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Grupo Boticário unifica tecnologia às áreas e processos
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Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/grupo-boticario-unifica-tecnologia-as-areas-e-processos/
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“A Logística tradicional já não é suficiente”
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Fonte : https://www.supplychainmagazine.pt/2021/09/30/a-logistica-tradicional-ja-nao-e-suficiente/
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Inteligência artificial impacta o varejo e pode movimentar US$ 7 bi em 2022
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Fonte : https://www.terra.com.br/noticias/inteligencia-artificial-impacta-o-varejo-e-pode-movimentar-us-7-bi-em-2022,920ead5fbd02ff22aae4caf6145ffbed9vs6i79k.html
Inteligência artificial entra na pauta da Câmara e do Senado
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Fonte : https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/09/26/interna_politica,1309032/inteligencia-artificial-entra-na-pauta-da-camara-e-do-senado.shtml
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Pandemia fez ‘last mile delivery’ alcançar em 12 meses o esperado para 2030
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Fonte : https://itforum.com.br/noticias/pandemia-fez-last-mile-delivery-alcancar-em-12-meses-o-esperado-para-2030/
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Comportamento do consumidor: o poder das empresas que sabem ‘minerar’ dados
Eric Siegel, um dos maiores especialistas no assunto, autor do livro “Análise Preditiva: O poder de prever quem vai clicar, comprar, mentir ou morrer”, concedeu entrevista à Mercado&Consumo.
Como saber que um cliente vai cancelar a assinatura de um serviço antes dele mesmo? Por que a aposentadoria precoce reduz a expectativa de vida? Por que os vegetarianos perdem menos voos? Como a Target descobre que uma mulher está grávida? Como a Hewlett-Packard deduz que um funcionário está prestes a pedir demissão? Como, enfim, prever o comportamento do consumidor?
As respostas a perguntas como essas estão longe do campo da adivinhação: moram na ciência de dados. A forma como as empresas captam, mineram e usam esses dados permite que elas tomem decisões melhores, determinando que consumidor deve ser abordado, de que forma e quando.
“[A análise preditiva] direciona anúncios, otimiza a cadeia de suprimentos e oferece suporte a decisões sobre produtos e vitrines – em quais SKUs focar e onde construir o próximo ponto de venda”, explica Eric Siegel.
Siegel será um dos destaques do Latam Retail Show 2021, maior evento de consumo e varejo B2B do Brasil, que será realizado entre os dias 14 e 16 de setembro. Em entrevista à Mercado&Consumo, ele explicou como a ciência de dados ajuda as empresas a compreender o comportamento do consumidor e falou sobre como as mudanças no consumo decorrentes da pandemia de Covid-19 intensificaram a necessidade de análises preditivas.
Comportamento do consumidor: o poder das empresas que sabem ‘minerar’ dados
Eric Siegel, autor do livro “Análise Preditiva: O poder de prever quem vai clicar, comprar, mentir ou morrer”
Mercado&Consumo: Que valor a análise preditiva oferece às empresas de varejo quando se fala em prever o comportamento do consumidor?
Eric Siegel: A análise preditiva, que é outra palavra para machine learning (quando aplicada a negócios), gera uma pontuação preditiva para cada indivíduo – como cada cliente, usuário, transação, etc. O valor vem em como essa função é aplicada. Em marketing, é um meio de direcionar, seja para adquirir novos clientes, seja para reter clientes existentes. Por exemplo, visando aqueles que estão em maior risco de cancelamento, a fim de fornecer-lhes uma oferta de retenção.
Além do marketing, a pontuação preditiva se aplica amplamente a empresas de varejo e a todos os setores. É o meio de detectar e filtrar transações fraudulentas. Ela direciona anúncios, otimiza a cadeia de suprimentos e oferece suporte a decisões sobre produtos e vitrines – em quais SKUs focar e onde construir o próximo ponto de venda.
M&C: Que tipo de transformação – e evolução – a ciência de dados teve durante a pandemia de Covid-19?
ES: Ciência de dados é uma expressão ampla que pode muito bem se referir a qualquer esforço para usar dados para valor de negócios, então irei abordar a questão conforme ela se aplica a análises preditivas e machine learning, uma vez que são bem definidos. As mudanças intensas no comportamento do consumidor decorrentes da pandemia intensificam a necessidade de análises preditivas. A forma de gerar pontuações preditivas é pelo aprendizado com os dados. Cada vez que você cria um novo modelo preditivo, está usando dados mais recentes, portanto, está “aprendendo” com o histórico mais recente. Portanto, dada a maneira como a pandemia pode criar um “novo mundo” em qualquer semana, a capacidade de atualizar o comportamento dos negócios para se adaptar rapidamente ao “novo normal” é muito mais importante.
M&C: Quais são os maiores desafios na adoção da análise preditiva?
ES: O grande desafio é organizacional, não técnico. É o requisito frequentemente esquecido de uma prática de liderança muito particular para garantir que a análise de números realmente gere valor de negócios, o que só acontece se o modelo preditivo for realmente implantado. Essa implantação significa que as previsões por indivíduo são incorporadas às operações de negócios existentes para que essas operações sejam alteradas e aprimoradas levando-se em consideração as pontuações. Esse resultado final muitas vezes não é alcançado e, portanto, todo o projeto de machine learning é um fracasso do ponto de vista do negócio. Para resolver isso, esse plano de implantação deve ser compreendido e acordado em toda a organização. Essa meta organizacional só é alcançada seguindo um processo de liderança de machine learning muito específico.
M&C: Quais são as tendências atuais em análises e com que rapidez elas mudam?
O método de machine learning mais eficiente atualmente é o deep learning. É muito avançado e poderoso. No entanto, para a aplicação nos negócios, geralmente é um exagero. Muitas vezes, não vale a pena o aumento da complexidade, pois pode representar um ganho muito pequeno na melhoria preditiva. Em geral, melhorar a quantidade e a qualidade dos dados compensa muito mais do que aumentar a complexidade do método de modelagem.
M&C: Que desafios você vê para os profissionais da área de análise de dados?
ES: De longe, o maior desafio – o problema que mais frequentemente mata um projeto de análise preditiva – é o dilema organizacional que mencionei acima, a falta de um caminho pré-estabelecido para uma implantação bem-sucedida. O motivo pelo qual essa prática de liderança específica deve ser adotada é que o foco da maioria das pessoas está muito na tecnologia central “empolgante”, em vez de em como ela realmente exigirá grandes mudanças nas operações de grande escala existentes. As necessidades de gerenciamento de mudanças são subestimadas. Certifique-se de planejar exatamente como o valor será gerado ativamente com o machine learning. A análise principal e a análise de números não são independentes – não podem ser conduzidas no vácuo. É apenas um componente de um projeto de toda a organização.ne.
Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2021/08/13/comportamento-do-consumidor-o-poder-das-empresas-que-sabem-minerar-dados/
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Pesquisa: ecossistema de dados pode levar a ganhos financeiros de até 9%
Uma nova pesquisa do Capgemini Research Institute revela que, globalmente, as organizações envolvidas no compartilhamento, troca e colaboração com dados, como parte de um ecossistema de dados, podem obter benefícios financeiros de até US$ 940 milhões (ou 9% de receita anual para uma organização típica com um faturamento anual de US$ 10 bilhões).
Nos próximos cinco anos, esses benefícios serão obtidos por meio da economia de custos, novos fluxos de receita e melhorias de produtividade. De acordo com o relatório, ” Data Sharing Masters: como organizações inteligentes usam ecossistemas de dados para obter uma vantagem competitiva imbatível” (tradução livre para “Data sharing masters: How smart organizations use data ecosystems to gain an unbeatable competitive edge”), estima-se um adicional de 10 pontos percentuais de vantagem financeira para organizações que atuam com ecossistemas de dados complexos e mais colaborativos.
Ainda assim, 61% das organizações se envolvem principalmente em ecossistemas de dados ligados ao compartilhamento simples de dados e baixos níveis de colaboração, e apenas 39% das organizações estão transformando insights baseados em dados em uma vantagem competitiva sustentável.
Aumento do interesse em monetizar dados
Em termos dos principais motivadores de negócios para participação em ecossistemas de dados, 54% das organizações declaram um interesse crescente em monetizar dados. Isso ocorre porque esse sistema tem causado um impacto significativo em várias frentes nas organizações: melhorando a satisfação do cliente em 15%, aumentando a produtividade/eficiência operacional em 14% e reduzindo os custos em 11% ano a ano. Dessa forma, a maioria das organizações está otimista sobre os ecossistemas de dados e espera ver o mesmo nível de benefícios nos próximos três anos.
As organizações estão planejando acelerar o compartilhamento de dados em ecossistemas
Impulsionado pela percepção do valor do negócio, o estudo também descobriu que uma em cada quatro organizações investirá mais de US$ 50 milhões em ecossistemas de dados³ nos próximos dois a três anos; 76% vão investir mais de US$ 10 milhões. Em média, haverá um investimento de US$ 40 milhões por organização.
O investimento varia muito entre setores e países: 55% das organizações de telecomunicações investirão mais de US$ 50 milhões, enquanto 43% das companhias bancárias o farão. As entidades de saúde e governamentais, no entanto, ficam para trás, com 18% e 7%, respectivamente, investindo mais de US$ 50 milhões. Enquanto isso, os Estados Unidos e o Reino Unido serão os que mais gastam, com mais de uma em cada três organizações em ambas as regiões gastando mais de US$ 50 milhões nos próximos três anos.
Quase metade das organizações pesquisadas (48%) está procurando entrar em novos ecossistemas ou iniciativas, e 84% delas planejam fazê-lo nos próximos três anos. Mais de uma em cada três organizações (36%) estão trabalhando no fortalecimento de suas iniciativas de ecossistêmicas existentes.
Embora os benefícios financeiros sejam claros, 61% das organizações ainda estão engajadas em ecossistemas tradicionais de baixo valor que envolvem relativamente pouca colaboração e tipos simples de compartilhamento de dados. Apenas 14% das organizações adotaram os modelos de ecossistema mais colaborativos e tipos complexos de compartilhamento de dados.
Ecossistemas de dados para impulsionar a agenda de sustentabilidade
Entre os fatores internos que impulsionam a mudança, 60% das organizações citam a disposição de progredir nas metas de desenvolvimento sustentável ou nas mudanças climáticas como um dos principais motivadores para participar do ecossistema de dados. Entre as organizações que desejam criar um impacto social e de sustentabilidade com ecossistemas de dados, a maioria das organizações se concentra em se engajar nesse sistema para o desenvolvimento sustentável de uma perspectiva ambiental, social e de governança (ESG) (73%) e em permitir a inclusão social de setores marginalizados da sociedade (65%).
Christina Poirson, Group Chief Data Officer da Société Générale explica, “os dados são muito mais do que um ativo para nós e estamos organizados para maximizar seu potencial por meio do compartilhamento de informações. Estamos testemunhando um forte impulso regulatório na União Europeia (EU) para estabelecer sistemas de compartilhamento de dados mais suaves no setor de serviços financeiros.
As estruturas de governança de dados robustas e abrangentes que implementamos, ao mesmo tempo em que protegemos os dados confidenciais dos clientes, estão de acordo com essa regulamentação em evolução. Eles não apenas contribuem para uma troca de dados mais suave com nossos parceiros do ecossistema, mas também trazem mais benefícios para nossos clientes”.
Zhiwei Jiang, CEO of Insights & Data da Capgemini afirma: “Os dados estão no epicentro da inovação. As organizações que já estão explorando seu potencial estão vendo os benefícios claros que o compartilhamento de dados pode trazer. Eles agora estão olhando além das fontes tradicionais de dados, como agregadores e interruptores de dados, para encontrar insights relevantes e de boa qualidade que impulsionem ainda mais novas ideias, decisões de negócios e, o mais importante, para estender sua vantagem competitiva”.
As formas emergentes de compartilhamento de dados permitem que as organizações atuem de maneira menos intrusiva e são projetadas para trabalhar com dados anônimos. No entanto, 56% das organizações citam a falta de plataformas de compartilhamento que possam controlar os direitos de acesso como o principal desafio tecnológico para embarcar e dimensionar suas iniciativas de compartilhamento de dados. A Capgemini recomenda um roteiro de cinco etapas essenciais, envolvendo:
• Formulação de uma estratégia de ecossistema de dados
• Tomada de decisões importantes de design que pertençam ao ecossistema
• Elaborar e lançar um plano de implementação que seja claro
• Sustentando a vantagem do uso dos dados para medir e monitorar cases de sucesso
• Abordar proativamente os requisitos de privacidade, ética, confiança e regulamentação.
Metodologia
As descobertas da Capgemini têm como base uma pesquisa primária com 750 executivos seniores (nível de diretor e acima) de organizações com receita anual global superior a US$ 1 bilhão nos EUA, Europa e APAC que estão atualmente envolvidos no compartilhamento de dados externos. Além disso, a Capgemini também conduziu entrevistas aprofundadas com 30 executivos e acadêmicos da indústria.
A pesquisa baseia-se no estudo de 2020 da Capgemini “The data powered enterprise”, que explorou as práticas de dados em relação à cultura organizacional.
Fonte : https://tiinside.com.br/26/07/2021/pesquisa-ecossistema-de-dados-pode-levar-a-ganhos-financeiros-de-ate-9/
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‘Só não vamos vender o que não é permitido por lei’, diz presidente do Mercado Livre
Empresa quer oferecer na sua plataforma investimentos, inclusive de terceiros, e planeja vender produtos frescos e congelados, revela Stelleo Tolda.
De hortaliças ao carro zero, o Mercado Livre pretende negociar tudo. “Só não vamos vender o que não é permitido por lei”, diz o CEO da empresa, Stelleo Tolda. Nos planos da plataforma de marketplace para os próximos meses, está oferecer produtos frescos e congelados de supermercados, o que exigirá uma adaptação de sua logística. E, ainda, distribuir novos serviços financeiros, como fundos de investimentos, inclusive de terceiros, e uma gama maior de seguros.
Para isso, está no radar pedir uma autorização para a Susep, órgão regulador do mercado segurador – a empresa já tem hoje duas licenças do Banco Central e opera como instituição financeira. O objetivo é ampliar o leque de comodidades a clientes e lojistas e, assim, engajar mais usuários em sua plataforma.
Após forte expansão durante a pandemia, a próxima fronteira do comércio eletrônico, diz Steleo, é encurtar o tempo de entrega dos produtos. Isso vai exigir ainda mais investimentos em logística.
O Mercado Livre hoje vende quase tudo, praticamente de alface, ou itens de supermercado, a carro novo. Tem alguma coisa que vocês não vão vender nunca?
Só aquilo que não é permitido por lei. Somos um canal, uma vitrine muito grande. Vamos fazer 22 anos em agosto e surgimos com essa ideia de que a internet pode democratizar o comércio. Lançar uma categoria nova envolve desafios, de ter oferta e boa qualidade de produtos. Você falou alface e isso representa um segmento muito importante que é o de produtos frescos dentro da categoria supermercado. Esse é um objetivo nosso e vamos lançar (a categoria de produtos frescos, a empresa já atua no segmento supermercado). É um passo grande de trabalhar com produtos frios, frescos e congelados. É algo que hoje não temos e estamos desenvolvendo a cadeia logística que dá suporte a isso. É uma nova fronteira.
Mas concorrentes como as Americanas e a Magazine Luiza já oferecem produtos frescos…
Eles compraram empresas para fazer isso. Americanas comprou o Supermercado Now. Magalu fez aquisições nesse sentido também. Nós estamos desenvolvendo soluções internas. Por isso, estamos demorando mais do que os outros, mas é uma categoria que promete muito. Essa categoria tem uma penetração baixa. Antes da pandemia já tínhamos decidido entrar na categoria de supermercado, por ter uma frequência maior e pouco explorada no e-commerce. A pandemia acelerou esses planos.
O movimento de entrar nesses novos segmentos vem acompanhado de loja própria?
Não é o nosso plano ter loja do Mercado Livre. Trabalhamos com parceiros e entendemos que com eles a gente consegue atingir nosso objetivo de atender aos consumidores. Mas nossa logística precisa se adaptar a essa demanda. Hoje ela não está preparada para isso. E não só com a cadeia de frio, como ter locais nos centros de distribuição para armazenar produtos congelados, mas também à velocidade de entrega. Quem compra quer receber em poucas horas e às vezes em poucos minutos. Isso pressupõe ter uma rede logística que inclui locais mais próximos ao consumidor. Mas esses locais não precisam ser com as portas abertas ao consumidor. Mas precisamos adaptar nossa rede logística se quisermos ser relevantes nessa categoria.
Aquisição faz parte da estratégia?
Estamos abertos, mas não é nossa prioridade. Costumamos desenvolver nossa tecnologia dentro de casa.
O Mercado Livre tem investido muito em soluções financeiras para lojistas e consumidores. Está no radar oferecer serviços financeiros para o usuário final através do Mercado Pago? A empresa já oferece investimentos em CDBs, poderá atuar também com fundos de investimentos?
Já atuamos em pagamento, em investimentos, em crédito e começamos a atuar em seguros. Temos duas licenças no Banco Central. A de instituição de pagamento permite ter uma conta digital, fazendo PIX de um banco para a conta no Mercado Pago e assim o cliente usar os recursos. Além do consumidor final, há serviços para os lojistas do marketplace, como soluções de pagamento, como as maquininhas (de cartão de crédito). Temos uma oferta de crédito voltado tanto para pessoa jurídica, como capital de giro, como empréstimo pessoal voltado para pessoa física, que está integrado no checkout do marketplace. É uma forma de pagamento que o usuário que não tem cartão de crédito pode usufruir. Nós também temos cartão de crédito próprio, somos emissores. Temos uma segunda licença do BC, que é de instituição financeira, não como banco, mas como financeira. Isso nos permite emprestar aos nossos consumidores e lojistas e permite captar no sistema financeiro. O CDB é parte da nossa estratégia de captação. Temos linhas com outras instituições. Temos FDICs (fundos de investimentos em títulos de crédito) onde temos captado também. E o CDB voltado também para o público de varejo.
Mas os FDICs e os CDBs do Mercado Livre hoje são distribuídos por corretoras, não é uma distribuição direta do Mercado Livre. Há planos de oferecer esses investimentos diretamente na sua plataforma?
Por enquanto são corretoras que às vezes encarteiram (ou seja, deixam os CDBs da empresa na carteira própria de investimentos das corretoras) ou que oferecem aos seus clientes. Temos o intuito, por sermos uma plataforma com a possibilidade de acessar o cliente pessoa física e de distribuição, de poder fazer isso no próprio Mercado Pago. Hoje, que tem dinheiro no Mercado Pago pode deixar o dinheiro rendendo e o produto que temos para isso é uma conta remuneradora simples que rende CDI. Mas queremos permitir que seja possível acessar outros produtos como o CDB do Mercado Pago e, eventualmente, até produtos de terceiros, é algo que não descartamos. Conforme o volume de recursos aumente e se sofistique a base de usuários, a gente cogita disponibilizar outros produtos e ser eventualmente uma distribuidora desses produtos (fundos e outros investimentos) de outras empresas e não só do Mercado Pago.
Há planos também para ampliar a oferta de seguros?
Seguros é um outro capítulo, começamos mais recentemente com seguro contra roubo e dano de produtos eletrônicos. E temos oferecido garantia estendida na venda de eletroeletrônicos. Foi a nossa primeira entrada neste segmento. Mas vemos com bons olhos a nossa plataforma de distribuição para outras categorias de seguros.
Mas faz sentido nos seus planos oferecer seguros que não são vinculados exatamente a consumo ou a produto? Faz sentido oferecer seguros de vida ou previdência, por exemplo?
A gente acredita que sim. Hoje os produtos são mais aderentes ao que já fazemos, por exemplo, você compra um tablet no mercado livre e no checkout a gente oferece a possibilidade da garantia estendida, é muito orgânico isso. Outros produtos não são tão integrados no fluxo de compra, mas podem fazer sentido dentro da oferta do Mercado Pago. Uma categoria que a gente explora ainda pouco é o segmento tanto de crédito como de seguros automotivos. Hoje não oferecemos isso. E entendemos que há uma demanda do crédito para aquisição de veículos, hoje oferecemos através de terceiros. Queremos fazer isso pelo próprio Mercado Livre futuramente. E o seguro automotivo faz todo o sentido para criar um vínculo com o consumidor que adquiriu o veículo na nossa plataforma, que contratou um empréstimo na nossa plataforma e que também na sequência pode contratar um seguro conosco.
Mas é preciso pedir autorização para isso. Está nos planos ir à Susep (órgão regulador do mercado de seguros)?
Está dentro das nossas possibilidades. Mas não tem como precisar datas. É algo que vai acontecer em pouco tempo.
Qual horizonte de prazo para essas novidades, para atuar em produtos frescos de supermercado e oferecer mais serviços financeiros?
São projetos para os próximos trimestres. Será dentro do prazo de um ano no máximo.
O uso de inteligência de dados sobre os clientes (lojistas e consumidores) facilita a oferta de produtos mais acessíveis ou permite, por exemplo, uma melhor avaliação do risco de crédito desses clientes? Esse é um diferencial que o Mercado Livre, por ser um marketplace de varejo, tem em relação a outros players do setor financeiro?
Sim, e te dou um exemplo concreto. Quando começamos a oferecer empréstimos para nossos vendedores, fizemos primeiro uma avaliação de risco da nossa base de vendedores, a partir de informações disponíveis em birôs de crédito, dados externos. Mas também acessamos as informações desses vendedores na nossa plataforma, das vendas, histórico, reputação. Com base nessas informações externas e internas criamos este score (avaliação) de risco, e passamos a oferecer empréstimos a taxas muito competitivas, que eles não conseguiriam em outras instituições financeiras. E com uma facilidade muito grande da interface do Mercado Pago. O crédito também era sem garantia, algo que muitas vezes complicava a vida de quem queria contratar um empréstimo. E tudo isso só é possível graças às informações que a gente tinha desses vendedores. E os empréstimos têm essa intenção, de que o vendedor continue a vender conosco.
Qual é o peso da receita com serviços financeiros dentro dos resultados do grupo?
O maior volume de nossa receita vem do comércio, mas a parte financeira é relevante. (No primeiro trimestre deste ano, o Mercado Pago teve receita de US$ 277 milhões, um quinto da receita total do Mercado Livre no período, que foi de US$ 1,4 bilhões)
O Mercado Livre é uma empresa argentina com forte presença na América Latina. Como vê os impactos da pandemia na região?
A pandemia tem um impacto grande na economia. A América Latina foi a região mais afetada do mundo, se olharmos o número de casos e de mortes por milhão. Estamos entre os “Top 15” com Brasil, Peru, Argentina e Colômbia, ao menos. A região foi fortemente afetada e ainda está. Até o Chile está sofrendo com a pandemia, apesar da vacinação lá estar mais adiantada. Aliás, não é só a pandemia. Há questões políticas, de mudanças de regime, de constituinte como no Chile. É uma região que passa por suas turbulências. Mas, do ponto de vista do comércio eletrônico, de serviços financeiros e de digitalização, ainda é uma região onde a penetração ainda é muito baixa. O potencial de crescimento tanto do comércio eletrônico como dos serviços financeiros é enorme. A pandemia gerou uma demanda crescente por esses serviços, por ter o comércio de rua fechado em diferentes momentos. E também pelo fato de os governos usarem a carteiras digitais para pagar benefícios sociais para combater os efeitos econômicos da pandemia. Não foi só no Brasil, mas em outros países. E indiretamente esse pagamento de benefícios fez acelerar o uso de carteiras digitais.
Quem usou carteira digital além do Brasil?
Praticamente todos os países da região tiveram algum tipo de auxílio e, em alguns casos, ele foi disponível em carteira eletrônica. Além do Brasil, teve a Argentina. O pagamento do auxílio impulsionou o comércio eletrônico. Quando são pagos, há impulso. O Chile é um caso emblemático, pois é o que ainda cresce a três dígitos (no Mercado Livre) e se torna mais relevante.
O Mercado Livre cresceu muito na pandemia. E com o crescimento vieram queixas, como a de alguns vendedores que reclamam, por exemplo, de concorrência desleal com a plataforma e de ficarem “dependentes” do Mercado Livre.
A gente nasceu com visão de marketplace e de democratizar o acesso ao comércio a empreendedores que viram no canal on-line uma opção para vender. Somos uma plataforma aberta e democrática e que inclui muitos vendedores. Trabalhamos com uma oferta muito ampla que não está concentrada apenas nas grandes marcas, no grande varejo. Dito isso, a gente tem visto um crescimento na concorrência. Hoje o Mercado de Livre está longe de ser a única opção caso o vendedor decida vender on-line. Ele tem várias opções. Estamos procurando cativar os vendedores através de uma oferta de serviços maior. Por isso, lançamos o Mercado Pago, que é de 2004. Depois, lançamos o Mercado Envios, por conta de nossa atuação na área logística, também permitindo ao vendedor se concentrar no que ele faz melhor, que é o relacionamento com fornecedores e a descoberta de produtos, deixando essa parte operacional com o Mercado Livre. Temos investido muito na logística, inclusive tirando o volume que no passado dependíamos dos Correios para fazer isso dentro de casa. É dessa forma que queremos cativar nossos vendedores, não é através de tarifas nem de exclusividade, que não é prática neste mercado, é através de melhores serviços. E os vendedores têm opções, então é difícil falar em práticas anticompetitivas quando há vários outros canais à disposição.
Alguma chance de o Mercado Livre se interessar pela privatização dos Correios?
Zero chance. Nos últimos três anos, investimos fortemente para desenvolver nossa rede logística própria, com centros de distribuição, rede de transporte com transportadoras espalhadas pelo Brasil, inclusive vans, carretas próprias e até mesmo aviões. A gente deixou de ter uma dependência dos Correios. Em dezembro de 2017, 90% do nosso volume iam através dos Correios. E hoje esse volume é menos de 10% pelos Correios, e os outros 90% são através de nossa rede logística. Como cidadão, tenho interesse em ver os Correios melhorarem seus serviços. Acredito que a privatização é bom caminho para isso. Mas a nossa participação na privatização vai se limitar a ser um cliente. Espero que quem ganhe essa privatização consiga tornar a operação dos Correios mais amigável para o mercado.
Qual será o próximo passo do comércio on-line nesse gradativo retorno à normalidade? Será a entrega mais rápida, como até virou alvo de disputa entre Mercado Livre, Americanas e Magalu no Conar (conselho de autorregulamentação de publicidade)?
Todo mundo está usando (o lema “entrega mais rápida”). O Conar ficou ali em cima do muro, pois cada um apresentou seu estudo. No fim das contas, o consumidor é que sabe quem é mais rápido e em quem deve confiar mais. O consumidor também tem escolha. A logística só evolui. Antes a nossa métrica era um percentual de entregas que ocorriam em até 48 horas, que é de 80% do total. Já estamos trabalhando com a métrica de entrega que é feita em 24 horas e também o percentual entregue no mesmo dia. E queremos crescer esses percentuais, com mais produto entregues no mesmo dia. Então a próxima fronteira é sim evoluir nessa logística. A expectativa do consumidor é crescente. Antes da pandemia, a penetração do e-commerce era de 6% e hoje já supera 10%. E esse crescimento só ocorreu porque o consumidor estava satisfeito. E vai continuar crescendo.
O Mercado Livre tem feito parcerias com empresas de streaming, como Disney+. Alguns concorrentes, como a Amazon, têm seu próprio serviço. O Mercado Livre pensa em atuar também em streaming?
Temos o nosso programa de fidelidade, da empresa Mercado Livre, não só do negócio de comércio ou do negócio de pagamentos, e da empresa como um todo, no qual a gente oferece benefícios a partir da frequência de usos nas duas plataformas, de comércio e de pagamentos. E a parte do conteúdo é muito relevante nessa oferta. Queremos trazer mais benefícios para nossos usuários mais leais e parte disso se traduz em melhor acesso, acesso mais barato ou até mesmo gratuito, a conteúdo. Não temos a intenção de desenvolver conteúdo próprio, entendemos que esse não é a nossa expertise. Temos sim investido em trazer mais conteúdo, como HBOMax, DisneyPlus e Deezer. A nossa ideia é trabalhar mais parcerias para fidelizar ainda mais nossos usuários. Mas não só conteúdo, tem o nosso cartão de crédito no mercado pago, tudo faz parte da estratégia de gerar mais engajamento do nosso cliente.
A empresa tem a estratégia de atuar ainda mais como vendedor diretamente, usando a marca Mercado Livre?
O Mercado Livre surgiu como marketplace mas vê a necessidade de atuar em determinados segmentos nos quais a oferta de nossos vendedores é limitada como vendedor direto, ou adquirindo produtos para revendas, de marcas conhecidas, ou com a estratégia de marca própria. Ainda é incipiente, mas vemos com potencial. A gente se viu limitado em determinados momentos em que a demanda cresce muito, como Black Friday. Se a gente depender, como dependíamos até então, simplesmente dos nossos vendedores, não tínhamos acesso a bons produtos a bons preços. É uma estratégia que veio para ficar, mas a venda direta será uma atuação complementar.
Fonte : oglobo.globo.com
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Sete pontos fracos da maturidade digital do varejo brasileiro
Um estudo aprofundado sobre a maturidade digital na indústria brasileira acaba de ser divulgado pelo Instituto da Transformação Digital (ITD). O diagnóstico investigou mil empresas e centenas de empresas do varejo, trazendo um raio-X da maturidade tecnológica e computacional de empresas voltadas às vendas diretas. De acordo com Paulo Kendzerski, que preside o ITD, os números traduzem um esforço de transformação dos negócios.
“Transformação digital é transformação dos negócios. Transformação digital não se trata de um projeto e uma liderança. É uma constante. Daqui alguns anos, nem vamos falar mais o termo ‘transformação digital’”, prevê o especialista.
No estudo que avalia 25 pontos da condição digital das empresas estabelece três eixos de avaliação: inteligência digital (para o negócio), presença digital e ferramentas de comunicação. Deles, Paulo chama a atenção para resultados do estudo em relação à inteligência digital do varejo brasileiro. “Quase 20% não usam ferramentas de análise e quase 60% não usam certificado digital. Para quem trabalha com consumidor final, isso é mortal. Estamos falando de ferramentas gratuitas. A loja da esquina pode ter”, alerta Paulo.
O diagnóstico de maturidade também explora a presença digital do varejo brasileiro nos detalhes. Neste ponto, Paulo chama a atenção para o fato de 97,4% das empresas não aparecem nas buscas da 1 ª página do Google quando têm seu próprio nome escrito. Já em relação às ferramentas, a preocupação principal está no fato de mais de 80% das empresas não informar seus números de Whatsapp nos sites, já que o canal de contato ficou largamente popularizado no atendimento desde a pandemia.
Na interpretação de Paulo, os números sugerem problemas de processos, com as empresas buscando transformação digital, mas ainda pensando de maneira analógica. “Nosso estudo não pretende apresentar uma análise do site das marcas, muito menos do que elas publicam nas redes sociais. Não pretendemos afirmar que os 25 indicadores analisados neste estudo são os únicos que importam para definir o grau de maturidade digital das empresas. Pelo contrário, estamos conscientes de que existem muitos outros indicadores que são igualmente relevantes, mas, nesse momento, a definição de importância que cada item tem no estudo é baseada na representatividade da geração de oportunidade de negócios, independentemente de ser uma pequena empresa ou uma grande rede. Tenha uma operação de e-commerce ou não”, entende o especialista.
Recomendações para ontem
Utilizar ferramenta digital não é a mesma coisa que transformação digital. Como lembra Paulo, há um monte de empresa implantando chatbots que são ‘chatburros’, e esta é uma das provas, segundo ele, de que o futuro não pertence ao grande, mas sim, a quem consegue evoluir. “A transformação é para quem consegue enxergar que é preciso velocidade, agilidade e alcance. O que é mais fácil: um negócio com três funcionários decidir o que colocaria para funcionar ou o Magazine Luiza mandar para casa 70 mil pessoas e estava operando em 48 horas? Não é pelo tamanho”, diz Paulo.
No intuito de dar suporte a varejistas que se esforçam para aprimorar seus negócios com soluções e ferramentas digitais, o presidente do ITD convidou o consultor Aldo Pacheco, do E-commerce na Veia/e-Vidz no evento on-line de divulgação do estudo para falar de realidades do varejo online que exigem certa maturidade digital. De acordo com Aldo, há seis recomendações “para ontem”.
Trate bem seus dados: “Nunca os dados foram tão importantes para uma operação de e-commerce. Quem sabe usar os dados tem uma vantagem imensa sobre os concorrentes. Quando pergunto se usam os dados, empresas dizem que tratam bem seus dados, que obtêm o aniversário do cliente e envia os parabéns. É bom refletir sobre a importância disso. A pessoa estará distraída. Que tal um voucher um dia ou uma semana antes?”, propôs o consultor, ressaltando a relevância do planejamento.
Live e-commerce: “Tendência na China e no restante do mundo, o live e-commerce veio para ficar. Entenda como você pode usar essa poderosa ferramenta, seja com seus vendedores ou com influenciadores. Sendo um e-commerce pequeno, eu posso fazer isso? Sim. O Ali hoje oferece locais para que os grandes vendedores façam sua lives, mas hoje não precisam em disso. Eles mostram como quem fabrica pode ter parcerias com influenciadores.”
Social commerce: “Plataformas como Facebook, Instagram, TikTok e Pinterest devem fechar o ciclo de vendas dentro de suas plataformas em breve. Tudo o que conhecemos sobre e-commerce vai mudar quando isso acontecer. O ciclo de vendas ainda não é fechado. Mas veremos até o final desse ano é a finalização da venda dentro da plataforma. O que isso tem de bom? A compra por impulso tende a subir. A taxa de conversão de um anúncio pode se multiplicar por dez. A desvantagem é: ‘não construa castelo no terreno dos outros. Isso pode ser sua morte se a rede entrar em colapso’.”
Vida real: “Os clientes são on e off sempre. Se você não é, quem perde e você”, disse o especialista sobre o phygital.
Vídeos: “Vídeos são de suma importância para a divulgação. Eu, por exemplo, estou abrindo uma empresa de vídeos e inteligência artificial no momento, pois houve 100% de aumento no consumo de vídeos em 2020, 78% dos usuários assistem vídeos semanalmente, 44% diariamente. Mais de 80% do tráfego de consumidores da internet virá de vídeos on-line.”
Marketplaces: “Não são tendências. São realidade. Hoje, 78% do faturamento do e-commerce brasileiro vem do marketplace, o que significa que 22% sobram para mais de 250 mil lojas competirem por espaço. Às vezes, em um primeiro momento, é mais interessante para uma empresa entrar em um marketplace do que fazer um e-commerce. O Mercado livre faz 27 vendas por segundo”, observa Aldo.
Fonte:consumidormoderno.com.br
Fonte : mercadoeconsumo.com.br