Como fazer o pacote chegar intacto ao destino? Uma história de bicicletas

Imagine que você é dono de uma fábrica de bicicletas. O negócio vai bem, suas vendas estão crescendo, mas há um problema: na entrega, a falta de cuidado dos carregadores ao manusear os volumes acaba danificando várias delas. E o lucro da venda de bicicletas vira prejuízo. O que você faz?

Imagine que você é dono de uma fábrica de bicicletas. O negócio vai bem, suas vendas estão crescendo, mas há um problema: na entrega, a falta de cuidado dos carregadores ao manusear os volumes acaba danificando várias delas. E o lucro da venda de bicicletas vira prejuízo. O que você faz?

A VanMoof, fabricante holandesa de bicicletas elétricas, estava diante do mesmo dilema. A marca é famosa entre os jovens por produzir bicicletas inteligentes. Tanto que é chamada de “a Tesla das bicicletas”, numa comparação com a avançada montadora de carros elétricos.

Se você faz compras pela internet, talvez já tenha recebido um pacote danificado no transporte. É uma chateação para todo mundo, mas, para a empresa que vai repor o produto, significa prejuízo. Era especialmente prejudicial à fabricante holandesa, que usa equipamentos sensíveis e caros, como dispositivos antirroubo e motores elétricos. Muitas vezes a bicicleta era entregue, nas palavras de um diretor, “como se tivesse passado por uma colheitadeira de metal”.

Será que escrever “frágil” na embalagem resolve? A revista Popular Mechanics em 2010 enviou vários pacotes, contendo localizadores e sensores, para testar. Alguns não tinham nenhum aviso, porém outros tinham etiquetas indicando “frágil”.

Um problema é que, ao pedir cuidado, você não está sozinho. Em um centro de triagem, uma boa quantidade de pacotes tem o mesmo aviso de “frágil”, o que dificulta o tratamento especial a todos ou só a um deles. E destacar a fragilidade do produto também deixa irritadas algumas pessoas. Os carregadores agiam com muito menos cuidado e as caixas com o aviso chegaram muito mais maltratadas ao destino.

A VanMoof tentou lidar primeiro com o problema fazendo o óbvio: trocou de transportadora. Mas não funcionou e logo depois precisou fazer o mesmo. E assim foi trocando para serviços maiores e menores, sem que as bicicletas deixassem de chegar destruídas.

Finalmente a empresa inovou na resposta, se valendo de um truque emprestado dos estudos de comportamento. Entregadores não manuseiam bicicletas sem maiores cuidados para estragá-las, mas por imaginar que o equipamento é resistente. Há uma razão: por décadas, os modelos foram mesmo simples, sem adicionais eletrônicos sofisticados.

Já as TVs sempre foram reconhecidas como equipamentos frágeis, que precisam ser manuseados com mais delicadeza. Essas duas informações são uma referência mental para os entregadores em um dia de trabalho.

E se em vez de explicar aos entregadores que o equipamento é frágil fosse estampada a imagem da TV na caixa de bicicleta?

Nem foi preciso mudar tanto: as caixas da bicicleta e de uma TV tela plana são parecidas. No começo de 2016, as novas embalagens começaram a ser enviadas. Com um “puxão” nos entregadores – uma pequena mudança de cenário para mudar um comportamento -, a VanMoof viu os danos na entrega caírem entre 70 e 80%.

Será que se trata de um caso bem específico ou será que daria certo com outro tipo de produto? Seja como for, é um exemplo de como conceitos econômicos podem ajudar a resolver problemas do dia a dia. Só não avisem os entregadores.

Matéria sugerida pelo colaborador: Gerson Diacov

Fonte: G1.com.br

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7 varejistas que correm contra o tempo para valorizar a loja física

Desorientação. Essa é palavra que toma conta da sociedade quando uma revolução está prestes a acontecer. É o que se vê no momento atual, de profunda transformação das relações entre as pessoas e delas com o meio ambiente. Isso tudo por conta da tecnologia, que desorienta as práticas antigas dos negócios varejistas.

Há alguns anos, a discussão sobre as transformações do varejo circunda uma ideia sombria: o apocalipse da loja física. O que se vê hoje é uma proliferação de fechamentos de lojas físicas pelo mundo. A Macy’s, por exemplo, fechou centenas de lojas, mas está dando uma nova cara para as remanescentes.

Embora os varejistas ainda patinem sobre o terreno escorregadio das inovações incrementais ou disruptivas, o consumidor sabe bem o que quer: experiência e comodidade. Alguns varejistas tocam experiência interessantes no varejo mundial que podem ser referência ao mercado brasileiro. Confira, a seguir, cases de sucesso da transformação da loja física, apresentados por Rodrigo Diago, diretor executivo da Accenture e líder da Indústria de Varejo para a América Latina, durante o 7º Fórum Lide do Varejo.

Para Diago, o que rege a transformação digital são as expectativas do consumidor. Do momento do desejo à sua realização existiam horas ou dias de intervalo. “Hoje, a tendência aponta que, em larga escala, o consumidor possa abrir a porta da geladeira e, por comando de voz, acione a loja para receber o produto que acabou. O intervalo de tempo está diminuindo cada vez mais. Alguns players podem ver essa revolução como ameaça, outros, como oportunidade”, afirma o executivo.

Conheça as sete marcas que estão reinventando a loja física:

Lululemon
A varejista de materiais esportivos Lululelmon, do Canadá, transformou sua loja em um centro de educação. Em meados do ano passado, a empresa anunciou a expectativa de contratar mais de 100 educadores para trabalhar em suas lojas durante a temporada de férias. “Eles encorajam as pessoas a desenvolver os produtos dentro da loja”, conta Diago.

April Gourmet
A China está apostando alto na cultura digital do seu povo e na adesão espetacular que o país tem em relação aos smartphones. Até o fim dos anos 2000, a maior empresa do gigante asiático era uma do setor de telecomunicações, a China Mobile. Hoje, as líderes são as que desenvolvem soluções para essa massa de celulares inteligentes que o país utiliza, como Tencent e Alibaba.

Um dos varejistas que utiliza esse potencial é a April Gourmet, de supermercados. Assim como a Amazon Go, a rede tirou todo atendimento humano das lojas e permite aos consumidores que levem seus produtos e realizem o pagamento de maneira automatizada, via celular.

Rebecca Minkoff
Fundada em Nova York em 2005, em pouco mais de uma década, a marca de moda Rebecca Minkoff atingiu a impressionante marca de 900 lojas em todo o mundo. O objetivo agora é adaptar as lojas à realidade phygital. Com as novas tecnologias empregadas na loja, o consumidor consegue por meio de um espelho inteligente ver as variações do produto e adaptar as peças ao seu próprio corpo, reduzindo consideravelmente o atrito próprio do varejo de moda: o tempo que se perde aguardando peças para serem levadas ao provador e as trocas de roupas dentro da cabine.

Coty
Ainda na linha da simbiose entre o físico e o digital, a Coty estimula o cliente a usar seu celular para provar seu produtos dentro da loja, sem a necessidade de ter todas as opções disponíveis no seu estoque local. Por meio do aplicativo, a varejista oferece cores de batons que combinam com os diferentes formatos de lábios e tonalidades de peles das suas clientes, fazendo a combinação por meio de inteligência artificial.

Rodrigo Diago, da Accenture, aponta que as tecnologias voltadas para aplicativos vêm evoluindo e alcançando soluções relevantes na jornada do cliente. “Existe um business nessas plataformas que envolve o potencial de captura de informações, que permite fazer um pareamento entre oferta e demanda, agregando valor. O negócio é gerar transações com as combinações matemáticas. Isso pode ser uma grade mudança para o varejo”, destaca.

Macy’s
A Macy’s passou, em 2018, por um processo intenso de fechamento de lojas junto com tantos outros varejistas tradicionais dos Estados Unidos. A empresa resolveu ver o apocalipse do varejo físico como uma oportunidade, usando as lojas que sobraram para acolher as marca que estão ficando sem espaço físico. Um dos exemplos é a LensCrafters, rede de óticas, que está abrindo lojas dentro

Além disso, a Macy’s recebe os e-commerces e marcas que só vendem on-line para ter seu espaço no mundo físico. A gigante varejista está juntando, mais do que nunca, seu know-how em varejo e seu poderio imobiliário em um único negócio. É a fusão do real estate e do retail como solução para contornar o fim da loja física como a conhecemos.

H&M
Quase 5 mil lojas pelo mundo em 69 países. Esse é um dos principais ativos da H&M, empresa sueca do segmento de moda. Porém, a necessária ampliação da capilaridade da rede é sempre um desafio para a empresa que trabalha com preços acessíveis. “Uma das soluções para integrar as lojas físicas e seus estoques é transformar essas lojas em hubs de distribuição”, conta Diago.

Além disso, a H&M criou um plano de expansão que compreende o “lançamento de flagships integradas com o on-line para atender CEPs onde as lojas tradicionais não chegam”, explica o especialista da Accenture. Tudo isso a menor custo e maior eficiência operacional.

Hema
Uma das sensações da NRF 2019 foi a reprodução do sistema logístico do Hema, supermercado do Grupo Alibaba especializado em comidas frescas. Da porta para dentro da loja, o sistema automatizado evita o contato humano com produtos delicados. Da porta para fora, um ambiente de jornada integrada que garante eficiência no delicado delivery de alimentos. “A rede consegue fazer com que qualquer loja entregue diretamente ao cliente em 30 minutos. Esse modelo é fonte de inspiração para o varejo do mundo e para o brasileiro também, com as devidas adaptações ao nosso varejo”, avalia Diago.

Fonte: portalnovarejo

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Abecs projeta crescimento de 16% para uso de cartões em 2019

Em 2018, valor total transacionado atingiu R$ 1,55 trilhão, alta de 14,5%. Associação espera chegar a 60% de representatividade no consumo das famílias até 2022.

Os pagamentos realizados com cartões de crédito, débito e pré-pagos devem crescer em torno de 16% em 2019, chegando ao patamar de R$ 1,8 trilhão, de acordo com projeções da Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento. Com isso, as compras com cartões devem registrar, no 4º trimestre de 2019, uma participação recorde de 40% em relação ao volume do consumo das famílias brasileiras.

“O objetivo do setor é alcançar o patamar de 60% de representatividade no consumo das famílias até 2022. Para isso, é preciso incentivar ações que ampliem o acesso e gerem mais eficiência aos meios eletrônicos de pagamento, apostando em inovação e produtos e serviços cada vez mais convenientes e seguros para as pessoas”, afirma Pedro Coutinho, presidente da Abecs.

Balanço 2018
Segundo dados consolidados da Abecs, os brasileiros realizaram R$ 1,55 trilhão em compras com cartões em 2018, crescimento de 14,5% em relação a 2017 – maior alta desde 2014, quando o setor cresceu 14,8%. Entre as modalidades, os cartões de crédito registraram R$ 965,5 bilhões, alta de 14,6%, os cartões de débito, R$ 578,1 bilhões, alta de 13,8%, e os cartões pré-pagos, R$ 11 bilhões, alta de 66,5%. O volume total representou 38,3% do consumo das famílias no 4º trimestre de 2018. Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), a representatividade do setor subiu de 20,7% em 2017 para 22,8% em 2018.

Em quantidade de transações, os cartões tiveram crescimento ainda maior, de 15,5%, totalizando 18,8 bilhões em 2018 – o equivalente a 35,8 mil transações por minuto. Os cartões de crédito foram usados 9,4 bilhões de vezes pelos brasileiros, enquanto os cartões de débito, 9,3 bilhões, e os cartões pré-pagos, 180,1 milhões. Levando em consideração a população economicamente ativa, cada pessoa realizou cerca de 180 transações com cartões no ano passado.

Compras remotas
As compras com cartões não presentes, com destaque para o e-commerce, também ajudaram a impulsionar o crescimento do setor no período, somando R$ 198,2 bilhões (alta de 18,4%). O valor corresponde a 20,5% de todo o volume transacionado por meio de cartões de crédito em 2018. De acordo com pesquisa da Abecs realizada pelo Datafolha, 78% das pessoas que fazem compras online usam o cartão de crédito nessas transações, sendo que 63% delas preferem o celular como plataforma de acesso ao e-commerce. Em seguida, estão o computador tradicional (35%), o notebook (33%) e o tablet (3%).

Dados regionais
O uso dos cartões continua mais concentrado no Sudeste, que detém 60,5% de todo o volume movimentado. Em seguida estão Sul (15,1%), Nordeste (13,1%), Centro-Oeste (7,7%) e Norte (3,5%). Por outro lado, o crescimento mais expressivo no período ocorreu na região Norte, com alta de 16% no volume total movimentado em cartões e de 17,5% se considerada apenas a modalidade de cartão de débito. Esse resultado é reflexo do processo de inclusão financeira que continua ocorrendo no País.

As compras internacionais realizadas por brasileiros com cartão de crédito somaram R$ 31,8 bilhões, avanço de 12,6% em relação ao ano anterior. Já os gastos de estrangeiros no Brasil com cartões cresceram 12,9%, chegando a R$ 15,7 bilhões. O levantamento da Abecs mostra ainda que, em 2018, os programas de loyalty dos cartões geraram R$ 4,3 bilhões em vantagens e benefícios aos clientes. O valor é 6,8% maior do que o registrado em 2017, o que significa que o brasileiro tem aproveitado esse benefício do cartão para adquirir produtos e serviços.

Infraestrutura
Ainda de acordo com o levantamento da Abecs, o Brasil possui atualmente um dos maiores parques de equipamentos de captura de transações com cartões (POS e PDV) do mundo, com 9,3 milhões de terminais espalhados por todo o território nacional. Devido ao aumento da competitividade e ao investimento realizado pelo setor nos últimos anos, o País conta com uma concentração de 44,6 equipamentos para cada mil habitantes, um dos maiores índices do mundo e superior ao de países desenvolvidos, como Itália (40,7), Canadá (39,2) e Austrália (38,9%).

Uso consciente
Em paralelo à popularização e ao crescimento dos meios eletrônicos de pagamento, é cada vez maior a parcela de brasileiros que usam o cartão de crédito de forma consciente. Segundo dados do Banco Central, o índice de inadimplência do cartão caiu ao longo de 2018 e chegou a 5,7% em dezembro, menor patamar da série histórica, iniciada em março de 2011.
De acordo com pesquisa da Abecs realizada pelo Datafolha, cerca de 90% dos consumidores pagam o valor integral da sua fatura e, portanto, não recorrem a nenhum tipo de financiamento. Apenas 4% usam o rotativo do cartão, que hoje corresponde a 0,8% de todo o volume de crédito financiado à pessoa física no Brasil.

Fonte: portalnovarejo.com

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As promessas de iFood, Rappi e Grow para otimizar os serviços de delivery

De shoppings centers a startups, empresas se movimentam de olho no potencial do segmento de entregas, que ainda se beneficia de novas opções de modais.

Para combater o custo logístico da chamada ‘última milha’ no serviço de delivery, as grandes varejistas têm despejado bilhões de dólares em desenvolvimento de sistemas de drones, carros autônomos e robôs entregadores. A preocupação não é por acaso. Esse trecho final de entrega custa, na média, 30% do total do frete para o varejista eletrônico.

Os segmentos do varejo que mais sofrem com isso são de alimentação e refeição. O primeiro ainda conta com a cultura brasileira de ir ao mercado. O segmento de refeição, porém, precisa oferecer praticidade para fazer sentido ao consumidor. Esse filão de entrega de refeições teve um faturamento de R$ 10 bilhões em 2017, segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Apesar do número importante, o segmento ainda tem um enorme potencial de crescimento. E é de olho nisso que duas startups do setor de mobilidade urbana estão se juntando. Em janeiro, a mexicana Grin, que aluga patinetes elétricos, se uniu à Yellow, de bikes compartilhadas. Além do mercado de compartilhamento de veículos, a Grow (empresa que nasceu dessa fusão) promete impactar o mercado de delivery de refeições.

Ricardo Kauffman, diretor de Relações Públicas da Yellow, assume que a Grow tem interesse em dividir o mercado de delivery com as já estabelecidas iFood, Rappi e Uber Eats. “A Grow tem uma vantagem significativa em termos de custo/cadeia de suprimentos, pois poderá aproveitar a capacidade da Yellow de fornecer suas bikes localmente no Brasil, ao invés de importá-las da China, como outros players do mercado”, explica Kauffman.

A porta de entrada da Grow nesse mercado pode ser uma parceria com a própria Rappi. As duas empresas já trabalham juntas, mas a atuação está limitada ao desbloqueio dos patinetes da Grin por meio do aplicativo da Rappi. Kauffman afirma que pretende expandir essa parceria com a empresa colombiana para as bikes da Yellow, que também poderão ser desbloqueadas pelo app da Rappi. O executivo não confirma, porém, a extensão da parceria para o delivery.

Anunciada no início de fevereiro, a fusão que criou a Grow mantém as marcas Grin e Yellow funcionando de maneira independente, por enquanto. Juntas, as empresas atuam em sete Países da América Latina. Kauffman explica que “a soma das estruturas das companhias oferecerá serviços de mobilidade, entrega de alimentos e pagamentos digitais”.

Se a parceria for confirmada, a Rappi deve contar com uma nova solução em mobilidade, as bikes elétricas da Yellow, que começarão a ser testadas nas próximas semanas. A Rappi trabalha para reduzir os tempos de entrega, em especial nas regiões de maior densidade demográfica, além de ensinar os seus clientes que é possível recorrer ao delivery para além dos serviços alimentares. “Delivery é uma realidade não só na comida. Queremos trazer mais tempo para o nosso consumidor final em todos os serviços”, diz Camila Velzi, head de bussiness development da Rappi, que quer ganhar terreno entregando também produtos de farmácia, livros e eletrônicos.

Para reforçar essa imagem de empresa que entrega de tudo, a Rappi fechou uma parceria com o Shopping Tucuruvi, em São Paulo. Os clientes fazem suas compras em um ambiente dedicado ao Shopping dentro do próprio app da startup, sem sair de onde estiverem. “Nesse primeiro momento, a maior aderência deve ser de alimentação e conveniência, como farmácias e mercados. Mas a médio e longo prazo, até segmentos que ainda não têm tanta aderência na internet devem ser incluídos”, prevê José Bernardo Milek, superintendente do Shopping Metrô Tucuruvi.

Localizado na periferia de São Paulo, o Shopping Metrô Tucuruvi recebe um enorme fluxo vindo dos terminais de ônibus e da estação de metrô. As entregas via aplicativo têm o potencial de atrair um público que mora mais longe para o shopping, que pode incluir consumidores de maior renda e que entreguem um tíquete maior por compra.

Com a parceria, o shopping pretende atender clientes num raio de até 20 quilômetros, abrangendo parte considerável da zona norte da cidade e de Guarulhos, o que expande a zona de atuação do shopping para dentro da área de concorrentes, como o Internacional Shopping Guarulhos, Center Norte, Santana Parque Shopping, entre outros.

O superintendente não crê que vá haver uma canibalização das vendas nas lojas físicas por conta da adesão on-line. “A gente tem diversos atrativos para tirar o cliente de casa e trazê-lo até nós”, avalia, referindo-se a experiências como cinema, área de lazer para crianças e academia. “O maior objetivo é oferecer mais um ponto de contato para o cliente. Cada vez mais, é ele quem escolhe a forma como quer comprar e nós temos que nos adaptar”.

A iniciativa de entrega via Rappi será inaugurada ainda neste mês, depois de pouco mais de dois meses de negociação. “A gente começou as conversas com o Rappi há mais ou menos 50 dias. E o processo foi rápido pelo interesse mútuo das empresas, tanto do Rappi em trabalhar com shoppings quanto nosso, em tornar o shopping omnichannel”, explica Milek.

O Supermercado Now tem uma solução parecida com a da Rappi, mas foca nas mercearias. A empresa mostra o enorme potencial do delivery alimentar no Brasil. A plataforma que liga os varejistas aos consumidores triplicou o número de pedidos em 2018 em comparação ao ano anterior. A expectativa para 2019 é receber até cinco vezes mais pedidos do que no ano passado.

A companhia fundada em 2016 faz parcerias com as redes para receber os pedidos online e fazer as compras pelos clientes. Os 150 compradores parceiros da marca usam carros e motocicletas para entregar os produtos.

Marco Zolet, CEO e cofundador do Supermercado Now, destaca três pontos do negócio:

1. Rapidez – as entregas são feitas em até duas horas. “Usar a economia compartilhada faz com que nossa logística fique muito bem otimizada”;

2.Integração – “A loja tem o estoque, o sortimento, está próxima ao consumidor e usá-la é muito importante. O Supermercado Now vai alavancar as vendas das lojas e vai trazer mais clientes colocando as lojas no mundo online”;

3.Personalização – “A plataforma tem uma usabilidade legal, promoções e a organização é baseada no comportamento de compra do cliente”.

Os compradores/entregadores da plataforma chegam a fazer alguns percursos a pé. Por isso, o Supermercado Now vai testar o uso de bicicletas e patinetes nos próximos meses. Zolet conta que a empresa está negociando com outras companhias que oferecem soluções de micro mobilidade.

A Loggi também vai testar novos modais para fugir do tradicional. A empresa tem uma área de atuação maior em comparação com o Supermercado Now, trabalha com varejistas de todos os setores. O diretor de e-commerce da empresa, Francesco Losurdo, conta que a ideia é começar com as cidades pequenas: “você não conecta o Brasil se só conecta cidades grandes. O desafio é chegar ao nível molecular dessa malha logística”, diz Losurdo. A Loggi também vai começar a trabalhar com pontos de coleta.

A empresa de logística é outra que mostra o momento positivo do mercado de delivery. O objetivo para 2019 é ir além das 33 cidades atendidas atualmente e, depois de chegar a todas as capitais, impactar 98% dos municípios. Até o fim de 2020, a Loggi pretende atender 95% da população brasileira.

Mais 70 shoppings

Camila Velzi, da Rappi, anunciou mais parcerias entre a startup e empreendimentos para os próximos meses. Conversas com mais 70 shoppings já estão em andamento para acordos iguais ou semelhantes à parceria com o Shopping Metrô Tucuruvi. As negociações ainda estão em curso, mas mostram a agressividade da estratégia.

O varejo pode se beneficiar de soluções como as da Rappi em dois aspectos: agilidade e visibilidade. Os consumidores que usam o aplicativo da startup, via de regra, já decidiram o que comprar, mas não conseguem ir até a loja. A plataforma intermedeia vendas que provavelmente não aconteceriam, como acredita o superintendente do Shopping Metrô Tucuruvi.

Além disso, os varejistas ganham mais exposição. O aplicativo funciona como um canal de vendas extra. Soluções que aparentemente impactam apenas o consumidor, também têm efeito positivo para o varejo.

Novas soluções, próximas e distantes

Em 2018, o iFood cresceu 128% em relação ao ano anterior. A startup recebeu aporte recorde para investir na expansão da rede e triplicar o número de restaurantes parceiros. A ideia é chegar a 150 mil lojas conectadas ao app. A startup já tem em seu radar soluções de entrega, como robôs autônomos e drones, mas ainda não colocadas em prática. Para os drones, o principal entrave é regulatório, com restrição forte relacionada ao tráfego aéreo. Sobre os robôs, a ideia é começar testando em condomínios fechados. Ainda não há data para iniciar os testes.

Assim como na Grow, as apostas do iFood para o futuro próximo do delivery estão nas bikes e nos patinetes. Hoje, são 14 milhões de pedidos mensais atendidos por uma gama de 120 mil entregadores. Hoje, o iFood tem 15 bicicletas e 10 patinetes, todos elétricos, rodando em São Paulo em esquema de teste. A ideia é ter 300 modais desse tipo (150 bikes e 150 patinetes) rodando na capital paulista até fim de março.

O iFood tem realizado estudos de altimetria para saber quais regiões de São Paulo podem receber patinetes e bikes, já que o terreno acidentado da cidade inviabiliza esses tipos de modal em algumas regiões muito íngremes. “A gente já tem até alguns restaurantes parceiros fazendo entregas só por patinete porque não têm estacionamento e as motos não podem estacionar perto”, explica. Fernando Martins, gerente de inovação em logística do iFood.

Martins ressalta que a estrutura logística das cidades onde o iFood atua oferecem desafios para novos modais de entrega, “mas com as ciclovias e com uma nova consciência para respeitar esses modais, a gente vê novas oportunidades”, afirma.

O problema da falta de espaço nas ruas e desafios de topografia não são exclusivos das cidades brasileiras. Mesmo as cidades mais organizadas do mundo procuram soluções para atender os consumidores de maneira eficiente no deslocamento de seus produtos pelas cidades. O estudo “Logística da Cidade: Luz e Eletricidade”, organizado por acadêmicos da Universidade de Roterdã, na Holanda, apontou que as ruas do Reino Unido estão entupidas por vãs e veículos pequenos de carga, pouco eficientes na entrega dos produtos em tempo hábil e que acabam apertando os carros de passeio no trânsito caótico. Segundo o estudo, o tráfego de vans cresceu 71% no Reino Unido em 20 anos, quando o número de carros comuns subiu 13%.

Em mais um estudo realizado na Holanda, dessa vez pelo município de Amsterdã, ficou constatado que. no último ano, as vendas de pequenos caminhões e vans na cidade cresceram 20%, o que traz dificuldade extras de locomoção. Além disso, o estudo apontou também que uma van ou um caminhão pequeno demoram cerca de 12 minutos para descarregar, enquanto as e-cargobikes (bicicletas elétricas de carga) são capazes de realizar o mesmo trabalho em apenas três minutos.

A Volkswagen levará às ruas da Alemanha ainda neste ano o e-cargotrike, um veículo elétrico semelhante ao antigo triciclo, que será capaz de carregar entre 210 e 350 kg (descontando o peso do motorista) por entre os corredores ou mesmo no espaço de pedestres, equilibrando agilidade semelhante ao das motocicletas com um poder de carga próprio das vans. Segundo um comunicado da sede da montadora na Alemanha, o e-cargotrike deve ser “o menor veículo comercial Volkswagen de todos os tempos”.

Logística e mobilidade urbana

Mas nem tudo é agilidade e praticidade para os veículos elétricos. O estudo realizado pela prefeitura de Amsterdam constatou que há problemas no convívio entre as bikes cargueiras e os carros quando precisam dividir o mesmo espaço e que também nas ciclovias a presença do veículo é problemática por conta do tamanho muito superior aos veículos normais. Em São Paulo, por exemplo, as ciclovias não podem receber mais de 250 kg (somando veículo, carga e motorista).

Uma matéria da Forbes de outubro de 2018 destacou a iniciativa do governo britânico para subsidiar a compra de bikes de carga. Foi criado um fundo de 2 milhões de libras para subsidiar a troca de frotas das transportadoras, o que pode economizar os gastos dessas empresas com seu core business em 20%. A ideia é retirar das ruas gradativamente as vans mais antigas, maiores e mais poluentes.

Para Larissa Campagner, coordenadora do comitê técnico do Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), apenas as relações comerciais não serão capazes de alterar a mobilidade das grandes metrópoles. Ela afirma que é preciso um planejamento que leve em conta como a cidade é ocupada. “Esses novos modais (bikes e patinetes) são importantes, mas não têm impacto significante no modo como os paulistanos se locomovem. Precisaríamos de um movimento em uma escala muito grande para a gente sentir diferença nisso”, diz Larissa, sobre os congestionamentos que tiram 2h43, em média, dos paulistanos diariamente.

Fonte: portalnovarejo.com

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Atacadistas oferecem novos serviços para conter ida de cliente ao atacarejo

Ascensão do modelo misto de vendas faz com que distribuidores intensifiquem proximidade com pequenos varejistas de bairro; análise do sortimento e pronta entrega são tratados como ‘trunfos’.

Diante de um ambiente mais competitivo, sobretudo com o avanço agressivo do modelo de atacarejo nos últimos anos, o setor atacadista mira o pequeno varejista para agregar valor aos serviços de entrega logística e organização no sortimento de produtos.

“Quando a pessoa vai até o atacarejo, ela busca economia – mas também gasta tempo e combustível se deslocando até lá para pegar o produto na prateleira. Já quando o cliente vai até o atacado, existe um serviço logístico sendo executado por esse canal”, defendeu ao DCI o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Emerson Luiz Destro.

De acordo com o executivo, os pequenos varejistas têm valorizado esse canal em virtude da curadoria no mix de itens, organização das gôndolas e processo de profissionalização do negócio. “Atuando regionalmente, se o pequeno lojista tiver um bom nível de serviço, um amplo sortimento de produtos e um bom volume de estoque talvez não sofra no momento em que uma grande rede chegar no mesmo local”, declarou Destro, destacando que o pequeno varejista tem a vantagem de estar mais próximo do consumidor final e, consequentemente, pode ajustar a mercadoria conforme a demanda local.

Para ele, atualmente, existe um processo de canibalização no mercado brasileiro. “Infelizmente, esse mercado recessivo está fazendo com que muitas empresas não operem dentro de uma ética”, complementou.

Partilhando de perspectiva similar a do presidente da entidade, o vice-presidente do Dipalma Comércio, Distribuição e Logística, João Alberto Pereira, afirmou que os menores players de varejo alimentar sustentaram o crescimento do setor atacadista neste ano. “O que nos ajudou muito em termos de desempenho foi a presença dos comerciantes de bairro – no sentido que vêem assumindo um papel importante na reposição dos lares e consequentemente crescendo muito rápido”, afirmou Pereira.

Segundo dados preliminares divulgados pela Abad, em outubro de 2018 – ante o mesmo período do ano passado –, o setor atacadista apresentou crescimento nominal de 7%. Já no acumulado do ano, esse avanço está em 0,5%.

“No atacado, o distribuidor tem que ter em mente sempre categorias rentáveis para o próprio negócio e também para seus clientes. Isso vai ficar cada vez mais definido na medida em que, tanto o atacarejo como os distribuidores, se especializarem em determinadas linhas de produto, como por exemplo cafés, bazar, biscoitos e massas”, salientou ele.

Além disso, ele menciona a necessidade de levar “informação” a esses pequenos empresários, como análises sobre as categorias com maior aderência nas regiões onde opera.

“Na minha opinião, o pequeno varejista deveria se preocupar mais em vender do que comprar, permanecendo no seu estabelecimento e procurando atender seu cliente. Se a diferença de preço é pequena [entre atacarejo e atacadista], não é uma decisão inteligente o comerciante perder tempo do seu dia comprando em outro local”, disse Pereira.

Outro exemplo de player atacadista que tem foco nos pequenos negócios é o distribuidor Vila Nova, localizado no Estado de Minas Gerais. “Esses comércios menores representam mais de 50% da nossa base e isso vem aumentando com o tempo”, afirmou o diretor do negócio, Leonardo Miguel Severini.

Para o executivo, após o período eleitoral, “a economia deve caminhar para um patamar de estabilização” e fortalecer o varejo local como uma “forma de conveniência no consumo”. Com isso, Severini diz que tem perspectiva de crescimento de 10% em termos reais de volume de vendas para o ano que vem.

Movimentações políticas

Com as articulações políticas e econômicas em andamento, o setor atacadista também tem se movimentado no Congresso Nacional para defender seus interesses por meio da União Nacional das Entidades de Comércio e Serviços (Unecs).

“Tivemos na quarta-feira passada (21) com a equipe de transição do governo Bolsonaro. Nessa reunião, levamos nossos principais pleitos, no sentido de destravar e melhorar o ambiente de negócio”, afirmou o presidente da Abad.

O dirigente exemplificou um dos entraves. “Nos transportes de cargas, existem regulamentos que criam certa complexidade e custos adicionais que vão parar no bolso do consumidor. Como estruturar a mercadoria tendo que fazer a separação de cada categoria num caminhão com poucos m²? Você acaba tendo que mandar o caminhão com meia carga, e isso é custo. No pedágio, se o caminhão passar cheio ou pela metade não tem desconto”, afirmou Destro, destacando que uma flexibilização poderia resultar em maior competitividade e beneficiar o consumidor final.

Fonte: dci.com.br

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