Transformação digital: por que ainda é um desafio para tantas empresas?

A transformação digital tem sido um tema central nas discussões empresariais, impulsionada pelo avanço tecnológico e pelas novas tendências que moldam o dia a dia das organizações. Afinal, para se manterem competitivas em um mercado cada vez mais exigente, as empresas precisam constantemente inovar e se adaptar. No entanto, essa realidade de inovação e adaptação ainda está distante para muitas delas.

A resistência à transformação nas empresas

O termo “transformação” é associado a mudanças profundas e significativas. Diante disso, muitas companhias resistem em aplicar o conceito na prática. Comprovando esse cenário, um estudo feito pela Data – Markers, em parceria com a CDN, revela que aproximadamente 77% das empresas brasileiras ainda não possuem uma cultura de inovação.

O estudo também destacou outro desafio apontado por 62% dos entrevistados: a falta de preparo da liderança. Não é incomum encontrar executivos C-level que seguem o pensamento de que “sempre foi assim”. Com isso, em vez de buscarem o conhecimento necessário acerca da temática, acabam propagando um distanciamento entre as áreas, e contribuindo para a resistência dos colaboradores em aceitar mudanças.

Ao contrário do que muitos pensam, a transformação digital é impulsionada pelas pessoas e voltada para elas. A falta dessa iniciativa nas organizações não impacta apenas as operações internas, mas também reflete na competitividade, especialmente em um mercado cada vez mais globalizado. Não à toa, segundo o ranking que mede o nível de competitividade das nações feito pelo Institute for Management Development (IMD), dos 67 países listados, o Brasil ocupa o 62° lugar – uma queda de duas posições em relação ao ano passado.

Uma coisa é certa: mesmo sendo frequentemente enfatizada a importância da digitalização das empresas – em um movimento que começou há mais de dez anos, com a chegada da Indústria 4.0 -, uma boa parcela do empresariado brasileiro ainda considera a tecnologia um custo, e não um investimento.

Mudança de mentalidade: tecnologia como alavanca para o crescimento

Em vez de questionar qual o ganho a longo prazo com a adoção de um sistema que potencialize as operações, é priorizada a rentabilidade imediata. Dessa forma, a ideia de que a tecnologia é uma commodity leva muitos a optarem por soluções não aderentes ao negócio em busca do menor preço. Quando não obtêm resultados satisfatórios, propagam o pensamento errôneo de que essas tecnologias são ineficazes.

Esse é um claro exemplo da falta de compreensão do mercado sobre o que realmente significa digitalizar processos. Mais do que simplesmente aderir à tecnologia, essa mudança envolve o estabelecimento de métodos e ações que contribuam para o cotidiano operacional, garantindo fluidez e uma abordagem estratégica que permita o envolvimento de toda a equipe, desde a tomada de decisões até a expansão dos negócios.

Todas essas medidas impactam diretamente a cultura da empresa e, sem dúvidas, esse é um caminho desafiador. Afinal, para que a transformação aconteça, é necessário deixar de lado antigos métodos e estar aberto ao novo. Obviamente, esse não é um processo que acontece da noite para o dia e, nessa jornada, é importante contar com o apoio de soluções que integrem recursos para uma gestão aprimorada, como a IA e o Business Intelligence. Além disso, ter o apoio de uma consultoria especializada também é uma excelente estratégia, considerando que o time de especialistas pode guiar todas as etapas, identificar pontos de melhoria e trilhar uma jornada que traga ganhos para todos.

É importante destacar que a transformação digital é um processo de melhoria contínua que as organizações precisam estar dispostas a atravessarem. Esse processo começa com o envolvimento da alta liderança em desenvolver uma abordagem holística, que considere todos os aspectos do mercado, incluindo novas tendências, comportamentos dos consumidores, hábitos e valores das novas gerações, entre outros tópicos.

Cada vez mais, está sendo consolidado um futuro no qual a análise e a gestão de dados moldarão os negócios. Sendo assim, aqueles que ainda não integraram esse conceito nas suas operações precisam se atentar e investir desde já em melhorias e, sobretudo, na capacitação da equipe, pois são os colaboradores que irão vivenciar isso na prática.

No final, independentemente de quantos recursos tecnológicos surjam, o sucesso das empresas dependerá de como elas envolvem e capacitam seu capital humano. Afinal, a transformação digital não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para prosperar em um mercado globalizado e cada vez mais competitivo.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/transformacao-digital-por-que-ainda-e-um-desafio-para-tantas-empresas”

Tripé “tecnologia, processos e pessoas” não está fortalecido na logística, revela executivo

Gerente de Excelência e Processos da Ypê enfatizou o gap de profissionais e empresas para liderarem essa jornada; tema será um dos destaques do LogTalk, novo evento da MundoLogística.

A tecnologia sendo um fundamento das operações logísticas ao redor do mundo é um fato. Tanto é que, de acordo com publicação da DHL em fevereiro deste ano sobre as quatro tendências de logística para se observar em 2024, três são relativas à tecnologia.

Porém, também é fato que a logística é, por essência, um setor elementarmente operacional — demandando, portanto, o fator humano. E é nesse ponto que o tripé “tecnologia, processos e pessoas” ganha relevância e a atenção aprofundada dos gestores do segmento.

Segundo o gerente de Excelência de Processos da Ypê, Francisco Silva, é impossível pensar em aumento de performance sem abordar esse tripé. “Com o avanço tecnológico, profissionalização da logística em nosso país e, consequentemente, aumento da competitividade, há uma grande necessidade de desenvolvimento de processos robustos que habilitem a utilização de novas tecnologias e pessoas devidamente capacitadas para tal.”

Entretanto, de acordo com o executivo, ainda não é possível afirmar que esse tripé está devidamente estabelecido na logística brasileira. “Ao analisarmos nossas ineficiências em operações logísticas, penso que a compreensão de que esse tripe é fundamental. Porém, nem todas as empresas conseguiram investir adequadamente em ações para fortalecê-lo”, explicou.

Nesse sentido, Silva enfatizou o gap de profissionais qualificados para liderarem essa jornada, assim como de empresas com essa ideia fortalecida. “Empresas que não possuem esta ideia fortalecida tendem a perder competitividade no mercado, visto que não atenderão a padrões de níveis de serviço que estão  mais acirrados a cada dia e clientes cada vez mais exigentes.”

Portando, o gerente de Excelência de Processos da Ypê salientou a importância de os profissionais estarem alinhados a essa ideia não só para atender às expectativas do mercado, mas para crescer na carreira em logística.

“Esse tripé reflete um modelo mental de frentes que precisam ser aprimoradas para que sejamos, nós e as empresas, mais eficientes”, pontuou. “Não investir nessas frentes fará com que gaps sejam criados, trazendo impactos negativos para um plano de evolução de carreira.”

Fonte: “Tripé “tecnologia, processos e pessoas” não está fortalecido (mundologistica.com.br)

Marketplaces: oportunidades e desafios em um mercado competitivo

Carnê digital, sortimento de produtos e outras vantagens; o poder dos marketplaces não dá sinais de cansaço, mas, enfrenta desafios também

Melhores e maiores ofertas você certamente encontrará em um marketplace. No mundo do comercio eletrônico, o marketplace leva grande vantagem na maioria dos casos pelo seu poder de investimento. Vantagem que, atualmente, acirra a concorrência com outros players deste modelo de negócio.

Veja o exemplo recente das Casas Bahia. A marca começou a oferecer o carnê digital para compras de produtos em marketplaces. A novidade passa a ser comercializada por mais de 170 lojas parceiras com mais de 500 mil produtos em diversas categorias.

O carnê digital dá ao cliente poder de parcelar suas compras em até 24 vezes, sem a necessidade de cartão de crédito, basta apenas ter o crediário aprovado na Casas Bahia. O processo de controle e acompanhamento do carnê digital pode ser feito de modo 100% online, pelo site e aplicativo da rede. Uma alternativa às formas mais comuns praticadas pelo e-commerce (compra com cartão de crédito, boleto e pix).

Compre agora, pague depois

A Casas Bahia então aposta no chamado BNPL (“Buy Now, Pay Later” ou compre agora e pague depois). Com uma base sólida de clientes do sistema de crediário tradicional praticado há décadas pela rede, a novidade do carnê digital atualiza esse modelo por meio de alta tecnologia.

Isso porque a Via, dona da marca, tem feito investimentos robustos no marketplace. Como resultado, saiu de uma carteira de 10 mil sellers para 110 mil no ano passado e um sortimento de mais de 34 milhões de produtos. Em janeiro, a empresa também adquiriu a logtech CNT com a qual começou a implantar os serviços de fulfillment, além de entrar no segmento de fullcommerce e, com isso, avança em seu plano de disputar a liderança do segmento de marketplace no Brasil.

Tendência

Os motivos são diversos para varejistas apostarem no marketplace. Um deles é que os brasileiros preferem marketplaces ao invés do comércio eletrônico tradicional. Além do maior número de avaliações de outros usuários, a pesquisa, a comparação de preços e as ofertas são os principais atrativos para os consumidores.

Um estudo global realizado pela Mirakl, plataforma SaaS de marketplace corporativo, revelou que nove a cada 10 entrevistados brasileiros preferem e-commerces que tenham marketplaces. Um grande reflexo de um mercado gigante no Brasil. Veja o exemplo de outro poderoso player do marketplace, a Magazine Luiza, que somente no terceiro trimestre de 2021, conquistou um lucro de R$ 22,6 milhões, com compras no e-commerce.

A Riachuelo, por sua vez, trouxe para seu marketplace vinhos, brinquedos e itens para pets. Cerca de 100 novas marcas que vão de Ri Happy a Cobasi, TodoVino e Levi´s, além de categorias com opções de compra em eletrônicos e eletrodomésticos, paisagismo etc. Apostando alto na diversidade de produtos para seu ambiente digital.

Nadando com tubarões

Se por um lado vemos crescer o oligopólio em marketplaces, existe hoje diversos exemplos de e-commerces em segmentos muito específicos que seguem vivos. Com qualidade, personalização e ofertas que vão além de sortimento e preço, essas marcas apostam na relação direta com seus clientes e suas necessidades específicas. Colhendo resultados, o maior desafio para este grupo é ter condições de obter maior penetração e construir um bom relacionamento com sua audiência.

Exemplos como a Vibbra! (Florianópolis – SC), que conecta empresas com profissionais de TI para facilitar a contratação de suporte técnico é um deles e a Reduza (Campo Grande – MS), que criou uma plataforma especializada em cupons de desconto e comparação de preços (tremenda sinergia com os anseios dos consumidores online), denotam expertise na corrida contra o poder dos marketplaces. Setores de logística e em serviços de TI estão vivenciando esse interesse do consumidor online à margem de marketplaces.

Conflitos na terra de gigantes

No entanto, a competitividade também faz parte de gigantes do marketplace. A pedra no sapato dos grandes markteplaces brasileiros é justamente outros marketplaces. Grupos estrangeiros, como AliExpress (China), a Shopee, (Singapura), a Wish e Shein (EUA), Mercado Livre (Argentina) e até OLX Brasil (50% sul-africana) são competitivos por aqui.

As brasileiras também comercializam produtos importados de lojistas internacionais, até aí tudo bem. Mas o argumento das brasileiras em relação às estrangeiras é a comercialização de produtos falsificados e sonegação de impostos. Em reportagem recente da Valor Econômico, as empresas estrangeiras alegam que o problema não é tributário ou pirataria, como reclamam as brasileiras, mas comercial. Um representante do mercado de um site chinês explicou que as brasileiras estão atacando as estrangeiras porque estão perdendo venda e não conseguem ser competitivas o bastante.

Disputas de gigantes à parte, o que temos é um momento de forte onda digital que evidencia as oportunidades e concorrência no âmbito do comércio eletrônico. No meio desse fogo cruzado, está um consumidor atento não só aos preços, mas à postura das marcas e, claro, a qualidade de seus serviços e produtos. Tudo dependerá de sinergia entre bons negócios, transparência, qualidade e fôlego para atender uma audiência mais exigente a cada dia.

 

Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2022/02/28/marketplaces-oportunidades-e-desafios/

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