Cresce a importância do ship from store para o varejo

Modelo de gestão do negócio transforma o ponto de venda em um centro de distribuição, torna a operação mais segura e melhora a experiência do cliente.

As empresas que comercializam seus produtos on-line sabem que o mercado para elas está em alta. A pandemia de Covid-19 trouxe para os e-commerces milhares de novos consumidores e escancarou uma verdade absoluta: quem não vende pela internet está perdendo dinheiro e arriscando a própria sobrevivência do negócio.

Quem já possui canais digitais de venda deve ficar atento a uma prática que ajudou muitas empresas a crescerem no ano passado enquanto outras penavam: o ship from store, ou SFS.

Em uma tradução livre, o termo em inglês significa “envio direto da loja”, o que é, basicamente, o resumo da ideia. Contudo, o SFS é mais do que uma opção logística para a entrega de produtos, é uma estratégia de gestão do negócio que torna a empresa mais segura e competitiva no mercado.

O que é o ship from store, afinal?

No ship from store, a loja física, que também vende pela internet, utiliza o seu estoque para atender aos pedidos realizados em algum canal digital ou até mesmo pelo telefone.

Na prática é como se a loja física fosse também um centro de distribuição omnichannel, que atende o cliente que a visita e também aquele que fecha a compra de forma remota.

O Magazine Luiza e a Leroy Merlin, são duas grandes varejistas, entre outras, que utilizam a estratégia do ship from store e, assim, garantem entregas mais rápidas e baratas, melhorando a experiência do cliente.

Isso acontece porque, na prática, no caso das redes, cada loja se torna um hub de onde a operação pode ser conduzida. Quando o consumidor entra no site e escolhe um produto a entrega é organizada a partir do ponto mais próximo do seu endereço, ou seja, da loja física mais perto de onde o cliente vive.

“A primeira pergunta que ouvimos do consumidor é sobre o envio para todo Brasil. Na sequência, qual é o prazo de entrega para o CEP onde a pessoa mora”, afirma Kaique Sant’Ana, CEO e fundador da iCenter – Centro especializado Apple, que utiliza o SFS a partir de quatro lojas no Interior de São Paulo.

“Ouço essas perguntas antes mesmo de a pessoa querer saber sobre o preço do produto ou serviço”, explica.

SFS garante o controle total da operação

Kaique Sant’Ana conta que quando começou a investir no digital, há cerca de dois anos, pensou imediatamente no modelo ship from store para conduzir a operação.

“Desde que fiz a ampliação eu tinha como objetivo ter um estoque próprio para poder trabalhar de forma mais segura, mais tranquila e também por uma questão de opções para o cliente. Eu sempre quis que o cliente entrasse na loja e tivesse a impressão de grande variedade e bom abastecimento. Quando criei a loja on-line já pensei que tinha que ser com o meu próprio estoque”, relata.

Hoje o empresário vende não apenas através de um e-commerce, mas também pelo Mercado Livre, OLX, Instagram e também pelo WhatsApp e controla totalmente o processo de venda sem depender da disponibilidade de fornecedores.

Ele conta que investir no próprio estoque o ajudou a atravessar o período mais crítico da pandemia, no ano passado, sem interromper a operação, o que não aconteceu com muitas empresas que ficaram sem produtos para vender.

“Conheço lojistas que sofreram porque os fornecedores fecharam, a importação foi interrompida. O fato de já ter uma presença on-line e ter um estoque próprio me permitiu continuar vendendo durante a pandemia”, afirma.

As vantagens do ship from store para o negócio

O modelo de gestão do ship from store garante o controle total para a empresa que faz a venda e traz consigo vantagens para o negócio. Algumas delas são:

  • Segurança do negócio: adotar o SFS, como mostra o exemplo de Sant’Ana, deixa a organização mais segura diante de mudanças do mercado e eventuais problemas de parceiros da cadeia de suprimentos.
  • Melhor controle do estoque e menos desperdício: a empresa pode controlar muito melhor o que compra com base no histórico de saída dos produtos. Assim, mantém um estoque com itens que trazem mais retorno e em quantidades mais adequadas para a demanda do mercado. Além disso, no caso das redes, é sempre possível trocar produtos entre os estoques de diferentes lojas garantindo que um item nunca falte caso o consumidor faça a procura.
  • Agilidade na entrega: por fazer o papel de um centro de distribuição, a loja consegue atender de forma mais rápida os clientes que estão mais próximos, mesmo que a compra tenha sido feita on-line. A independência em relação a fornecedores também reforça o potencial para a entrega mais rápida, uma vez que o item está estocado.
  • Maior satisfação do cliente: entrega mais rápida, frete mais adequado com a distância da casa do cliente e atendimento direto de quem vende só podem significar uma melhor experiência de compra para o consumidor. No final das contas, quem compra só deseja um bom produto, por um preço justo em menor tempo.

Modelo deve crescer nos próximos anos

O susto provocado pela pandemia deve levar muitas empresas que sofreram com a falta de produtos em suas prateleiras a olhar de outra forma a gestão dos seus estoques.

Nesse aspecto, o modelo de SFS tem tudo para crescer. “Após o fim da pandemia o mercado digital não vai diminuir. Temos novos marketplaces chegando e acredito que a tendência seja esse modelo de negócio se tornar cada mais comum” avalia Kaíque Sant’Ana.

O empresário lembra que hoje em dia há uma corrida pela entrega mais rápida e cita como destaque o serviço Full, oferecido pelo Mercado Livre, que garante ao cliente separação, embalagem e envio do item comprado em até 24h. “A compra pela internet está quase como uma entrega presencial porque o tempo está muito curto”, diz.

Como todas as tendências apontam que o e-commerce não vai parar de crescer, as organizações que ainda não fazem uma gestão a partir do próprio estoque ainda podem se adaptar, mas precisam ser rápidas.

 

Fonte : consumidormoderno.com.br

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