Lacuna entre prática e resultados de IA ainda é desafio para empresas

Apenas 9% das empresas brasileiras se consideram líderes no uso de Inteligência Artificial, enquanto 58% ainda estão em fase exploratória.

Levantamento da Bain & Company sobre a adoção da Inteligência Artificial (IA) generativa nas companhias brasileiras revela que a maior parte dos executivos (72%) considera a tecnologia como uma das prioridades de investimento para 2024. Essa fatia salta para 92% nos Estados Unidos, onde 53% das empresas posicionam a IA como uma de suas top 3 prioridades. No Brasil, esse mesmo direcionamento ocorre em somente 19% das organizações.

Em relação às expectativas sobre os resultados da implementação da IA, tanto os respondentes do Brasil quanto dos Estados Unidos esperam um aumento de produtividade como fator principal. Em segundo lugar, aparece a melhoria na experiência dos clientes (69%) para os brasileiros, enquanto os americanos consideram que a IA generativa vai ampliar a receita das companhias (67%).

Enfrentando barreiras

Esses dados revelam um momento delicado pelo qual as empresas brasileiras passam em relação ao uso da Inteligência Artificial para negócios. Se por um lado existe um interesse veloz das lideranças por essa tecnologia, diante das infinitas possibilidades e melhorias já sinalizadas, por outro lado, a lacuna entre prática e resultados ainda é grande gerando preocupações na gestão e retorno sobre investimentos em IA.

A pesquisa indica que passar para o próximo nível, com a criação de pilotos e o escalonamento de uso, é bem mais complexo. No Brasil, 58% dos entrevistados consideram que ainda estão em um momento exploratório e somente 9% se consideram líderes, com uma ou mais aplicações em uso disseminado na empresa. Entre as barreiras para ampliar a aplicação da IA generativa, os brasileiros ressaltam como principal razão a falta de talentos e recursos, ao passo que os norte-americanos se preocupam com a segurança e privacidade de dados.

Por outro lado, algumas preocupações impedem que as empresas acelerem ainda mais a implementação da IA em seu dia a dia. O desafio mais citado é a falta de entendimento dos casos de uso, seguido por questões relacionadas à privacidade de dados e falta de talentos no setor. Os brasileiros também se preocupam com a integração da IA com a estrutura tecnológica já existente e ainda têm dúvidas quanto ao seu retorno sobre o investimento.

Segundo Lucas Brossi, sócio da Bain & Company e Head de Advanced Analytics da consultoria na América do Sul, “a pesquisa reflete que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar a maturidade que vemos em mercados como os Estados Unidos”.

Investimentos tímidos e o desafio da infraestrutura

Outro estudo da Bain & Company reforça isso – o levantamento State of Data mostra que 62,5% dos profissionais de dados no Brasil afirmam utilizar IA em suas empresas, porém 67% deles usam soluções gratuitas, enquanto apenas 7% dos respondentes afirmam recorrer a ferramentas pagas fornecidas pela empresa. “A IA generativa é uma alavanca para produtividade e lucratividade. As companhias precisam agora priorizar usos mais simples para dar os primeiros passos na tecnologia e depois evoluir, aproveitando todos os benefícios dessa inovação”, reforça Brossi.

À medida que a IA continua a evoluir na capacidade de analisar dados, automatizar processos e impulsionar a inovação nas empresas ela também cria novos desafios. Segundo o Gartner, o gasto mundial do usuário final em serviços de nuvem pública, por exemplo, está previsto para crescer impressionantes 20,4% neste ano, totalizando US$ 678,8 bilhões em 2024. Impulsionada principalmente pela função essencial junto ao desenvolvimento da IA, as projeções dão conta que, em 2027, os investimentos na área irão ultrapassar US$ 1 trilhão. Ainda de acordo com o Gartner, nos próximos dois anos as aplicações de Inteligência Artificial consumirão mais energia elétrica do que toda a força de trabalho global. E até 2030, cerca de 3,5% de todo o consumo de energia global será destinado a esse fim.

Portanto, empresas, líderes e indústrias precisam não apenas focar na adoção e no desenvolvimento tecnológico, mas também na implementação de práticas e construção de conhecimentos que viabilizem e sustentem esse crescimento no longo prazo. Para Felipe Rossi, CEO da 4B Digital, fabricante de tecnologia em nuvem, tais desafios também podem ser vistos como oportunidades. “Isso estimula um ciclo virtuoso de inovação e crescimento para os setores. A verdade é que a trajetória do mercado de cloud computing atrelada ao avanço da IA é extremamente promissora. Contudo, essa jornada não está isenta de desafios”, diz.

Fonte: “Lacuna entre prática e resultados de IA ainda é desafio para empresas – Consumidor Moderno

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O paradoxo da nova jornada B2B

Clientes preferem digital, mas valorizam o contato humano. Estratégias híbridas e tecnologia são essenciais para superar esse paradoxo.

Embora o comprador esteja buscando autonomia na hora de pesquisar, de avaliar e de adquirir produtos e serviços, uma pesquisa do Gartner mostra que a ausência de um representante de vendas no processo gera insatisfação ao fim da jornada. Este é o momento em que o líder de vendas deve avaliar a situação e implementar estratégias inteligentes.

A jornada do comprador B2B mudou. Influenciado fortemente também pelo comportamento do perfil B2C, o novo cliente agora recorre proativamente às facilidades das ferramentas digitais.

Ele pesquisa nos sites das empresas, avalia recomendações nas redes sociais, faz comparações técnicas e, entre outras coisas, acaba, muitas vezes, adquirindo produtos e serviços diretamente, sem o acompanhamento de um representante de vendas.

O novo ambiente parece exigir das empresas B2B uma adequação nas estratégias de vendas. Atualmente, os canais de contato híbridos são condições mínimas e esperadas para atender a um comprador que quer e precisa de agilidade.

Somado a isso, as organizações que desejam acompanhar o novo cenário das transações comerciais perceberam que sua marca e seus produtos também devem ser facilmente encontrados no universo digital.

Em resumo, os novos hábitos de compra já não priorizam as equipes de vendas como a principal fonte de informação dos compradores. Nessa nova ordem, os líderes B2B enfrentam os desafios da gestão para alcançar metas financeiras e motivar os profissionais em meio a riscos e oportunidades.

O paradoxo digital

A busca por rapidez, facilidade e independência nas compras B2B criou um curioso paradoxo: os clientes preferem o autoatendimento digital, mas ficam mais satisfeitos quando um vendedor participa do processo.

De acordo com o estudo “How to adapt your sales and marketing strategies to the current state of B2B buying”, do Gartner, 75% dos compradores B2B preferem interações digitais sem a presença de um representante de vendas. Por outro lado, nem toda experiência é bem-sucedida:

  • Clientes que fizeram uma compra de autoatendimento têm quase o dobro de chances de se arrepender de uma aquisição do que aqueles que a fizeram por meio de um vendedor.
  • Os compradores B2B têm 1,8 vezes mais probabilidade de concluir favoravelmente uma compra digital quando há orientação de um representante.
  • Os compradores têm 2,3 vezes mais probabilidade de experimentar a afirmação de valor com um representante do que pelos canais digitais da empresa.

O que fazer, então, para atender a um consumidor assumidamente digital, mas que ainda confia nos relacionamentos humanos?

Outro dado da pesquisa Gartner talvez traga uma boa pista: compradores têm 2,8 vezes mais probabilidade de concluir um negócio de alta qualidade quando percebem uma alta consistência de informações entre o site de um fornecedor e seus representantes.

Isso nos leva a concluir que entender a jornada desse público é essencial para construir uma estrutura digital que atenda à demanda do comprador, criando uma experiência otimizada no fluxo de compra que combine o autoatendimento com pontos de contato pessoais eficientes e confiáveis.

Simultaneamente, os líderes precisam preparar os profissionais de marketing e vendas para que, juntos, desenvolvam mecanismos integrados de atração, retenção e engajamento, como conteúdos informativos consistentes, além de ferramentas digitais simples e intuitivas, nativas do canal da marca.

As tecnologias de IA generativa e de deep sales também devem acompanhar a estratégia. Uma fonte de dados qualificada e constantemente atualizada de clientes e prospects pode ser essencial para antecipar intenções de compras e gerar insights de marketing e vendas que acompanhem a jornada do consumidor, permitindo que ele use os meios eletrônicos ao mesmo tempo que é acompanhado pela força de vendas.

O B2B mudou e é digital. Mas as pessoas ainda confiam nas pessoas.

Fonte: “https://itforum.com.br/colunas/paradoxo-nova-jornada-b2b/”

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Eletrônicos com IA generativa devem chegar a 295 milhões em 2024, aponta Gartner

Para 2024, uma estudo do Gartner prevê que o número de aparelhos eletrônicos (PCs e smartphones) com Inteligência Artificial (IA) Generativa implementada chega a 295 milhões mundialmente. Individualmente em ambos segmentos, o crescimento de remessas com a novidade chegará a 22%.

Em quantidade, o levantamento mostra 240 milhões de smartphones que serão lançados ao mercado com IA generativa. Por outro lado, o número de PCs com a mesma ferramenta pode chegar a 54,5 milhões.

No geral, a quantidade de PCs e aparelhos celulares comercializados que tinham o mecanismo acoplado foi muito menor em 2023 — somente 29 milhões de produtos.

Segundo Ranjit Atwal, diretor e analista Sênior do Gartner, adotar recursos de IA generativa no segmento de Eletrônicos será um requisito para fornecedores. “Esta questão colocará desafios aos fornecedores para se diferenciarem dos concorrentes, tornando ainda mais difícil criar pontos de venda únicos e aumentar as receitas”, prevê o analista.

Vendas não devem crescer

Apesar de indicar um novo rumo na produção destes aparelhos em termos mundiais, bem como uma precificação mais elevada, a implementação da novidade não deve representar aumento nas vendas, no mínimo, até 2027. De acordo com o estudo, a ideia é que a compra seja motivada com outras contrapartidas para os consumidores.

O Gartner estima que as remessas globais de PCs totalizarão 250,4 milhões de unidades em 2024, o que representa um aumento de 3,5% em relação a 2023. A implementação da IA nos dispositivos atuará na revitalização e comercialização de PCs em 2024, ajudando a sustentar ciclos de substituição recorrentes.

Fonte: “Eletrônicos com IA generativa devem chegar a 295 milhões em 2024, aponta Gartner – E-Commerce Brasil (ecommercebrasil.com.br)

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IA generativa vai reduzir em 25% o uso de buscadores até 2026

De acordo com o Gartner, até 2026, o uso de buscadores tradicionais como Google, Bing e Yahoo! deve reduzir em até 25%, e naturalmente haverá perda significativa de market share de publicidade nessas plataformas (vale lembrar que a migração da verba de publicidade para o varejo, no movimento de retail media, está cada vez maior).

O motivo da queda será o avanço da utilização de chatbots, agentes e assistentes virtuais com inteligência artificial para a realização de pesquisas. O crescimento dessas novas soluções será acelerado pela IA generativa, que está começando a se tornar uma substituta dos motores de busca..

O Gartner prevê ainda que essa transição deve forçar marcas e empresas a repensarem suas estratégias de canais e marketing. Outros movimentos que devem puxar o consumo de busca via chatbots e agentes virtuais são:

Redução do custo de produção de conteúdo: impactará o preço nas estratégias de palavras-chave dos buscadores;

Algoritmos priorizando a qualidade: os algoritmos dos buscadores vão focar mais na qualidade do conteúdo para compensar o grande volume de conteúdos feitos com IA;

Conteúdo diferenciado por parte das empresas: as empresas vão precisar de produtos e conteúdos alinhados e de qualidade, únicos, para se aproximar dos seus consumidores, o que dependerá de expertise, experiência, autoridade e confiabilidade.

A identificação com marca d’agua em conteúdos feitos por IA também deve ter um papel relevante na forma como os buscadores devem exibir esses conteúdos nas pesquisas.

Previsão para 2028: o Gartner previu anteriormente que “o tráfego de busca orgânica diminuiria em 50% ou mais à medida que os consumidores adotassem a busca impulsionada por IA gerativa.” Isso foi baseado, em parte, em descobertas de uma pesquisa (de 299 consumidores em agosto de 2023) que encontrou:

  • 79% dos respondentes esperavam usar a busca aprimorada por IA dentro do próximo ano.
  • 70% dos consumidores tinham pelo menos alguma confiança nos resultados da busca gerados por IA. Para essa previsão, a Gartner aconselhou as marcas a se prepararem para a disrupção devido à busca baseada em IA.

Fonte: “IA generativa vai reduzir em 25% o uso de buscadores até 2026 – E-Commerce Brasil (ecommercebrasil.com.br)

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