E-commerce na pandemia: marketplaces, nova geografia e mídias alternativas

Sétima edição de pesquisa da PayPal sobre perfil do e-commerce brasileiro pontua mudanças históricas e confirmação de tendências do comércio eletrônico.
O e-commerce vem se tornando cada vez mais um pilar fundamental para o comércio brasileiro. Um ano e meio depois do início da pandemia, é possível ver tanto uma ampliação do digital quanto o aumento da qualidade dos serviços em nossas vidas. Pesquisas confirmam essas impressões do dia a dia. No novo levantamento da pesquisa da PayPal sobre perfil do e-commerce brasileiro, o retrato é de um varejo eletrônico mais disseminado pelo Brasil, com mais ferramentas digitais e mudanças substanciais no modelo dos negócios e abordagem do cliente, que têm acontecido pelo aumento de preços e introdução da LGPD.

Se essas transformações parecem óbvias, pouco decifrável é como a digitalização do e-commerce acontece na prática e por meio de quais elementos técnicos ele se consolida, já que este é um processo de desenvolvimento social que se relaciona com a inclusão digital e financeira da população.

“Democracia financeira é tema de extrema relevância. Os pagamentos digitais são mais eficientes e custam menos. Representam mais dinheiro na mão de quem mais precisa”, observa o head de vendas do PayPal Brasil, Felipe Facchini. Segundo ele, inclusão financeira é prioridade no Brasil, e por isso a própria PayPal hoje oferece facilidades como cartão de débito, soluções de tokenização e soluções antifraude.

Facchini ressalta que o celular tem se mostrado como o único meio de pagamento para toda a população no processo de inclusão digital e financeira, e por isso o varejo tem trazido cada vez mais soluções responsivas, além de integração de carteiras digitais como forma de pagamento e a proliferação de apps para gastos do dia a dia.

“As carteiras digitais ganharam mais força coma pandemia e hoje 60% do e-commerce hoje adota por conta de sua inovação, melhor experiência, compra mais rápida, segurança e integração de diferentes meios de pagamentos. Os apps de everyday spending, que são para as compras de rotina, como supermercado, restaurante, farmácia e mobilidade, foram importantes para os restaurantes durante a pandemia, por exemplo, e por isso a PayPal está no Rappi, Uber, 99, etc.”

Sobre o que vem pela frente, Facchini diz que quem quiser continuar no pós-pandemia vai ter que investir em e-commerce e investir em redes sociais como canal de venda e relacionamento com o consumidor. Mas para concordar que a digitalização porvir do varejo on-line tem foco no relacionamento, cabe esclarecer as prioridades e motivadores do atual momento de transformação digital do e-commerce brasileiro.

Evolução dos sites e marketplaces
Thoran Rodrigues, fundador e CEO da Big Data Corp, que é a parceira da PayPal na pesquisa, observa que hoje há quase 5 milhões de sites ativos no e-commerce brasileiro. Há sete anos, eram 360 mil. “Estamos falando de ter crescido quase quatro vezes mais. E a velocidade de crescimento dos sites de e-commerce é mais rápida do que sites como um todo. Antes correspondiam a 2% dos sites ativos e hoje representa 9,4%.”

Apesar desse crescimento, quando medidos por quantidade, só 6% de todas as lojas contam com e-commerce. Por outro lado, ao se contrastar com a totalidade do varejo, o e-commerce cresce a taxas mais altas. Anualizando, esse crescimento é de 23,6%, enquanto a taxa de crescimento do varejo anualizada é de quase 10% na evolução história da pesquisa – o que mostra que o e-commerce cresce mais que o dobro do varejo normal.

“A quantidade de empresas nos marketplaces e no everyday spending tem crescimento ainda mais acelerado que o e-commerce”, ponta Rodrigues. “Há três anos, não havia o conceito de marketplaces e everyday spending como hoje.”

O pesquisador também aponta que a maioria dos e-commerce é pequena, com menos de 10 mil visitas por mês. “Mas nesse ano vemos um aumento da proporção de médias e grandes. Conforme temos mais gente comprando on-line e comprando pela primeira vez, há um público maior nos sites menores e naturalmente a proporção muda. Além disso, muitas lojas de e-commerce são nichadas, oferecendo entre um e dez produtos diferentes vendidos no site. Elas não têm uma diversidade gigantes de produtos, pois no e-commerce o custo de estruturação da loja não segue o físico. Faz mais sentido ter uma quantidade menor de variedade de produtos no e-commerce”, explica Rodrigues.

Alta de preços
A pesquisa da PayPal mostra que o preço médio do e-commerce aumentou. Segundo Rodrigues, o fato está relacionado ao aumento de lojas nichadas e à situação econômica atual do País. “O preço dos produtos subiu. Pegamos todos os preços de todos os produtos e tiramos uma média. O que vimos foi que o preço médio aumentou. Isso tem a ver tanto com o fato de que temos mais lojas nichadas de produtos com produtos de preço médio mais alto, mas também como inflação e poder aquisitivo.”

Descentralização geográfica
A geografia das sedes de empresas de e-commerce e a presença geográfica de seus serviços têm mudado nos últimos ano. Em 2015, quase 55% do e-commerce nacional estavam em São Paulo. Essa proporção subiu até 2018, com quase 62% no Estado do Sudeste, e agora cai para 51,8%.

“Isso significa que a maior parte da abertura de novas lojas não aconteceu em São Paulo. Isso tem a ver com a mudança no comportamento do consumidor. Historicamente, os consumidores digitais eram do Sudeste e do Sul, que tinham mais acesso a tecnologias. Com a pandemia e fechamento dos estabelecimentos, os consumidores do Brasil todos se viram forçados a fazer essa transformação digital. Então, não se trata de um aumento de quem já comprava, e sim da base que passou a comprar. Isso facilita a abertura de sites em outros Estados. O outro lado dessa equação tem a ver com os estabelecimentos, que deixaram de ir para São Paulo porque os mais conectados estavam lá”, esclarece Rodrigues.

Elementos técnicos
A quantidade e a qualidade das ferramentas tecnológicas usadas pelos sites de e-commerce sugerem o grau de profissionalização do setor, já que gera reflexos na construção da loja virtual e no atendimento aos clientes. Dentre os elementos técnicos estão utilização de plataformas, carteiras virtuais, certificados e responsividade.

“Quando começamos a pesquisa, 44% dos e-commerce usavam uma plataforma fechada. Quando começamos a medir, 60% dos sites eram construídos com algum tipo de plataforma e 40% não usava nenhuma plataforma. Se olharmos hoje, temos mais de 80% construídos com algum tipo de plataforma e 20% no modelo mais personalizado.

Rodrigues observa que não houve grande variação nas plataformas abertas, enquanto plataformas de construção passaram a ser mais implementadas. “Hoje, você consegue abrir sua loja com custo baixo dentro dessas plataformas. Temos uma proliferação de plataformas fechadas, que são muito mais fáceis de contratar. Elas têm mais integrações com RPs para puxar estoque, por exemplo.”

Quanto às carteiras virtuais, mais de 60% dos sites oferecem o meio de pagamento hoje em dia. “Isso passou de 40% desde que começamos a medir para 60% atualmente. Mas tem site grande com uma área de tecnologia que tem uma alternativa própria para pagamento”, ressalta o pesquisador.

Em termos de responsividade, Rodrigues aponta que o Brasil saiu de 15% para mais de 80% das lojas virtuais oferecendo a facilitação de navegação.

Adoção por “inflexões”
Rodrigues aponta que a evolução da transformação digital do e-commerce brasileiro conta com adoções e mudanças que passam por eventos externos. Os varejistas tende a não balançar o barco por conta própria. O certificado SSL, que saltou de cerca de 20% em anos passados e hoje está em 90%, cresceu depois que o Google impôs. “A partir do momento em que as plataformas passaram a adotar responsividade, daí então houve uma taxa de aumento. Quando você olha para as tecnologias que não têm esse empurrão externo, o crescimento é mais modesto”, aponta o especialista.

Outro exemplo de influência externa às tecnologias e infraestrutura adotada pelo e-commerce dado por Rodrigues é o aumento de sites hospedados no Brasil. “Parte disso tem a ver com o aumento do dólar, mas também com a preocupação com o impacto da LGPD, que trouxe muitos sites de volta ao País por conta da questão de dados saindo.”

Mídias sociais
Mais que expor produtos, as redes sociais são um forte canal de relacionamento e de construção da marca junto ao cliente. No último ano, o Facebook tem estabilizado quanto ao uso, enquanto plataformas classificadas por Rodrigues como “alternativas ao e-commerce”, como Youtube, vêm crescendo. O Youtube, aliás, saiu de 20% para mais de 45% em cinco anos.

“A presença do Youtube dentro dos sites de e-commerce mais do que dobrou. O Instagram quase triplicou nesse período, de menos de 10% para quase 30%. O TikTok ainda está em pouco mais de 1%, mas está crescendo, na tendência que se torne algo bastante relevante nos próximos anos. Essas mídias diferentes que não têm finalidade de SAC estão crescendo no hall de ferramentas que os sites têm para engajar o cliente”, aponta Rodrigues.

Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2021/08/05/e-commerce-marketplaces-midias/

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Quando o entretenimento se transforma em venda: empresas de e-commerce apostam no conteúdo para aumentar o faturamento

Desde os primórdios da internet comercial já se sabe: qualquer empresa, independentemente da área de atuação, também é uma empresa de mídia. Primeiro foram os websites, depois vieram as redes sociais e os aplicativos. Saber apresentar-se no mais importante dos meios de comunicação é essencial para todo e qualquer negócio.

Mas algumas companhias estão levando a ideia muito mais longe. A parte do negócio da Amazon que mais cresce não tem a ver com varejo nem com os serviços de computação na nuvem da AWS: a Amazon está se transformando em uma potência da mídia.

No Brasil, um movimento semelhante está sendo liderado pelo Magalu. A companhia recentemente comprou três hubs de conteúdo – Canaltech, Steal the Look e Jovem Nerd.

Por que a gigante do varejo estaria entrando na área de conteúdo? Porque o Magalu já entendeu que o sucesso de seu negócio cada vez mais passa por comportar-se como uma empresa de mídia.

Um jornal ou uma emissora de TV vendem seus espaços publicitários para sustentar a produção de conteúdo. Para as empresas de comércio eletrônico, o objetivo é um pouco diferente: os anúncios não só trazem novas receitas como também que ajudam a vender mais.

Para descrever a estratégia do Magalu com a aquisição das startups de conteúdo, Leonardo Corrêa, gerente de publicidade da empresa, fala em “monetizar a audiência”.

“Quando a gente começa a adquirir empresas de conteúdo, estamos aumentando o nosso inventário [de espaços publicitários] e temos novas fonte de tráfego. São pessoas que podemos converter em clientes”, afirma Corrêa.

O Magalu ainda é um varejista. Mas a internet mudou e continua mudando o negócio do varejo. A concorrência está a um clique de distância, ou a um toque na tela do celular. Para vender mais, é preciso ter mais audiência. E é aí que entram os portais de conteúdo.

Com a compra recente de três empresas (Canaltech e Jovem Nerd, focados em tecnologia, e Steal the Look, de moda e decoração), a intenção da companhia é criar mais caminhos que levem ao site ou ao app do Magalu.

Corrêa aponta que o site Canaltech recebe 25 milhões de visitantes únicos por mês. Já o canal do YouTube do Jovem Nerd contabiliza mais de 1 bilhão de visualizações desde sua criação.

“Entendemos que a aquisição recente do Jovem Nerd é subapreciada”, diz um relatório recente do Bank of America. “Acreditamos que o site tem um posicionamento único como portal de comunicação para dezenas de milhares de desenvolvedores de software brasileiros.” Os analistas do banco acreditam que o site possa ajudar até mesmo no recrutamento de programadores.

Mas o objetivo primordial não é esse. Os portais também representam uma exposição muito maior para as marcas e vendedores que anunciam no Magalu.

“No segmento de tecnologia, com esses dois novos portais, nosso alcance foi multiplicado por dez vezes”, afirma Corrêa. É uma via de duas mãos: as startups de conteúdo trazem potenciais clientes e ao mesmo tempo ampliam a visibilidade dos anunciantes do Magalu.

A ideia de vender publicidade dentro de sites de comércio eletrônico não é nova. Assim como os supermercados cobram pela localização mais nobre dentro das lojas, há muitos anos as empresas de ecommerce destacam links patrocinados no resultado das suas buscas.

As dúvidas de Bezos
Mas um nome famoso não estava convencido disso: Jeff Bezos. No recém-publicado livro “Amazon Sem Limites”, o jornalista Brad Stone relata que o fundador e agora ex-CEO da Amazon considerava links pagos uma “quebra de confiança” na relação com o consumidor.

“Para Bezos, a santidade da experiência do cliente tinha precedência absoluta sobre quaisquer relações de negócios ou eventuais incrementos no balanço”, escreve Stone.

Foi só com muita insistência de executivos da companhia que Bezos aceitou expandir essa unidade de negócios. Hoje, ela é a que mais cresce dentro da Amazon.

A rubrica de “outros” – que significa essencialmente a venda de publicidade – gerou US$ 6,9 bilhões em receitas para a gigante varejista no primeiro trimestre deste ano. Foi um crescimento de 77% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ter visibilidade na Amazon é fundamental. Desde 2018, a maioria dos consumidores americanos começa suas pesquisas por produtos usando o site ou o app da varejista, em detrimento do Google.

Isso significa um mercado enorme para links patrocinados, além da oportunidade de anunciar produtos que nem sequer são vendidos na Amazon, como seguros ou carros.

Com mais de 25 anos de história e um conhecimento profundo de seus clientes, a empresa começa a rivalizar com Google e Facebook – as duas maiores potências da publicidade on-line – na capacidade de apresentar a oferta certa para o cliente certo.

No longo prazo, a estratégia do Magalu é semelhante. Hoje, marcas ou vendedores do marketplace podem comprar anúncios nas propriedades da varejista ou nos sites parceiros.

O Magalu também faz um trabalho parecido com o de uma agência de publicidade, planejando a exposição dos anúncios nessa rede própria e nas do Google e do Facebook.

As possibilidades só estão começando a ser exploradas, diz Corrêa. “Posso fazer uma campanha de casa conectada, unindo tecnologia e decoração, atingindo o público do Steal the Look, por exemplo.”

Lives de compras
A mais nova fronteira da simbiose entre conteúdo e comércio é o que vem sendo chamado de “live commerce”. São lives dedicadas exclusivamente a mostrar e promover produtos em transmissões ao vivo pela internet.

Como muitas das novidades do comércio eletrônico, o “live commerce” surgiu na China. A estimativa é que essa modalidade movimente US$ 60 bilhões neste ano. Um levantamento da consultoria AlixPartners indica que dois terços dos consumidores chineses compram pelo live commerce atualmente.

O marketplace Taobao, do grupo Alibaba, é o líder dessa nova categoria e tem seus próprios influenciadores. Como tudo o que diz respeito ao mercado chinês, os números são estarrecedores.

Viya Huang, a mais popular celebridade do ecommerce, tem mais de 80 milhões de seguidores no Taobao Live. No Dia dos Solteiros de 2019, o equivalente chinês da Black Friday, estima-se que ela tenha vendido cerca de US$ 45 milhões em suas transmissões.

Uma sessão de live commerce é um misto de comercial, review e bate papo. O público pode tirar dúvidas, pedir para que certas funções sejam detalhadas ou que uma peça de roupa seja vestida, por exemplo.

A novidade já começa a aparecer no mercado americano – como a plataforma Amazon Live – e está no radar do Magalu, afirma Corrêa. Ao que tudo indica, vai ficar cada vez mais difícil distinguir onde termina o entretenimento e onde começam as vendas.

Fonte : https://www.infomoney.com.br/negocios/quando-o-entretenimento-se-transforma-em-venda-empresas-de-e-commerce-apostam-no-conteudo-para-aumentar-o-faturamento/

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Amazon recebe multa recorde de US$ 887 mi na Europa por violação de privacidade

A Amazon foi multada em US$ 886,55 milhões pela União Europeia por violar a GDPR, lei de proteção de dados da região. É a maior multa já determinada pelos reguladores de privacidade do bloco.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados de Luxemburgo (CNPD) impôs a multa à companhia em uma decisão de 16 de julho, mas a sanção só foi divulgada na última sexta (30.7), em um relatório financeiro. A multa envolveu práticas de publicidade – não foi revelado, porém, quais diretrizes comerciais a Amazon terá de rever.

A companhia vai recorrer da multa, segundo um porta-voz da gigante do comércio eletrônico. A Amazon disse no processo que não espera que a decisão da CNPD seja definitiva.

“Acreditamos que a decisão da CNPD não tenha mérito e pretendemos nos defender vigorosamente nesta questão. A decisão relativa à forma como mostramos publicidades relevantes aos clientes depende de interpretações subjetivas e não testadas da lei de privacidade europeia. A multa proposta é totalmente desproporcional até mesmo com essa interpretação”, afirmou a Amazon.

Em entrevista à agência de notícias Bloomberg, a empresa informou que a sentença não foi correta. “Não houve violação de dados e nenhum dado de cliente foi exposto a terceiros. Esses fatos são indiscutíveis. Discordamos veementemente da decisão da CNPD”, afirmou um porta-voz.

A GDPR está em vigor há três anos e exige que as empresas busquem o consentimento das pessoas antes de usarem seus dados pessoais sob pena de multas pesadas. A lei prevê multas às empresas de até 4% de receita anual.

O processo foi gerado a partir de uma denúncia do La Quadrature du Net, um grupo francês que atua em causas a favor dos direitos de privacidade. A queixa foi registrada em 2018 e chegou a citar também outras empresas, como Apple, Facebook, Google e Linkedin.

Até então, a maior multa da GDPR havia sido contra o Google, em 2019, no valor de € 50 milhões.

Globalmente, o escrutínio regulatório das gigantes de tecnologia tem aumentado após uma série de escândalos sobre privacidade e desinformação, bem como reclamações de que algumas empresas abusam de seu poder de mercado. As gigantes de tecnologia têm atraído constantemente audiências e processos relativos a assuntos de concorrência e privacidade na Europa.

Fonte : https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/amazon-recebe-multa-recorde-de-usdollar-887-mi-na-europa-por-viola%c3%a7%c3%a3o-de-privacidade/ar-AAMLpWe?ocid=msedgdhp

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Ascensão do E-commerce – Vendas Dobram Durante a Pandemia, Diz FGV

Levantamento da FGV aponta a participação dos supermercados nas vendas on-line.

As vendas feitas pela internet da maioria do varejo brasileiro já representam, em média, um quinto do total das transações do setor após quase um ano e meio de pandemia. É o que indica estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o tema, divulgado para o Valor.

O levantamento, que abrange 745 empresas do setor pesquisadas até junho desse ano foi feito a partir de recorte especial da Sondagem do Comércio da FGV.

Na pesquisa, o percentual médio de vendas on-line, no total das transações de empresas do varejo ampliado ficou, em média, em 21,2% em junho de 2021 – sendo que esse percentual era de 9,2% antes da pandemia, de acordo com pesquisas anteriores da fundação sobre o mesmo tema.

As vendas pela internet contempladas no estudo incluem tanto canais on-line quanto o fechamento de negócios via WhatsApp e mostram que a crise causada pela covid-19 acelerou a entrada de varejistas no comércio digital no país, segundo Rodolpho Tobler, economista da fundação responsável pela pesquisa.

Ele não descartou possibilidade de essa fatia, de cerca de um quinto de vendas do varejo agora realizadas em modo virtual, permaneça nessa magnitude, mesmo em cenário pós-pandemia.

Para calcular a média, o estudo da FGV usa conceito de varejo ampliado, que inclui veículos motos e peças; material para construção; hiper e supermercados; tecidos vestuário e calçados; móveis e eletrodomésticos e outros varejistas (como farmácias e livrarias).

Ao detalhar levantamento, Tobler comentou que, antes da pandemia, o varejo no país já mostrava tendência crescente de direcionar vendas para canais on-line. Porém esse processo era feito de forma mais lenta, ponderou o economista.

Um aspecto citado por ele e demonstrado no estudo é a diversidade nos resultados de fatias de vendas realizadas via internet, a depender do segmento.

O especialista comentou que a média, encontrada na ótica do levantamento, é resultado de combinação de parcelas altas e baixas, e também englobam características de demanda dos respectivos segmentos, em meio à pandemia.

Como exemplo, citou material de construção. No estudo, a parcela média de vendas on-line para esse segmento, até junho de 2021, ficou em 26,6%, ou seja, acima da média para varejo ampliado, delimitada na pesquisa.

Tobler lembrou alta de demanda por materiais de construção na pandemia. Com aumento de restrições de circulação social – estratégia para inibir contaminação pela doença -, muitas pessoas ficaram mais em casa e realizaram obras.

Ao mesmo tempo, esse segmento, além de grandes redes conta também com lojas de pequeno porte, que vendem por intermédio do WhatsApp.

Em contrapartida, citou hipermercados e supermercados, cuja parcela ficou abaixo da média, em torno de 15,9% na pesquisa. “É importante lembrar que os supermercados nunca fecharam durante a pandemia”, comentou.

O técnico disse ainda que, no caso desse segmento específico, mesmo com opção de entregas nas compras via internet hoje, a frequência de clientes nas lojas físicas não diminuiu tanto quando em shoppings, por exemplo.

O impacto das vendas on-line nos negócios do comércio, em meio à covid-19, foi tão forte que acabou por afetar humor do varejista, no período, acrescentou o especialista. No mesmo estudo, o pesquisador calculou o Índice de Confiança do Comercio (Icom) para empresas do varejo ampliado, com vendas on-line acima da média para o setor. Esse indicador s e posicionou 4,8 pontos acima do Icom observado entre empresas do varejo ampliado com vendas pela internet abaixo da média, entre janeiro de 2020 e junho de 2021. O Icom é o indicador-síntese de resultados da Sondagem do Comércio.

“Em agosto do ano passado, as empresas com vendas on-line acima da média chegaram a ter Icom de 15,9 pontos acima [da média do indicador de confiança para varejistas com transações on-line abaixo da média]”, declarou.

Entretanto comentou que, ao se observar agora, na margem, diminuiu diferença de pontuação entre essas duas séries, de Icom para empresas com vendas acima da média; e abaixo da média, pela internet. Em junho de 2021, a confiança de empresas com vendas on-line abaixo da média ficou em 119,8 pontos, ante 109,8 pontos entre comerciantes com transações pela internet acima da média.

Para Tobler, isso indica que o comércio varejista que não conseguiu se adaptar, para vender de forma virtual, prevê em breve retorno à “quase normalidade” dos negócios.

O pesquisador lembrou recente avanço da vacinação no país, com recuos nos números de óbitos e de casos da doença, ante começo do ano. Com melhora de cenário sanitário, por consequência, o comércio com presença física pode ter maior reação até término de 2021, ponderou.

Fonte : https://www.gironews.com/varejo-digital/ascensao-do-e-commerce-64670/

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Alibaba reduz custos e aumenta suporte para varejistas de marketplaces

Medidas são válidas para comerciantes que atuam nos sites Tmall e Taobao.

O Alibaba Group anunciou um novo conjunto de medidas para beneficiar varejistas que atuam nos seus marketplaces Tmall e Taobao. Entre elas, estão a redução de custos e o fornecimento de um suporte mais abrangente para diminuir as barreiras de entrada para aqueles que desejam ingressar nas plataformas.

O presidente e CEO do Alibaba Group, Daniel Zhang, disse que as melhorias e atualizações tecnológicas em andamento permitiram à empresa expandir seu portfólio de serviços sofisticados, oferecendo-os gratuitamente ou a custos mais baixos do que antes para comerciantes e parceiros.

A Alibaba disse que vai investir mais no treinamento dos comerciantes e otimizar suas estações de trabalho de back-end para melhorar a eficiência operacional. Além disso, a empresa reservou recursos para apoiar os comerciantes nos próximos anos.

Confira, a seguir, uma visão geral das novas medidas promulgadas desde o início do ano até agora pelo Alibaba.

Novos comerciantes

  • A abertura de uma loja leva menos de cinco minutos, ou um clique, no aplicativo Taobao;
  • No início deste mês, a Tmall simplificou o processo de verificação para empresas que desejam lançar suas lojas na plataforma;
  • A partir desta segunda (19), os comerciantes dos setores de cosméticos, cuidados pessoais, suprimentos domésticos e materno-infantil podem abrir lojas Tmall oficiais passando por uma avaliação de capacidade operacional de sete meses.

Redução de custos 

  • O Taobao dispensará as taxas de depósito para novos comerciantes e os vendedores existentes receberão um reembolso de seus depósitos;
  • Pequenos comerciantes com alta pontuação de crédito podem se inscrever para realocar até 50% de seu depósito para uso operacional diário;
  • No início de março, mais de 140 mil comerciantes se inscreveram para movimentar mais de US$ 613,35 milhões para operações de loja;
  • Ambas as plataformas dispensarão o prêmio em uma gama de ferramentas e serviços de marketing projetados para melhorar os recursos de análise de negócios e marketing dos comerciantes;
  • Os custos de logística dos comerciantes, como aqueles relacionados às devoluções dos clientes, também devem ser reduzidos.

Melhora da eficiência

  • Neste mês, a Tmall e a Taobao começaram a oferecer serviço de suporte ao cliente individual para seus comerciantes;
  • Na plataforma de comunicação Qianniu, os novos comerciantes do Taobao podem se conectar com prestadores de serviço designados para treinamento e consultas sob medida;
  • Os comerciantes do Taobao podem visitar os centros de operação de negócios do Taobao para receber suporte local, incluindo aqueles em Guangzhou, Foshan e Chaozhou, na província de Guangdong, e Jinhua, em Zhejiang.
  • Mais centros estão sendo abertos em cinturões industriais em toda a China.

Fonte : mercadoeconsumo.com.br

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Como a pandemia impulsionou o negócio das logtechs?

Com as restrições e o crescimento do comércio eletrônico, startups que usam tecnologia para entregar soluções logísticas viram suas operações crescer.

Logtech é o termo usado para definir as startups que atuam no setor de logística. Segundo dados do Distrito, em 2020, foram mapeadas 283 empresas que atuam nesse modelo no Brasil, sendo que mais da metade delas foram fundadas há cinco anos. Apesar de se caracterizar como um mercado jovem, as logtechs vêm atraindo investimentos. Desde 2011, cerca de US$ 1,3 bilhão foram aportados nessas startups, em aproximadamente 100 rodadas de investimento, de acordo com o Distrito.

A atuação dessas empresas pode variar bastante dentro das inúmeras funções abarcadas pelos serviços logísticos. A paulistana CargoX, por exemplo, atua como um marketplace de fretes que conecta empresas, transportadoras e caminhoneiros autônomos. Com 450 mil caminhoneiros em sua plataforma, a empresa investe no projeto de capital de giro. O modelo de negócio da startup adianta os valores referentes às despesas necessárias para o transporte da carga em troca de uma porcentagem sobre as quantias pagas pelos contratantes. Isso permite que pequenas e médias transportadoras tenham dinheiro em caixa, já que os embarcadores podem levar até 120 dias para pagar pelo frete.

Já a Mandaê, outra startup categorizada como logtech, trabalha com pequenos e médios comércios eletrônicos. O trabalho da empresa é conectar os e-commerces com outros players logísticos que vão atuar no despacho da encomenda até a entrega para o consumidor final. A tecnologia entra para tornar mais inteligente essa conexão com os outros players e facilitar a vida do pequeno e-commerce que acessa todos os serviços por meio de uma transação única. Outro serviço possível é o da Cobli, uma plataforma que usa dados e IoT para gerir frotas. A ferramenta da startup ajuda empresas que tenham uma frota, com pelo menos três veículos, a otimizar seus gastos, roteirizar os melhores trajetos, além de ter visibilidade sobre o uso dos veículos.

Processos digitalizados

“A dinâmica da logística mudou rapidamente nos últimos anos. Com o crescimento de grandes marketplaces, como Amazon, B2W e Mercado Livre, o consumidor está cada vez mais exigente: tanto em relação à visibilidade (acompanhamento e atualizações sobre a entrega/serviço), quanto em relação à rapidez e qualidade da entrega/serviço. Por conta disso, a tecnologia e agilidade das logtechs tornam-se essenciais para suprir essas necessidades e, principalmente, para garantir a satisfação do cliente, que é um dos nossos principais parâmetros de qualidade”, analisa Gustavo Stein, diretor de marketing da Cobli.

CEO da CargoX, Federico Veja, reforça essa ideia. “Diversos setores estão hoje se digitalizando e com a área de logística não foi diferente. A pandemia ajudou a impulsionar esse movimento no mercado, fazendo com que as empresas e os caminhoneiros percebam a facilidade que as logtechs, como a Cargo X, oferecem hoje”.

O impacto da pandemia

A pandemia da Covid-19 tem se apresentado, inclusive, como um ponto de virada para a atuação das logtech. Isso porque, com as restrições de circulação e o crescimento agressivo do comércio eletrônico, a eficiência nos processos logísticos se torna cada vez mais estratégico. Passada a retração inicial causada pelos fechamentos, o marketplace de fretes CargoX atingiu um crescimento de 75% no faturamento. A operação também atraiu investimentos no período. A startup recebeu, em abril de 2020, um aporte de R$ 430 milhões da LGT Lightstone e mais R$ 15 milhões, em junho, da Pattac Empreendimentos e Participações S/A.

A Mandaê que atende os pequenos e-commerces viu o volume de encomendas crescer 200%, na comparação com o período pré-pandemia. “Durante 2020 ficou claro que o nosso serviço se tornou ainda mais crítico para o mercado”, opina Marcelo Fujimoto, CEO da Mandaê. Esse movimento impulsionou até mesmo a criação de algumas empresas da área. A Starl-4PL nasceu em 2020 como integradora de tecnologia e soluções inovadoras para a cadeia de abastecimento do setor de saúde.

Tecnologia a serviço da logística

Dentro desses processos, a tecnologia tem papel essencial. A Cobli, por exemplo, conecta um OBD, uma espécie de pendrive, que permite obter uma série de dados sobre o carro. Com isso e o uso de telemetria e computação em nuvem, é possível disponibilizar informações, como aceleração, frenagem, posição do carro, em tempo e ajudar o motorista a definir a melhor rota de acordo com as paradas necessárias. Já o CargoX usa Inteligência artificial para automatizar as rotas e promover o melhor match entre cargas e transportadores.

“Eu tenho certeza de que essa pandemia mudou muita coisa na maneira como vemos o futuro do Supply Chain e as Logtechs terão um papel fundamental neste novo cenário. Eu vejo uma demanda cada dia mais forte por soluções integradoras de tecnologia e com informações confiáveis, transparentes e em tempo real”, prevê Gustavo Galvão, CEO da Stark-4PL.

 

 

Fonte : proxxima.com.br

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