Clientes precisam ler um QR Code na entrada com o celular. Depois, o carrinho de compras com tecnologia que detecta os produtos e faz cobrança no cartão de crédito, sem passar no caixa.
A Amazon inaugurou na última quinta-feira (4) um supermercado em Londres, no Reino Unido, que permite aos clientes fazer as compras sem passar pelo caixa. É a primeira loja do tipo fora dos Estados Unidos.
Chamada de Amazon Fresh, a loja fica localizada no centro comercial Ealing Broadway da capital britânica.
“É o primeiro estabelecimento comercial de proximidade no Reino Unido que permite fazer as compras e sair diretamente” sem passar pelo caixa, segundo um comunicado.
“Também é a primeira loja física da Amazon fora dos Estados Unidos”, completa a nota.
Os clientes escaneiam um QR Code com o celular ao entrar, depois fazem suas compras e saem diretamente.
Cada item que é retirado das prateleiras pelo cliente é automaticamente debitado de sua conta por meio do aplicativo.
Os clientes precisam ler um QR Code na entrada do Amazon Fresh para fazer as compras sem passar pelo caixa. — Foto: REUTERS/Henry Nicholls
“Será similar às 20 lojas Amazon Go nos Estados Unidos, mas vai operar sob a marca Fresh que já é utilizada para a compra de comida on-line no Reino Unido”, indicou a empresa.
“Eu me senti como uma criminosa pegando os produtos e colocando-os diretamente na minha bolsa”, disse à AFP Philippa Dolphin, uma das primeiras clientes do supermercado futurístico.
“Eu esperava que não funcionasse para que eu pudesse sair com uma garrafa de vinho grátis”, brinca uma britânica de 71 anos, rindo depois de sair da loja.
Ameaça ao comércio tradicional
Benjamin Rogers, de 31 anos, demorou entre 5 e 7 minutos para comprar os ingredientes de que precisava para fazer um bolo, metade do tempo que costuma demorar, pois costuma ficar “entre 5 e 15 minutos na fila”.
Para ele, a rapidez, a praticidade e o toque futurista podem ser bons atrativos, para além dos supermercados, de “lojas tradicionais que terão de encontrar novas formas de conquistar clientes” habituados a comprar de casa durante os longos e repetidos confinamentos devido à Covid-19.
Mas reconhece que com a nova tecnologia, a Amazon pode ofuscar ainda mais os negócios tradicionais, cuja crise se agravou durante a pandemia, causando dezenas de milhares de demissões no Reino Unido.
Dolphin, que afirma não comprar muito da empresa on-line, também acredita que a nova ofensiva comercial “levará outras empresas à falência, porque [a Amazon] é um gigante”.
A varejista americana do comércio on-line, já em ascensão no Reino Unido antes da pandemia, compete cada vez mais ferozmente com um setor de varejo em dificuldades, e viu sua posição fortalecida pelo coronavírus, que fez com que as lojas fechassem por meses.
Erica Ely, de 57 anos, disse que “gostou da novidade”. “Nada acontece em Ealing”, um bairro popular do oeste de Londres, explica, garantindo que achou a operação “fácil” e apreciou a seção de confeitaria.
Fonte : g1.globo.com