Incertezas fazem Amazon rever estrutura, fechar lojas físicas e demitir em massa

Resultado financeiro do quarto trimestre anunciado pela big tech ficou abaixo do esperado.

As incertezas econômicas, como a alta inflação e o aumento das taxas de juros, deixaram os consumidores mais cautelosos e a priorizarem os gastos com produtos essenciais e do dia a dia. Essa mudança de comportamento tem feito os varejistas reverem investimentos e cortarem custos, como ficou claro durante a apresentação de resultados da Amazon realizada nesta semana. A companhia reportou US$ 149,2 bilhões em vendas nos três meses encerrados em dezembro, que incluiu a temporada de compras natalinas, um aumento de 9% em relação ao ano anterior.

“Em nosso negócio de lojas em todo o mundo, com a incerteza econômica em curso, juntamente com a continuação das pressões inflacionárias, os clientes permanecem cautelosos. E vimos que eles estão gastando menos em categorias discricionárias e mudaram para itens de preço mais baixo e marcas de valor em categorias como eletrônicos”, diz o diretor financeiro, Brian Olsavsky.

Entre os esforços para redução de custos da gigante de tecnologia está a demissão de 18.000 trabalhadores corporativos e de tecnologia – o maior corte de todos os tempos –, que custará US$ 640 milhões em rescisão.

A decisão de fechar alguns supermercados Fresh e lojas de conveniência Go custou US$ 720 milhões no 4º trimestre. “Registramos prejuízos de propriedades e equipamentos e locações operacionais, principalmente relacionadas às nossas lojas físicas Amazon Fresh e Amazon Go. Estamos continuamente refinando nossos formatos de loja para encontrar aqueles que ressoarão com os clientes e decidimos sair de determinadas lojas com baixo potencial de crescimento”, afirma o diretor financeiro.
Revisão de estrutura

Carlos Carvalho, CEO da Truppe, destaca que, além das demissão em massa e do fechamento de algumas lojas, a big tech reviu sua estrutura de cobrança de fretes e o valor de seus programas de fidelidade. Em 2022, a assinatura do Amazon Prime sofreu reajuste em todo o mundo. No Brasil, o plano mensal passou de R$ 9,90 para R$ 14,90 e o anual, de R$ 89 para R$ 119 no anual. Nos Estados Unidos, o pacote mensal subiu de US$ 13 para US$ 15.

“Estamos vivendo hoje um momento de aterrissar os projetos na área de tecnologia. Não tem mais espaço para sustentar iniciativas que não tragam resultados. E isso aconteceu porque não havia como sustentar a estrutura das companhias com as previsões econômicas para 2023 e as incertezas para os próximos meses”, diz Carvalho.

O especialista também chama a atenção para os resultados do AWS, braço de computação em nuvem da Amazon, que ficou abaixo do esperado. “Houve uma desaceleração importante em relação às suas vendas, assim como em seus concorrentes, como Google e Microsoft, que foram mais uma vez impactados pelas incertezas econômicas”, diz Carvalho.

“Os clientes corporativos continuaram sua mudança de várias décadas para a nuvem enquanto trabalhavam em estreita colaboração com nossas equipes da AWS para identificar cuidadosamente as oportunidades de reduzir custos e otimizar seu trabalho”, diz Olsavsky, na apresentação de resultados.

O especialista acredita que, a partir do segundo semestre de 2023, as incertezas econômicas não deverão mais acontecer e as big techs, retomar o investimento no setor. “A partir de 2024, vamos começar a ter novamente o crescimento.”

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/09/02/2023/destaque-do-dia/incertezas-fazem-amazon-rever-estrutura-fechar-lojas-fisicas-e-demitir-em-massa/

Amazon (AMZO34) prepara demissão de cerca de 10.000 funcionários nesta semana, diz NYT

Amazon (AMZO34) prepara demissão de cerca de 10.000 funcionários nesta semana, diz NYT
Os cortes, que começariam nesta semana, se concentrariam nas divisões de varejo, dispositivos e área de recursos humanos.

A Amazon planeja demitir aproximadamente 10.000 pessoas em áreas de tecnologia e administrativa, escreveu o jornal americano The New York Times citando pessoas com conhecimento do assunto, no que seria o maior corte de empregos da história da empresa.

Ainda segundo o jornal, os cortes devem se concentrar no setor de dispositivos da Amazon, o que inclui a assistente de voz Alexa. A divisão de varejo e a área de recursos humanos também devem ser afetadas pelos cortes.
O número total de demissões deve ficar em torno de 10.000, e representaria cerca de 3% dos funcionários corporativos da Amazon e menos de 1% de sua força de trabalho global de mais de 1,5 milhão.

Com as demissões, a gigante de varejo se tornaria a mais recente empresa de tecnologia a integrar a lista das companhias que fizeram layoffs recentemente, como a Meta, que desligou 13% dos funcionários e o Twitter, que dispensou metade da sua força de trabalho depois da compra da plataforma por Elon Musk.

Reorganização
A redução de quadro acontece em um momento curioso: próximo à maior temporada de compras do varejo, que começa em novembro, com a Black Friday, e vai até o fim do ano, depois do natal.

Os cortes também acontecem depois de o aumento do consumo via comércio eletrônico provocados pela pandemia e do aumento da busca por serviços de computação na nuvem produzirem alguns dos trimestres mais lucrativos já registrados pela varejista. Com o retorno positivo, a Amazon chegou a dobrar sua força de trabalho e canalizou seus ganhos para expansão e experimentação para encontrar as próximas grandes novidades.

Mas no início deste ano, o crescimento da Amazon desacelerou para a taxa mais baixa em duas décadas.

Depois de dois trimestres no prejuízo, no último trimestre, a companhia reportou lucro líquido de US$ 2,9 bilhões, queda de 9,37% na comparação com o resultado de um ano atrás. O número, contudo, foi ofuscado por uma piora nas projeções da empresa para o quarto trimestre, o que fez os papeis da varejista caírem mais de 20%.

No comunicado que acompanhou os resultados, o CEO Andy Jassy afirmou que “obviamente, há muita coisa acontecendo no ambiente macroeconômico”. E disse ainda que “vamos equilibrar nossos investimentos para serem mais simplificados, sem comprometer nossas principais apostas estratégicas de longo prazo.”

Na última semana, a varejista se tornou a primeira empresa dos Estados Unidos a perder US$ 1 trilhão em valor de mercado.

Procurada pela reportagem de InfoMoney, a Amazon não se posicionou até a publicação. O espaço segue aberto caso a empresa queira se pronunciar.

Fonte : https://www.infomoney.com.br/negocios/amazon-amzo34-prepara-demissao-de-cerca-de-10-000-funcionarios-nesta-semana-diz-nyt/