Como foi a Black Friday 2023? Análise dos dados e aprendizados para o e-commerce

Mais uma edição da Black Friday chegou ao fim, juntamente com todo o período promocional que compõe o evento, a Black November e a Cyber Monday.

Pelo segundo ano consecutivo, a ocasião não conseguiu atingir as projeções de vendas estimadas no e-commerce. Segundo a Neotrust, o crescimento esperado era de 12%, já levando em consideração um cenário mais conservador.

Além de não alcançar as projeções, houve uma queda nas vendas em comparação ano a ano. Ou seja, foi um desempenho abaixo das expectativas, considerando que em 2022 já houve uma retração devido a fatores externos que impactaram a ocasião, como a Copa do Mundo e o período de eleições.

A seguir, vamos analisar os dados, o comportamento dos consumidores e extrair insights da ocasião. Acompanhe a leitura até o final!

Números da Black Friday 2023

Segundo o levantamento da Neotrust e ClearSale, o faturamento da Black Friday 2023 no e-commerce ficou em R$ 5,23 bilhões, representando uma queda de 15,1% em comparação com o ano anterior.

Em relação ao número de pedidos, a queda foi ainda maior, representando 17,6%, com 8,21 milhões de pedidos.

Apesar disso, o ticket médio subiu 1,7% em comparação com 2022. Assim, o valor médio dos pedidos ficou em R$ 636,66.

Os dados compreendem o período de quinta-feira (23) até domingo (26).

Em 2022, essa queda esteve muito atrelada à antecipação das compras, com um mês de novembro aquecido como um todo, demonstrando o sucesso da Black Friday antecipada. No entanto, segundo outro estudo da Neotrust, os primeiros 15 dias do mês também tiveram uma retração das vendas de 6,7% em comparação com o ano passado.

O que aconteceu com a Black Friday no e-commerce?

Devemos interpretar esses dados com completo pessimismo? A Black Friday perdeu a sua força no e-commerce? Precisamos considerar alguns aspectos.

Comprar online deixou de ser novidade

A Black Friday vinha batendo recordes ano após ano por estar se estabelecendo como um data promocional importante no calendário nacional. Assim como as vendas digitais têm se estagnado e retraído, o mesmo se aplica ao evento, representando um período de maturidade das compras digitais como um todo.

Compras presenciais

As compras presenciais mantêm a sua força e parte da preferência dos brasileiros.

Segundo um levantamento da Globo, 29% dos brasileiros preferem comprar presencialmente na Black Friday, por ser mais prático e rápido, enquanto 22% apresentam essa preferência pela possibilidade de levar o produto para casa na mesma hora. Esse segundo ponto reforça o quanto as estratégias omnichannel são importantes, como é o caso do clique e retire.

Promoções

Pode parecer óbvio afirmar isso, mas o preço importa. Este ano houve uma retração de 3,3% nas compras de itens que não estavam com descontos, segundo o levantamento da Neotrust. Enquanto isso, os itens com 20% ou mais de desconto tiveram crescimento de 4,1%.

Ou seja, preços importam, e os consumidores estão antenados e seletivos em relação às ofertas, aproveitando o que realmente é vantajoso para o próprio bolso.

Frete

Outro ponto de destaque para a Black Friday 2023 foi a questão do frete. Apenas 56,5% dos e-commerces ofereceram o frete grátis este ano, uma queda de 9,5% em relação a 2022, sendo que esse é um dos principais atrativos buscados pelos consumidores na data.

Em contrapartida, o frete médio teve o seu preço reduzido, ficando em R$ 30,43 – redução de 15,1% em relação ao ano anterior. Os dados são do relatório da Neotrust e ClearSale.

Contexto econômico e ambiental

O endividamento do país caiu de 78% em janeiro para 77,3% em agosto, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Apesar de o Brasil estar se recuperando mês a mês de um cenário econômico marcado por alta de juros e endividamento, a recuperação não foi tão expressiva quanto a esperada para as famílias aproveitarem as promoções de Black Friday.

Além disso, a onda de calor e seca, que está atingindo todo o país, tem surtido efeitos ainda mais profundos na região Norte, com uma seca histórica que impacta os sistemas logísticos, encarecendo fretes, aumentando prazos de entrega e levando à ruptura de estoque.

Pontos de destaque na Black Friday 2023

Este ano foi marcado pela Black Friday dos eletrodomésticos, com crescimento do segmento como um todo. O produto de maior crescimento no comparativo ano vs. ano foram as lava-louças, com crescimento de 76,9% das vendas. Na contramão, o setor de telefonia vem caindo desde o ano passado – a retração dos celulares este ano foi de 33%.

Outro destaque foi o setor de moda e acessórios, que tem crescido desde a pandemia e se provou mais uma vez este ano. As informações são do relatório da Neotrust e ClearSale.

Quem também se consolidou nesta Black Friday foi o Pix. O levantamento feito antes da ocasião pelo Pagar.me, em parceria com o E-commerce Brasil, havia mapeado que 88,3% dos lojistas iriam oferecer o Pix como forma de pagamento na Black Friday.

E os consumidores aderiram à ideia: o Pix foi utilizado em 30,7% das transações, representando um crescimento de mais de dez pontos percentuais em relação a 2022.

Outra forma de pagamento que segue crescendo na data é o parcelamento. Segundo os dados da Neotrust e ClearSale, o cartão parcelado foi a forma de pagamento de 56,2% das compras realizadas, com um crescimento de 4,8 pontos percentuais.

Cyber Monday 2023

Cyber Monday seguiu o mesmo padrão de resultados da Black Friday. Houve uma queda de 14,6% no faturamento, com um acumulado de R$ 736,9 milhões. Já a redução do número de pedidos foi bem maior (24,9%), e o ticket médio da ocasião também subiu, assim como o da Black Friday, ficando em R$ 561,40 – crescimento de 13,7% em relação ao ano anterior.

Os dados também são do levantamento da Neotrust e ClearSale.

Afinal, como foi a Black Friday 2023?

As compras online, a Black Friday e os consumidores estão em um estágio de maturidade. Isso significa que uma desaceleração da data é normal.

Segundo o levantamento da FGV, neste ano cresceu o número de consumidores que estavam abertos a comprar na Black Friday, a depender de preços, promoções e condições de pagamento. O percentual foi de 14,4%, em 2022, para 21,7%, em 2023.

Os dados demonstram, portanto, que os brasileiros estão mais abertos à ocasião, levando as promoções a sério, mas também muito seletivos com as compras e atentos às oportunidades genuínas.

O declínio das vendas não exclui o fato de a ocasião ser um momento de alta de vendas e de preparação dos consumidores para gastar um pouco mais, adquirindo itens de desejo e antecipando as compras de Natal. Logo, não há motivo para o comércio digital desacreditar ou deixar de participar da ocasião, que se mantém firme no calendário do varejo.

O que precisa ser desenhado são novas formas de gerar conexão e interesse no público, com ofertas de valor que façam sentido para consumidores cada vez mais exigentes e bem informados.

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/como-foi-a-black-friday-2023-analise-dos-dados-e-aprendizados-para-o-e-commerce

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Cyber Monday: metade das micro e pequenas empresas deve manter descontos da Black Friday

Metade das micro e pequenas empresas que apostaram em promoções na Black Friday devem estender, em parte, os descontos para a Cyber Monday, que acontece nessa segunda-feira, 27, aponta pesquisa da Hostinger, empresa global de hospedagem de sites.

Segundo o levantamento, apenas 6,2% das empresas disseram que vão manter todos os descontos. Enquanto isso, outros 43,8% não estão estendendo as promoções para a Cyber Monday.

A pesquisa da Hostinger mostra, ainda que, na parcela de micro e pequenos empresários que declaram ter investido em campanhas na Black Friday deste ano, 94,1% relataram que o principal meio utilizado foi o e-commerce.

As empresas admitem, no entanto, que as vendas online trazem desafios. Os principais, segundo a pesquisa, são o gerenciamento de múltiplos canais de venda, apontado por 50% dos entrevistados; e o gerenciamento de estoque e atrasos nas entregas, empatados em segundo lugar, com 18.8% das respostas cada.

Segundo Rafael Hertel, country manager da Hostinger no Brasil, as micro e pequenas empresas têm um grande potencial de avançar em estratégias digitais para a próxima edição da Black Friday, em 2024, sobretudo com auxílio de novas tecnologias como a Inteligência Artificial.

“A pesquisa reforça que, ano a ano, mais empreendedores notam a importância de criar uma maior presença digital, se aproximarem do consumidor em diferentes canais e aumentar a fatia de vendas online. É um grande desafio, mas que conta também com uma grande aliada: tecnologia a baixo custo. Hoje é possível, por exemplo, apenas com um smartphone, criar uma loja virtual completa com ajuda da Inteligência Artificial generativa. Os novos recursos eliminam barreiras e promovem mais acesso a diferentes perfis de empresas”, analisa o especialista em estratégias digitais.

 

 

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Faturamento da Cyber Monday cai 12%, aponta pesquisa

NielsenIQ avalia que compras foram diluídas por todo o mês de novembro devido à estratégia dos vendedores de disseminar ofertas e dos compradores, de monitorar preços.
O faturamento bruto do comércio online brasileiro caiu 12% na Cyber Monday (28), data em que as empresas costumam fazer uma ‘queima’ do estoque restante da Black Friday, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados são de uma pesquisa da NielsenIQ|Ebit, empresa de análise de vendas virtuais, em parceria com a Bex Pays. No acumulado de novembro até a última segunda-feira, o desempenho do faturamento ficou 6% abaixo do ano passado.

Se o balanço não foi tão animador, alguns setores mostraram altas. O grupo de Alimentos e bebidas registrou aumento de 20,4% nos pedidos, impulsionado pelo salto de 606,1% das bebidas não alcoólicas e 399,3% de cestas básicas.

O monitoramento da NielsenIQ|Ebit também mostra que as lojas digitais perderam 23% do faturamento bruto em relação a 2021 na Black Friday, sexta-feira destinada a promoções e descontos. As principais quedas vieram do grupo de Eletrônicos (26,7%) e Alimentos e bebidas (22,1%).

O head de e-commerce da NielsenIQ, Marcelo Osanai, avalia que as compras ficaram diluídas durante todo o mês de novembro, que ganhou mais importância do que as datas em si.

Segundo ele, o resultado foi provocado tanto pela estratégia das lojas em disseminar as oportunidades em vários dias quanto dos compradores, de atenção às promoções e variações de preços.

“Foi um ano de mudanças no comportamento dos shoppers. O e-commerce competiu de maneira mais decisiva com as lojas físicas, já que o isolamento promovido por conta da pandemia reduziu a quase zero e as pessoas voltaram a circular. O ambiente macroeconômico também está mais desafiador e isso impactou o bolso do brasileiro, assim como as vendas das lojas”, afirmou Osanai.

Esse movimento de antecipação das compras foi observado no chamado ‘esquenta’ da Black Friday. Nos sete dias anteriores à data, houve crescimento de 8% nas vendas do comércio online.

Já nos primeiros 25 dias de novembro, ou seja até a Black Friday, o segmento de Games teve aumento de 27,8% no faturamento bruto em comparação com o mesmo período do ano passado. Em seguida aparecem os grupos de Eletrônicos, com 9%, e Casa e decoração, com 9%.

No caso do segmento de Alimentos e Bebidas, houve alta de 13,8% nos pedidos, devido à mudança de hábitos dos brasileiros de comprar esse tipo de produto virtualmente, mas com queda de 3,3% no faturamento.

Fonte : https://www.cnnbrasil.com.br/business/faturamento-da-cyber-monday-cai-12-aponta-pesquisa/

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Copa do Mundo e cenário econômico tiram foco da Cyber Monday

Voltada a descontos para eletroeletrônicos, a segunda-feira seguinte à Black Friday vem em segundo plano neste ano; retorno dos fabricantes é de que o mercado não está aquecido.

O calendário estendido de promoções da Black Friday 2022 e o foco do varejo em chamar a atenção do consumidor durante a Copa do Mundo 2022, realizada no mesmo período, deixaram a Cyber Monday, segunda-feira seguinte à Black Friday voltada a descontos para eletroeletrônicos, em segundo plano neste ano.
“A Cyber Monday embarcou nas promoções alongadas durante o mês, a ‘Black November’, este ano, já que a Copa foi ganhando espaço não só na cabeça do consumidor, mas do varejo”, diz Fernando Baialuna, diretor de varejo da consultoria GfK.

A atenção do consumidor aos jogos da seleção brasileira e a animação em torno da Copa do Mundo do Catar não são os principais motivadores das perspectivas conservadoras de vendas do setor entre fabricantes e varejistas no mês da Black Friday e da Cyber Monday.
“O varejo, desde o Dia das Mães, vem reportando números difíceis de vendas para o usuário, e o retorno que temos dos fabricantes é de que o mercado não está aquecido”, afirma Reinaldo Sakis, gerente sênior de pesquisa e consultoria da IDC Brasil.

“Os resultados do setor para vendas de celulares, computadores, tablets e dispositivos vestíveis (wearables) estão abaixo dos volumes esperados”.
“Olhando para o cenário nacional, e os retornos do mercado de que o brasileiro está com a renda comprometida, a Black Friday e Cyber Monday não devem ter vendas excepcionais, embora haja uma concentração de vendas e de descontos mais altos nessas datas”, analisa Sakis.

O reflexo deste cenário foi o resultado do e-commerce com eletroeletrônicos nesta Black Friday. A categoria líder nas listas de compras dos brasileiros nesta época do ano teve uma queda de 28,7% em faturamento bruto no e-commerce na sexta-feira (25), em relação à data equivalente de 2021, mostra uma pesquisa da consultoria NielsenIQ|Ebit.

Já ao longo do mês, até o dia 25 de novembro, as vendas brutas do segmento nas lojas on-line tiveram alta de 9,5%.
Criada como uma forma de incentivar as vendas on-line logo após a Black Friday, nos Estados Unidos, e oferecer serviços complementares aos produtos comprados pelos americanos na sexta-feira, a Cyber Monday foi se concentrando em promoções de eletroeletrônicos. Por aqui, entretanto, ainda não é uma data significativa de vendas em relação à Black Friday.

“O Brasil nunca foi um país que colocou foco na Cyber Monday de maneira clara, e esse é um ano atípico por conta do mundial de futebol”, observa Baialuna. No ano passado, as vendas da Cyber Monday recuaram 6,2% em unidades vendidas e 5,7% em faturamento no país, na comparação com 2020, segundo levantamento da GfK.

Já em 2020, a data teve uma boa performance de vendas, refletindo a demanda por equipamentos para trabalhar ou estudar remotamente, no auge da pandemia da covid-19. O volume de vendas cresceu 7,7%, e o faturamento saltou 36,8% na segunda-feira de promoções de eletroeletrônicos de 2020 em relação à data equivalente em 2019.

De 2018 a 2021, a Cyber Monday teve uma participação de 18% a 17,3% no volume de vendas de eletroeletrônicos dos períodos de Black Friday e antecipação da Black Friday, informa a GfK. No ano passado, a sexta-feira de promoções gerou 42,2% das vendas na categoria no país e a prévia, ou “esquenta” da Black Friday, gerou 40,5%.
Para a distribuidora de eletroeletrônicos RCell, a demanda do varejo por celulares nesse período de promoções continua aquecida, mas com um valor médio de compra (ticket médio) mais baixo, em relação ao de 2021.
De 1º a 20 de novembro, as vendas de celulares da distribuidora aumentaram 39%, para 543 mil unidades, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o tíquete médio recuou 10%, de R$ 1.000 para R$ 900.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/11/28/copa-do-mundo-e-cenario-economico-tiram-foco-da-cyber-monday.ghtml

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