Goldman Sachs avalia Mercado Livre mais forte que Magazine Luiza e Americanas

Banco estima crescimento de 23% nas vendas on-line em 2022 no país, atingindo R$ 248 bilhões.

O Goldman Sachs vê Mercado Livre mais forte e preparado que seus concorrentes para enfrentar o cenário atual de consumo em desaceleração no país. Porém, projeta ganho de mercado da chinesa Shopee sobre o setor no Brasil, podendo atingir 20% de participação até 2025.

“Embora continuemos a evoluir nossas visões vemos a MELI [símbolo do BDR do Mercado Livre na bolsa] como tendo atualmente a mais forte vantagem em logística, à frente da AMER3 [Americanas] e seguida pela MGLU3 [Magazine Luiza]”, diz a equipe de análise do banco. A equipe reconhece que a Via está investindo na redução da sua lacuna, frente aos outros concorrentes, mas defende a sua posição baseado na força de escala de Mercado Livre.

“O GMV [vendas transacionadas] da MELI no Brasil [nos últimos 12 meses] é 1,7 vez o segundo maior player, com 88% dos itens passando por sua rede [de logística]”, diz. Ainda cita o avanço do serviço de entrega em até 24 horas, “o que traz não apenas velocidade de envio mais rápida e permite diluir os custos fixos em armazenamento e automação, mas também vincula os vendedores à plataforma”, e por fim, cita a plataforma tecnológica montada.

“Vemos essas vantagens já se manifestando na forma de velocidade média de envio em todo o GMV (cerca de 80% das entregas em 48 horas versus 55% que estimamos para Magalu, por exemplo) e o limite de frete grátis, que MELI reduziu consecutivamente de R$ 120 para R$ 99 em agosto de 2020 e R$ 79 em fevereiro de 2021 (enquanto melhora a lucratividade)”, afirma.

Sobre a Shopee, do Sea Group, a equipe do banco afirma que o aplicativo é o mais baixado do país, “resultando em ganhos rápidos de participação, especialmente em categorias de preço médio baixo”, o que torna “a competição frente à Shopee em 2022 como um ponto central” no varejo.

“Esperamos que [a empresa] permaneça relevante em 2022, pois continua a construir a sua presença e oferta de serviços. E à medida que os líderes de mercado elaboram estratégias para atingir o mesmo mercado de preços baixos e afastar a concorrência do Shopee, [a empresa] procura avançar sobre categorias de preços mais altos”.

O Valor informou no fim do ano passado que a Shopee está testando desde outubro no Brasil um serviço próprio de coleta e retirada de produtos nos lojistas, chamado Shopee Xpress, que acelera a entrega a clientes. Além disso, vem buscando área para a construção do primeiro centro de distribuição local.

O banco, com apoio da equipe na Ásia, estima que a Shopee pode ter alcançado uma participação de um dígito alto de mercado no comércio eletrônico do Brasil em 2021. Até 2025, a equipe acredita que essa participação pode aumentar para 20%.

“Para conseguir isso, acreditamos que o Shopee Brasil precisará construir capacidade logística local adicional, bem como buscar vender itens mais de marca e de preço mais alto”.

O Goldman Sachs projeta alta de 23% na venda on-line em 2022 no país, atingindo R$ 248 bilhões em vendas transacionadas (GMV), com penetração de 14,7% no mercado total de varejo. É uma desaceleração frente ao aumento de 66% em 2020 e 31% em 2021.

Fonte : https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2022/01/13/goldman-sachs-avalia-mercado-livre-mais-forte-que-magazine-luiza-e-americanas.ghtml