África desponta como a próxima estrela em ascensão para o e-commerce

Na América Latina e na África, as duas regiões com maior crescimento no número de compradores digitais do mundo, novas oportunidades de negócios são impulsionadas por inovações na indústria de pagamentos, segundo o EBANX, que lançou a Beyond Borders 2022/2023. A edição deste ano cobre 15 países da América Latina e, pela primeira vez, alguns dos países africanos em que o comércio digital mais cresce. O estudo anual que reúne dados e análises sobre comportamentos de consumo online, inovação em pagamentos, tendências do mercado digital e oportunidades de negócios em economias em crescimento.

O estudo mostra que o mercado digital do continente africano está preparado para crescer. Com crescimento de dois dígitos em todas as verticais, este continente de 1,3 bilhão de pessoas é tão móvel quanto a América Latina. Mas enquanto que na América Latina a penetração de smartphones ajudou a impulsionar as compras online e, posteriormente, os pagamentos digitais, na África, o alto grau de uso de celulares tem sido a própria fundação para pagamentos e acesso financeiro. Ou seja, no continente africano, os pagamentos digitais devem impulsionar o comércio eletrônico e não o contrário.

Enquanto a penetração do e-commerce ainda é baixa – apenas 12% dos africanos fizeram uma compra online durante no ano passado, segundo a Insider Intelligence –, a adoção de pagamentos digitais está acima da média para o estágio atual de desenvolvimento do mercado, atingindo quase metade da população adulta.

Comparação da África com América Latina

Inclusão financeira na África – e o papel dos celulares

Em 2011, apenas 8% da população africana tinha acesso à internet, de acordo com o União Internacional de Telecomunicações. Mas 52% tinha um celular. Em uma economia em ascensão marcada pela informalidade e falta de acesso financeiro, com apenas cerca de um quarto dos adultos tendo conta bancária (de acordo com o Banco Mundial), os celulares foram fundamentais para impulsionar mais inclusão financeira, permitindo pagamentos digitais – mesmo sem conexão com a internet.

Quase 70% da população africana vivia em uma área rural naquela época, e as empresas de telefonia móvel alavancaram sua alta penetração no território para começar a oferecer soluções financeiras. De acordo com o levantamento, 75% do tráfego online na África é feito por meio de celulares.

“As empresas de telecomunicações têm sido um grande catalisador para a inclusão financeira na África”, afirmou Juliana Etcheverry, diretora de Parcerias Estratégicas de Pagamento do EBANX.

De acordo com o estudo, o movimento que começou com as telecomunicações, se tornou amplamente difundido com as fintechs nascidas na África, permitindo soluções de pagamento através de smartphones e adicionando outros produtos financeiros, como poupança, empréstimos, pagamentos de contas e carteiras digitais.

E-commerce está pronto para crescer, mas ainda esbarra em desafios

O e-commerce da África está pronto para florescer. São mais de 360 milhões de africanos (cerca de 30% da população, segundo a UIT) que já utilizam a internet. Com os pagamentos digitais bastante difundidos, o mercado o e-commerce tem uma base sólida para construir, de acordo com um relatório recente da Comissão Econômica da ONU.

“A economia digital pode ser um poderoso catalisador para economia da África”, diz o documento da ONU. A África é a região que mais cresce no mundo quando se trata do número de compradores digitais, de acordo com os dados. Mais de 130 milhões de africanos esperam fazer pelo menos uma compra online em 2022, um número que tem crescido quase 15% ao ano, e deverá crescer mais de 8% ao ano até 2026 – mais rapidamente do que qualquer outra região do mundo.

Ainda existem vários desafios a serem superados. Apesar de seu rápido crescimento, a África ainda está em um estágio muito inicial de sua indústria de comércio eletrônico, com apenas 12% da população tendo feito um compra online este ano, de acordo com o Insider Inteligência.

A logística de entrega também é complexa e limitada, além da baixa conectividade com a internet, celulares com preços altos, poucos pacotes de dados e falta de consciência digital são obstáculos para o crescimento do e-commerce. No entanto, após o pico da pandemia de Covid-19, e-commerce deixou de ser visto como luxo, mas sim como algo a desenvolver e fomentar”, disse a analista econômica Claudia Boamah, do Fórum de Comércio da Namíbia, no mesmo relatório da ONU.

“O que é certo é que há uma maior compreensão e consciência sobre e-commerce por consumidores, vendedores e governos na África, com aumento da adoção por vendedores e marcas”, disse Juliet Annamah, presidente e chefe de sustentabilidade da Jumia, a principal plataforma de e-commerce africana, dentro do relatório da ONU.

Assim como na América Latina, alternativas de métodos de pagamento (qualquer meio, com exceção dos cartões) prosperam no mundo digital do comércio na África, região onde 97% da população não tem cartão de crédito, de acordo com o Banco Mundial. Até 2025, espera-se que pelo menos 70% de todas as transações online em todo o continente seja feito com métodos alternativos de pagamento, como carteiras digitais, dinheiro móvel e pagamentos instantâneos, de acordo com pesquisa da McKinsey & Company.

Esta preferência por Métodos de Pagamento Alternativos (APMs) é maior entre consumidores online de baixa renda, enquanto compradores de alta renda compram apenas com seus cartões de crédito, como mostra o recente estudo da Deloitte sobre Comércio Digital na África do Sul. Ou seja, oferecendo outros meios de pagamento, as empresas podem alcançar uma maior participação do mercado, ressalta o EBANX.

“A África tem um sistema de pagamentos muito diversificado e fragmentado, assim como na América Latina. Se você quiser uma fatia maior do bolo, tem que oferecer muitos pagamentos métodos. É exatamente aí que está a oportunidade”, complementa Etcheverry.

Para conferir o estudo na íntegra, faça o download da Beyond Borders 2022/2023.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/africa-estrela-scensao-e-commerce

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