Shein ameaçada: fusão entre Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) pode atrapalhar os planos da chinesa?

Considerada a maior combinação de negócios do setor de varejo desde o anúncio da união de Drogasil e Raia, em 2011, a fusão entre a Arezzo (ARZZ3) e o Grupo Soma (SOMA3) pode resultar em um conglomerado de mais de 30 marcas. Assim, em um meio cada vez mais competitivo, o mercado se pergunta qual o impacto do acordo para empresas como a Shein, que tem conquistado cada vez espaço no Brasil.

“O grupo formado da Arezzo e Soma possui uma atuação muito distinta da proposta da Shein, que busca atingir públicos de mais baixa renda. O maior impacto, a princípio, me parece ser com a Hering, que também oferece peças de menor preço, mas ainda assim há um grande distanciamento entre os produtos”, diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.

Em relatório divulgado no mês passado, o BTG Pactual (BPAC11) projetou que em todo o ano de 2023 o faturamento da Shein no Brasil chegou a R$ 10 bilhões, 42,8% acima na comparação anual, com receita de R$ 7 bilhões – a varejista chinesa de moda online só ficou atrás da Renner (LREN3), que faturou R$ 11,7 bilhões no período, o maior do ramo.

Nesta lista, o Grupo Soma aparece na quinta colocação, com faturamento de R$ 4,9 bilhões em 2023, seguido por Arezzo, com R$ 4,2 bilhões.

O BTG atribuiu o resultado da Shein, entre outros fatores, aos preços baixos oferecidos, o que a torna competitiva. Vale lembrar que com a fusão, passam a fazer parte do grupo Arezzo-Soma empresas como Anacapri, Schutz, Vans, Farm, Animale e Reserva, consideradas de alta renda.

Para Costa, atualmente, o varejo de moda brasileiro é amplamente fragmentado e mesmo os grandes players – como Lojas Renner (LREN3) e a nova empresa gerada com a fusão, que ainda adotará uma nova denominação social – detêm pouco do marketshare.

“Historicamente, o setor como um todo trabalha com margens mais baixas e ajustes muito finos na operação para que haja um retorno atrativo. Vimos, por exemplo, diversas varejistas que erraram uma coleção ou nos estoques e foram amplamente penalizadas nas margens por diversos trimestres por causa desses fatores. Uma combinação de negócios bem sucedida traz eficiência de custos, o que melhora a margem e traz mais folga para a operação”, afirma.

A nova operação deve alcançar um faturamento próximo de R$ 12 bilhões com as mais de 2 mil lojas próprias e franquias. Ao todo, serão quatro verticais de negócios: calçados e bolsas, vestuário e lifestyle feminino, vestuário e lifestyle masculino e vestuário democrático.

Fonte: “https://www.suno.com.br/noticias/shein-fusao-arezzo-arzz3-grupo-soma-soma3-gpj/”

 

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