Invasão Amarela: o futuro do Mercado Livre na América Latina

O e-commerce pode chegar a 500 bilhões de reais no Brasil em 2025. Só neste ano, o Mercado Livre vai investir 17 bilhões de reais no país para seguir liderando em todas as frentes.

Assim como os grafites coloridos e os emaranhados de cabos de energia, as vans amarelo-fluorescentes do Mercado Livre passaram a fazer parte da paisagem urbana de São Paulo — e de quase todas as cidades brasileiras. Até três anos atrás, a maior varejista online da América Latina fazia 95% de suas entregas pelos Correios. Era, portanto, um gigante escondido aos olhos da população. Hoje, faz 95% das entregas por conta própria, e passou a ter uma exposição inédita.

A tomada das cidades coincidiu com o auge da pandemia, em que, confinados a suas residências, os brasileiros compraram como nunca pela internet — e mais de 1.000 veículos de entrega do Mercado Livre viraram figuras onipresentes nas cidades brasileiras. “Passamos a ter um reconhecimento de marca tão grande quanto nossa relevância para o varejo do Brasil e da América Latina”, diz Marcos Galperin, fundador e presidente do Mercado Livre, em entrevista exclusiva à EXAME.

A conversa, marcada inicialmente para ser presencial na Melicidade, a imponente e arborizada sede da companhia, em Osasco, precisou ser feita por videoconferência por um imprevisto comum neste início de 2022. Com um teste positivo para covid-19, Galperin não pôde vir ao Brasil. Mas, por vídeo, falou em primeira mão sobre um volume de investimentos sem precedentes no varejo brasileiro: 17 bilhões de reais. “Nossa meta é manter e ampliar a liderança em e-commerce e entre as fintechs no Brasil”, diz. “A logística é a face mais visível, mas estamos fazendo muito mais.”

O Mercado Livre, que divulgou seus resultados anuais na terça-feira, 22 de fevereiro, virou um império de números superlativos. É a segunda maior empresa da América Latina, com valor de mercado de 52 bilhões de dólares, atrás apenas da mineradora Vale, avaliada em 77 bilhões de dólares. A companhia, criada em 1999 na Argentina, opera hoje em 18 países da América Latina e tem escritórios em oito — a meta é abrir escritórios onde não está presente, e seguir ampliando o número de países atendidos.

Todo trimestre, envia cerca de 250 milhões de pacotes às casas de seus clientes. No Brasil, a capacidade de entrega é de 1,5 milhão de pacotes por dia, e vai crescer para 2,5 milhões com a construção de quatro novos centros de distribuição (em São Paulo, Barueri e Araçariguama, todos no estado de São Paulo). Com isso, o número total de galpões, que era zero até 2017, vai chegar a 11 neste ano. Há ainda 3.000 agências, espalhadas pelo país, em que os clientes podem retirar as mercadorias. Isso sem contar a frota de aviões, que passará de cinco, atualmente, para 15 até 2024. 

No total, a empresa vai investir no Brasil 70% mais do que os 10 bilhões de reais investidos no ano passado e quatro vezes mais do que os 4 bilhões de reais investidos em 2020. O número de funcionários vai passar de 12.000 para 19.000 neste ano no Brasil, e de 30.000 para 50.000 em toda a América Latina. “A escala permitiu acelerarmos os investimentos. Nossas necessidades não eram as mesmas das oferecidas e vamos investir cada vez mais em soluções de pagamento e envios, as duas maiores fricções do e-commerce”, diz Galperin. “Queremos ter os melhores vendedores, que ofereçam a melhor experiência de compra.”

A empresa não pode parar de acelerar porque, segundo Galperin, o mercado brasileiro de e-commerce é o mais competitivo do mundo. A pandemia de covid-19 acelerou o ritmo de expansão e a competitividade. As vendas do varejo online passaram de 93 bilhões de reais ao ano em 2019 para 201 bilhões em 2021, segundo estimativa do banco Goldman Sachs. O crescimento deve seguir acima dos 20% ao ano.

De acordo com o banco BTG Pactual, as vendas podem chegar a 500 bilhões de reais ao ano em 2025. A penetração do e-commerce no total do varejo terá passado, nessa toada, de 7% em 2019 para mais de 20% — de acordo com o BTG, chegará a 21,8% em 2025. Ainda assim, o Brasil estaria atrás do patamar que já têm países como a China, onde 25% das vendas são online, segundo a plataforma Statista.

A tendência dos próximos anos é de uma concentração crescente nas mãos dos líderes Mercado Livre, Magazine Luiza e Americanas — segundo o Goldman Sachs, eles terão 77% do mercado em 2024. O restante será distribuído entre grandes competidores nacionais, como a Via, e os gigantes estrangeiros, sobretudo a americana Amazon e a novata Shopee, de Singapura. 

A possibilidade de a Amazon ou alguma asiática, como a Shopee, atropelarem a concorrência nacional é o tema de dez entre dez rodas de conversa de especialistas em varejo e tecnologia no Brasil. Mesmo em mercados maduros, como o americano, empresas mais jovens e mais ágeis mostram que há, sim, espaço para peitar os gigantes. Por lá, a canadense Shopify, que cresceu com serviços pensados para os pequenos varejos, vendeu, em 2021, 175 bilhões de dólares, 40% do total do gigante Amazon.

Por aqui, a Amazon atua desde 2012 e já tem 11 centros de distribuição. Ainda está longe do apetite que demonstra em mercados como o indiano, onde já investiu 6 bilhões de dólares e de onde pode vir até 20% de seu crescimento nos próximos anos. Mas a maior ameaça recente é a Shopee. A empresa tem um investimento crescente em anúncios e oferece aos clientes um nível de interação, com jogos e chats, que a fez chegar, em pouco mais de um ano, a 30% dos smartphones brasileiros, segundo estimativa do Itaú — percentual comparado apenas ao do Mercado Livre. Mas os volumes comprados ainda são muito menores — o Itaú calcula que a Shopee vendeu 15 bilhões de reais em 2021, ou 7% do total do mercado brasileiro.

“A companhia diz que as compras online devem evoluir para atender às necessidades sobretudo dos clientes mais jovens, que cresceram comunicando, colaborando e se entretendo em aparelhos móveis”, de acordo com relatório do BTG Pactual. O relatório mostra, ainda, que a estratégia de gamificação da Shopee seguirá um diferencial da empresa nos próximos anos. Mas não deve ser o suficiente para ameaçar os líderes atuais do mercado, que têm como maior diferencial, segundo a instituição, os investimentos em serviços para reduzir os prazos de entrega. Shopee, Alibaba, Tencent, Amazon e outros estrangeiros devem, portanto, seguir como coadjuvantes no mercado local — embora tenham muito a ensinar. 

 (Arte/Exame)

“Não podemos ser paranoicos. Jogamos nosso jogo pensando no longo prazo. Em 22 anos, é uma estratégia que tem funcionado muito bem”, diz Galperin. A estratégia do Mercado Livre é unir o melhor de cada grande varejista global: o nível de serviço do Shopify para os pequenos, a qualidade­ de entrega da Amazon, a proximidade com os grandes vendedores que tem o Magalu, por exemplo, e a inovação dos asiáticos. 

O Mercado Livre tem uma posição de liderança típica do pioneirismo no mundo online, e possui o desafio de mantê-la num contexto em que a presença física é cada vez mais relevante. Os maiores competidores locais da companhia, Magazine Luiza e Americanas, começaram suas operações no mundo dos tijolos, e não dos bits e bytes — a única exceção é o Submarino, que hoje está dentro da Americanas.

A presença física é agora o diferencial que vai ajudar esses concorrentes a crescer no modelo de marketplace e a desafiar o Mercado Livre. No Magalu, por exemplo, a loja física é o ponto de entrada dos pequenos varejos — mais da metade dos negócios que se plugam à plataforma chega dessa forma. É ela que faz a captura dos negócios que estão ao seu redor para levá-los ao mundo digital.

A companhia aposta no conceito chamado internamente de hiperlocalidade. A ideia de crescer pela venda de produtos de outros varejistas só virou realidade na empresa em 2017, mas no balanço do terceiro trimestre de 2021 (último disponível) essa operação já representou 35% de toda a venda digital e mais de 25% dos 13,8 bilhões de reais vendidos pela companhia entre julho e setembro. 

Para ganhar terreno, os varejistas tradicionais oferecem aos pequenos varejos a logística e também seus vendedores. A força de vendas das companhias, que antes era dedicada apenas às lojas físicas, agora atua também online e trabalha em ambos os atendimentos com tudo o que está no sistema, como se o marketplace fosse um estoque ampliado. Exemplo disso é que funcionários de lojas da Via, que só mais recentemente entrou na briga do marketplace, já venderam para clientes produtos de parceiros, como trator e saxofone.

Mesmo quase uma estreante, a dona da Casas Bahia e do Pontofrio já viu 20% de suas vendas totais no terceiro trimestre virem do comércio eletrônico do marketplace. Portanto, as mais de 1.400 lojas e 22 centros de distribuição do Magalu e os mais de 1.100 pontos de venda e 31 centros de distribuição da Via não devem ser encarados apenas como infraestrutura logística no mundo da omnicanalidade.

É por essa combinação de capilaridade e força de vendas desses grupos que nasceram no mundo físico que o Brasil tem uma particularidade — além de seu tamanho continental. Nenhum analista acredita que em um horizonte visível haverá prevalência absoluta de um ou outro modelo, uma ou outra companhia. “Não vejo nenhum concorrente com posição de 50% do mercado ou mais”, diz Luiz Guanais, analista do BTG Pactual. 

Entrega do Mercado Livre: aplicativo permite também que donos de motos e carros particulares façam entregas (Leandro Fonseca/Exame)

Apesar de ser o mercado mais concorrido do mundo, como diz Galperin, o Brasil é visto ainda como um mar de oportunidades. Por isso a disputa é tão acirrada. O Magalu, por exemplo, focado apenas em CNPJs, ou seja, em varejistas menores, e não em vendedores individuais, calcula que existam no país mais de 5,7 milhões de pequenos negócios e apenas 330.000 estariam digitalizados. Só que o esforço das empresas nacionais em alcançar esses milhões de oportunidades custa.

E, enquanto as concorrentes domésticas lutam com a queda na rentabilidade causada por essa expansão no modelo de shopping virtual, o Mercado Livre tem diversificação de receitas com suas diferentes frentes de negócios, com vendas, entregas, cobranças, empréstimos, anúncios. Magalu, Americanas e Via ainda apresentam prejuízo operacional ou lucros espremidos, enquanto o Mercado Livre reportou um ganho de 90 milhões de dólares na última linha de seu balanço no terceiro trimestre. A venda dos serviços é algo que ainda está engatinhando entre as domésticas e, na luta por espaço, muita coisa é oferecida de graça a quem se pluga na plataforma. 

AliExpress: live commerce e games estão entre as fortalezas dos asiáticos na competição global (Angel Garcia/Bloomberg/Getty Images)

Por isso, nessa briga, a quantidade de vendedores cadastrados em cada uma das plataformas faz muita diferença: é deles que vem — ou virá — receita não apenas pelas vendas mas pelo serviço prestado. Não por acaso a preocupação do Mercado Livre com os pequenos é até hoje prioridade na forma como a varejista, que nasceu em 1999 como um site de leilões, se posiciona. A companhia tem 12 milhões de vendedores cadastrados. O Magalu tem 120.000; e a Via, pouco mais de 100.000. Apesar de os CPFs corresponderem atualmente a apenas 5% do volume de vendas do Mercado Livre, todas as soluções de entregas e de pagamentos oferecidas aos grandes vendedores são também disponibilizadas aos pequenos.

Um microempresário consegue, por exemplo, ter acesso a entregas no mesmo dia, parcelamento em 18 vezes e linhas de financiamento dentro da fintech Mercado Pago. “A relevância na plataforma é pela qualidade do serviço. E todas as nossas soluções são pensadas primeiro para os pequenos”, diz Gabriela Szprinc, head de pagamentos do Mercado Pago. Desde o início da pandemia, a companhia ajudou a formalizar 135.000 empresas que atuam em sua plataforma e que precisam da documentação em dia para usar os serviços logísticos e de pagamentos.

Os pequenos têm acesso a cursos sobre temas como estoques e precificação e a conteúdos de influenciadores como a Nath Finanças. “Amplitude importa. Nascemos com os pequenos, e digitalizar vendedores e compradores é um passo importante para ampliar nossa base no futuro”, afirma. 

 (Arte/Exame)

Na América do Norte, modelo semelhante é adotado pelo Shopify, fundado há 15 anos no Canadá pelo alemão Tobi Lütke. Seu negócio permite que 2 milhões de empreendedores gerenciem lojas online e se mostrou essencial para a sobrevivência de muitos varejistas na pandemia. Sua ambição é crescer democratizando o comércio — uma visão que não poderia ser mais parecida com a adotada pelo Mercado Livre na América Latina há 22 anos. 

Neste momento, Lütke está diante de um dilema: como continuar crescendo e peitando a Amazon? A empresa de Jeff Bezos tem 75 aviões, 175 centros de distribuição de grande porte e mais de 1.100 endereços de entrega e retirada de mercadorias. Talvez olhar para o Mercado Livre mostre alguns caminhos a Lütke. A empresa de Galperin, que nasceu focada nos pequenos, virou um gigante logístico. Em 2017, abriu seu primeiro centro de distribuição no Brasil. Hoje são 11 centros desse tipo no país, 17 centros de cross ­docking (que recebem a mercadoria do vendedor e a enviam ao comprador), 91 centros de serviço que permitem que distribuidores terceirizados retirem e entreguem produtos, e 3.000 agências de entrega e retirada de mercadorias. Além da enorme frota própria das vans amarelas, a empresa permite que entregadores particulares se cadastrem num aplicativo e trabalhem algumas horas por dia entregando mercadorias em suas regiões, o Mercado Envios Extra. A amplitude permite entregar 90% de seus produtos em até dois dias úteis e fazer 80% das entregas com frete grátis. 

Centro de distribuição do Magazine Luiza: presença física será decisiva para o sucesso nos maiores mercados (Leandro Fonseca/Exame)

A qualidade do serviço é essencial para que o Mercado Livre ganhe terreno não só com os pequenos mas, sobretudo, com os grandes vendedores. A companhia tem hoje parceria com 1.750 marcas, de Pão de Açúcar a ­Apple, para oferecer seus produtos em lojas oficiais dentro da plataforma. No ano passado foram 360 novas marcas, numa investida que vai continuar. Como estratégia para chegar a mais clientes grandes, o Mercado Livre tem destacado seus investimentos para evitar fraudes, uma preocupação constante dos marketplaces online. Fica difícil atrair uma grande marca se vendedores oferecem produtos falsificados na prateleira vizinha. Segundo Galperin, a empresa tem 100 engenheiros dedicados a coibir fraudes e já excluiu 40.000 vendedores da plataforma. O Mercado Livre investe para garantir segurança sem abrir mão da cauda longa de vendedores que está em seu DNA. É uma preocupação que ressoa na concorrência. Segundo o Instituto para Desenvolvimento do Varejo, a evasão tributária no Brasil atingiu entre 460 bilhões e 600 bilhões de reais em 2020. 

Grandes marcas são essenciais para ampliar a penetração online de categorias que ainda dependem essencialmente do varejo físico. Enquanto 20% das vendas de smartphones são online, o e-commerce representa apenas 9% das vendas de moda, 1,5% das vendas de comidas e bebidas e 1% das vendas de produtos para pets, segundo dados do BTG. Moda é uma das prioridades, com parceria com mais de 100 marcas, das quais algumas, como Nike e Adidas, vendem só no Mercado Livre.

Outra prioridade, antecipada pela pandemia, é em alimentos e bebidas, com parcerias com redes de supermercados como Pão de Açúcar e Mambo. A estreia foi em maio de 2020 e as ambições são enormes para um negócio que representa 5% do PIB brasileiro. “É uma frente que traz novos compradores, amplia a concorrência e alimenta as vendas em outras verticais”, diz Julia Rueff, diretora de marketplace do Mercado Livre. Essas frentes ainda subexploradas trazem algo pelo qual todos brigam: recorrência.

Numa companhia do tamanho do Mercado Livre, um debate crescente é sobre quais oportunidades abraçar e de quais abrir mão — ou buscar um parceiro. A companhia não faz grandes aquisições, numa estratégia diferente do Magazine Luiza, por exemplo. “Fazemos as coisas da nossa maneira. Compras distraem. E integrar culturas diferentes é muito difícil”, diz Galperin. Soluções consideradas essenciais para o sucesso do negócio são desenvolvidas internamente. A mais emblemática é a fintech Mercado Pago, que nasceu para oferecer um serviço digital aos vendedores e compradores e cresce 45% ao ano há 12 anos, com 25 milhões de clientes ativos em dezembro.

Aos poucos a empresa foi ampliando a atuação para fora do Mercado Livre e do universo online, e hoje dois terços das transações são feitos fora do Mercado Livre. A companhia é, por exemplo, líder em distribuição de maquininhas de pagamento na América Latina, com 3 milhões de novos terminais no ano passado. O Mercado Pago processa mais de 20 bilhões de dólares em pagamentos por trimestre e tem uma carteira de crédito de mais de 1 bilhão de dólares. Em abril do ano passado, criou o cartão de crédito, e já tem 15 milhões de clientes no serviço. Em dezembro, passou a permitir o investimento em criptomoedas, e já tem 1 milhão de usuários. 

“Vamos seguir ampliando a oferta para os clientes atuais e buscaremos novos. Metade da população da América Latina ainda faz as transações no varejo com dinheiro. E metade é sub-bancarizada”, diz Osvaldo Giménez, presidente do Mercado Pago. Atualmente, a fintech é responsável por 40% da receita do Mercado Livre e, segundo estimativas, por 50% de sua geração de caixa.

Giménez afirma que há mais oportunidades na sinergia, mantendo os negócios unidos, do que em uma eventual cisão, como há anos se comenta entre investidores. Em 2022, o braço financeiro tende a ser ainda mais essencial para os resultados do grupo num ambiente de inflação e juros em alta. “Temos muita experiência com inflação. Seguiremos investindo em descontos, mas com equilíbrio. A migração para o varejo online seguirá sendo uma oportunidade maior do que as condições macroeconômicas desafiadoras”, diz Giménez. 

Entre os desafios para a frente, o Mercado Livre começou em novembro a vender produtos em lives, seguindo um modelo de sucesso na Ásia. Segundo o Goldman Sachs, 16% das vendas online na China já são feitas durante transmissões ao vivo. No Brasil, o aplicativo do AliExpress já oferece a possibilidade, sucesso em seu país de origem. Players internacionais como o Shopee devem trazer lives para o mercado brasileiro em breve, e competidores locais também devem ampliar as iniciativas.

Uma frente que não está no radar do Mercado Livre, por sua vez, é a produção própria de conteúdo de streaming, um caminho adotado pela Amazon, por exemplo. A varejista fechou em setembro parcerias com produtores como Disney e HBO para ampliar a oferta de serviço aos assinantes. “Estou sempre estudando novidades e entendendo como impactarão nosso mercado. Saber o que não fazer é quase tão importante quanto decidir onde investir”, afirma Galperin.

Ao completar 50 anos, o fundador da empresa afirma que em algum momento chegará a hora de sair da linha de frente dos negócios e deixar que uma nova geração assuma. Em março, um dos cofundadores, Stelleo Tolda, deixará o dia a dia da empresa. Outros chegam. Na foto que ilustra a abertura desta reportagem, apenas Osvaldo Giménez faz parte do time inicial da companhia. Fernando Yunes, líder da empresa no Brasil, veio do Sem Parar; Tulio Oliveira, responsável pelo Mercado Pago no Brasil, veio do Itaú; ­Pethra Ferraz, vice-presidente de marketing do Mercado Pago, da XP; Julia Rueff, da CNova; Gabriela Szprinc, do PayPal. São eles os responsáveis por conduzir a segunda maior empresa da América Latina.  


Entregador da Amazon: companhia tem 175 centros de distribuição nos EUA (Alexi Rosenfeld/Getty Images)

O DESAFIO DAS BIG TECHS

Alta dos juros e da concorrência ameaça crescimento de estrelas da bolsa  | Beatriz Quesada

Depois de dois anos de fortes ganhos em meio à pandemia de ­covid-19, a conta parece ter chegado aos gigantes de tecnologia, as big techs. Com o iminente aumento na taxa de juro nos Estados Unidos e a concorrência crescente, investidores estão reavaliando as perspectivas de ganhos com as empresas com grande potencial de crescimento. O principal símbolo do maior rigor de investidores é a Meta, novo nome do Facebook, que, em um só dia de fevereiro, perdeu 1,32 trilhão de reais em valor de mercado.

O tombo aconteceu em razão da divulgação do balanço do quarto trimestre, que revelou a primeira queda de usuários ativos na história da empresa famosa pela rede social. Mark Zuckerberg, CEO e fundador da Meta, admitiu — também de forma inédita — que a popularização do chinês TikTok preocupa. Para completar o cenário desafiador, enquanto os lucros do presente estão ameaçados, o futuro segue incerto: a Meta não ofereceu perspectivas de quando o metaverso, novo carro-chefe da empresa, será lucrativo. 

O caso ilustra o ceticismo do investidor com as ações de tecnologia. A alocação líquida de capital para o setor é a menor desde agosto de 2006, segundo sondagem do Bank of America na primeira quinzena de fevereiro, e o índice de tecnologia Nasdaq acumula perdas de quase 15% no acumulado do ano. Seria a hora de deixar as big techs de lado na carteira? A resposta é não, segundo analistas.

Grandes bancos estrangeiros, como Goldman Sachs e UBS, mantiveram suas recomendações de compra para os papéis da Meta, mesmo com os recentes contratempos, e as perspectivas são ainda mais positivas para outros gigantes do Vale do Silício. “As big techs tendem a ser menos afetadas por esse cenário de alta dos juros. Mas o mercado ficou desesperado e acabou penalizando todas as empresas que têm valuations relacionados a performance futura. É uma janela interessante para a compra dessas ações”, avalia Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, gestora especializada em ações de tecnologia.

 (Arte/Exame)

A situação, a propósito, não é a mesma para todas as empresas. Meta e Microsoft sofrem na bolsa neste ano, mas Amazon e Apple não chegam a registrar 10% de perdas. Para Bernardo Carneiro, analista de BDRs (os recibos de ações listadas no exterior mas negociadas na B3) do BTG Pactual, a diferença entre as quedas demonstra que as big techs não podem mais ser avaliadas dentro da mesma cesta.

“O mercado preferiu companhias que entregaram um bom guidance [projeções] e não sofreram com o risco de competição. Como exemplo, a Meta deu indicações para 2022 abaixo do consenso de mercado e admitiu a força do TikTok, enquanto a Amazon surpreendeu no crescimento de receita e lucro. Cada companhia está dentro de um momento muito diferente”, afirmou. 

O que une os grandes conglomerados de tecnologia e grandes varejistas digitais hoje é a capacidade de expandir horizontes e virar referência em outras áreas. A Amazon lidera soluções de consumo digital, que abrangem de dados a conteúdo. Quando o assunto é software, a Microsoft tem mostrado força com ferramentas corporativas, com destaque para o Azure, seu serviço de computação em nuvem.

A Apple é líder em dispositivos, enquanto a Alphabet (Google) é grande desenvolvedora de inteligência artificial com aplicações diversas. As varejistas digitais com atuação no Brasil estão diante do mesmo escrutínio: apenas planos não garantem bom desempenho presente. Diversificação e consistência na entrega serão mais importantes do que nunca. 

Fonte : https://exame.com/revista-exame/invasao-amarela/

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Vendas ao vivo no e-commerce: grupo de lojistas começa a usar o Shop Streaming – um passo à frente do live commerce

As compras virtuais já caíram no gosto dos brasileiros. Mas como suprir a necessidade de conhecer o produto mais de perto e tirar dúvidas com um vendedor?

O produto de Shop Streaming da Irroba, plataforma de e-commerce, lançado com o apoio do Pagar.me, tecnologia de pagamentos digitais do Grupo StoneCo., promete suprir esse gap.

O objetivo dessa solução é oferecer dentro dos e-commerces a possibilidade do cliente entrar em contato com um vendedor e ver de perto os produtos que deseja adquirir.

Cinco players do e-commerce já começaram a testar a novidade e veem nela uma solução para as dores de seus segmentos.

Ótica 5g

Ótica 5g será a primeira do seu nicho de mercado a oferecer um atendimento presencial ao vivo. Gustavo Arantes, proprietário do empreendimento, destaca: “estamos chamando a implementação do Shop Streaming de ‘presencial’ ao vivo porque o nosso objetivo é igualar, e até ultrapassar, a experiência de compra físicas por meio do nosso site”.

Os consultores óticos (como são chamados os atendentes da Ótica 5G) já estão sendo treinados e capacitados para esse novo momento do negócio. Além disso, a empresa possui a tecnologia necessária para que o cliente experimente seus óculos em Realidade Virtual por meio de webcam ou câmera do celular. O empreendimento ainda conta com uma Inteligência Artificial que analisa o formato do rosto da pessoa para sugerir as armações mais indicadas.

Com a implementação dessa novidade, a expectativa é que a Ótica 5g consiga aumentar o ticket médio das compras virtuais. Além disso, o empreendimento já está investindo em novas contratações para deixar à disposição dos consumidores especialistas que os ajudem nesse momento tão especial de escolha de um óculos que atenda às suas necessidades e gostos.

Becaps

Becaps, e-commerce de suplementos vitamínicos, também aderiu ao Shop Streaming. O objetivo é que o usuário que navega pelo site tenha o auxílio de um nutricionista que o ajude na escolha do produto ideal, tornando a sua experiência ainda mais completa.

E não é apenas isso, o empreendimento já está viabilizando um treinamento sobre os produtos para os nutricionistas de todo o Brasil que quiserem integrar à equipe da Becaps. “Qualquer cliente Becaps poderá ser atendido por esses profissionais, que ganharão uma fee sobre os atendimentos sem precisar sair de casa”, finaliza Rupen Kuyumjian, diretor executivo da Becaps.

Day2Day

Day2Day, supermercado 100% digital, também vai aderir à tecnologia do atendimento ao vivo. Na prática, um personal buyer da marca fará a compra na loja física enquanto o consumidor acompanha esse processo e escolhe os produtos mais adequados para a sua necessidade.

“Sem sombra de dúvidas, a implementação dessa ferramenta será inovadora no ramo supermercadista. Nosso objetivo é trazer a experiência da compra do dia a dia para a comodidade da casa do consumidor, atendendo quem não se sente à vontade para realizar suas compras de mercado em um site comum”, reforça João Pedro Arantes, diretor estratégico do Day2Day.

Além disso, aquele atrito do mercado não ter a marca desejada e o cliente precisar passar por todo um processo para a substituição do produto ou, mesmo, ficar sem o item termina com o Shop Streaming. O Day2Day está na vanguarda do seu nicho de atuação, sendo o primeiro mercado com vendas ao vivo.

CNS Sapatos Masculinos

CNS Sapatos Masculinos, buscando melhorar a experiência de compra online de seus clientes, lançará um canal de atendimento ao vivo em seu e-commerce por meio do Shop Streaming da Irroba.

O e-commerce irá disponibilizar consultores de moda para fazer atendimentos ao vivo e personalizados aos usuários do site, através de um chat com vídeo. Para tornar essa experiência ainda mais completa, a marca montou uma mini loja, no centro de distribuição do e-commerce, para reproduzir o ambiente das lojas físicas.

“Os visitantes do site poderão ver os produtos em diversos ângulos, tirar dúvidas

sobre como usar e nossos consultores poderão sugerir acessórios que combinem com os sapatos, como se estivesse em uma loja física”, afirma o Head de E-commerce da CNS, Diego Flores.

A expectativa é de que a tecnologia garanta um expressivo aumento na taxa de conversão do site. “A ferramenta levará o nosso atendimento para outro patamar. Vamos convidar influenciadores e consultores de moda para dar dicas e sugestões aos nossos clientes individualmente”, complementa Diego.

Rosê Alianças

Rosê Alianças é uma marca que está presente em um importante momento da vida de seus consumidores: o matrimônio.

A escolha das alianças não é fácil: modelos, tamanhos, detalhes e materiais precisam ser analisados com cuidado, já que o item vai acompanhar os casais por toda a vida. Por isso, muitas vezes os clientes preferem comprar o acessório presencialmente.

Mas a falta de contato humano e com as peças não será mais um atrito para as compras digitais na Rosê Alianças. Com o Shop Streaming, os consumidores receberão um atendimento totalmente personalizado ao vivo.

A empresa também está investindo em webcams e iluminação especial para que cada detalhe dos anéis possa ser visto de perto pelos clientes.

Atendimento a um clique de distância

A live commerce, com vendedores e influenciadores em transmissões ao vivo, é um formato já conhecido para apresentar produtos de maneira remota. No entanto, o produto de Shop Streaming se propõe a ser ainda mais personalizado e imersivo.

Dentro da própria página de compras do site, o cliente poderá requisitar o contato com um vendedor. A partir disso, uma sala de espera é criada e, em poucos minutos, o cliente é atendido por um vendedor com o produto escolhido em mãos.

Dúvidas podem ser tiradas em tempo real e de maneira totalmente personalizada, em um contato direto entre vendedor e consumidor.

Além disso, a tecnologia conta um sistema de Inteligência Artificial. Com essa tecnologia, os vendedores poderão identificar se o seu atendimento está conquistando ou não o cliente do outro lado e, assim, realizar vendas mais assertivas, entregando o que o consumidor realmente espera.

“O futuro do e-commerce no mundo sempre foi motivo de muito estudo da Irroba. Estamos sempre criando soluções exclusivas e diferenciadas para o mercado, com o objetivo de agregar valor aos negócios de nossos clientes. Nesse sentido, buscamos identificar os sinais de mudanças tecnológicas significativas para estar na vanguarda do mercado. Enxergamos a Inteligência Artificial como uma ferramenta para alcançar sucesso no futuro próximo do e-commerce.”, explica Rodrigo Carvalho dos Santos, CEO da Irroba, plataforma de e-commerce que está lançando a tecnologia do Shop Streaming para o mercado.

Tela vista pelo vendedor. Fonte: divulgação Irroba e CNS.

Vale destacar que com o expressivo aumento das compras virtuais via mobile – 56% de todas as compras online do primeiro semestre de 2021 realizadas no Brasil foram pelo celular (Fonte: Ebit | Nielsen) – toda a infraestrutura do Shop Streaming está sendo pensada para uma experiência rápida e fluida para smartphones.

A novidade não para por aí: a finalização da compra pode ser realizada diretamente na chamada de vídeo, tecnologia viabilizada pelo Pagar.me.

Cartão de crédito, boleto e Pix serão os métodos de pagamento disponibilizados para o cliente nessa nova forma de comprar online. O objetivo do Shop Streaming é manter a essência da compra física, logo, um pagamento facilitado é essencial para a redução de atritos e o sucesso da ferramenta.

“O Shop Streaming foi um projeto desenvolvido a quatro mãos entre as equipes técnicas do Pagar.me e Irroba. Logo que o Rodrigo nos propôs fazer parte disso, não pudemos ficar de fora. A personalização e o toque humano são pilares fortes da nossa companhia e poder viabilizar isso para os nossos clientes oferecerem para o seu público é algo que traz uma realização imensa para a nossa empresa”, destaca Thiago Guerra, Diretor Comercial do Pagar.me.

O Shop Streaming está em fase de testes desde o dia 25 de fevereiro. Ao entrar nos sites dos e-commerces que participam do piloto, o público em geral já pode experimentar a novidade no lugar de consumidor. A partir de meados de março, a ferramenta estará à disposição dos e-commerces que desejam proporcionar uma experiência de compra digital cada vez mais completa e imersiva para os seus clientes.

Tendo em vista os desenvolvimentos tecnológicos prometidos para os próximos anos, como o Metaverso, a tecnologia do Shop Streaming é um importante passo no mundo do e-commerce para proporcionar a personalização e imersão tão desejada pelos consumidores da atualidade.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/shop-streaming-um-passo-a-frente-do-live-commerce/

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Shopee lança live commerce no Brasil no Dia do Consumidor

Plataforma terá transmissões ao vivo às terças e quintas, com vendas de produtos e entretenimento.

A plataforma de comércio eletrônico Shopee lança nesta terça-feira (15), Dia do Consumidor, o live commerce Shopee Live, por meio da conta oficial da marca. A plataforma terá, inicialmente, transmissões ao vivo às terças e quintas (20h), com vendas de produtos e entretenimento, além de influenciadores convidados como apresentadores.

Os consumidores terão acesso a cupons exclusivos, moedas Shopee e outros recursos. Os conteúdos serão criados por um time próprio da Shopee direto do escritório da marca em São Paulo.

“O live streaming transformou o modo como as marcas se envolvem com os consumidores. Nosso objetivo é continuar inovando e oferecer aos vendedores novas opções para se conectar com seus compradores e desbloquear novas oportunidades de crescimento, especialmente em celulares, de onde vêm mais de 95% de nossos pedidos. Também estamos trazendo uma experiência ainda mais divertida, interativa e social para o nosso aplicativo. Esta é uma forma de democratizar o acesso ao live commerce e oferecer reviews mais detalhados sobre os produtos vendidos em nossa plataforma para que os consumidores se sintam ainda mais seguros para comprá-los”, diz o responsável por Marketing e Estratégia na Shopee, Felipe Piringer.

A Shopee Live foi lançada oficialmente em 2019 no Sudeste Asiático e em Taiwan com o propósito de criar uma experiência interativa, envolvente e social que vá além das compras.

Dia do Consumidor

Para acompanhar as transmissões da Shopee Live, o consumidor deve clicar no ícone do recurso localizado na página inicial do aplicativo e seguir o perfil da oficial da Shopee para conseguir participar das promoções especiais.

É possível também ativar um lembrete para não esquecer de entrar no horário. Durante as sessões ao vivo, os usuários terão a oportunidade de coletar Moedas Shopee. Com elas, poderá economizar ainda mais nas compras em todo o app aplicando descontos no carrinho.

Cupons exclusivos de desconto e de frete grátis também serão disponibilizados durante a transmissão. Outra novidade é que o consumidor pode participar de enquetes e ainda utilizar o recurso “O Clique Mais Rápido da Rodada”, em que benefícios especiais serão oferecidos para o usuário que for mais veloz.

A apresentação desta terça na Shopee Live será às 20h e contará com o influenciador Lusca Vivot. Os consumidores terão cupons de frete grátis sem mínimo de compra e R$ 5 milhões em vouchers de desconto a partir da 0h.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2022/03/14/shopee-lanca-live-commerce-no-brasil-no-dia-do-consumidor/

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Lives viram novo normal no marketing digital de empresas; veja 4 dicas

Lições adquiridas na pandemia mudaram estratégias de marketing digital de pequenas empresas e o que antes era esporádico se tornou parte do dia a dia.

Dois anos depois do início da pandemia, que obrigou as empresas a acelerarem o processo de digitalização, já é possível ver mudanças concretas em como elas conversam com seus clientes na internet. Uma estratégia que começou apenas como uma alternativa e hoje faz parte do escopo de ações de marketing digital são as transmissões de vídeo feitas ao vivo nas redes sociais – as lives.

Foi o caso da Criamigos, rede de franquias especializada em personalização de pelúcias, que nasceu com foco na venda presencial. “Nós nos vangloriávamos por ser uma empresa offline, por ter uma experiência de compra diferenciada”, conta a cofundadora Veronicah Sella. Em março de 2020, com todas as lojas fechadas por conta da pandemia, ela e sua sócia Natielle Krassmann precisaram pensar em uma solução.

Influenciadores lançam marcas e abrem portas para novos negócios

“Tivemos que reinventar toda a nossa estratégia de forma rápida e barata, pois não tínhamos grana para investir em grandes tecnologias”, lembra. Foi aí que surgiu a ideia de começar a realizar lives nas redes sociais* e levar os franqueados para vender por meio do WhatsApp. “No início, chegamos a ter muitos dias de caixa fechado, mas, um mês depois, conseguimos recuperar um resultado de 20% sobre o número de vendas”, diz Natielle.

Hoje, mesmo com a reabertura das lojas presenciais, as estratégias de venda no digital seguem funcionando. “Nós entendemos que a experiência da Criamigos como é física não vai acontecer online, então aceitamos e começamos a criar outras experiências tão incríveis quanto, mas 100% online”, conta Veronicah.

Mudança parecida aconteceu com a empresária Fernanda Yamamoto, dona de marca de moda que leva o seu nome. “Fechamos a loja física ali no começo da pandemia e, um mês depois, eu percebi que teríamos que fazer uma migração para o digital”. Para ela, a dificuldade estava em vender online peças de roupa com um ticket médio alto sem que as pessoas pudessem provar. Por isso, foi necessário repensar, inclusive, a maneira de produzir.

Antes de começar a oferecer as peças, ela decidiu realizar lives educativas sobre corte e costura. Logo depois, ela resolveu atualizar o e-commerce. “Lançamos o site novo com a identidade visual nova, mudamos o logotipo, fizemos uma série de mudanças”.

Além disso, Fernanda conta que também investiu em divulgação nas redes sociais. Aos poucos, as vendas digitais foram crescendo e, atualmente, representam mais de 50% de tudo o que é vendido. Antes, esse porcentual era de 10%.

Live com influenciadores e gamers

Para a Estetic360, franquia do segmento de estética, as redes sociais também se tornaram grandes aliadas. A captação dos clientes é feita pela internet e mesmo os procedimentos estéticos sendo realizados em espaços dentro de shoppings, segundo Alberto, 70% dos clientes vêm do digital. Como nova estratégia, a empresa decidiu que vai começar a realizar lives a partir deste mês de março.

A franquia Frango no Pote já tinha um olhar voltado para o digital, mas resolveu apostar em uma outra estratégia que está cada vez mais comum entre empresas de todos os tamanhos: parceria com influenciadores digitais. “Começamos a enxergar a possibilidade para gerar força de marca”, conta Carlos Júnior, CEO da companhia. Então surgiu a ideia de realizar uma ação com gamers, profissionais que ganham a vida jogando videogame.

Esses influenciadores costumam realizar lives enquanto jogam e atraem inúmeros jovens. Durante as transmissões, foram oferecidos cupons de desconto para compra de frango frito. “Tivemos um resultado de 25% a mais de vendas na semana da ação”. Carlos conta que a migração para o digital é um caminho sem volta. Para além dessas iniciativas pontuais, hoje, 65% do faturamento da franquia já vem de pedidos online.

Um estudo inédito conduzido pela Meta – que analisou mais de 600 mil tópicos de conversação no Facebook e Instagram e ouviu 36 mil pessoas que usam essas plataformas – mostra as tendências para o futuro das compras e do comércio. Segundo a pesquisa, 69% das PMEs em todo o mundo relataram que as ferramentas digitais tiveram impacto positivo em seus negócios durante a pandemia.

Esse resultado chama a atenção para o fato de que o marketing digital e as redes sociais ganharam ainda mais relevância nos últimos anos, refletindo inclusive nos aumentos de buscas por assuntos relacionados.

Para Denis Santini, CEO do Grupo MD, o modelo de comercialização não será mais como antes e o processo de digitalização se tornou essencial para a sobrevivência das empresas. “Todos já deviam ter começado. Quem não começou, tem que sair correndo. E para quem já começou, é hora de aprimorar.”

Confira 4 dicas de marketing digital

1. Tenha profissionais capacitados

Dada a importância que o marketing digital tem para as empresas, não dá para colocar as estratégias de comunicação na mão de qualquer pessoa. “É hora de trazer gente capacitada, de se capacitar, de ver ferramentas e usar o que já existe”, aconselha Denis Santini, do Grupo MD.

2. Esteja onde seu cliente está 

Veronicah e Natielle, da Criamigos, afirmam ser importante que a empresa esteja presente não apenas na hora que o consumidor for realizar a compra. “O cliente está em todo o lugar, então é necessário saber como buscá-lo e ser um objeto de desejo para ele.”

3. Seja paciente 

Algumas mudanças podem levar tempo e os resultados vão aparecendo de forma gradativa. “É preciso ter paciência e entender a lógica do digital”, diz Fernanda Yamamoto. “As pessoas estão usando a internet como ferramenta para se relacionar com as marcas, então, quem não estiver presente, fica difícil sobreviver.”

4. Gere conteúdo 

Com tanta informação presente na internet, a empresa precisa produzir algo que seja relevante para o público-alvo. “Hoje, não é só botar a imagem dela na internet, é preciso gerar conteúdo na sua área de atuação, trazendo especialistas para falar sobre o serviço que você presta”, reforça Alberto Oyama, da Estetic360.

Fonte : https://pme.estadao.com.br/noticias/geral,lives-viram-novo-normal-no-marketing-digital-de-empresas-veja-4-dicas,70003998160

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Depois do ‘live commerce’, 5G vai impulsionar o ‘TV commerce’

Depois do e-commerce e do live commerce ganharem espaço mundo afora, chegou a vez do TV Commerce. A iniciativa está sendo apresentada pela espanhola Telefónica, dona da Vivo. Durante o Mobile World Congress, maior evento de telecomunicações do mundo, que acontece de forma presencial em Barcelona essa semana, a empresa revelou a parceria inédita com a Amazon para permitir que consumidores comprem produtos sentados no sofá com controle remoto na mão.

A iniciativa pode marcar uma nova fase do comércio eletrônico. Hoje há diversas iniciativas no mundo para unir o conteúdo audiovisual com o comércio pela internet. A expectativa é que a rede 5G, por ter velocidade de conexão até cem vezes maior que o 4G atual, incentive o desenvolvimento de soluções.

Na Espanha, os clientes poderão acessar todo o catálogo com 20 mil produtos da Amazon dentro do ambiente de TV por assinatura da Telefónica, que por aqui se chama “Movistar Plus+”. A dona da Vivo explicou que o lançamento faz parte de sua estratégia de Casa Digital, que inclui uma série de serviços por conta da implantação da rede 5G.

O funcionamento é simples, explicam as empresas. Ao ligar a TV, basta escolher a seção de compras através de um app. Nesse primeiro momento, o pagamento é concluído no celular ou computador. Na Espanha, mais de um milhão de clientes poderão ter acesso ao serviço. A parceria entre Telefónica e Amazon envolve ainda a integração do serviços de streaming e de cloud entre as duas empresas.

— A Amazon é um parceiro estratégico para a Telefónica, com quem continuaremos a colaborar em novas iniciativas para oferecer serviços integrados aos nossos clientes como parte da proposta de casa digital — disse Chema Alonso, diretora digital da Telefónica.

Para o consultor de varejo Armando Soares, as empresas de tecnologia estão criando as mais diversas opções de serviços de forma a acelerar as receitas e criar novas opções de consumo.

— Apesar do avanço dos smartphones, uma coisa é certa: todos sempre estão à frente da TV. Então, por que não pensar em soluções como comprar na hora algo que se vê na TV? Esse é o futuro do mundo conectado em alta velocidade. Ainda estamos no início desse novo universo — disse Soares. ( *O repórter viajou à convite da Huawei).

 

Fonte : https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/depois-do-live-commerce-5g-vai-impulsionar-tv-commerce-25414584

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Como Dafiti, Tok&Stok e Marisa cresceram com live commerce

Resultados dos clientes do ecossistema Haus que utilizaram as transmissões ao vivo para ampliar suas vendas mostram eficácia no novo formato de vendas.

A live commerce, formato inovador de vendas online que integra transmissões ao vivo com o e-commerce, criada na China, tem se acelerado no mundo todo. De olho nessa tendência, já em 2020, a Haus, do grupo Stefanini, criou a solução de live commerce integrada às principais plataformas de e-commerce do mercado para as marcas venderem pelo novo formato, sem precisar criar mais um canal de venda.

A plataforma de e-commerce Dafiti, focada em roupas infantis, calçados, roupas esportivas e moda feminina, por exemplo, realizou quatro lives na última Black Friday e atingiu uma frequência bastante consistente. Antes, entre os meses de setembro e novembro, foram 12 transmissões valendo como um “esquenta” para a famosa última sexta-feira de novembro.

Em termos de resultados, a marca viu crescer em 90% o envolvimento do público ao longo de 2021, refletindo especialmente nas metas de vendas atribuídas às lives e cupons utilizados nas mesmas, que cresceram em mais de 72% no período.

“As lives oferecem um valor agregado à experiência de compra e cada categoria de produto ou serviço tem uma necessidade particular para impulsionar a conversão”, afirma Bruna Rodrigues, diretora de operações da Brooke, produtora de conteúdo digital, que integra o grupo Stefanini.

O setor de móveis e home decor também aderiu bem ao sistema de lives durante o final de novembro. No caso da Tok&Stok, o atrativo foi com uma figura já conhecida, o arquiteto e consultor de experiência e consumo da marca, Maurício Arruda. O impulsionamento via canais de vendas deu um super-resultado na estratégia de negócios, que contou com promoções agressivas.

Já a Marisa inaugurou a solução de live commerce inserida diretamente pela primeira vez no próprio aplicativo da marca. E o resultado foi expressivo, pois estava tudo integrado. Os clientes não precisavam passar pela URL do site e recebiam as notificações direto no ambiente digital da marca, com pagamento direcionado dentro da própria plataforma.

Outro feito que mostrou bons resultados foi o caso da cantora Paola Santana, dona da marca que leva seu nome e comercializa moda exclusiva para mulheres evangélicas.

Segundo o CIO da Haus e CEO da Huia, Alessandro Cauduro, com o formato ganhando cada vez mais adeptos e as marcas perdendo o medo em usar esse sistema que fala direto com o consumidor, os resultados ganharam força e agregaram valor ao mix de vendas dos lojistas.

“Por meio do ecossistema Haus, podemos apoiar os clientes neste formato inovador de maneira full service, desde a plataforma ao vivo de vendas até a criação de estratégias de conteúdo e campanhas, além de treinar o time do cliente para otimizar os resultados”, declara Cauduro.

Fonte : https://exame.com/bussola/como-dafiti-tokstok-e-marisa-cresceram-com-live-commerce/

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Magis5 é um dos primeiros hubs a integrar com o AliExpress em 2021

O AliExpress finalmente abriu cadastro para vendedores brasileiros, em 2021, depois de alguns investimentos logísticos para diminuir os prazos de entrega nos voos fretados intercontinentais. Com o lançamento do novo marketplace, os lojistas, então, podem testar seu potencial de venda no maior canal de venda cross-border do mundo, o qual investe, inclusive, bastante em novas tecnologias.

Chegando ao Brasil no segundo semestre do ano passado, houve uma catalogação dos principais parceiros e um dos primeiros integradores para marketplaces a integrar com o AliExpress foi o Magis5. A integração, aliás, já está ativa e disponível para os lojistas que adotam essa solução.

Com o hub de integração, o vendedor pode agilizar a expedição, tornando ela mais prática, além de reunir todas as informações para gerenciamento do estoque em um só dashboard.

AliExpress no Brasil: o que esperar deste novo player?

Como de costume, para quebrar a barreira de entrada no país, a comissão oferecida ao lojista, nos seus momentos iniciais de operação no Brasil, é a menor registrada no mercado. Falando em números, a taxa é de 5% a 8%, conforme a categoria do produto.

Além disso, a aposta nos cupons de desconto para clientes, estratégia que deu muito certo na Shopee, também foi uma das táticas para aumentar o tráfego e conversão no canal. Para os consumidores, o portal do AliExpress destina uma página específica com produtos com ofertas relâmpago que duram até 48 horas.

Vale ressaltar, também, o investimento em novas tecnologias. Além de ser o 1º marketplace a adotar o pix como meio de pagamento, tem investido em duas tendências do e-commerce: o social commerce e o live commerce.

A primeira, bastante relacionada ao engajamento em redes sociais e ao potencial de viralização, induz o consumidor a divulgar os anúncios com amigos online para receber ofertas exclusivas. No AliExpress, o usuário pode “pechinchar” produtos do marketplace, convidando amigos para acessar o canal de venda, e receber até 99% de desconto em mercadorias selecionadas.

Já a segunda é voltada ao lojista, que pode agendar e realizar transmissões ao vivo dentro do próprio AliExpress. Com o live commerce, o vendedor pode tirar dúvidas e interagir com seus clientes em tempo real, estreitando o relacionamento e fornecendo experiências de lojas físicas.

Para saber mais sobre o canal de venda e o que ele oferece, o Magis5 gravou um vídeo que pode ser assistido abaixo.

Integração do AliExpress disponível no Magis5

A integração foi anunciada em 2021 e entrou em vigor no segundo semestre deste mesmo ano. No evento Seller Day 2021, em agosto, foi anunciada a parceria entre as empresas e disponibilizado um estande para a visualização da solução de um hub de integração.

Os lojistas que quiserem vender no marketplace, podem adotar o Magis5 para automatizar os processos operacionais e vender ainda mais.

O vídeo de apresentação da solução no estande do Seller Day 2021 pode ser visualizado abaixo.

Por que adotar um hub de integração?

Os lojistas que optam por utilizar um hub de integração no seu e-commerce conseguem diminuir o tempo com a operação com uma expedição prática e rápida.

Além disso, é possível criar e postar anúncios de produtos e kits em massa, e gerenciar o estoque de um só lugar.

Com o Magis5, já foi registrada otimização de até 7 horas diárias na expedição, evitando erros logísticos, como envios em duplicidade. Com o menor gasto de tempo com a operação, o lojista pode passar mais tempo pensando na estratégia do seu negócio.

O que esperar de novo do Magis5 em 2022?

O Magis5 cresceu 4 vezes em 2021, e o intuito agora é melhorar a experiência do cliente e focar em novas integrações.

Segundo Claudio Dias, COO do Magis5, “em 2022, o time [do Magis5] se empenhará em aumentar as oportunidades dos clientes lojistas. O ano começou com o pé direito, com a homologação do integrador no Mercado Livre e o certificado de integrador diamante no Magazine Luiza, o que aumenta a credibilidade da nossa solução. E isso é só o começo!”

As novas integrações são divulgadas nas redes sociais e no blog do Magis5. Para acompanhar as novidades, basta seguir as páginas e assinar a newsletter no site.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/magis5-hubs-integracao-aliexpress/

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Consumidor 4.0: varejo se adapta ao novo perfil de consumidor e inicia corrida em busca de novas estratégias de encantamento e fidelização

Com concorrência acirrada, varejistas investem no atendimento personalizado, nas técnicas de omnicanalidade e em lives commerces para conquistar novo perfil de clientes.

Com o passar do tempo, o aumento da concorrência e a variedade de alternativas para adquirir uma mercadoria fizeram com que o público se tornasse um pouquinho mais exigente, o que refletiu na necessidade de expor os benefícios e qualidades dos serviços ofertados quando comparados a outras empresas do mesmo segmento.

A exigência dos clientes aumentou consideravelmente e, após alguns anos, os diferentes negócios tiveram que investir ainda mais na conquista e fidelização dos leads, seja por meio de campanhas personalizadas, seja através de seus posicionamentos em temas relacionados às esferas políticas, sociais e ambientais.

Consumidor 4.0 é exigente, conectado e atraído pela personalidade da marca

Hoje, as estratégias de marketing possuem traços visíveis desta evolução, mas apresentam um novo elemento que age como um divisor de águas: a tecnologia. Os compradores estão conectados 24 horas por dia e usufruem de um amplo acesso à informação, o que os torna ainda mais atentos às ofertas da concorrência, aos valores e personalidades de cada marca e ao atendimento ao longo da jornada de compra.

Estamos falando do consumidor 4.0, que não busca somente por uma mercadoria, mas sim pela experiência que ela vai lhe proporcionar em cada uma das etapas de compra: da procura pela empresa ideal até o pós-venda. Ao longo desta jornada, o consumidor observa e avalia o atendimento presencial e online, o envolvimento da empresa com temáticas de interesse público, a personalização das campanhas de marketing e, é claro, a integração do ambiente físico com o digital.

Consumidor 4.0 e varejo: o que vem por aí?

Os comportamentos do consumidor 4.0, inclusive, devem ser os mesmos para 2022, que promete, por sua vez, um novo fôlego para a economia e para o varejo com o fim do isolamento social e a vacinação em massa.

“O que foi criado, ampliado e desenvolvido em 2021 estará amplamente em pauta em 2022. As tendências do ‘compre e retire’, da logística de last mile e da integração de modais para agilidade de entrega vão estar em alta nesta corrida para redução dos prazos. Além disso, o consumidor 4.0 servirá de estímulo para que as empresas invistam no crescimento do funil de vendas, no atendimento por meio do WhatsApp e de outras plataformas e na integração do varejo físico com o digital”, aponta o TEDx speaker e especialista em tecnologia, inovação e tendências, Arthur Igreja.

Omnicanalidade é o segredo para o sucesso no
mundo dos negócios

E por falar em estratégias para integrar os canais de atendimento ao cliente, Arthur Igreja aposta não só na omnicanalidade como forma de romper barreiras e digitalizar todos os processos de compra e venda, como também na inclusão de aplicativos de pagamento virtual, QR Codes em lojas físicas e técnicas de marketing que fazem uso das chamadas realidade virtual e realidade aumentada.

“Podemos citar o crescimento dos aplicativos e do cashback como mudanças pertinentes no varejo. Essas inovações e ações táticas se destacaram, principalmente, na expansão dos centros de distribuição e logística, com destaque para o Mercado Livre e para a Amazon. Também houve o incremento de muita tecnologia para criação de ofertas individualizadas, muita inteligência artificial e melhoria nas plataformas de interação”, aponta o especialista em tecnologia.

Live commerce deve agitar o mercado varejista em 2022

O CEO da Petina, startup de performance em marketplaces, Rodrigo Garcia, também afirma que o varejo deve investir em outras práticas para conquistar o novo consumidor e se adequar ao mercado digital. “A live commerce é uma transformação importante para o comércio eletrônico. O termo diz respeito às lives elaboradas pelas empresas para aumentar o engajamento do público e oferecer ofertas agressivas para despertar as compras por impulso. Estas lives, inclusive, costumam ser apresentadas por influencers ou personalidades”, inicia Rodrigo Garcia.

Além disso, o diretor executivo da Petina dá outras dicas para melhorar a experiência do cliente, aumentar a digitalização no varejo e consolidar a marca: “as ofertas relâmpagos e os horários fixos para disponibilizar cupons de descontos são bem relevantes para a conversão. E não podemos deixar de falar das avaliações dos produtos e dos atendimentos, algo que os varejistas estão se preocupando muito, já que são fundamentais para a decisão de compra”, salienta.

Para se ter uma ideia, 51% dos consumidores recomendam uma marca para outras pessoas quando passam por experiências positivas durante o atendimento e aquisição de um bem. Além disso, 52% deles tornam-se clientes fiéis quando o percurso de compra e venda atende suas expectativas. Os dados pertencem a um estudo de opinião pública realizado pela Dimensional Research, empresa especialista em pesquisa de mercado no ramo da tecnologia.

A pesquisa em questão só comprova a importância do investimento em tecnologias e na capacitação da equipe para um atendimento personalizado, humano e que supra as necessidades e ansiedades deste novo perfil de consumidores.

Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2022/01/07/consumidor-4-0-varejo-fidelizacao/

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O futuro do varejo chegou

O comércio digital cresce de maneira consistente, ano após ano, em todas as regiões do mundo. Porém, principalmente nos últimos meses, o mundo presenciou um crescimento acelerado do comércio digital, com as pessoas passando muito mais tempo em casa, por causa da pandemia, e encontrando nos canais digitais a forma mais segura de comprar. Esta junção de fatores transformou para sempre o comércio e acelerou a chegada do futuro.

Segundo dados da Euromonitor e da McKinsey, em 2020, na China, as vendas do e-commerce representaram 27% do volume total do varejo. Já no Reino Unido foram 24%, e nos Estados Unidos 20%.

Por outro lado, alguns países apresentam ainda grande espaço para crescimento, como Japão (10%), Espanha (9%) e Índia (7%). Isso quer dizer, de maneira objetiva, que o e-commerce representará em breve uma parcela muito maior do varejo dessas regiões.

A entrada no mundo online nunca foi tão necessária

No mercado como um todo, notamos uma transformação no comportamento de altos executivos. Por exemplo, se antes da Covid-19 a estratégia de ecommerce e de negócios digitais eram temas mais comuns aos diretores e vice-presidentes, o cenário da pandemia trouxe para as mesas de discussões os membros do conselho e os chefes-executivos das companhias.

Essa é uma mudança muito significativa, uma vez que o ecommerce deixou de ser um fator de diferenciação, e agora é uma questão de sobrevivência para muitos negócios. Com isso, vimos em todo o mundo varejistas de todos os portes criarem novas unidades dentro de suas empresas que atuam em múltiplos canais e mercados, tocando projetos que nunca antes estiveram no desenho de suas estratégias.

Além disso, o que há alguns meses pareciam tendências distantes, hoje são planos que estão ganhando corpo, com profissionais dedicados e investimentos significativos. Convido você a refletir sobre algumas dessas tendências.

Live Commerce

O Live Commerce é um modelo que surgiu na China, inicialmente na vertical de Moda, e ganhou força na pandemia, momento em que as pessoas ficaram impossibilitadas de experimentarem os produtos pessoalmente.

Estamos falando de um comércio ao vivo, com apresentadores que demonstram diversos artigos e interagem em tempo real com os consumidores, que por sua vez fazem perguntas e participam ativamente do conteúdo que está sendo transmitido, com a possibilidade de compra integrada à transmissão. Hoje, o modelo também está presente em mercados como cosméticos, decoração, automóveis e outros.

Para termos uma noção da potência desta novidade, a estimativa da Research and Markets é de que a indústria global do “ecommerce social” vai faturar US$ 600 bilhões até 2027. E o comércio do Brasil e América Latina já estão sendo fortemente impactados por estas novidades.

O mais importante é que, no Brasil, já temos tecnologia para colocar em prática o “shopstreaming” (como também é chamado o Live Commerce), e estamos vendo as marcas realizando testes para entenderem qual a melhor estrutura da live, que dias da semana transmitir, qual a produção mais adequada, quais ofertas fazem mais sentido, qual linha editorial expressa da melhor maneira a marca etc. Ou seja, as marcas que primeiro encontrarem os melhores formatos dentro do seu mercado sairão na frente dos concorrentes.

Lembre-se, não estamos falando apenas de colocar um QR Code na tela, mas permitir ao cliente selecionar modelos, cores, tamanhos, arrastar produtos para o carrinho e finalizar a compra, tudo isso enquanto assiste à live.

Conversation Commerce

O Conversational Commerce, outra tendência que já está à porta, diz respeito à utilização dos aplicativos de conversa como ferramentas potentes de digital commerce e geração de leads. Ou seja, além de gerar pedidos e nutrir relacionamento, esta modalidade permite que os consumidores finalizem transações no formato de diálogo. As possibilidades são infinitas.

Por exemplo, no Brasil, o WhatsApp é a maior plataforma de chat do mercado, com mais de 120 milhões de usuários, segundo relatório de julho de 2021 produzido por We Are Social e Hootsuite. Estamos falando, portanto, de uma mega oportunidade para as marcas.

Vemos no mercado que os consumidores já interagem com as empresas por meio de mensagens eletrônicas para falar com o SAC e pós-venda, rastrear e receber novidades sobre o processamento dos pedidos. O Conversational Commerce já chegou e é a evolução e expansão desta realidade para grandes marcas, pequenas empresas e também para a indústria.

No mundo omnichannel, uma possibilidade imediata é conectar seus vendedores de loja física ao WhatsApp da marca, disponibilizando o contato para o cliente na home do seu ecommerce. Isso criará um novo fluxo de interação para trocas, atendimento a dúvidas e novas vendas, e dará mais poder ao seu time de vendas, de qualquer lugar do país e do mundo.

A expectativa é que Conversational e Live Commerces poderão representar em breve 30% a 40% do volume total do ecommerce DTC no Brasil. Portanto, inicie os testes agora mesmo em sua empresa, e estruture seu negócio para este novo momento.

Cross Border: negócios sem fronteiras

Há não muito tempo atrás, um consumidor comprar um produto de uma empresa no exterior era algo caro e impraticável. Hoje, no entanto, já se tornou corriqueiro encomendar um produto em uma loja digital ou app de outro país e receber diretamente na sua casa por um preço muito competitivo. Este é o chamado ecommerce Cross Border.

Esta realidade já está dentro do nosso mercado. No Brasil, segundo dados de 2021 da Webshoppers, cerca de 18% dos pedidos de ecommerce são de compras realizadas em lojas do exterior, e o volume de vendas das marcas brasileiras para outros países não para de crescer.

Estes indicadores mostram que as marcas brasileiras têm grande potencial de surfar nesta onda, se expondo cada vez mais para os mercados ao redor do mundo (fazendo parte de grandes marketplaces ou traduzindo seus sites para outros idiomas). Isso porque temos produto e preço para competir globalmente.

Temos muito a exportar, de moda (como peças de roupas e calçados) a alimentos não perecíveis (como o chocolate). O próximo passo é justamente colocar em prática a visão e a coragem necessárias para as marcas evoluírem além das fronteiras.

Neste ponto, é natural ver executivos e empresários com insegurança e incerteza. Nos EUA, por exemplo, há uma preocupação em relação à atuação das empresas chinesas e o tamanho da participação delas naquele mercado. Agora, isto é uma ameaça ou é uma oportunidade? Ao meu entender, o ecommerce Cross Border é muito mais uma oportunidade do que uma ameaça.

O potencial da América Latina

Outro ponto que vem ganhando destaque tanto na mídia como no mercado é o crescimento na América Latina no comércio digital. Nossa região é um mercado pujante, com um dos crescimentos mais acelerados pelo segundo ano consecutivo, o que é muito interessante, porque a penetração do digital commerce na região ainda é muito baixa: algo em torno de 6%.

A nossa expectativa neste cenário é poder ver a América Latina se igualando a outras regiões em penetração e chegando a patamares em torno de 15% a 20% em poucos anos. Nesse sentido, a pandemia foi um catalisador da transformação digital. Isso porque estes canais foram, para muitos varejistas, a única opção para continuar operando em meio às restrições de circulação de público. Neste momento de adaptações sociais e comerciais, cresceu também o interesse das grandes companhias de bens de consumo em iniciativas D2C.

Por fim, entendo que estamos passando por mudanças significativas muito rapidamente e vejo de forma positiva este tipo de volatilidade, que pode dar origem a novas marcas, mercados emergentes e novas companhias. Este é o momento de grandes executivos abrirem os olhos e visualizarem os novos marcos de evolução

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/o-futuro-do-varejo-chegou/

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4 tendências para o setor de e-commerce em 2022

Com a pandemia e todo o contexto de isolamento social, os anos de 2020 e 2021 foram marcados com o crescimento acelerado das vendas online no Brasil e no mundo. O e-commerce, que no início estava lutando por espaço, hoje é mais que uma certeza.

As empresas que não estavam presentes no comércio eletrônico investiram nele nos últimos meses. Por outro lado, as que já possuíam a ferramenta estão aprimorando suas entregas. Aliás, até quem ainda não possui o e-commerce (site próprio) está se beneficiando do social commerce para movimentar o caixa da empresa.

De acordo com o 44º Relatório da Webshoppers, mais pessoas estão realizando compras pela internet, cerca de 6,2 milhões para ser exato. Isso também quer dizer que a concorrência está cada vez maior, o que torna desafiador ocupar um espaço relevante em meio a tantas lojas virtuais.

Para empresas que buscam se destacar, é essencial incorporar inovações em seus canais de venda para reforçar a autoridade da marca e potencializar a experiência do usuário.

Seguir as tendências pode ajudar sua marca a alcançar a autoridade e o faturamento que tanto busca.

1 – Live Commerce

O live commerce é uma estratégia de interação através de streaming de lives para alavancar vendas no e-commerce. Através desta experiência, o lojista pode promover produtos e serviços, oferecendo uma interação mais personalizada com o cliente.

A modalidade bastante comum na China, já está se espalhando pelo mundo, principalmente durante a pandemia. Um exemplo disso foi quando muitos artistas começaram a realizar transmissões ao vivo (de suas próprias casas), mas patrocinadas por marcas. As mesmas disponibilizavam QR Code na tela e bastava aproximar o celular para ser direcionado para o link de compra.

Segundo dados de uma pesquisa recente da Wyzowl, cerca de 96% dos usuários assistem vídeos de explicação para entender sobre um produto ou serviço. Além disso, 84% dizem se sentirem mais convencidos a comprar um determinado produto após assistir o vídeo da marca.

Já outros 66% afirmam que preferem se informar sobre um produto por meio de vídeo. Conseguimos entender que os vídeos estão presentes, principalmente na fase de consideração de compra. E claro, existem outros fatores que mostram a relevância dos vídeos como o Tik Tok, o Reels do Instagram, entre outros.

As marcas que já entenderam essa tendência do consumidor começaram a investir no live-commerce, convidando influenciadores digitais para promover produtos e serviços, oferecendo promoções exclusivas que convidam o consumidor a assistir, interagir e a comprar. A tendência é que mais marcas invistam nesta estratégia a fim de criar maior proximidade com o cliente.

2 – Super Apps e Shoppable

De acordo com o estudo realizado pela Smart Insights, mais da metade de todo o tráfego na web vem de dispositivos mobile, e a previsão é de que esse número aumente em 25% até 2025.

Com a criação de super apps (que agregam funcionalidades como chat, pagamentos, compras, jogos e serviço de delivery), o consumo centralizado tornou-se mais do que possível, cômodo e seguro. A junção de inúmeras funcionalidades em um único canal otimiza tempo, custo e logística, além de influenciar diretamente na decisão de compra e recompra.

Esses aplicativos estão evoluindo de tal forma que já contemplam a jornada de compra completa do cliente, incluindo a vitrine de produtos, atendimento e pagamento. O que permite ao lojista descentralizar o checkout e ampliar as opções de pagamento para cada tipo de cliente. Na prática, investir nestes super apps simplifica a jornada do cliente, expandindo o alcance da marca e otimiza os processos entre a loja e os clientes.

3 – Experiências 3D

Uma das principais dificuldades de realizar compras pela internet, é não ter a noção exata das proporções do produto, ou de como o produto será aplicado no contexto da vida do consumidor. Essas dúvidas motivam muitos consumidores a optar por não realizar compras pelos canais digitais.

Inserir modelos 3D dos produtos torna a experiência de compra mais interativa, além de preencher a lacuna deixada pela falta de contato do consumidor com o produto.

Algumas empresas, principalmente no setor de moda, já estão investindo nessa frente. Algumas marcas de vestuário utilizam modelos de roupas tridimensionais com aspecto realista que se moldam ao corpo do consumidor, além de mostrar combinações para aquela peça.

Esta tendência será forte no próximo ano. Isso porque diminui a taxa de devolução por insatisfação, auxilia o consumidor a fazer escolhas mais assertivas aumentando assim a confiança do consumidor no produto.

4 – Voice Commerce

O comando por voz já é uma facilidade adotada por muitos consumidores. Uma pesquisa recente mostra que mais de 60% dos brasileiros já usam comandos de voz em seus dispositivos.

Estima-se que em aproximadamente 3 anos, 40% das transações serão realizadas por meio de comando de voz. Dessa forma, é interessante os e-commerces se prepararem para este tipo de pesquisa.

Assistentes virtuais como a Alexa também vêm conquistando pessoas pelo mundo todo, o que abre porta para o e-commerce. Afinal, com ela é possível colocar produtos no carrinho da Amazon e realizar compras, tudo isso por comando de voz.

Além disso, adequar o seu site para os algoritmos dos mecanismos de pesquisas como o Google, garante maior acessibilidade para deficientes visuais e movimenta o mercado para um cenário mais inclusivo.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/4-tendencias-para-o-setor-de-e-commerce-em-2022/

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