As inovações da Amazon para realizar entregas por todo Brasil, incluindo comunidades ribeirinhas do Amazonas

Entregas mais rápidas agora são uma realidade para comunidades de Manaus e diversas regiões remotas do país, promovendo inclusão e desenvolvimento.

Em 2019 as operações da Amazon no Brasil contavam com apenas 1 Centro de Distribuição e um portfólio de 1 milhão de produtos disponíveis para venda. 5 anos depois, com mais de 100 polos logísticos e um portfólio entre varejo e serviços de marketplace, a Amazon realiza entregas para clientes em 100% dos municípios brasileiros.

Foi com esse propósito que desenvolvemos um projeto de entregas na Amazônia, incluindo a zona rural de Iranduba, a 27 quilômetros de Manaus. Com poucas rodovias, muitas delas em condições precárias, e com acessos interrompidos em dias de chuva, além da necessidade de barcos para chegar até a porta dos moradores, essa comunidade vivia isolada. Porém, desde o lançamento do projeto, as 86 famílias que vivem ali agora recebem suas encomendas com velocidade de até dois dias para milhares de produtos, graças a um barco voadeira que realiza as entregas diretamente às suas portas.

Entregas a cada vez mais CEPs em cada vez menos tempo

Na Amazon, otimizar as entregas é uma prioridade constante. Com o apoio da nossa inteligência artificial de última geração, conseguimos aprimorar nossas operações de maneira significativa. Tecnologias como empacotamento e roteamento otimizados, baseadas em algoritmos de Machine Learning, nos permitem escolher o tamanho ideal das embalagens e as rotas mais eficientes, o que resulta em uma redução no uso de materiais, maior aproveitamento do espaço nos caminhões, diminuição do tempo de entrega e cortes no consumo de combustível e emissões de carbono.

Além disso, analisamos cada região individualmente, adaptando os meios de transporte às necessidades específicas, seja por via aérea, terrestre ou fluvial. Manaus é um exemplo disso. Por lá, combinamos transporte aéreo e fluvial, com as entregas de última milha realizadas via lancha para a comunidade ribeirinha do Lago do Catalão que, até então, não recebiam encomendas de quaisquer ordens uma vez que nem os Correios chegam nessa região.

Mas não é só no Norte do país que a Amazon se dedica em realizar entregas. Nossa prioridade é que os clientes recebam seus produtos de forma rápida, segura e com nosso padrão de qualidade em todas as regiões. Só nesse ano, a Amazon Brasil e a Azul anunciaram 18 novas rotas aéreas para acelerar o atendimento nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste do país, como parte da missão de otimizar entregas para ainda mais clientes, reduzindo prazos de até sete para dois dias em diversas localidades. Totalizando 42 rotas em todo o país, a Amazon e Azul já entregaram mais de 12 milhões de produtos por diversas regiões do Brasil, e nosso objetivo é continuar a ofertar entregas cada vez mais seguras em um menor tempo possível para todo o território nacional.

Mais que produtos: inclusão e desenvolvimento

Levar o consumo para a comunidade ribeirinha de Manaus e região Norte não diz respeito apenas aos produtos. É um passo fundamental para promover a inclusão social e o desenvolvimento econômico local. A maior acessibilidade a produtos e serviços impacta positivamente a vida das pessoas, gera oportunidades de emprego e renda, e contribui para o desenvolvimento da região.

Afinal, a expansão abraça o jeito Amazon de impactar positivamente a comunidade à qual atende e na qual opera. Para isso, contratamos mão de obra local e de comunidades próximas. Além disso, providenciamos a instalação de um poço artesiano, que serve como ponto estratégico para as entregas realizadas por barco.

A Logística da Amazon opera por meio de uma rede interconectada de pessoas, centros logísticos e tecnologias avançadas, fortalecida por provedores parceiros de entregas. Essa infraestrutura visa oferecer um serviço mais rápido e confiável, aprimorando a experiência geral do cliente.

A ação soma-se a diversas de nossas iniciativas recentes, que incluem envolvimento em projetos sustentáveis, como a parceria com a To Do Green, focada na neutralização de carbono, com a Favela Log, focada na entrega em favelas, e com a Azul Linhas Aéreas, que busca encurtar os tempos de entrega nas distâncias mais longínquas do nosso país.

Na Amazon somos comprometidos em constantemente melhorar a experiência do cliente e, ao mesmo tempo, impactar positivamente o país, gerando novos empregos (diretos e indiretos), capacitação e oportunidades de negócios para todos os tipos de empresas e membros das comunidades onde operamos.

Fonte : https://www.aboutamazon.com.br/noticias/operacoes/as-inovacoes-da-amazon-para-realizar-entregas-por-todo-brasil-incluindo-comunidades-ribeirinhas-do-amazonas

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Pós fusão, Grupo Sequoia e Move3 caminham para ser gigante da logística de entregas

Empresa listada (SEQL3) avança na integração com mais sinergia, conclui reestruturação com credores financeiros e foca em excelência operacional e rentabilidade.

Após quatro meses da fusão com a Move3, a Sequoia caminha para se tornar, de forma sustentável, a maior empresa privada de entrega do país, a única com capital aberto na B3 (ticker SEQL3). O foco agora, com os avanços no processo de integração, está nos ganhos de sinergia – que pretendem chegar na casa dos R$100 milhões ao longo de 2024 –, na ampliação do portfólio com foco em serviços de alto valor agregado e na conquista de market-share.

As empresas possuem complementaridades importantes, a começar pela matriz de serviços, que incluem um ecossistema com BUs (Business Unit) que atende diversos públicos, com potencial de vendas cruzadas tanto no B2C quanto no B2B. O novo negócio combina 30 anos de inovação do Grupo Move3 com mais de 14 anos de excelência da Sequoia e, segundo a companhia, ao final do processo de integração e unificação total em curso “estará consolidado o maior operador logístico de entregas do país, com capacidade para oferecer mais inovação, agilidade e eficiência”.

A tecnologia embarcada para aumento da agilidade e da volumetria é vista pela companhia como a força motriz nas duas pontas relevantes para a competitividade no setor de logística de entregas – que exige mais rapidez nas entregas e menos tempo de armazenagem: tanto no first mile, a fase inicial da cadeia de abastecimento, quanto no last mile – que liga os centros de distribuição (CD) ao consumidor.

Com CDs modernos e automatizados, somando mais de 74 mil m2 de área de armazenagem e quase 1000 pontos operacionais, a companhia combinada alcança um potencial de mais de 200 milhões de entregas por ano, em cinco mil cidades brasileiras. E ainda, na ponta da inovação, é a única que conta com um “sorter”, máquina que faz a separação automática dos produtos para entregas, com capacidade de processamento de 1 milhão de pacotes por dia, sendo um dos maiores e mais modernos da América Latina.

Reestruturação financeira

No último trimestre de 2023, a Sequoia deu partida a um grande plano de reestruturação com o objetivo de reduzir os elevados níveis de endividamento, repactuar pagamentos de curto e médio prazo e buscar novas emissões para garantir melhor posição de caixa, preparando a companhia para, a partir de um balanço fortalecido, retomar a trilha do crescimento e da geração de valor de forma consistente e sustentável.

O desafio iniciou com a negociação da dívida contraída junto aos chamados credores financeiros – bancos e debenturistas, na faixa de R$700 milhões. A fatia mais representativa do débito, de R$ 580 milhões, foi convertida em capital social na companhia, enquanto uma parcela menor, de R$ 120 milhões, foi repactuada, com novo prazo de carência de três anos, e de alongamento do pagamento do principal, de cinco anos.

Todo o processo foi conduzido de forma bilateral, sem apoio de consultorias ou outros intermediários, em curto intervalo de tempo. Ao final, a companhia saiu do processo com caixa novo de R$120 milhões, ao mesmo tempo em que teve sua dívida original reduzida em 82%.

“Podemos afirmar sem sombra de dúvida que se trata de uma das tratativas mais bem-sucedidas do mercado nos últimos anos. Com o apoio dos novos acionistas e sob o comando do meu antecessor, a Companhia venceu uma etapa desafiadora e representativa da sua história”, diz Leopoldo Bruggen, CFO da Sequoia. O executivo explica que o novo cenário abre um horizonte promissor no plano operacional e que os resultados virão melhores, a partir do 3º trimestre.

A mesma lógica se dá em relação ao valor de mercado da companhia. No último mês de junho, o preço médio da ação da Sequoia na B3 esteve na faixa dos R$4,00. “Temos convicção de que o papel ainda não absorveu a reestruturação, o valuation da Move3 e as potenciais sinergias. O mercado é soberano para dizer, mas numa visão conservadora vemos espaço para a ação SEQL3 alcançar patamar muito maior ao atual”, acredita Bruggen.

Com a conclusão desta etapa da reestruturação com os credores financeiros, o próximo e último passo estará na negociação das dívidas em aberto com fornecedores e nos passivos tributários, sendo que ambos já estão sendo encaminhados com desfechos previstos nos próximos meses.

O setor de logística voltada a entregas ainda é fragmentado, porém tem grande potencial de crescimento. O tamanho e a diversidade do mercado reservam oportunidades para companhias preparadas para atender com eficiência a um país de dimensões continentais. “Estamos confiantes de que os nossos diferenciais somados às medidas adotadas posicionaram o Grupo Sequoia e a Move3 com destaque neste cenário, com geração de valor de forma gradual e consistente a nossos diferentes stakeholders”, conclui Bruggen.

Fonte: “Pós fusão, Grupo Sequoia e Move3 caminham para ser gigante da logística de entregas | Exame

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Mercado Livre: VP detalha a ousadia para crescer em tempos de incerteza

Em entrevista à EXAME, executivos da plataforma de marketplace dizem que ganho de participação de mercado se intensificou após a crise da Americanas estourar.

“Só os paranóicos sobrevivem”. A frase é originalmente de Andrew Grove, ex-CEO da Intel, e repetida com frequência por um dos fundadores do Mercado Livre, virando uma espécie de lema para a empresa. Em um ambiente de juros em patamares mais altos – no caso do Brasil, perto de 14% ao ano -, só mesmo a inquietação parece ajudar o varejo a driblar as adversidades: os custos estão mais altos e a demanda, pressionada.

O terreno é de terra arrasada para parte do varejo, sendo a Americanas (AMER3) o caso mais evidente, com uma recuperação judicial provocada pela descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões no balanço. Há ainda casos como o da Marisa (AMAR3) e da CVC (CVCB3), em reestruturação, e a gigante americana Amazon, que demitiu 18 mil funcionários em todo o mundo. Mas o Mercado Livre, indicam seus números, vive outra realidade.

“A gente está contratando. Seguimos crescendo, a única coisa é que diminuiu a taxa de crescimento”, diz Fernando Yunes, vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil em entrevista à EXAME Invest, dada ao lado de André Chaves, que é o responsável pela estratégia e desenvolvimento corporativo da varejista na América Latina. No Brasil, a receita do quarto trimestre cresceu 28% em moeda local, com avanço de 36% no varejo e 93% nas operações da fintech Mercado Pago. A receita de toda operação brasileira tinha saltado 61% no último trimestre de 2021.

No quarto trimestre, a receita da companhia cresceu 56%, para US$ 3 bilhões. O lucro líquido de todo o grupo chegou a US$ 165 milhões, revertendo o prejuízo registrado no mesmo período de 2021, de US$ 46 milhões. No ano, a última linha do balanço de todo o negócio saltou nada menos que 480%, para US$ 482 milhões.
A receita foi a tal “paranóia” de crescer somada à sorte. Ainda em 2021, a empresa criou um programa de produtividade de custos. A visão era criar uma agenda de produtividade que permitisse investir mais para seguir crescendo. “Só que os juros subiram muito rápido. Então, todo o ‘funding’ gerado pelo programa, no final, foi usado para segurar nossas margens”, diz Yunes.
A escalada dos juros pode ter mudado o percurso do programa da empresa, mas ajudou a manter as margens quando todo o mercado perdia rentabilidade. “Essa disciplina nos colocou numa posição mais confortável do que a das outras empresas que estavam gastando e nos permitiu não fazer um ajuste duro nesse ano [2022]”, acrescenta Chaves.
Com números tão positivos, a empresa foi abocanhando mais participação na disputa do comércio online, mas a corrida por fatias desse bolo ganhou mais intensidade no começo desse ano com um dos players, a Americanas, perdendo parte do seu espaço. Até novembro de 2022, o Mercado Livre liderava o comércio online brasileiro, com 14% de audiência, segundo a Conversion, que monitora ferramentas de pesquisas.
Os ganhos de participação de mercado vêm desde o terceiro trimestre de 2020, conta Yunes, mas agora a velocidade ficou maior. “Abrimos esse ano ganhando share. Então, sim, houve uma aceleração. Viemos nessa tendência há muito tempo e isso, depois do episódio, se intensificou.”

Leia abaixo a entrevista com os executivos do Mercado Livre:

Exame Invest: Todo o setor tem sinalizado que está pressionado. O que o Mercado Livre tem de diferente?

Fernando Yunes: Os principais diferencias que o Mercado Livre tem começam pelo lado do sortimento. Temos o maior sortimento de produtos e marcas do Brasil e da América Latina. Ano passado adicionamos 513 novas marcas, como Farm, Ellus, Rayban, GoPro, Shiseido e Universal Music. Há mais de 1.600 marcas que a gente trouxe em dois anos, muitas que são as preferidas dos clientes. Ao mesmo tempo, somamos mais 170 mil vendedores de middle e long tail. Com isso, chegamos a mais de 400 milhões de produtos anunciados, que é um número superior à soma do segundo e do terceiro concorrentes.
O segundo ponto vem de uma usabilidade do aplicativo e do site muito simples e intuitiva. É muito rápido e simples de você fazer uma compra. E a velocidade de logística é a maior do mercado. A gente está entregando quase 80% em até 48 horas e, na média Brasil, 51% em até um dia. Também estamos com pós-venda muito eficiente, com um programa de devoluções que ficou muito mais simples. A gente já tem agora 7.100 ‘places’, que são locais físicos ligados na rede logística do Meli para que as pessoas possam fazer pick up ou devolução de produtos.

Chaves: O interessante é como isso se traduz depois para o acionista, né? Justamente por ter a maior variedade, significa que o consumidor vem mais naturalmente, está mais fidelizado. A gente consegue ter um orçamento de marketing muito menor do que a maioria do mercado porque a gente tem mais escala, tem mais oferta e tem mais busca natural, mas retenção de compradores. A gente presta um serviço para os nossos vendedores que a gente consegue derivar em muitos casos até 80% do volume deles. A gente cobra um take rate dele que seja um take rate sustentável para o negócio, ao mesmo tempo que ele veja muito valor. E a gente traz muito volume para ele também. Por outro lado, a gente conseguiu uma escala logística, por conta do volume, em que os custos logísticos são muito baratos. Certamente baratos comparado ao resto do mercado.

EXAME Invest: Mas o cenário é complexo do ponto de vista de custos e vemos todo o setor desafiado, não?

Chaves: A gente concorda com isso. Achamos que, ao longo dos anos, a escala que a gente construiu e os investimentos de tecnologia permitem que, de um lado a gente tenha muitas alavancas de monetizar, e do outro a gente consiga operar com o custo baixo. Então a gente conseguiu ter um negócio que, apesar de todo o desafio, ele não só foi rentável regionalmente como também foi rentável no Brasil ao longo do ano.

Exame Invest: O relatório do quarto trimestre fala em ganho de participação. É de se imaginar que isso tenha ficado ainda mais intenso no começo do ano com o cenário complexo do varejo. Especificamente o episódio com a Americanas tem garantido uma fatia maior do bolo para vocês? Vocês ganharam participação desde o começo da crise deles?

Yunes: O contexto é super desafiado, com o impacto de juros e inflação pegando o custo das empresas. E o mercado também não está voando, a demanda está impactada por inflação e juros. Mas desde o segundo trimestre de 2020 a gente vem ganhando ‘market share’ trimestre após trimestre de forma consistente. Então, já são praticamente três anos que a gente ganha share consistentemente e no ano passado isso aconteceu também. Abrimos esse ano ganhando share. Então, sim, houve uma aceleração. A gente não pode abrir o quanto e também não sabe o quanto disso se mantém. Mas viemos nessa tendência há muito tempo e isso, depois do episódio, se intensificou.

Exame Invest: E como vocês estão driblando esse momento mais complexo para o ambiente de negócios?

Yunes: É, o momento é realmente complexo. O crédito para o segmento todo começa a ficar mais caro com o receio dos bancos de exposição aos players. Custos de antecipação ficam mais caros também. Desde o ano passado acho que a gente se antecipou muito bem em criar uma agenda de produtividade de custos muito cedo na empresa. Antes dos juros subirem. A gente até teve uma certa sorte, porque a nossa visão era criar um programa de produtividade, que gerasse ‘saving’ para poder crescer. Só que os juros subiram muito rápido. Então, todo o ‘funding’ gerado pelo programa, no final, foi usado para segurar nossas margens. Mas foi ótimo que a gente começou isso com essa antecedência. Então a gente conseguiu manter margens e manter uma capacidade de investimento diferenciada. Acho que a gente está num momento de seguir muito comprometido com o Brasil. Vai ser mais um ano muito forte de investimento. A cada ano a gente investe mais do que no ano anterior e esse ano vai ser assim.

Chaves: Como cor para isso que o Yunes falou, nosso quadro de trabalhadores está muito diferente de todo o mundo de tecnologia, que está cortando vagas globalmente.

Yunes: Sim, a gente está contratando. Seguimos crescendo, a única coisa é que diminuiu a taxa de crescimento.

Chaves: Foram ganhos de eficiência ao longo de toda a cadeia. A gente revisou vários dos nossos processos, várias das nossas iniciativas para tentar ganhar alavancagem operacional. Isso quer dizer o quê? Meu custo tem que crescer menos que o crescimento da receita. E essa disciplina começou em 2021, não começou com uma reação ao mercado. Ela colocou a gente numa posição mais confortável do que a maioria das empresas, que estava gastando, e permitiu que a gente não fizesse um ajuste duro.

Exame Invest: Mas qual o diagnóstico para 2023? Vai ser de crescer com a rentabilidade avançando menos?

Yunes: A gente quer que a taxa de crescimento do negócio seja um pouco superior à do ano passado e que a margem de rentabilidade também avance um pouco. Então seria um ano de crescer mais e entregar uma rentabilidade melhor.

Exame Invest: Quando você fala em crescer mais, está falando em mais receita mesmo?

Yunes: Sim. Nossa GMV no ano passado foi de crescimento de 21%, não podemos abrir números mas queremos crescer em velocidade maior e a margem de Ebit e lucro um pouco também. Então seria um negócio crescendo um pouco mais rápido com uma margem um pouco melhor.

Chaves: Uma frase que nosso CFO repete sempre é: “ganhos modestos, mas consistentes de rentabilidade”. Quando se compõe com o crescimento de receita que segue acelerado, significa muito mais dólares sendo gerado de rentabilidade.

Exame Invest: Vocês falaram muito da frente logística, e um ponto forte do Mercado Livre é sua capacidade de fullfilment [a empresa fica responsável pela armazenagem do estoque do seller e pela entrega ao cliente após a venda], não?

Yunes: O fullfilment em Mercado Envios vemos como um pilar fundamental para seguir investindo e crescendo. Mais de 40% da nossa GMV [sigla em inglês para volume bruto de vendas] é enviado pelo fullfilment. Na hora que se soma o crossdock, que também são centros próprios do Mercado Livre, aí vai para mais de 90%. Hoje, o que é entregue fora da rede Mercado Livre é só 5% do volume, 95% passa pela rede. E o fullfilment é o modelo mais rápido que a gente tem de entrega.

Chaves: A gente encara a logística como um negócio de tecnologia porque a capacidade de botar metro quadrado de CD [centro de distribuição] não é única do Mercado Livre. Mas a gente tem mais de 2.000 engenheiros escrevendo programas, escrevendo códigos para as várias partes da logística. Então a gente tem muitas soluções que são únicas e que são proprietárias em toda a rede. Ou seja, não é não é que a gente sai na frente por ter mais metro quadrado, mas sai na frente por escrever código.

Exame Invest: Os analistas dos bancos de investimento falam muito do sucesso do ecossistema do Mercado Livre. Como essa estrutura que vocês criaram contribui para os resultados?

Yunes: Acho que aí tem dois pontos. O primeiro, que é a base de tudo, é a cultura da empresa. Numa cultura que compete e não colabora, é difícil potencializar sinergias. Cada um vai pensar no seu pedaço. Do lado da cultura, é uma cultura muito de dono. Muitos dos fundadores ainda estão na empresa, é uma cultura de visão de longo prazo, de ousar e tomar risco. Além de quebrar os silos da empresa. Então, potencializar o ecossistema é algo que as lideranças têm genuinamente como algo a construir, porque isso fortalece o negócio como um todo. Um desses elos importantes é a logística, o outro é o Mercado Pago.

Exame Invest: Que teve um resultado bastante relevante nesse último trimestre, não? No Brasil, a receita da fintech cresceu 93% (sem efeito do câmbio).
Yunes: Mercado Pago nasceu para servir o ecossistema para possibilitar que as transações acontecessem de forma segura entre compradores e vendedores. Hoje, 100% do que é transacionado no Mercado Livre vai por meio do Mercado Pago. Toda a parte de crédito para pessoas, para compradores e para vendedores Mercado Pago oferece dentro da plataforma. O comprador quando chega no check out tem várias opções de pagamento: pode pagar com dinheiro em conta do Mercado Pago ou com cartão de crédito Mercado Pago; também pode fazer um crédito do Mercado Pago ou pode pagar com cartão de outra bandeira. Então o Mercado Pago trouxe muitas soluções e a gente tá complementando elas. Você não precisa nem escolher uma ou outra, pode escolher algumas para utilizar os limites que você tem. Isso gerou muita conversão de venda e melhoria da experiência dos clientes. A gente suporta os vendedores também, que podem pegar crédito com o Mercado Pago. Com isso a gente ajuda eles a financiar fluxo de caixa, capital de giro, para investir e crescer o negócio. Também entramos em seguros, investimentos em cripto…Mercado Pago virou um banco digital completo, que serve os usuários do Mercado Livre. Mas ele vai para fora do Mercado Livre também servir clientes do mercado aberto. E aí o mercado financeiro é um mercado enorme, com potencial gigantesco.

Chaves: Uma série de coisas que aconteceram no último no último ano que foram bem relevantes para o crescimento da rentabilidade. Hoje, uma das verticais do negócio passa por processar pagamentos fora do marketplace [ ]. Você pode vender no seu site e cobrar pelo Mercado Pago ou na sua loja física e usar nossa máquina de cartão. Teve um crescimento desse negócio, que segue crescendo as taxas muito saudáveis e com ganho de eficiência grande quando a gente verticalizou quase na totalidade de operação de adquirência. A gente não era adquirente próprio e passou a ser. Isso dá melhor serviço, mais taxa de aprovação e melhora a margem também. No lado da pessoa física a gente deu bastante eficiência na conta e a gente continua tendo desempenho bastante bom da carteira de créditos.

Exame Invest: Em que sentido?

Chaves: A gente tem um modelo bastante particular de crédito em que a gente faz toda a aprovação de crédito com base em dados proprietários. Ou seja, eu sei hoje não só o que você compra, mas o que que você navegou, como você navegou, o que que você digitou, que meios de pagamento você tem, endereço, etc. Isso tudo é tem uma camada de Inteligência Artificial por cima que consome esses dados e faz o credit score. Temos um credit score bastante bom e a gente fez uma boa gestão da carteira ao longo do período de crise.

Exame Invest: Sim, vocês fizeram provisões para perda, mas houve até mesmo redução disso no quarto trimestre. Como tem sido a atuação de vocês nessa concessão? Estão mais conservadores? (A operação do Mercado Crédito terminou 2022 com US$2,8 bilhões em carteira e um spread de 48% entre as receitas de crédito e as despesas associadas com provisões para perdas).

Chaves: A gente está mais conservador, especialmente no Brasil e um pouco menos no México e na Argentina. Muito do que a gente viu de expansão de rentabilidade agora em crédito foi isso. No final do segundo trimestre, a gente tomou a decisão de limitar créditos mais arriscados. E continuar buscando crescimento nos perfis menos arriscados. Pela natureza do nosso crédito esse perfil menos arriscado é até mais rentável. O que que a gente viu agora? A gente viu a maturação dessa decisão no quarto trimestre em que eu tenho mais carteira em perfis menos arriscados, que têm menos perda. E o segundo efeito, para ser 100% transparente, é a sazonalidade. Brasil, México e Argentina são países que têm entrada de caixa para as pessoas físicas no final do ano, com pagamento do décimo terceiro salário ou equivalente.

Exame Invest: Certo. A receita do Mercado Pago cresceu bastante no quarto trimestre e foi quase metade da receita total do grupo no período, mas quanto já contribui para o lucro do negócio?

Chaves: Esse número a gente não abre para o mercado. Mas o que posso falar é que é relevante. Já não se tem margens muito diferentes entre os dois negócios.
Exame Invest: Bom, dado tudo que falamos e o fato de que os indicadores macroeconômicos não deram sinais de melhora, quais os riscos que vocês veem para 2023 e mesmo 2024?

Yunes: Sempre tem um risco, né? O contexto macroeconômico com juros muito altos, ou se a gente tiver um aumento de desemprego e se a inflação persistir é ruim do poder aquisitivo. Tudo isso torna o contexto desafiador, mas os anos também não têm sido fáceis. Então a gente continua com uma visão otimista. O nosso segmento ainda tem uma penetração que não é alta. A penetração do e-commerce está ao redor de 15% ainda no varejo brasileiro. Tem muito espaço para crescer. Nos Estados Unidos já chegou nos 25%. Na China tem indicadores que passam dos 40%. Então o contexto como um todo pode estar desafiado, mas a gente acha que a penetração, e a conveniência toda que vem com a compra online, ainda tem muito espaço para avançar. Aí tem algo para seguir focando, melhorando as experiências e trazendo mais sortimento, fortalecendo a marca para acelerar a migração do offline pro online. Acho que parte disso se vê nessa iniciativa da gente de entrar no Big Brother, que foi uma decisão de 24 horas. Abriu a possibilidade, nos procuraram e a gente tomou a decisão. É algo novo que não temos a dimensão, mas vamos medir o quanto vai gerar de awareness. Então vem uma pegada de marca bem mais próxima dos brasileiros e talvez ajude a gente a trazer mais usuários que ainda não estão no e-commerce e ganhar market share. É o momento de ser ousado. A gente está tentando ser ousado no momento de incertezas. Estamos moderadamente otimistas.

Chaves: Nunca imunes, nunca confortáveis. Eu acho que qualquer empresa de tecnologia que se sentiu confortável ficou para trás na história. A gente está em setores de alta inovação e de alta competitividade, então não pode abaixar a guarda em momento algum. O nosso fundador tem uma frase que ele repete com alguma frequência que é: “só os paranoicos sobrevivem”. Portanto, a gente segue paranóico aqui.

Fonte : https://exame.com/invest/mercados/a-ousadia-do-mercado-livre-de-querer-crescer-mais-em-tempos-de-incertezas/

E-commerce no Brasil: conheça os principais dados, o market share, o crescimento e as principais estatísticas, com atualização mensal!

Com um aumento de 32% na base de sites analisados, a edição deste mês do Relatório Setores do E-commerce no Brasil (versão Beta), ganha 179 novos players e destaca grandes crescimentos. No Ranking de maiores sites, AliExpress sobe uma posição troca de lugar com Casas Bahia.

Apesar da retração geral, seis categorias registraram um crescimento no comparativo mensal. Entre os destaques de maior crescimento estão Infantil (5,2%), Calçados (4%) e Comidas & Bebidas (3,5%). Já em retração, o TOP 3 é composto por Presentes & Flores (-14,6%), Eletrônicos & Eletrodomésticos (-10,4%) e Ferramentas & Acessórios (-10,3%).No mês de Abril, o comércio eletrônico brasileiro sofreu uma retração de 6,11% e registrou 1,62 bilhão de acessos, somando, nos últimos 12 meses, um total de 21,02 bilhões.

No Ranking dos 30 maiores e-commerces do Brasil, tivemos a estreia do Enjoei, que subiu duas posições na classificação e chegou a 29ª posição.

Dentro do TOP 10, AliExpress subiu uma posição e trocou de lugar com Casas Bahia, chegando à 6ª posição e deixando apenas 2 e-commerces nacionais entre os 6 maiores. Os e-commerces do Brasil, no entanto, detêm 44,1% da audiência de toda indústria.

A lista dos 10 maiores sites, em abril, não sofreu modificações: 1. Mercado Livre, 2. Americanas, 3. Amazon Brasil, 4. Magalu, 5. Shopee, 6. AliExpress, 7. Casas Bahia, 8. Netshoes, 9. 123 Milhas e 10. Samsung.

Setorialmente, o aumento na base de sites analisados destacou grandes crescimentos no comparativo mensal. Em Comidas & Bebidas, a  Kopenhagen cresceu 145% no MoM, entrando no TOP 10 do ranking do setor.

O Shop Timão, de Esportes, subiu 7 posições no ranking e chegou à posição 11, além de ter crescido 54% no MoM. Na mesma categoria, Puma também registrou um crescimento acima da média, de 32%.

Em Farmácia & Saúde, Integral Medica, Patricia Elias e Unic Pharma subiram 9, 8 e 6 posições no ranking do setor, respectivamente.

BitCão, do setor de Pet, cresceu vertiginosamente: 135% no MoM e subiu 5 posições no ranking, também entrando no TOP 10.

Os dados são do Relatório Setores do E-commerce, da Conversion, agência de Search Engine Optimization (SEO), que traz as principais análises sobre o cenário do comércio eletrônico brasileiro todos os meses.

De acordo com o relatório, ainda, os canais preferidos pelos usuários para chegar às lojas são “direto” (quando ele digita o endereço da loja e representa 44,5% dos acessos), busca orgânica do Google (26,6%) e busca paga (18,9%).

Busca orgânica segue sendo o canal de tráfego mais importante.

A busca orgânica, também conhecida como SEO (Search Engine Optimization), continua sendo o principal canal de tráfego para o e-commerce brasileiro depois dos acessos diretos, somando 26,6% do total de visitas.

A importância deste canal pode, ainda, ser potencializada quando aliada ao uso do tráfego pago, que sozinho representa 18,9% das visitas.

Ranking dos 10 maiores e-commerces do Brasil

Relatório Setores do E-commerce no Brasil apresenta, mensalmente, o ranking dos principais e-commerces do país. Esse ranking está dividido em um geral e outro para cada uma das 18 categorias. No geral, a lista é composta de 1. Mercado Livre (30%), 2. Americanas.com (16%), 3. Amazon Brasil (11%), 4. Magazine Luiza (11%) e 5. Shopee (9%). O percentual se refere apenas aos 10 principais players e representa a audiência desses sites.

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Também disponibilizamos a lista dos maiores e-commerce de importados em nosso guia de e-commerce cross-border.

Share of Search e as marcas com maior participação de mercado (market share)

A métrica do Share of Search é a parcela de busca de uma marca dentro da categoria de consumo em que ela atua. A fórmula para calcular o Share of Search é dividir o volume de buscas por uma marca pelo volume total de buscas de todas as marcas daquele segmento. O fato importante sobre ela é que a parcela de buscas é preditiva em relação ao market share, conforme demonstrou estudo de Les Binet.

Em nosso estudo, analisamos o Share of Search de todos os principais setores do e-commerce brasileiro. Neste aspecto, também houve troca de posições. Ultrapassando a Loja do Mecânico, a Amazon chega ao topo como o e-commerce com a maior parcela de buscas entre todas as categorias, detendo 54% do setor de Importados. Dando sequência ao TOP 5 temos Loja do Mecânico (45%), Petz (44%), Cacau Show (41%) e Cobasi (35%).

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Apesar de mecanismos de busca serem a fonte de tráfego mais importante, deve haver um complemento entre orgânico e pago

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A participação em nosso relatório e rankings é feita a partir do volume estimado de audiência dos sites, conforme metodologia que apresentamos. A audiência, por sua vez, é composta de canais de tráfegos que enviam visitantes para cada e-commerce. A principal forma de entrada é o chamado “tráfego direto”, que é geralmente quando a pessoa digita o endereço da loja.

Logo em seguida, o tráfego de busca orgânica (26,6%) e paga (18,9%) vêm respectivamente na segunda e terceira posição. Podemos dizer que as buscas são o mais importante canal para o e-commerce, porque elas revelam a intenção do consumidor e canalizam a demanda para as lojas virtuais. Inclusive, nas próprias lojas virtuais, o buscador é fundamental.

E, acima de tudo, o importante é proporcionar uma excelente experiência do usuário, fazendo com que o seu visitante queira gastar tempo navegando em seu site, garantindo uma probabilidade maior de retorno. Este é, aliás, o princípio do SEO Experience, a nova geração de otimização de sites.

Além de tráfego e boa experiência, é importante ter um mix de produtos robusto em seu nicho, precificação competitiva, frete rápido e ser uma marca amada pelos consumidores. Fácil?

Certamente não, mas a oportunidade está aberta a todos!

Fonte : https://www.conversion.com.br/blog/relatorio-ecommerce-mensal/

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Com ecossistema de quase 9 mil pessoas, operação da Amazon alcança 100% dos municípios brasileiros

Com trabalhadores diretos e indiretos e logística de entrega realizada por aviões e motocicletas, companhia americana também conta com motoristas ligados ao Programa de Entregadores Parceiros.

Atualmente, a Amazon é listada como o 3º maior e-commerce em atividade no Brasil. De acordo com o Relatório Setores do E-commerce no Brasil, publicado pela agência Conversion, a empresa americana possui market share de 12% – os dados são de abril deste ano. Nesse cenário de grande demanda por parte dos consumidores do comércio eletrônico, a Amazon anunciou o alcance da marca de entregas em 100% dos municípios brasileiros.

De acordo com a empresa, tal desempenho é possível por meio de operação formada por quase 9 mil pessoas, entre trabalhadores diretos e indiretos. Além de transporte aéreo e de motocicleta, a companhia também conta com o apoio de motoristas do Programa de Entregadores Parceiros. A rede do programa é composta por empreendedores que operam por meio do sistema da Amazon e já gerou mais 260 mil oportunidades de trabalho em todo o mundo.

Segundo o diretor de Operações da companhia no Brasil, Rafael Caldas, o ecossistema de profissionais da Amazon possibilita a realização de entregas asseguradas por tecnologia e operação logística para processar os pedidos.

“Nossa rede busca a excelência desde a estação de entrega da Amazon Logística até a porta do cliente, por meio de diferentes veículos que respondem às características geográficas, terreno e densidade urbana, na expectativa de cumprir os prazos de entrega.” – Rafael Caldas, diretor de operações da Amazon no Brasil.

INFRAESTRUTURA PARA SOLIDIFICAR ENTREGA DE ÚLTIMA MILHA

Atualmente, a Amazon possui 12 centros de distribuição em solo brasileiro – só no ano passado, a companhia inaugurou CDs em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco. Além disso, a operação de logística da empresa americana inclui cinco estações de tratamento (três em São Paulo, uma em Minas Gerais e outra no Rio de Janeiro).

Essa estrutura viabiliza que a Amazon ofereça modalidade same day delivery para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Barueri, Osasco e Guarulhos, enquanto a entrega em dois dias úteis (D+2) está disponível para mais de 1 mil municípios brasileiros.

ESTAÇÃO DE ENTREGA PREDOMINANTEMENTE FEMININA

Na última terça-feira (10), a Amazon comunicou a abertura da quinta estação de entrega. Localizado em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, o espaço terá uma equipe de 41 colaboradores, dos quais 70% são mulheres. Nas outras unidades (em SP, MG e RJ), que reúnem mais de 250 colaboradores, pelo menos metade do quadro de funcionários é composto por mulheres.

Rafael Caldas ressalta que a inauguração de uma nova estação de entrega cria um impacto real para os consumidores brasileiros. “Um sistema de logística atualizado nos permite encurtar ainda mais o tempo de entrega. Continuamos fortalecendo nossa rede logística em cima de pilares como segurança, velocidade e eficiência, protegendo nossa equipe e rede de parcerias, enquanto buscamos oferecer a melhor experiência de entrega para nossos clientes”, explica.

Fonte : https://revistamundologistica.com.br/noticias/com-ecossistema-de-quase-9-mil-pessoas-operacao-da-amazon-alcanca-100-dos-municipios-brasileiros

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Americanas (AMER3), Magalu (MGLU3) ou Via (VIIA3): qual saiu fortalecida após a difícil temporada de balanços para o setor?

Como previsto, os resultados do quarto trimestre de 2021 das empresas com grande exposição ao e-commerce não empolgaram os investidores. Pelo contrário, mostraram os desafios que as companhias enfrentaram no período e, mais ainda, evidenciaram o que está por vir para as empresas.

Ainda que nenhuma das principais companhias listadas na B3, caso de Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3), tenha conseguido “brilhar”, as duas primeiras sentiram mais fortemente o impacto da deterioração dos indicadores macroeconômicos, que afetou diretamente as categorias de bens duráveis, enquanto a Americanas acabou se destacando positivamente por ter um portfolio de produtos de maior recorrência, de valores mais baixos, já há mais tempo.

A tendência das empresas, por sinal, é por diversificação de categorias, o que inclusive levou o Magalu a exaltar a expansão para outros horizontes (como roupas e alimentos) e o destaque positivo para o 3P (marketplace) em seu resultado, enquanto a alta no 1P (estoque próprio) foi tímida. Contudo, as margens menores com as novas frentes, as bases de comparação após um 2020 muito forte, o cenário concorrencial e a deterioração macro seguem sendo fatores de atenção e levando a uma maior cautela dos investidores.

As vendas totais do Magazine Luiza no trimestre, medidas pela sigla GMV, ou volume bruto de mercadorias, somaram cerca de R$ 15,5 bilhões no quarto trimestre, um aumento de cerca de 4% na base anual, quando a expansão sobre mesma etapa de 2020 tinha sido de 66%. A rival Via, por sua vez, divulgou queda de 7% no GMV nos últimos três meses do ano passado, na comparação anual. Já a Americanas se destacou positivamente nas vendas totais, conforme destacado no quadro abaixo:

Como ressaltado acima, entre as três, a primeira a soltar resultados, a Americanas, foi a que mais se destacou positivamente. Isso ainda que, na ocasião da divulgação dos resultados, no final de fevereiro, a companhia tenha sofrido com a interrupção do serviço de e-commerce por alguns dias, o que acabou ofuscando os números de seu balanço.

Conforme destaca a XP, o principal destaque do resultado foi o crescimento de receita, com resiliência das lojas físicas e um crescimento robusto do canal online. Entre outubro e dezembro, o volume total de vendas da Americanas foi de R$ 18,1 bilhões, um crescimento de 28,3% frente ao igual período de 2020, com um crescimento de 36% do canal online e de 11% das lojas físicas (vendas mesmas lojas em alta de 4,1%). No consolidado do ano, o GMV total da Americanas foi de R$ 55,3 bilhões, um crescimento de 32,8%.

O Itaú BBA ressaltou que a varejista manteve a sua jornada de ganhos de participação de mercado, apesar dos ventos macroeconômicos contrários. Seu sólido desempenho tanto nos canais de vendas físicas quando no digital aumentou sua resiliência, apontaram os analistas, em um momento em que alguns concorrentes foram enfraquecidos pelas condições de mercado.

As lojas físicas continuaram abaixo do potencial máximo dado contexto da pandemia e os desafios macroeconômicos, mas em linha com as expectativas. O e-commerce, no geral, ficou um pouco melhor do que o esperado.

Contudo, esse desempenho acima também gerou “efeitos colaterais”. A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, ou o Ebitda, sobre a receita líquida) seguiu pressionada, a 11,8%, uma queda de 4,3 pontos percentuais na base anual, principalmente devido à maior participação do online, investimentos no nível de serviço e reforço dos times de dados e tecnologia.

Já no caso da Via, o forte controle de despesas acabou levando a um impacto positivo nas margens, com uma alta de 2,1 pontos na base anual da margem Ebitda, de 5,8% no quarto trimestre de 2020 para 7,9%. Mas nem por isso a visão de analistas para a empresa foi muito promissora, com um especial destaque para os dados de vendas fracos nas lojas físicas, ainda que esperados, sendo colocados como um ponto de atenção.

Os analistas da XP destacaram que a margem ficou acima do esperado, mas também fizeram menção à dinâmica de crescimento de receita, que continua sendo impactada pelo cenário macroeconômico desafiador, forte base de comparação e restrições relacionadas à Covid-19, com declínio geral das vendas, muito impactadas pela baixa de 24% das lojas físicas. Enquanto isso, o canal online cresceu 20%, impulsionado pelo 3P, com alta de 68% na base anual.

O Bradesco BBI revisou para baixo as suas estimativas para a Via após o balanço, além de reduzir o preço-alvo de R$ 6 para R$ 5 (ainda um potencial de alta de 19% frente o fechamento da véspera). Para eles, o conjunto de resultados, no geral, tem o potencial de reforçar as preocupações dos investidores em relação à demanda de eletrônicos e eletrodomésticos e até que ponto isso pode impactar os resultados da Via ao longo dos próximos trimestres.

Além disso, “embora o marketplace tenha tido um bom desempenho em 2021, a diversificação de categorias ainda é muito mais limitada do que em Mercado Livre (MELI34) e Americanas”, destacaram os analistas. Na sessão pós-balanço, as ações fecharam em queda de 4,11%.

Em teleconferência com analistas no dia 10 de março, a diretoria da Via Varejo afirmou que o ano de 2022 começou ainda com os impactos da nova onda de Covid-19. Contudo, destacou algumas notícias positivas, apontando que, a partir do início de fevereiro, iniciou-se uma melhora significativa no fluxo de pessoas e nas vendas, o que vinha se mantendo até então.

3P em alta, margens em baixa

Já a maior decepção pós-balanço acabou ficando com o Magazine Luiza, que viu suas ações caírem mais de 8% após o resultado.

“Em decorrência do período sazonal mais forte, era esperado que a operação de varejo físico voltasse a ter um bom desempenho, porém isso não aconteceu. Vimos um aumento das despesas desproporcional ao nível de retomada das vendas. Já no canal online, a companhia, mais uma vez, reporta bons números sustentados pelo excelente resultado no 3P, mas que não contribuem tanto para a recuperação das margens operacionais consolidadas”, avaliaram os analistas do Banco Inter.

Por outro lado, o Magazine Luiza teve a oportunidade de fortalecer seu ecossistema, integrando as últimas aquisições, bem como demonstrou evolução de seus serviços financeiros garantindo novas fontes de faturamento, complementou a casa de análise.

No trimestre, as vendas totais, incluindo lojas físicas, e-commerce com estoque próprio e marketplace, cresceram 4% na comparação anual, como reflexo mais uma vez do avanço de 60% do marketplace, enquanto o estoque próprio teve modesta alta de 1%, Contudo, houve queda de 18,4% das vendas totais nas lojas físicas; no critério vendas nas mesmas lojas, a queda foi de 22,8%.

Já a margem Ebitda ajustada foi de 2,6% no quarto trimestre, baixa de 2,6 pontos percentuais na comparação anual; em 2021, a margem foi de 4,2%, queda de um ponto percentual.

A queda das vendas nas lojas levou a uma revisão de números para baixo por algumas casas, como o Bradesco BBI, que reduziu o preço-alvo da ação após o balanço, de R$ 11 para R$ 9 (ainda uma alta de 31%), mantendo recomendação neutra. Isso apesar dos analistas saudarem a maior diversificação de produtos nas plataformas da empresa, mostrando também os resultados das aquisições feitas recentemente.

Colocando todos esses pontos na balança, a avaliação é de que as margens em queda devem seguir como uma preocupação.

A recomendação da XP segue neutra para o papel MGLU3, por esperar uma continuidade de resultados pressionados pelo cenário macro no curto prazo, ainda com um preço-alvo de R$ 12 (upside de 75%).

O Itaú BBA ressaltou que, nos últimos dois anos, o Magazine Luiza foi favorecido por um cenário atípico que impulsionou seus números de crescimento e resultados. Agora que esse ambiente se normalizou, vê a empresa sofrendo os impactos de uma base de comparação difícil e a necessidade de readequar sua estrutura para um cenário mais normalizado de operação – levando a algumas despesas pontuais durante o quarto trimestre de 2021 que não foram contabilizadas.

“Apesar da recente pressão sobre o desempenho das ações, não vemos gatilhos de curto prazo para uma recuperação neste momento”, apontaram os analistas. A recomendação da casa para a ação, contudo, segue outperform (desempenho acima da média do mercado) para o papel, também com preço-alvo de R$ 12.

Em teleconferência pós-resultado, Frederico Trajano, CEO do Magalu, apontou o cenário difícil em meio à inflação, ressaltando que a renda média do comprador da empresa é de R$ 2.500, público este que perdeu muito poder de compra. “Um Brasil com impacto inflacionário é um país de poucos”, com exceção dos clientes premium, afirmou. “Esperamos que a situação se normalize rapidamente”, e que haja queda da inflação e distribuição de renda, disse.

Ele afirmou que em janeiro de 2022 houve crescimento de 40% no negócio on-line, fruto de fatores como avanço na base de clientes ativos. Entre outros impactos positivos, citou a melhoria de UX (user experience), que leva a conversão.

Apesar do bom desempenho do online, o executivo disse enxergar uma mudança mais expressiva no cenário macroeconômico apenas no segundo semestre de 2022. Ele ponderou que “pode acontecer de tudo”, mas disse que não espera “grandes surpresas”.

Empresas investem no online, com ajustes

Com muitos desafios pela frente, uma estratégia segue certa: o investimento em experiência do cliente e em digitalização, ao mesmo tempo em que há ajuste nas políticas de forma a sustentar a rentabilidade das operações. Na teleconferência com analistas pós-resultado, a diretoria da Via afirmou que o marketplace e a estratégia omnicanal (abordagem dos clientes por canais diversos) serão fundamentais para impulsionar o crescimento da rede nos próximos anos, trazendo novos clientes e aumentando o lifetime value (valor que o cliente gera à empresa ao longo do tempo) dentro do ecossistema da empresa.

Roberto Fulcherberguer, CEO da Via, afirmou que os vendedores online são o ponto chave da melhora do desempenho da empresa no segmento e também no conjunto.

Enquanto isso, a Americanas promoveu mudanças em políticas para vendedores em sua plataforma em fevereiro. A empresa introduziu um sistema de cobrança de comissão que varia de acordo com a categoria do produto. Antes, o percentual era aplicado de forma linear.

No Magalu, a empresa reviu a política de frete grátis, que em setembro oferecia até 100% de desconto para os vendedores na plataforma. A partir de fevereiro o desconto passou a ser de até 75%. Já a comissão cobrada dos vendedores teve percentual mantido, mas a empresa agregou uma tarifa de R$ 3 a ela, apontou o responsável pelo marketplace do Magazine Luiza, Leandro Soares, “para ficar economicamente viável”.

Segundo Trajano, do Magalu, o cenário macroeconômico atual não muda a estratégia da companhia de expandir seu ecossistema em torno do marketplace, oferecendo serviços completos, incluindo financeiros e de publicidade, para vendedores na plataforma.

Porém, na frente de aquisições, a ordem agora é para que as equipes se concentrem em seu próprios ativos. “Vamos parar um pouquinho com novas operações e focar em fazer o melhor com aquilo que já esta no ecossistema”, disse o CEO.

Os desafios de logística também estão no radar das companhias. Trajano afirmou na teleconferência que, com a alta recente dos combustíveis, intensificada com a disparada do petróleo em meio à guerra na Ucrânia, o maior custo de distribuição será com transporte. Assim, produtos que percorrem grandes distâncias não têm como ser rentáveis. O foco em logística deve se basear em uma base de vendedores descentralizada e local, cada vez mais para fora do eixo Rio-São Paulo.

A XP destacou em levantamento que, apesar do e-commerce não ser o mais impactado dentro do setor varejista com a alta da commodity, as companhias do segmento também devem ser afetadas.

Qual empresa sai fortalecida?

O Credit Suisse reforça que a dinâmica do setor nos próximos meses deve continuar desafiadora. Porém, os analistas do banco apontaram que a Americanas merece uma menção especial como “prova de força” frente os pares após a divulgação dos resultados.

O curto prazo não é a base da visão construtiva sobre o nome, avaliam, mas os analistas do banco suíço acreditam que a “Americanas se destaca um pouco da multidão”. Com isso, na ocasião da divulgação dos resultados, reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os ativos, com preço-alvo de R$ 41,77, um potencial de alta de 21% em relação ao fechamento da véspera.

Em relatório posterior, após rodada de reuniões com investidores locais sobre o setor de varejo, o mesmo Credit reiterou que muitos deles seguem céticos em relação ao e-commerce.

No caso do Magazine Luiza, o Credit avalia que todos os olhos permanecem voltados para a dinâmica de curto prazo. “Os que estão comprados na Magalu acreditam que a empresa ganhará market share [participação de mercado] em eletroeletrônicos com os desafios recentes da Via. Mas isso provavelmente não acontecerá no curtíssimo prazo, na opinião deles”, aponta o banco suíço. Os analistas ressaltam que os investidores ficaram desapontados com a dinâmica das vendas nas mesmas lojas, mas o que mais os incomodou foi a rentabilidade.

Enquanto isso, a Via, entre as empresas de e-commerce, foi o nome mais discutido. Alguns dos investidores ainda carregam uma posição negativa em VIIA3, enquanto o restante busca entender quais serão os próximos passos para a empresa.

“A visão geral é que a empresa foi empurrada para um impasse após o aumento maciço da provisão de despesas trabalhistas anunciado no terceiro trimestre de 2021, que provavelmente continuará consumindo muito caixa ao longo de 2022 em diante. Além disso, os investidores acreditam que a situação do balanço da empresa não é confortável e que limitará a capacidade da Via de investir no crescimento e provavelmente a levará a perda de market share, principalmente no segmento online”, aponta.

Em geral, aponta o Credit, o sentimento em relação à tese de investimento permanece negativo entre os investidores. O banco tem recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para VIIA3, com preço-alvo de R$ 5,50 (ou upside de 31%). Já para o Magalu, a recomendação é outperform, com preço-alvo de R$ 15 (potencial de alta de 118%).

O Citi, por sua vez, tem recomendação de compra para Americanas, ainda que tenha reduzido o seu preço-alvo de R$ 48 para R$ 47 no final do mês de março, ainda uma alta de 36% frente o fechamento da véspera. Após reunião com o time de relações com investidores da companhia, os analistas destacaram a visão construtiva da empresa para 2022 como um todo. A companhia, por sinal, registrou um crescimento do GMV online de 40% em janeiro, versus 20% da indústria em geral.

Os gestores da Americanas destacaram estarem mais construtivos com as margens neste ano com a fintech Ame (aplicativo que surgiu como uma plataforma de cashback) e expectativa de crescimento das lojas físicas. Apesar de verem o cenário macroeconômico como desafiador para o consumo discricionário em geral, a diversificação da Americanas e a sua exposição a itens de “cauda longa”  (que envolvem produtos de valores menores, mas que fomentam a recorrência de compras na plataforma) são apontados como fatores positivos.

Já para a Via e para o Magalu, a recomendação do Citi é neutra, com preços-alvo respectivos de R$ 5 (upside de 19%) e R$ 6,80 (queda de 1% frente o último fechamento), destacando a alta exposição da primeira à categoria de eletroeletrônicos. Já para o Magalu, o banco aponta que, embora a gestão da empresa esteja confiante em melhorar suas margens durante 2022, o banco segue cauteloso em meio às incertezas e falta de catalisadores de curto prazo.

Após o resultado, e também destacando as tendências dos canais de vendas, o Morgan Stanley reduziu na última semana a recomendação de Magalu de overweight (exposição acima da média do mercado) para equalweight (exposição em linha com a média do mercado).

Um pilar fundamental da recomendação anterior mais positiva do Morgan foi a tese do crescimento de lojas e alavancagem operacional financiando multicanalidade, marketplace e outras iniciativas de digitalização.

“Nosso ‘exame de saúde’, contudo, mostra falhas nesta tese, com 101% de crescimento de GMV no acumulado em dois anos, mas alta de apenas 6% de vendas de lojas em dois anos. Essa combinação levou a uma queda das margens Ebitda de 4,2 pontos percentuais frente os níveis de 2019 (para 4,2%), com a pressão das lojas superando qualquer aumento de iniciativas mais recentes em fintechs e outros serviços”, apontaram os analistas.

“Vemos visibilidade limitada em torno de quando o equilíbrio de vendas e margens pode se alterar, pois o cenário para eletrônicos permanece pressionado. Enquanto o Magalu vem diversificando sua exposição em categorias, os eletrônicos continuam sendo uma vertical chave para suas lojas e operações de comércio eletrônico de 1P”, avaliam. Além do corte de recomendação, o preço-alvo foi cortado de R$ 13 para R$ 7,50 (ainda uma alta de 9%).

Para Via, a recomendação do Morgan é underweight (exposição abaixo da média do mercado), com preço-alvo de R$ 4 (downside de 4,5%), diminuição em relação aos R$ 5 anteriores. Já para a Americanas, a recomendação é equalweight, assim como para o Magalu, com o target sendo cortado de R$ 43 para R$ 36 (ou potencial de alta de 4%).

Os analistas do Morgan avaliam que, para a Via, o cenário-base é de que a varejista continue sendo um player relevante em suas principais categorias, mas entrar no “top 3” no online provavelmente será mais desafiador. Já para Americanas, os analistas celebram a fusão das lojas físicas e operações online realizada ano passado, mas aguarda esclarecimentos sobre as vendas combinadas da empresa e as perspectivas de margem.

Isso em um cenário em que a concorrência segue sendo monitorada de perto pelos analistas. Enquanto o Mercado Livre (MELI34se destaca no segmento como um player tradicional, outras companhias como Shopee e Aliexpress ganham cada vez mais expressividade por aqui. Cabe ressaltar ainda que, na semana passada, o Mercado Livre anunciou que investirá R$ 17 bilhões no Brasil em 2022, avanço de 70% ante 2021, como parte da estratégia de crescimento e consolidação dos negócios no país. Já nesta semana, a Shopee anunciou a sua saída da Índia, o que, na visão de analistas, pode levar a varejista asiática a ampliar seus esforços no Brasil.

Desta forma, analistas têm aumentado a cautela com as ações do setor, ainda que, mesmo com os constantes cortes de preços-alvo, haja um potencial de valorização considerável olhando para os targets médios, conforme apresentado no quadro abaixo, com recomendações compiladas pela Refinitiv.

Para a Via, que é vista com maior ceticismo, o potencial de alta frente o preço-alvo se apresenta como maior, mas também deve-se considerar a queda de quase 20% dos ativos no acumulado de 2022 (elevando o potencial de valorização enquanto algumas casas ainda não reavaliam suas projeções). Já MGLU3 acumula queda de 5% em 2022 (ainda que com uma boa recuperação em março); a Americanas, por sua vez, desponta com alta de mais de 11% no ano, sinalizando as visões do mercado mais positivas para os papéis AMER3, que foram reforçadas após o resultado do quarto trimestre de 2021.

Fonte : https://www.infomoney.com.br/mercados/americanas-amer3-magalu-mglu3-ou-via-viia3-qual-saiu-fortalecida-apos-a-dificil-temporada-de-balancos-para-o-setor/

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Mercado Livre e Shopee driblam a perda de fôlego do comércio digital, que tem afetado o varejo

Todas as outras empresas perderam participação — Magazine Luiza, Americanas, Via (Casas Bahia) e Amazon — no total de aplicativos baixados no Brasil

A desaceleração do comércio on-line afeta diferentes segmentos e varejistas, mas há sinais de que essa perda de fôlego, desde setembro e outubro do ano passado, pode estar impactando mais determinados negócios do que outros.

Como os dados disponíveis são limitados, já que boa parte das empresas de comércio eletrônico no país são fechadas, e as companhias abertas ainda não publicaram balanços após o terceiro trimestre de 2021, analistas vêm acompanhando indicadores de visitação aos sites e “apps”, e o ritmo de downloads para ter alguma sinalização mais clara desse cenário de competição.

Ocorre que os números de 2022 indicam que a caça às ofertas por parte da população pode estar sendo especialmente difícil para as operações brasileiras, mostram relatórios de analistas de bancos desta semana. Nesse ambiente, o aspecto central é quando se terá indícios de que a fase de queda na taxa de crescimento do varejo de bens duráveis e semiduráveis irá cessar e voltará a se recuperar.

Numa comparação deste início de ano em relação ao começo de 2021, a participação do Shopee, do Sea Group, de Cingapura, e do Mercado Livre, sediado na Argentina, subiu em relação ao total de aplicativos baixados no Brasil. Os índices passaram de 23,4% para 26,8% na Shoppe e de 10,2% para 12,6% no Mercado Livre no intervalo. Todas as outras empresas perderam fatia — Magazine Luiza, Americanas, Via (Casas Bahia) e Amazon.

Os dados foram pesquisados pela equipe de análise do UBS, que regularmente levanta e cruza dados de vários países, com apoio de suas filiais. Eles foram obtidos junto à americana Sensor Tower, considerada uma espécie de especialista da coleta de dados em “apps” para as empresas, e publicados no dia 9 de fevereiro. O Shopee continua sendo o líder em downloads de aplicativos no país, com um participação de mercado média de 31% em janeiro.

O cenário se repete no segmento de moda, com empresas mais focadas em produtos de tíquete baixo ou em público com renda menor ganhando participação no bolo total de downloads. A americana Shein atingiu 48,7% dos aplicativos baixados em janeiro, até o dia 24 daquele mês, quase o dobro da fatia de 26,9% no início de 2021. A Marisa também ganhou um pouco mais de peso (3,7% para 3,9%).

No entanto, o relatório mostra que Lojas Renner, Riachuelo, C&A, Centauro, Privalia, Dafiti perderam “share” no total.

Como a comparação sobre o início de 2021 leva em consideração de um período de atuação forte dos sites e “apps” ainda forte — as lojas foram reabrir em alguns Estados depois de abril —, esses números são mais comparáveis.

O ponto positivo é que as análises iniciais de consultorias e empresas de pesquisas apontam para uma retomada mais rápida, neste ano, na venda digital, em comparação com o canal de lojas físicas. Isso porque, para empresas como GFK Brasil, que recebem semanalmente dados de vendas das varejistas, a menor circulação de consumidores após a alta no contágio com a ômicron e a influenza podem dar um gás maior à demanda no on-line, enquanto as lojas devem ir se recuperando ainda de forma mais lenta.

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/02/19/mercado-livre-e-shopee-driblam-a-perda-de-folego-do-comercio-digital-que-tem-afetado-o-varejo.ghtml

Fonte : https://webmais.com/mercado-livre-e-shopee-driblam-a-perda-de-folego-do-comercio-digital-que-tem-afetado-o-varejo-272703/

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Os 10 maiores e-commerces do Brasil, o market share, o crescimento, e as principais estatísticas

O Relatório Setores do E-commerce no Brasil apresenta, mensalmente, o ranking dos principais e-commerces do país. Esse ranking está dividido em um geral e outro para cada uma das 18 categorias.

No geral, a lista é composta de 1. Mercado Livre (30%), 2. Americanas (16%), 3. Amazon Brasil (12%), 4. Magazine Luiza (11%) e 5.  Shopee (8%). O percentual se refere apenas aos 10 principais players e representa a audiência desses sites.


Share of Search e as marcas com maior participação de mercado (market share)

Também disponibilizamos a lista dos maiores e-commerce de importados em nosso guia de e-commerce cross-border, o setor que mais cresceu no último ano.

A métrica do Share of Search é a parcela de busca de uma marca dentro da categoria de consumo em que ela atua. A fórmula para calcular o Share of Search é dividir o volume de buscas por uma marca pelo volume total de buscas de todas as marcas daquele segmento. O fato importante sobre ela é que a parcela de buscas é preditiva em relação ao market share, conforme demonstrou estudo de Les Binet.

Em nosso estudo, analisamos o Share of Search de todos os principais setores do e-commerce brasileiro. Analisando esses dados, notamos que muitos setores são dominados por um ou dois players.  Exemplo disso é o mercado de pet, que concentra 83% entre Petz (45%) e Cobasi (38%), ou o de joias e relógios, que tem 82% do share em Vivara (48%) e Pandora (34%). Porém, o líder absoluto é a Loja do Mecânico, maior e-commerce de ferramentas & acessórios, com 54% do seu segmento.

Mecanismos de busca são a fonte de tráfego mais importante para e-commerce: deve haver um complemento entre orgânico e pago

A participação em nosso relatório e rankings é feita a partir do volume estimado de audiência dos sites, conforme metodologia que apresentamos. A audiência, por sua vez, é composta de canais de tráfegos que enviam visitantes para cada e-commerce. A principal forma de entrada é o chamado “tráfego direto”, que é geralmente quando a pessoa digita o endereço da loja,

Logo em seguida, o tráfego de busca orgânica (26,6%)  e paga (19,4%) vêm respectivamente na segunda e terceira posição. Podemos dizer que as buscas são o mais importante canal para o e-commerce, porque elas revelam a intenção do consumidor e canalizam a demanda para as lojas virtuais. Inclusive, nas próprias lojas virtuais, o buscador é fundamental.

E, acima de tudo, o importante é proporcionar uma excelente experiência do usuário, fazendo com que o seu visitante queira gastar tempo navegando em seu site, garantindo uma probabilidade maior de retorno. Este é, aliás, o princípio do SEO Experience, a nova geração de otimização de sites.

Além de tráfego e boa experiência, é importante ter um mix de produtos robusto em seu nicho, precificação competitiva, frete rápido e ser uma marca amada pelos consumidores. Fácil?

Certamente não, mas a oportunidade está aberta a todos!

Baixe o Relatório Setores do E-commerce, da Conversion, agência de Search Engine Optimization (SEO) disponível na Biblioteca do RadarIC.

Fonte : https://www.conversion.com.br/blog/relatorio-ecommerce-mensal/

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Shopee cresce fatia em e-commerce para dois dígitos e vira ameaça para varejistas

A rápida expansão da Shopee, o braço de comércio eletrônico da Sea, emergiu como a mais recente ameaça às varejistas brasileiras, colocando em risco qualquer recuperação de suas ações.

Americanas, Magazine Luiza e Via estenderam suas perdas neste ano após afundarem ao menos 58% em 2021, enquanto o índice MSCI Brazil Consumer Discretionary negocia perto de seu menor nível desde 2004.

A fraqueza dos papéis tem sido justificada por perspectivas de crescimento econômico mais fraco no país, assim como expectativa de desaceleração nos resultados corporativos e medo crescente sobre o cenário competitivo do setor.

Investidores têm demonstrado interesse particular na Shopee, que iniciou suas operações no Brasil em 2019, focando em itens de menor valor. A participação de mercado da companhia em e-commerce no Brasil é atualmente estimada em um dígito alto pelo Goldman Sachs.

A competição vinda da gigante do Sudeste Asiático se tornou um “tópico-chave” no ano passado, analistas do Goldman liderados por Irma Sgarz escreveram em relatório de 12 de janeiro, adicionando que o ‘market share’ da Shopee pode subir para 20% até 2025.

“Nós esperamos que ela permaneça relevante em 2022 à medida que continua a desenvolver sua presença e oferta de serviços.”

As operações locais da Shopee na América Latina têm ganhado tração e a empresa foi citada como um dos três principais destinos de compra online por 37% dos consumidores no ano passado, uma alta expressiva em relação aos 6% em 2020, segundo analistas do Morgan Stanley incluindo Mark Goodridge e Andrew Ruben, citando dados de pesquisa AlphaWise do banco.

De acordo com o Morgan Stanley, o avanço da Shopee na região adiciona aos riscos para as margens das varejistas domésticas em um momento em que essas companhias já sofrem com custos de insumos mais altos.

O Mercado Livre, gigante regional de e-commerce que tem o Brasil como principal mercado, perdeu cerca de US$ 41 bilhões em valor de mercado desde seu pico, também penalizado pelo movimento de rotação dos investidores, que saíram de ações de empresas de tecnologia e crescimento maior, em meio à escalada das taxas de juros.

Magazine Luiza, Via e Shopee não comentam. Americanas e Mercado Livre não responderam imediatamente a pedido de comentário.

Shoppee e Amazon

A Shopee não é o único player internacional que tem avançado de olho nos consumidores da maior economia da região. A Amazon entrou no Brasil em 2012 e tem escalado as suas operações desde então, abrindo mais de 10 centros de distribuição.

Em um primeiro momento, os movimentos de expansão da empresa de Seattle eram suficientes para desencadear um ‘selloff’ em todo o setor, mas a preocupação moderou ao longo do tempo.

Para a Shopee sustentar o seu crescimento, a companhia precisará incrementar sua estrutura logística na região, assim como focar também em itens de ticket maior, de acordo com Sgarz, do Goldman.

No curto prazo, as ações das varejistas não devem encontrar alívio, dado que sinais de desaceleração devem ser observados na próxima temporada de balanços, de acordo com Welliam Wang, head de equities da AZ Quest.

Wang, que está ‘short’ em varejistas de comércio eletrônico no Brasil, diz que os resultados devem seguir pressionados no primeiro trimestre, com amplo espaço para revisão para baixo nas estimativas dos analistas.

Apenas dois analistas acompanhados pela Bloomberg revisaram suas estimativas para lucro da Magazine Luiza em 2022 nas últimas quatro semanas — as duas revisões foram para baixo.

As varejistas “devem apresentar uma desaceleração muito forte nos resultados do quarto trimestre, seja pelo macro difícil, seja pela competição agressiva”, disse Wang.

“Isso pode começar a se traduzir em questionamentos mais estruturais por parte dos investidores, como, por exemplo, se essas plataformas vão conseguir competir com players globais, com amplo poder de fogo.”

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/shopee-cresce-e-commerce-ameaca-varejistas/

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