Uma pesquisa da Movile revela que as startups de varejo da região receberam cerca de US$ 3,3 bilhões ao longo dos últimos cinco anos (2017-2021). Conforme o estudo conduzido pelo Distrito — no Brasil, Argentina, México e Colômbia —, o setor recebeu o segundo maior volume de investimento de risco na América Latina, ficando atrás apenas das fintechs.
Imagem de pessoas apontando para gráficos espalhados sobre uma mesa com mais de US$ 17 bilhões investidos ao longo dos últimos 5 anos, o Brasil concentra a maior parte do volume investido dentre os países do estudo.
As chamadas retail techs representam 9,4% (394) do total de deals em todos os países analisados e receberam 11,6% do volume investido neles. Quando olhamos para cada um dos países, vemos que as startups brasileiras lideram esse ranking. Afinal, respondem por 59% dos investimentos na região (embora sejam apenas 11,3% do valor aportado no País).
Investimento no Brasil
Com mais de US$ 17 bilhões investidos ao longo dos últimos 5 anos, o Brasil concentra a maior parte do volume investido dentre os países do estudo. Esse volume vem crescendo de forma quase exponencial, tendo mais do que dobrado entre 2020 e 2021.
Além dos fatores macroeconômicos, um dos motivos pelo qual vemos esse crescimento é o amadurecimento do ecossistema, com cada vez mais startups maduras e unicórnios que acabam captando mega rodadas (acima de USD 100 milhões), fazendo com que o volume investido cresça vertiginosamente.
Investimento em startups por região
Assim como nos outros países, o Brasil também encontra uma grande concentração de investimento em uma região, no caso, em São Paulo. O estado concentra sozinho 81% do valor total investido no país, seguido por Paraná e Rio de Janeiro. Essa discrepância ocorre tanto por uma maior quantidade de startups em São Paulo como também pela quantidade de startups maduras na região que recebem valores astronômicos.
A Argentina vem em segundo lugar, principalmente por conta da Tiendanube, marca da Nuvemshop no país, que recebeu US$ 626 milhões e foi responsável por 96% do valor investido no setor. A empresa faz com que o segmento, embora represente apenas 6,8% dos deals, concentre 31,7% do valor investido no País.
Por sua vez, no México, o setor responde por 8,3% dos deals realizados e 9,1% do volume aportado (cerca de US$ 533 milhões). Já na Colômbia, o varejo representa 12,5% das transações e 5,5% do montante investido (cerca de US$ 177 milhões).
Metodologia da pesquisa
O levantamento analisou o panorama de investimentos de risco em startups na América Latina nos últimos cinco anos com foco em quatro países: Brasil, Argentina, México e Colômbia. As informações foram selecionadas a partir de uma análise do banco de dados proprietário do Distrito, consultas a bancos de dados abertos e informações públicas de fontes especializadas.
Os critérios de seleção de startups considerados foram:
ser definida como empresa que possui a inovação no centro do negócio na base tecnológica, no modelo de negócios ou na proposta de valor;
possuir operação independente;
ter origem e operação no Brasil, México, Colômbia e Argentina;
ter recebido investimento e/ou ter sido adquirida no período analisado (01 de janeiro de 2017 a 02 de dezembro de 2021);
e ter recebido investimento do tipo Anjo, Pré Seed, Seed, Series (todos os tipos) e Private Equity.
O estudo completo pode ser baixado aqui.
Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/startups-de-varejo-america-latina/