Consumo pós-pandemia: desafios e expectativas para as pequenas, médias e grandes empresas

Além da digitalização do mercado, cenário de consumo pós-pandemia aponta para a dominação de oligopólios e exige alternativas para a sobrevivência de microempresas.

Tente se lembrar de como era o mundo corporativo antes de 2020 e como ficou após a disseminação da covid-19 no mundo todo. Muita coisa mudou, não é mesmo? Além da migração das atividades presenciais para o home office, houve o aumento do consumo de bens pela internet, a aceleração do processo de digitalização empresarial e, claro, a transformação do perfil do consumidor.

Para falar sobre o consumo pós-pandemia e as perspectivas de mudanças empresariais para os próximos anos, o Conarec 2021 convidou o CEO do Domeneghetti Partners, Daniel Domeneghetti, que trouxe à tona diferentes vertentes acerca do cenário econômico brasileiro.

De acordo com o palestrante, a pandemia foi um divisor de águas com relação a atuação das pequenas, médias e grandes empresas. “Antes da pandemia, nós vivíamos dois fenômenos principais: o primeiro diz respeito à razoável digitalização dos modelos de oferta e o segundo faz referência ao esforço das corporações para entenderem o comportamento do consumidor”, inicia Daniel Domeneghetti, que complementa: “com a pandemia, houve inicialmente uma retração dos negócios e, logo em seguida, veio a corrida para a digitalização dos negócios”.

Digitalização das empresas dispara no cenário pandêmico

Para se ter uma ideia, 76,2% das companhias brasileiras pretendem digitalizar ou já digitalizaram seus serviços desde 2020. A pesquisa, realizada pela Samba Digital e divulgada pela Forbes, contou com o apoio de outras instituições e foi realizada com base em entrevistas de 100 líderes de grandes, médios e pequenos negócios.

A migração para o universo da web já era esperada, tendo em vista que grande parte dos consumidores mudaram seus hábitos de consumo e passaram a realizar compras apenas pela internet após o endurecimento das normas sanitárias.

De acordo com um levantamento feito pela plataforma de opinião, Ebit/Nielsen, 7,3 milhões de pessoas realizaram compras online pela primeira vez no primeiro semestre de 2020.

Novos hábitos de consumo e dominação das gigantes do mercado

Além da mudança radical nos formatos de venda e compra, os empreendedores também tiveram que lidar com as novas expectativas dos consumidores e com os efeitos macroeconômicos.

Sobre o primeiro item, o CEO do Domeneghetti Partners argumenta que as transformações na lógica transacional entre consumidores e empresas podem ser notadas na exigência, por parte do público-alvo, de que as marcas assumam um posicionamento com relação às causas sociais, ambientais e políticas.

No que diz respeito ao segundo ponto, o palestrante aponta que a pandemia provocou o fechamento de um número imenso de microempresas, contribuiu para o aumento da inflação e criou inúmeros obstáculos para o varejo físico, que precisou se reinventar tanto na questão do atendimento ao cliente quanto nas estratégias de humanização.

“Então, se por um lado a pandemia significou aumento de clientes e concentração de riquezas para as grandes organizações, por outro, significou a falência em massa dos pequenos negócios ”, pontua Daniel Domeneghetti.

Segundo a “Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas”, divulgada pelo IBGE, foram fechadas, de forma temporária ou definitiva, 522,7 mil empresas brasileiras apenas na primeira quinzena de junho de 2020, sendo que 99,2% destas eram de pequeno porte.

Além disso, o fechamento destas empresas nacionais menores e a dominação dos conglomerados em todos os setores econômicos, contribui para a monopolização do mercado e para a redução da pluralidade de marcas, produtos e valores defendidos.

“E assim nos deparamos com um mercado cada vez mais digitalizado, um consumidor com mais opções de consumo, mas com menos oferta e uma concentração de poucas marcas, que transmitem suas mensagens e valores embutidos nos produtos”, pontua o convidado pelo Conarec 2021.

Pluralidade é a palavra-chave para uma economia saudável

“Não existe uma economia saudável sem pequena, média e grande empresa, mas a pandemia acabou colaborando para a construção de um modelo piramidal, onde os grandes negócios estão no topo, o meio está absolutamente dizimado e a base é composta pela maioria de empobrecidos, que ficam, por sua vez, a mercê dessa dinâmica”, afirma Daniel Domeneghetti.

Como alternativa para a sobrevivência das pequenas e médias empresas brasileiras, o palestrante discorre sobre a importância da adoção do modelo “win-win” para promover o equilíbrio econômico no país.

“Nós acreditamos que as grandes empresas podem resgatar as cadeias intermediárias e apoiar as marcas locais e nacionais por meio do esquema ‘ganha-ganha. Isso porque a ausência de pluralidade emburrece, atrasa e gera perdas a médio e longo prazo. Além disso, modelos concentrados desfavorecem a melhoria e a evolução dos produtos, já que a satisfação das pessoas é proporcional ao esforço das marcas em atendê-las”, finaliza o empresário.


Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2021/11/18/consumo-pos-pandemia-desafios/

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Compras on-line: Mais de 20 milhões de brasileiros usaram o e-commerce na pandemia

O balanço das vendas on-line no ano passado registrou um crescimento de 68%.
A pandemia e a crise sanitária vivenciadas em 2020 alteraram significativamente os hábitos de compra do brasileiro, em decorrência das políticas de isolamento social e as restrições comerciais, o consumidor brasileiro viu-se obrigado a adaptar-se a uma nova realidade e buscar novos meios para atender às suas necessidades.
Diante deste cenário, os e-commerces caíram nas graças do consumidor brasileiro. Segundo a pesquisa realizada com consumidores brasileiros pela Criteo, 56% dos participantes realizaram sua primeira compra on-line durante a pandemia, e 94% desejam manter esse hábito.
Assim, impulsionados pelo isolamento social e pelo fechamento do comércio, mais 20 milhões de brasileiros optaram por realizar suas compras em e-commerces em 2020. Os dados são da ABComm, Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, em conjunto com a Neotrust, segundo o estudo realizado pelas duas entidades, as mudanças observadas nos hábitos de compra do brasileiro no ano passado, garantiram ao comércio eletrônico o faturamento de R$126,3 bilhões.
Isso significa um aumento de 68% do setor e mais de 300 milhões de vendas on-line registradas no país. Para o vice-presidente da ABComm, Rodrigo Bandeira, o distanciamento social teve papel fundamental nos números registrados para construção deste cenário. Apesar do expressivo crescimento do setor nas duas últimas décadas, os números registrados em 2020 são surpreendentes.
Além disso, durante o período foi registrado o aumento de 400% no número de novos e-commerces no país. Ainda de acordo com a ABComm, esses números indicam que cerca de 100 mil lojas se tornaram digitais, adotando o e-commerce como estratégia para impulsionar suas vendas.
Aumento de golpes e cuidados com a sua segurança
Contudo, em contrapartida a esse cenário positivo, o crescimento do setor veio acompanhado do aumento no número de golpes virtuais. Segundo a Kaspersky, especialista em cibersegurança, foi registrado o aumento de 120% no número de ameaças contra dispositivos móveis desde o início da pandemia.
Além disso, o brasileiro é uma das principais vítimas dos fraudadores, sobretudo, sendo considerado os maiores alvos de ataques de phishing, com a média brasileira de 20% contra o índice global de 13%. Segundo Fábio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky, esse tipo de golpe é muito aplicado em compradores on-line, por isso, o crescimento do comércio virtual acaba incentivando o fraudador.
Para aproveitar da fragilidade do consumidor, o fraudador costuma enviar mensagens atrativas por SMS, e-mail ou ainda WhatsApp, apresentando ofertas e promoções vantajosas em lojas e sites falsos.
Para te ajudar a se proteger desse tipo de golpe, separamos a seguir alguns cuidados para garantir a segurança das suas compras on-line:
. Desconfie de preços Baixos
Desconfie sempre de super promoções e ofertas recebidas por SMS, e-mail, WhatsApp ou redes sociais, golpistas usam disso para direcioná-lo para sites falsos e replicar seus dados para futuros golpes. Ademais, boa parte dos produtos, principalmente, no comércio eletrônico, tem um preço médio ou ainda tabelado pela própria indústria, por isso, lembre-se que produtos com preços muito abaixo da média tem grande possibilidade de serem um golpe.
. Pesquise a reputação da loja
Uma boa forma de conhecer a reputação da loja e ela atende seus consumidores é por meio de portais de reclamação de consumidores, como o Reclame Aqui. Por lá, você tem um breve histórico da loja, os principais problemas registrados, assim como, as reclamações, a rapidez das respostas, a reputação da loja e se ela é confiável.
A Amazon, por exemplo, há 15 anos presente na plataforma contabiliza o percentual de 99,8% de reclamações respondidas, além do índice de aprovação 8,5/10, sendo uma das empresas com melhor índice de solução, do ponto de vista do consumidor. A partir desses dados, podemos afirmar que comprar na Amazon é seguro.
. Faça um cartão virtual
Com tempo de validade curto, o cartão virtual é uma boa maneira de você realizar suas compras e proteger seus dados, oferecido hoje pela maioria dos bancos, ele evita que seu cartão seja clonado caso você venha a fazer uma compra em um site malicioso.
. Cuidado com boletos
Tome cuidado com boletos falsos, muitos fraudadores enviam promoções falsas, como se fossem varejistas, para consumidores com links que direcionam a vítima para sites falsos. Por isso, evite clicar em links e opte por acessar, diretamente, o site oficial da loja, além disso, certifique os dados informados no boleto e que os mediadores de serviços de pagamento são confiáveis.
. Verifique o domínio do site
Verifique sempre a URL do site, muitos sites falsos possuem domínios e layouts similares aos verdadeiros. Por isso, confira se a URL e observe se a página não possui erros de português. Se ainda assim tiver dúvidas, pesquise pelo domínio na plataforma Whois. Sites fraudulentos, normalmente, têm menos de um ano de criação.
. Certifique-se que está comprando o produto certo
Esta pode parecer um absurdo, mas é muito comum golpistas anunciarem itens falsos ou usarem produtos novos e originais, por isso fique atento a comentários de outros consumidores, peça fotos para comprovar a veracidade do anúncio. E lembre-se que, por lei, você tem o direito de arrependimento de até 7 dias após o recebimento do produto.
. Consulte o Procon
Alguns Procons estaduais, como os do Rio de Janeiro e São Paulo, mantêm atualizada uma lista de sites com má reputação e que devem ser evitadas por consumidores. Por isso, sempre que possível análise consulte a lista disponível no site do Procon.

Fonte : correiodobrasil.com.br

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