Setor de franquias acelera processo de integração dos canais de venda

Consumidor mais conectado tem levado grandes redes a reformular seus postos tradicionais em prol da personalização de pedidos; análise de dados é ponto de partida para tendência.

O conceito de canais integrados, o chamado omnichannel, vem ganhando força no varejo brasileiro, levando a importantes mudanças nos últimos anos. E no setor de franquias isso não é diferente. As transformações do perfil do consumidor, que está cada vez mais conectado, já norteiam as estratégias de grandes franqueadores junto ao cliente final.

“As redes de franquias estão começando a se concentrar menos no faturamento por metro quadrado, e cada vez mais no faturamento por consumidor. Existe a tendência para individualização de cada cliente e entender a jornada de consumo dele”, argumentou o vice-presidente de operações da empresa de software de gestão Linx, Jean Klaumann.

De acordo com o executivo, os consumidores brasileiros estão passando por um processo de adaptação ao ato de comprar pela internet – algo que já está em estágio avançado no exterior. “O nível de penetração do e-commerce no setor de varejo da China é de 20%; enquanto no Brasil ainda está em 4%”, disse. Segundo ele, ainda que esse número seja pequeno, frente o cenário internacional, “a participação do comércio eletrônico tem crescido nos últimos quatro anos no território nacional.”

Klaumann aponta que o movimento pode ser um caminho para as franquias conhecerem melhor as demandas de cada um dos clientes. “O franchising tem a chance de analisar o fluxo de dados nessas plataformas e atender o consumidor de forma mais eficiente e inteligente. Como por exemplo, sugerindo para esse cliente a retirada do produto na unidade de franquia mais próxima de sua localização”, disse, ressaltando que a conveniência da distância e o tempo de disponibilização do item são cruciais para fisgar o novo consumidor imediatista.

No entanto, Klaumann relembra a alta concentração de participação do e-commerce no Sudeste do País (43%) como um reflexo da falta de infraestrutura logística e pouca familiaridade com o consumo online em certas regiões do Brasil.

Transformação gradual

Frente os desafios de adaptação às dificuldades logísticas e crescimento da cultura digital na sociedade, a diretora executiva da Arezzo, Silvia Machado, explica o novo modelo de franquias da companhia.

“O novo conceito Arezzo Light tem foco em regiões periféricas as quais há maior dificuldade de implementação do modelo full da marca. O modelo mais enxuto de loja tem atendimento mais interativo, um sistema de estoque rápido e sortimento diferenciado para cada região”, disse a executiva.

Para Silvia, outro ponto importante na mudança de mentalidade dos colaboradores é a concepção de que o engajamento dos clientes nas redes sociais é um campo fértil para análise de dados. “Começamos a linkar o e-commerce com a comissão de venda de cada vendedor. Isso é fundamental também para a diversidade de produtos nas lojas. Além disso, conseguimos analisar melhor o volume de comercialização dos nossos canais”, afirmou.

Ainda de acordo com a executiva, a maior integração entre os canais fornece mais autonomia flexibilidade às vendedoras. “Eliminamos a figura do caixa e do estoquista.”

Atualmente, esse novo modelo mais enxuto de negócio está implementado em 18 unidades da rede de franquias.

Em linha com a perspectiva de mudança da diretora executiva da Arezzo, o vice-presidente de franquias do McDonald’s, Dorival Oliveira, esclarece que o processo de reformulação teve como ponto de partida as demandas do cliente.

“Começamos a entender a necessidade de personalização do pedido de cada consumidor e, consequentemente, estabelecer uma relação mas próxima deles”, afirmou Oliveira.

O executivo explica que a nova estratégia de individualização exigiu a troca de todo o maquinário da rede no Brasil, movimento que teve início há dois anos. “Essas novas máquinas permitem ao cliente montar o lanche como desejar, adicionando ou retirando ingredientes”, afirmou, destacando o fato de que os anseios foram identificados por meio das pesquisas do negócio.

Oliveira exemplifica que as inovações nas unidades podem ser vistas com as instalações de totens de autoatendimento e a possibilidade de pagamento direto por meio de tablets interativos.

“Mudamos a cultura do que realmente é atender o cliente e método de estabelecimento de um relacionamento pelo nosso aplicativo, com análise de histórico dos pedidos online desse consumidor”, disse ele, lembrando a importância da arquitetura e uniformes dos funcionários, que seguiram também a tendência de flexibilização e autonomia.

Fonte: dci.com.br

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Entenda como as novas tecnologias irão transformar o mercado dos meios de pagamento

Poucas áreas foram tão afetadas com a evolução da tecnologia quanto a de meios de pagamento. Simplificar as transações financeiras é uma das principais preocupações entre as startups que trabalham com soluções tecnológicas, o que popularizou o conceito de fintech, ou seja, as inovações voltadas ao setor financeiro. Todos os anos surgem dezenas de recursos e novidades que simplificam a vida de pessoas e empresas – transformando para sempre a forma como enxergamos esse mercado.

É praticamente um caminho sem volta para as empresas que trabalham com finanças e meios de pagamento. A pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária, realizada pela Deloitte em parceria com a Federação Brasileira de Bancos, indica que os investimentos em tecnologia feitos pelo setor somaram R$ 19,5 bilhões no país em 2017, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. As transações bancárias em canais digitais cresceram 30% e o mobile banking, modalidade feita pelos smartphones, representa mais de um terço das operações bancárias realizadas no ano passado.

A tecnologia é importante porque permite o surgimento de soluções inovadoras, reduzindo o risco e custo envolvido. A automação permite fornecer uma solução mais completa, eficiente e barata aos clientes. Assim, um número maior de pessoas consegue aproveitar seus benefícios ao mesmo tempo que gera aumento de demanda e oportunidades de negócios. Isso permite uma inclusão mais democrática, fazendo com que o Brasil caminhe para se tornar uma “sociedade cashless“, ou seja, com movimentações digitais ao invés de dinheiro vivo – o que ajuda muito em termos de segurança, prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao crime organizado.

Para isso, é preciso trabalhar com dados, a nova riqueza da economia mundial (“os dados são o novo petróleo” é o mantra das empresas de tecnologia). Em um mundo conectado, saber extrair inteligência das informações é essencial para se diferenciar no mercado. Conceitos como machine learning, CRM e análises preditivas são realidades no setor. As soluções serão cada vez mais personalizadas porque as corporações terão um conhecimento profundo dos clientes e poderão oferecer os melhores produtos no momento mais adequado.

No caso das empresas de pagamento, esse caminho é facilitado porque elas já são quase 100% automatizadas. A tendência é, no futuro próximo, ver segmentos como antifraude totalmente automáticos, com o mínimo possível de interação humana. O atendimento deve ser mais personalizado, a iniciativa open banking vai se potencializar ao colocar o cliente no controle de seus dados e as soluções em segurança e funções que reafirmam as transações digitais, como NFC, blockchain e pagamento biométrico, devem se popularizar.

Como se vê, a tecnologia é – e será – o grande diferencial das empresas no mercado financeiro, com soluções cada vez mais complexas e personalizadas. As interações com inteligência artificial para direcionamento e organização da vida financeira estarão presentes e a economia caminhará para um cenário cashless, com menos intermediários. É necessário que as empresas de meios de pagamento invistam nessa nova realidade. Quem fizer isso conseguirá prosperar e conquistar novos mercados. Caso contrário, estará obsoleto e defasado em relação às necessidades de seu público-alvo.

Fonte: ecommercenews.com.br

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