Com faturamento de R$ 8 bilhões, base sólida de consumidores brasileiros e uma série de ações em prol deste mercado, a Shein mostra que não veio para brincar. De acordo com análise de relatório do BTG Pactual, a varejista, que chegou no país durante a pandemia da covid-19, ultrapassou o tamanho do Grupo Soma. As informações são da Exame.
Segundo os dados, marcas como Arezzo e Schultz ainda ficam a frente da Shein em termos de tráfego direto, ou seja, clientes que buscam pela loja sem pensar em outra. Mesmo assim, o tempo gasto no aplicativo ainda é maior na Shein, o que dá vantagem à chinesa na geração de experiência ao usuário.
A análise dos especialistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis, todos da instituição responsável pelo levantamento, leva em consideração que o atual cenário econômico é grande responsável pela ascensão da Shein no Brasil.
O baixo custo dos produtos, aliado à capacidade de compra reduzida por inflação e outros obstáculos financeiros no país, explicam o gasto na varejista de moda chinesa.
Cenário
O relatório mostra que a maior receita anual, nas estimativas de 2022, fica para a Renner, com R$ 11,6 bilhões, resultado 22% maior do que o registrado em 2021. Entretanto, nenhuma das empresas analisadas estão equiparadas a Shein quando o assunto é crescimento.
Para direcionar a atenção a quem compete por um nicho similar, a primeira linha do balanço da varejista chinesa equivale à soma de C&A e Marisa.
A análise do BTG também mostra que marcas de moda que se destacaram na escolha, como Arezzo, Grupo Soma e Track&Field, atraíram um consumidor mais abastado. Até por isso, o crescimento do varejo de moda brasileiro foi sustentada por este perfil. O comportamento deve permanecer em 2023.
“A indústria global da moda se recuperou de forma acentuada nos últimos dois anos. Mas, em um mercado frágil como o de hoje, as expectativas de uma recuperação contínua podem desaparecer rapidamente. Como a economia continua a mostrar sinais contraditórios (menor desemprego, mas ainda alto endividamento das famílias e erosão do poder de compra), a desaceleração deve permanecer heterogênea, como foi o caso há cerca de dois anos, quando o segmento começou a se recuperar”, afirmam os analistas.
Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/shein-fatura-r-8-bilhoes-em-2022-e-se-estabelece-no-cenario-brasileiro