofertas de empréstimo”, afirma Sosa.
O último objetivo é fazer fusões e aquisições (M&As) nessas áreas de expansão geográfica, logística e serviços financeiros. A Nuvemshop nunca fez processos de M&As e pretende fazer escolhas “cirúrgicas”. “Não queremos sair comprando 10 ou 15 empresas, como outras plataformas de e-commerce.”
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Em 2020, a Nuvemshop cresceu mais de três vezes. Neste ano, planeja mais do que duplicar. A plataforma projeta um volume transacionado por seus vendedores de R$ 7 bilhões em 2021.
“Antes da pandemia, crescíamos entre 70% e 80% ao ano. Eventualmente devemos regredir para esses patamares, mas ainda é difícil dizer quando diante da continuidade das restrições de circulação em cada país. A Argentina teve um lockdown severo e o e-commerce lá teve um pico enorme. O Brasil adotou mais gradualidade no lockdown, então as compras on-line cresceram no mesmo passo. Está difícil traçar estimativas em curto prazo, então seguimos acreditando que o e-commerce já era tendência antes da pandemia e vai continuar crescendo mesmo com o fim das restrições”, diz Sosa.
Nos próximos cinco anos, a base de vendedores da Nuvemshop deve crescer entre cinco a sete vezes, enquanto o volume transacionado deve crescer de 15 a 20 vezes.
“As vendas devem crescer mais rápido do que nossa base de lojistas porque os consumidores se acostumam a comprar on-line, e assim o tíquete médio de compra também aumenta. As compras também vão aumentar porque daremos mais ferramentas de logística e marketing. ”
Os planos pedem mais funcionários. A Nuvemshop tem 600 empregados atualmente, quadruplicando seu quadro de profissionais nos últimos 18 meses. A startup pretende contratar mais 300 pessoas neste ano em toda a América Latina. Até o final de 2022, espera chegar a 1,5 mil funcionários.
Sosa descarta planos imediatos de uma oferta pública inicial de ações (IPO). “O Tiger Global Management tem experiência em investir nas companhias de capital aberto, e pode nos ajudar em uma eventual abertura de capital. Não é objetivo nosso agora, mas deve ser um caminho natural nos próximos cinco anos. ”

Fonte : https://www.infomoney.com.br/do-zero-ao-topo/nuvemshop-se-torna-unicornio-apos-investimento-de-r-26-bilhoes/

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Regras de plataformas de e-commerce afetam lojistas e viram alvo de críticas

Vendedores lidam com dificuldades em se adaptar às regras de relevância no ambiente digital e questionam práticas como a exigência de frete grátis e de uso de serviço próprio de logística.

Empreendedores de todo o Brasil encontraram nas plataformas de comércio eletrônico um meio de iniciar ou manter suas atividades digitalmente enquanto as lojas físicas estavam fechadas na pandemia. Enquanto os chamados marketplaces cresceram em número de vendas e de lojistas virtuais, os vendedores agora lidam com as dificuldades em se adaptar às regras de relevância no ambiente digital e questionam práticas das plataformas que impactam o retorno financeiro sobre os seus negócios, como a exigência de frete grátis e de uso de serviço próprio de logística.

A política de ranqueamento dos anúncios de cada vendedor em plataformas como o Mercado Livre, Magazine Luiza e Lojas Americanas é calculada por algoritmos que levam em conta fatores como as buscas mais recorrentes por clientes. Em geral, quem entrega rápido e não cobra a mais por isso é priorizado. Acontece, porém, que oferecer isso aos clientes sem aderir aos serviços dos próprios shoppings virtuais pode ser inviável, e os vendedores acabam tendo de pagar uma porcentagem maior sobre suas vendas. A escolha passa a ser entre abrir mão de margem de lucro para vender ou praticar preços mais altos, o que acaba impactando os volumes.

A imposição de uso de serviços e práticas adotadas pelas plataformas tem gerado críticas na comunidade de vendedores e foram relatadas à reportagem em entrevistas feitas pelo Estadão/Broadcast com lojistas que usam esses serviços.

Uma comerciante de Curitiba (PR) passou a vender tecidos no Mercado Livre durante a pandemia, depois de perder o emprego. Tornou-se Microempreendedora Individual (MEI) e, com esforço, “ativou o termômetro” do Mercado Livre, ou seja, conseguiu que a plataforma indicasse aos clientes que ela tinha uma boa reputação, depois de vender e entregar dentro do prazo suas 10 primeiras encomendas.

As entregas até então vinham sendo feitas pelos Correios, mas depois de ampliar o volume de vendas, chegando a uma média de duas encomendas por semana, ela recebeu um e-mail que dizia: “Ative seus envios nas agências do Mercado Livre antes de 26 de julho para que seus anúncios não sejam pausados”. Isso aconteceu porque a plataforma exige que os vendedores usem a logística própria do grupo ao atingir um determinado patamar de vendas – a empresa não informa qual é esse volume.

A exigência trouxe um problema burocrático e financeiro para a vendedora. Como no Estado do Paraná o MEI não tem uma inscrição estadual exigida pela plataforma para emissão de nota fiscal por meio do sistema do Mercado Livre, ela teve de mudar a categoria de sua empresa e passar a arcar com os custos mensais de um contador. Depois de fazer todas as mudanças e ter de repassar custos para o preço de seus produtos, suas vendas estão paradas. “Faz 10 dias que não vendo nada”, diz. Desanimada, ela pensa em desistir da plataforma e seguir com seu site próprio e em outros marketplaces.

A Secretaria da Fazenda (Sefaz) do Paraná esclareceu à reportagem que os MEIs são dispensados de inscrição estadual no Paraná. “Eles conseguem emitir Nota Fiscal Avulsa eletrônica, pelo site da Receita Estadual (Receita/PR). Porém, alguns marketplaces disponibilizam plataformas integradas e automatizadas nas vendas realizadas em seu site, como é o caso do Mercado Livre”. O órgão explica que, nesse caso, como o próprio software do marketplace emite a nota fiscal para o vendedor, é necessário que o lojista virtual tenha inscrição no seu estado, o que, hoje, não é possível para os MEIs do Paraná. Por essa razão, a vendedora de Curitiba teve de passar a arcar com os custos de uma microempresa para usar a logística própria do marketplace.

Segundo o Mercado Livre, a imposição de uso de sua logística pelos vendedores que têm vendas recorrentes tem como objetivo garantir a emissão de notas fiscais dos produtos vendidos.

“Não temos barreiras para começar a vender na plataforma entregando pelos Correios. Quando o vendedor já é um profissional, já não é mais um vendedor eventual, ele precisa ter empresa aberta e emitir notas fiscais. Como a gente garante isso? Com ele usando a nossa logística”, afirma Ricardo Lagreca, diretor jurídico do Mercado Livre. “Quando percebemos que ele já é profissional, ele tem de ingressar na nossa logística”.

As queixas de alguns lojistas sobre esse tema foram parar na Justiça, e o Mercado Livre alega que a jurisprudência tem sido favorável à empresa. “O Mercado Livre tem o direito de exigir (a migração para sua logística própria), para garantir uma melhor experiência para o usuário e o recolhimento dos tributos. Acreditamos que estamos fazendo isso dentro do nosso direito”, afirma Lagreca. “O recolhimento de tributos é o grande motivo de resistência para alguns vendedores fazerem essa migração.”

Alcance
O executivo sustenta que a adesão à logística própria, como parte do processo de profissionalização, resulta em mais vendas. Segundo ele, o incremento médio foi de 176% no volume nas mudanças registradas nos últimos seis meses. “Ou seja, mais do que dobra a venda quando ele usa a nossa logística”, afirma.

No Brasil, a penetração da rede logística própria do Mercado Livre encerrou o primeiro trimestre deste ano com 90% do total das entregas, o que, segundo a companhia, permite que 1.800 cidades recebam encomendas em até dois dias.

A contratação desse serviço, porém, tem custos. Lagreca diz que esse valor é compensado pela qualidade das entregas e demais benefícios. De fato, a eficiência da logística é elogiada pelos comerciantes da plataforma, mas a precificação dela esbarra na política de frete grátis da companhia. De modo geral, os lojistas pagam R$ 5 por produto despachado, quando a compra é de até R$ 78. Depois disso, os vendedores são obrigados a bancar o frete grátis garantido ao cliente. Segundo o Mercado Livre, o valor pago pelo lojista é subsidiado pela plataforma.

O benefício de fazer parte desse circuito é conseguir entregar rapidamente, ter o selo de frete grátis e, assim, aparecer mais para o cliente. Os produtos, porém, ficam mais caros. “Um produto que eu poderia vender por R$ 10, eu tenho que vender por aproximadamente R$ 35”, diz uma vendedora de utilidades domésticas da capital paulista. “No meu site, vendo 0,5 metro de tecido por R$ 12,90. No Mercado Livre, vendo por R$ 21,90.”, diz a vendedora de Curitiba (PR).

Há quem questione também a independência de atuação na plataforma. “A política de frete grátis limita a liberdade de precificação do vendedor, principalmente de baixo ticket”, diz um vendedor de livros, instrumentos musicais e caixas de som de Taubaté (SP). Os lojistas ouvidos pediram para não se identificar, já que, mesmo com críticas, ainda contam com a plataforma para seus negócios.

Em fóruns de discussão de vendedores das plataformas as críticas também são comuns. As reclamações e questionamentos alcançam outros marketplaces além do Mercado Livre e vão desde a falta de clareza sobre a cobrança de frete até a utilidade ou não de comprar anúncios para movimentar as vendas.

Competição
O repasse dos custos extras ao preço final diminui a competitividade dos comerciantes menores, já que aqueles que têm capacidade financeira para fazer compras de estoques maiores e ganhar no volume de vendas conseguem praticar preços mais baixos. Além disso, os vendedores descrevem uma “competição desleal” com os produtos da loja própria do Mercado Livre. Eles alegam não conseguir praticar preços tão baixos quanto os oferecidos pela empresa em seu estoque.

O Mercado Livre afirma que “as modalidades de venda direta e de marcas próprias têm um sortimento restrito e foram criadas com o objetivo de suprir a demanda existente por sortimento e preço, preenchendo espaços que hoje estão vazios ou ocupados por e-commerces concorrentes”. A empresa diz ainda que os produtos são precificados de modo a garantir um cenário equilibrado e uma competição saudável dentro da plataforma.

“Outras varejistas conseguem comprar quantidades enormes de determinados produtos com descontos. Nosso vendedor menor não consegue ter essas negociações. A gente entra pontualmente nisso, para trazer clientes para a plataforma. O cliente que vem para cá e fica, compra de outros vendedores”, afirma Lagreca.

Para os vendedores, porém, o oferecimento de produtos mais baratos que os seus pela loja própria da plataforma, em um patamar de preço que eles não conseguem atingir, é visto como um limitador de suas vendas. Ainda mais quando uma parte da precificação envolve taxas de serviços da própria plataforma.

Fonte : https://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/regras-de-plataformas-de-e-commerce-afetam-lojistas-e-viram-alvo-de-criticas,2c1cbe8b6d9eac50b26a2df6b3c82b13e8vz7l67.html

PMEs faturam mais de R$ 1 bilhão com o e-commerce no primeiro semestre de 2021

Dados da Nuvemshop mostram crescimento de 140% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
No primeiro semestre de 2021, as pequenas e médias empresas (PMEs) aumentaram em 140% o seu faturamento com as vendas on-line em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, esses empreendedores movimentaram mais de R$ 1 bilhão, contra os R$ 428 milhões calculados no mesmo período de 2020. Esses resultados são baseados no banco de dados da Nuvemshop, plataforma de e-commerce da América Latina com mais de 85 mil lojas virtuais na região.

Segundo o levantamento, houve crescimento de 121% no volume de produtos vendidos on-line no Brasil, que saltou de 9,3 milhões no primeiro semestre de 2020 para mais de 20 milhões no mesmo período de 2021. É como se 10% da população brasileira tivesse comprado pelo menos 1 produto on-line nos primeiros seis meses do ano.

A empresa calcula que mais de 3 milhões de brasileiros compraram pela Internet pela primeira vez neste primeiro semestre. Para o próximo semestre, a expectativa é de mais crescimento, principalmente pelo fato de que teremos datas comerciais que são importantes para o e-commerce, como Black Friday e Natal.

Ticket médio cresce

Na primeira metade do ano, o ticket médio subiu e foi calculado em R$ 218. No ano anterior, o ticket médio foi de R$ 213. Isso significa que os consumidores estão comprando em mais quantidade, além de estarem pagando ainda mais pelos produtos. Outro destaque é que 73% das vendas on-line foram feitas por celular, enquanto 26% foram realizadas por computadores.
Os segmentos que mais faturaram com o e-commerce nos primeiro seis meses deste ano foram Moda (R$ 342,8 milhões), Saúde & Beleza (R$ 85,8 milhões), Acessórios (R$ 72,3 milhões), Casa & Jardim (R$ 42,2 milhões) e Eletrônicos (R$ 27,7 milhões). Em contrapartida, os que mais aumentaram suas vendas e estão ganhando cada vez mais força no e-commerce são o de Antiguidades (+782%), Joias (+174%), Brinquedos (+127%) e Artes & Artesanatos (+126%).

São Paulo é o estado que mais fatura com o e-commerce no Brasil

Assim como registrado em 2020, São Paulo continua sendo o estado que mais fatura com as vendas on-line no país. Somente neste primeiro semestre, os pequenos e médios empreendedores da região movimentaram mais de R$ 347,4 milhões. Minas Gerais foi o segundo estado com maior faturamento, calculado em R$ 106 milhões, seguido por Rio de Janeiro (R$ 87,7 milhões).

Fonte : https://ipnews.com.br/pmes-faturam-mais-de-r-1-bilhao-com-o-e-commerce-no-primeiro-semestre-de-2021/

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