A Cognizant apresenta estudo sobre o futuro dos caminhões autônomos. O levantamento indica que a implementação total da tecnologia de automação nesses veículos pode reduzir custos operacionais e dobrar a produtividade. Os caminhões conduzidos por inteligência artificial podem realizar viagens duas vezes mais longas, o que agrega valor à supply chain de bens não perecíveis e com taxa de turnover alta.
Os caminhões autônomos reduzem consideravelmente o tempo de entrega dos produtos. Com velocidade de 80 km/h, esses veículos conseguem cobrir quase 2 mil quilômetros diariamente.
A chegada dos caminhões autônomos terá impacto direto no mercado de trabalho. Os motoristas podem trocar viagens longas por curtas ou até mesmo ser treinados para operar remotamente esses veículos. Os consumidores serão beneficiados indiretamente pelos caminhões autônomos, já que os produtos poderão chegar às prateleiras mais rapidamente, e o valor repassado ao comprador no final será menor.
Outro impacto será nas legislações.
As três esferas do poder público (municipal, estadual e federal) precisam estar alinhadas para desenvolver regulações e leis específicas. Em termos de planejamento, as cidades podem repensar sua engenharia de tráfego e seus desenhos urbanos.
Por outro lado, a presença de caminhões (e outros veículos) autônomos também envolve uma questão de segurança. Há riscos para qualquer veículo que está conectado a uma rede, e caminhões inteligentes apresentam ainda mais vulnerabilidades a ciberataques. As empresas de logística precisarão encontrar novas maneiras para proteger os veículos de roubos de carga.
O estudo aponta três modelos de autonomia para caminhões:
• O líder do comboio (um motorista na frente com dois ou mais veículos o seguindo)
• O rodízio (motoristas seriam retirados das cabines para viagens longas, mas pegariam no volante em hubs de transferência para que esses caminhões possam trafegar nas cidades, por exemplo)
• O drone (os caminhões seriam pilotados remotamente de centros de operação)
De acordo com a Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), a automação de veículos pode ser mensurada de 0 a 5. Quanto mais alto, maior o nível de automação do veículo. Enquanto o ecossistema agitado das cidades requer o maior nível de automação possível para veículos de passeio, as viagens realizadas por caminhões e caminhonetes já se beneficiam com nível menores de automação.
O estudo sugere três profissões do futuro para a área:
• Gerente de recursos éticos: será necessário para gerenciar todos os recursos e discutir as soluções mais éticas e inclusivas
• Analista de cibercidades: vai garantir que caminhões autônomos sem condutores fiquem fora de vias urbanas ao mesmo tempo em que coordena a chegada de motoristas em hubs de transferência para permitir a entrada desses veículos em áreas metropolitanas.
• Gerente de coordenação homem-máquina: o futuro do trabalho será baseado em como as empresas incorporam e potencializam as habilidades de humanos e máquinas ao fazê-los trabalhar juntos.
Questões de segurança
A segurança também é outro ponto relevante na discussão sobre caminhões autônomos. As empresas de logística precisam analisar a segurança de seus colaboradores e de outros motoristas, considerando até riscos de cibersegurança, antes de conquistar a opinião pública a respeito do uso seguro dos caminhões autônomos em grande escala.
Atualmente, os motoristas dos caminhões e seus empregadores são responsáveis por toda infração ou dano causado, o que faz sentido, considerando que 94% dos acidentes são causados por erro humano.
Outra grande questão é se os caminhões autônomos podem ser hackeados. Quanto mais os veículos ficarem conectados, mais brechas de segurança podem aparecer. Na pressa de transformar carros em computadores com rodas, as montadoras podem acabar expondo seus produtos (e as pessoas dentro deles) aos mesmos riscos de cibersegurança enfrentados por computadores ou celulares.
Fonte : tiinside.com.br