O engajamento do consumidor hiperconectado é possível? Painel do CONAREC 2024 aborda os desafios e oportunidades no marketing digital e CX em tempos de consumidores hiperconectados.

O consumo acelerado nas diferentes redes sociais tem moldado o universo do marketing. A facilidade na geração de métricas pela internet se contrapõe ao crescente desafio de retenção da audiência durante os anúncios das marcas.

Dessa forma, já há alguns anos cresce no meio a busca por soluções para engajar e manter conectado o seu consumidor nessa, já não tão nova, modalidade de marketing. No painel “Estratégias para conquistar o consumidor conectado”, que ocorreu no CONAREC 2024, o maior evento de CX do mundo, no dia 11 de setembro, os participantes, cada um com sua perspectiva particular do ambiente digital, debateram sobre os principais conceitos e tendências que podem ajudar outros profissionais a encarar de forma bem-sucedida o desafio que se impõe.

O painel contou com a participação de líderes de grandes empresas: Anna Araripe, diretora de Marketplace do Mercado Livre; Marcelo Maia, VP Digital e Inovação da Petz; Rogério Nicolai, diretor de Negócios do Pinterest no Brasil; e Leandro Noronha, CEO da BlackRock. A mediação ficou por conta de Talita Lombardi, fundadora do CDC Estúdio e Produtora, que guiou a conversa de forma a explorar diferentes visões sobre o consumidor conectado. A diversidade de experiências e perspectivas trouxe um debate rico, abordando desde a produção de conteúdo até a tecnologia aplicada ao marketing.

O desafio de equilibrar produção própria e influenciadores
A questão que iniciou o painel foi sobre como equilibrar a produção de conteúdo própria com o trabalho de influenciadores. Anna Araripe, diretora de Marketplace do Mercado Livre, ressaltou que não há uma “fórmula mágica” para distribuir conteúdo, pois a estratégia depende diretamente do segmento do produto. Ela explicou que o brasileiro é fortemente influenciado por conteúdo que inspire e valide suas decisões de compra. “A partir do momento que cada produto tem um público-alvo diferente, o vendedor precisa entender qual é esse público e qual jornada deseja. Temos exemplos dentro do Mercado Livre de produtos que tiveram bons resultados partindo de estratégias de produção de conteúdo de marketing diferente”, afirmou.

Rogério Nicolai, diretor de negócios do Pinterest no Brasil, trouxe o ponto de vista das redes sociais, destacando que plataformas como o Pinterest devem diagnosticar as necessidades de seus clientes — no caso, os anunciantes — para promover mudanças relevantes. Ele ressaltou a característica diferenciada da plataforma: “O Pinterest, diferente de outras redes, tem um caráter mais individual, pois os usuários não estão lá para serem vistos e sim para buscar inspiração e referências para algo que vão fazer”. Esse comportamento permite que anunciantes identifiquem tendências e referências valiosas para diversas audiências.

A jornada do consumidor empoderado e hiperconectado
Leandro Noronha, CEO da BlackRock, ressaltou que as redes sociais empoderaram o consumidor, que agora consegue se expressar e ser ouvido de forma mais ampla. “O consumidor foi empoderado pelas redes sociais, nas quais ele consegue se expressar e ser ouvido por seus pares. Dessa forma, as empresas precisam garantir um fluxo de comunicação que faça sentido, assegurando que sua estratégia de marketing esteja presente em toda a jornada do consumidor”, afirmou.

Essa visão foi complementada por Marcelo Maia, VP Digital e Inovação da Petz, que destacou a importância de aprender com o comportamento dos consumidores em diferentes contextos. Ele comentou sobre como o segmento pet, que envolve uma forte carga emocional, tem beneficiado a comunicação mais segmentada e personalizada. “Se antes o varejo tinha dificuldades de se comunicar com seu público-alvo por ser muito numeroso, as redes sociais e os influenciadores permitem uma segmentação mais precisa e uma comunicação mais individualizada, na qual é mais fácil trazer um contexto que engaje o seu interlocutor”, disse.

Marcelo também enfatizou a versatilidade do conteúdo em diferentes plataformas, desde vídeos curtos no TikTok até podcasts e Pinterest, permitindo uma personalização de linguagem e formato na comunicação com os clientes.

Marketing de influência: autenticidade e relevância
Outro tema central discutido foi o marketing de influência. A mediadora questionou os participantes sobre a visão de cada um em relação aos desafios dessa modalidade. Marcelo Maia comentou sobre a importância de identificar influenciadores cujos valores se alinhem aos da marca e de permitir que eles trabalhem com autonomia para manter a autenticidade.

Por outro lado, ele ressaltou ai importância de não filtrar sua divulgação pelo tamanho da audiência de cada influenciador, dando como o exemplo do programa “Parceiro Petz”, que permite que as pessoas se inscrevam e divulguem a marca nas suas redes, comissionando as vendas realizadas e metrificadas por cupons gerados pela empresa. “Observamos, com esse programa, que todos podem ser embaixadores e influenciadores da nossa marca, com algumas pessoas que não tem a maior base de seguidores tendo resultados financeiramente bastante expressivos”, relatou.

Anna Araripe, do Mercado Livre, também destacou a relevância dos influenciadores, mencionando que o público foge da publicidade tradicional, que interrompe a experiência do conteúdo. “O conteúdo com contexto, como os feitos pelos influenciadores, leva a mensagem das marcas com menos quebra na jornada da audiência, quando bem feito. O consumidor hoje tem 2, até 3 telas à disposição, dando uma alternativa para os momentos de quebra do conteúdo de interesse característicos da publicidade tradicional”, disse. Ela ressaltou que o engajamento é mais importante que o número de seguidores, especialmente em nichos regionais, pela facilidade dos influencers que atinjam esses nichos conectar as marcas às tendências específicas de cada local.

Rogério Nicolai abordou como o Pinterest tem utilizado tecnologias como inteligência artificial para inserir anúncios que não interrompem a navegação do usuário. “Muitas vezes, vocês que usam Pinterest e estão vendo anúncios sem saber que são anúncios, pela nossa capacidade de cruzar os dados e inserir os anúncios que são relevantes para cada usuário”, explicou. Ele também mencionou que o conteúdo na plataforma pode ter relevância a longo prazo, sendo comum os posts antigos voltando a viralizar, pela característica inspiracional e mais individualizada da navegação na plataforma pelos usuários.

O futuro do consumidor conectado e do marketing
Os principais insights trazidos pelo painel destacaram a importância de uma comunicação autêntica e personalizada com o consumidor conectado. As redes sociais se consolidaram como um espaço onde o consumidor tem voz, sendo essencial para as marcas criarem estratégias que estejam alinhadas a essa nova realidade. As empresas devem entender as especificidades de cada público e plataforma para adaptar suas campanhas, levando em consideração a jornada do cliente e suas preferências. O uso de influenciadores também foi amplamente discutido, com a necessidade de autenticidade e a relevância do engajamento sobre o número de seguidores.

O futuro do marketing digital parece caminhar para uma hiperpersonalização, onde a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, será fundamental para ajudar as empresas a mapear tendências e criar estratégias que sejam relevantes para seus consumidores. As discussões do painel reforçaram que, embora o cenário seja desafiador, há diversas oportunidades para as marcas que souberem se adaptar às novas demandas e tecnologias.

Fonte : https://consumidormoderno.com.br/engajamento-consumidor-hiperconectado-conarec/?utm_campaign=news_179&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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