Via quer encerrar 2021 com 120 novas lojas físicas

Investimento principal será nas regiões Norte e Nordeste, com 90 unidades.

Dona da Casas Bahia, Pontofrio e Extra.com.br, a Via pretende chegar até o fim de 2021 com cerca de 120 novas lojas físicas, uma média de 20 inaugurações por mês até novembro. Em comunicado ao mercado, com alguns números e projeções, a companhia diz que destas novas lojas, 90 estarão nas regiões Norte e Nordeste. Apenas no Pará, onde possui cerca de 2,6 milhões de metros quadrados de lojas, a previsão é inaugurar 50 nos próximos dois meses, das quais 48 já estão com as locações contratadas.

Para o Sul serão 19 novas lojas; 12 no Centro-Oeste e sete no Sudeste, com destaque para a loja conceito da Casas Bahia em São Paulo no segundo semestre. Consta ainda que a varejista conta com 55 mil lojistas no marketplace da Via, ante 26 mil em março. A previsão é somar 70 mil a 90 mil lojistas até o final de 2021.

Via já se prepara para Black Friday e Natal

A venda total on-line, da própria empresa e dos lojistas no marketplace teve de janeiro a março alta de 123%, ainda segundo o comunicado, ao passo que nas lojas físicas caiu 9,6% em comparação ao mesmo período de 2020. O resultado do segundo trimestre representou crescimento substancial, em cima de uma alta base do e-commerce”, diz o informe, “completando que nos próximos trimestres, o cliente ainda estará voltando para loja”.

“O tráfego de loja ainda não é o mesmo, mas espera-se que a conversão em vendas seja mais alta. Espera-se que o terceiro trimestre seja forte em comparação com o mesmo período de 2019, período pré-pandemia.”

A Via informa também que os pedidos de Black Friday e Natal já foram colocados para a indústria, “equivalentes a cerca de 40% a 45% a produção, a depender da indústria e do produto.” Outro dado apresentado é sobre carnês, que representaram cerca de 13% das vendas no primeiro trimestre, ante 11% no mesmo período do ano anterior.

Quer comprar dos EUA? Mercado Livre faz acordo para vender itens gringos no Brasil, México e Chile

O Mercado Livre anunciou uma parceria com a BigCommerce Holdings, empresa que vende software para varejistas, com o objetivo de impulsionar as vendas na América Latina. A parceria vai focar, inicialmente, no México, Colômbia, Chile e Brasil.

“Nós adoramos ter vários parceiros que conseguem atender as diferentes necessidades dos vendedores. O que estamos fazendo com o Mercado Livre é diminuir a complexidade para vender fora dos Estados Unidos”, afirma Russell Klein, diretor comercial da BigCommerce.

A BigCommerce, que já trabalha com marcas como Skullcandy para ajudar na venda pelo e-commerce e nas redes sociais, vai oferecer aos seus 60 mil vendedores acesso ao Mercado Livre, o que vai auxiliar nos esforços para expandir a atuação internacional.

Em fevereiro, a BigCommerce fez um acordo com o Walmart para permitir que os vendedores façam suas negociações pelo marketplace. Também anunciaram uma parceria com a Amazon. A companhia abriu o capital em agosto e, desde então, o valor das ações mais do que dobraram.

Hoje, o Mercado Livre já representa dois terços de todo o faturamento do e-commerce e um terço dos serviços financeiros, principalmente impulsionados pela pandemia na América Latina. As compras on-
line representavam 5% de todas as vendas de varejo antes da pandemia e podem saltar para 25% até a próxima década, segundo o HSBC.

A companhia normalmente conecta vendedores com compradores que são da mesma região, como no Brasil, o país onde há a maior operação do Mercado Livre. Pedro Arnt, CFO da empresa, diz que está buscando criar centros de distribuição em zonas de livre comércio para entregar as importações mais rapidamente.

Como parte do acordo, o Mercado Livre está abrindo um escritório em Miami.

Top 10 de crescimento de varejo eletrônico tem Brasil em segundo lugar

China se mantém como maior e-commerce no futuro previsível e Índia é o que mais cresce. Brasil entra para o top 10 de maiores e-commerce.
Não é segredo que a pandemia deflagrou uma forte aceleração do varejo eletrônico em vários países, trazendo amadurecimento a certos emergentes que se mostravam relativamente atrasados. Desde março de 2020, o crescimento em certos mercados tem sido tão puxado que previsões foram revistas. Ainda que a lista referente aos maiores e-commerces em termos de tamanho não tenha mudado muito, o top 10 dos mercados eletrônicos que mais crescem vem apresentando surpresas hora sim, hora também.

Segundo o Previsão para o E-commerce Global 2021, da consultoria eMarketer, o Top 10 de crescimento de varejo on-line tem o Brasil em segundo lugar para 2021. Segundo as estimativas, o País terá um avanço de 26,8%, à frente de outros emergentes como Rússia, Argentina e México. A média global prevista para o crescimento do e-commerce neste ano é de 16,8%.

Há diversos indícios que baseiam uma previsão otimista sobre o e-commerce brasileiro. As startups de soluções ao varejo são um exemplo. Em termos de investimento, elas já bateram o total de aportes de 2020, superando os US$ 700 milhões. Nos pagamentos, o varejo já conta com uma maturidade digital para resolver gargalos nos processamentos das transações, além de contar com um celeiro de retailstechs de fidelidade em ponto de ebulição.

Ainda assim, a Índia será o mercado de comércio eletrônico de crescimento mais rápido neste ano. Embora o crescimento total das vendas no varejo da Índia tenha despencado em 2020, seu e-commerce segue em ritmo forte. Segundo a eMarketer, as vendas digitais devem aumentar 27% no país este ano, à medida que mais varejistas lançam ou expandem suas lojas on-line. “Isso levará o país ao oitavo lugar na tabela anual de vendas de comércio eletrônico no varejo”, conforme a previsão.

Vale lembrar que na pesquisa da eMarketer de 2020, o mercado latino desbancou todos os outros continentes em termos de crescimento do e-commerce. A Argentina foi o mercado que mais cresceu, beirando os 80% de avanço. O Brasil avançou 35%, pelos cálculos da consultoria, quando o crescimento global foi de 27,6%.

O estudo também chama a atenção da Rússia, que estreia no ranking dos 10 mercados eletrônicos que mais crescem, com um aumento estimado de 26,1% em 2021.

Maiores e-commerces
Em 2021, a região Ásia-Pacífico será de longe o maior mercado de comércio eletrônico de varejo, com vendas digitais chegando a quase US $ 3 trilhões. Assim, seu e-commerce se tornará três vezes maior que o varejo eletrônico da América do Norte e quase cinco vezes maiores do que na Europa Ocidental.

A China é o mercado maior comércio eletrônico do mundo por uma grande considerável. “O grande número de compradores digitais e seu crescente poder de compra coletiva manterão a China na liderança em qualquer futuro previsível”, prevê o estudo. A China corresponderá por ​​52,1% de todas as vendas de comércio eletrônico no varejo em todo o mundo neste ano, ultrapassando, em muito, os 19% dos EUA.

Ainda no subcontinente asiático, a Índia é a grande promissora porque acredita-se que seu potencial para comércio eletrônico ainda não foi explorado, muito por conta da pandemia, o que deve manter o crescimento latente entre 2021 e 2025.

A América do Norte será a segunda maior região, com as vendas no varejo digital em torno de US $ 1 trilhão neste ano. A América Latina, que ficou atrás da Europa Central e Oriental em 2020, vai superá-las em 2021 mediante sua contínua arrancada em países como Brasil e Argentina, com vendas estimadas US $ 131,4 bilhões. Dado o forte incremento do e-commerce brasileiro em 2020 e 2021, o País deve fechar o ano como 10 º maior varejo eletrônico do mundo.

Ainda assim, os cinco principais mercados de comércio eletrônico permaneceram os mesmos desde 2018, e a previsão é que China, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul continuem como os cinco principais até 2025. O estudo aponta que há uma concentração nos países com mais aumento e tamanho de e-commerce, já que o número de países onde o comércio eletrônico deve expandir dois dígitos está aumentando.

“Antes da pandemia, apenas oito dos 32 mercados que cobrimos registravam penetração do comércio eletrônico na casa dos dois dígitos. Em 2020, essa lista se expandiu para 16 mercados e incluirá 22 mercados até 2025”, aponta o estudo.

Pipeline Capital apresenta mapa do ecossistema de e-commerce brasileiro de 2021

Pipeline Capital, uma Capital Tech Driven Company, lançou para o mercado, nesta terça-feira (20), um scape report que traz o mais completo ecossistema do e-commerce brasileiro. O E-Commerce Brasil é parceiro do estudo e um dos responsáveis pela divulgação ao mercado. Como uma empresa está ligada a outra? Como funciona e o que move o e-commerce no Brasil?
O scape report do ecossistema do e-commerce brasileiro é uma ferramenta de conhecimento e um guia de oportunidades de negócios para toda a indústria.

Essa nova edição traz mais 770 soluções e serviços para e-commerce, categorizados e com destaque especial aos mantenedores do Projeto E-Commerce Brasil 2021. Todos os 106 mantenedores do ECBR estão representados em meio a um ecossistema de dar orgulho.

Um dos grandes desafios das empresas, sejam elas grandes ou pequenas, é entender o seu mercado. Hoje as segmentações estão cada vez mais complexas com novos mercados nascendo constantemente, a ideia do Scape Report é ajudar a sua empresa se posicionar, definir estratégias e até procurar fornecedores.

O anúncio oficial do novo scape report do ecossistema do e-commerce brasileiro aconteceu no evento Big Solutions – Black Friday 2021, do E-Commerce Brasil.

Com relação ao divulgado no ano passado, nota-se o grande crescimento do e-commerce brasileiro em menos de 12 meses, com um salto de mais de 100 empresas. Em sua missão de fomentar o mercado de comércio eletrônico, o E-Commerce Brasil é parceiro da Pipeline Capital na divulgação do material.

O mapa do ecossistema do e-commerce brasileiro está disponível para download no link abaixo (fonte desta matéria).

Com ampliação de frota ecoeficiente, Americanas S.A. encerrará o ano com 500 veículos

Segundo testes realizados, automóveis elétricos têm autonomia de até um dia e meio de operações; eles serão usados na etapa última milha da logística de entrega, que começa ainda neste mês.

A Americanas S.A. anunciou que iniciará a operação com automóveis elétricos ainda neste mês. Com o novo modal, a companhia prevê encerrar o ano com uma frota ecoeficiente de mais de 500 veículos. Além dos automóveis, a frota também será composta por 150 tuk-tuks e 170 bicicletas comuns e elétricas que atuam no last mile, a última milha da logística de entrega de produtos.

De acordo com a empresa, a iniciativa vai ao encontro das metas da Americanas S.A., que consistem em ter 10% do total de entregas ecoeficientes em 2021 e neutralizar as emissões de carbono de toda a companhia até 2025. Os compromissos fazem parte da estratégia ESG (em português, Ambiental, Social e Governança) da Americanas S.A. para mitigar os efeitos da mudança global do clima. A questão é tema do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 da Agenda 2030 da ONU.

De acordo com Welington Souza, diretor da LET’s plataforma de logística e fulfillment da Americanas S.A., a empresa quer ser um player que contribui para a construção da logística do futuro.

“Os veículos elétricos são mais um importante passo na estratégia de sustentabilidade da companhia e uma alternativa logística para a redução das emissões de carbono, contribuindo para o movimento de transição para uma economia de baixo carbono. Com a nova operação, vamos evitar a emissão de mais de 350 toneladas de CO² equivalente no meio ambiente entre junho e dezembro deste ano.” – Welington Souza, diretor da LET’s plataforma de logística e fulfillment da Amaericanas S.A.

VEÍCULOS: AUTONOMIA DE UM DIA E MEIO DE OPERAÇÃO
A nova frota de carros elétricos é especializada no transporte de carga e circulará, inicialmente, com 80 utilitários nas áreas metropolitanas de São Paulo, em Campinas e Ribeirão Preto, além da cidade do Rio de Janeiro. Até dezembro deste ano, chegarão outros 100 automóveis, que permitirão expandir a operação da frota elétrica para outras praças, como Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Porto Alegre.

Testes realizados pela companhia mostram que cada veículo deste tipo possui autonomia de 200 km a 250 km com uma carga completa de bateria, o suficiente para um dia e meio de operação.

“Além dos ganhos ao meio ambiente, os veículos elétricos têm um custo menor de operação. Os gastos com ‘combustível’ chegam a uma redução de 90%, dependendo da faixa de horário do carregamento”, comenta Welington. Outra vantagem apontada é a manutenção do motor que, por ser elétrico, não tem peças mecânicas, óleo, atrito.

Os investimentos na iniciativa incluem a compra de veículos, locação de carregadores e carros elétricos, software de gestão, equipes de motoristas e gestão da frota, e adequação da infraestrutura. A companhia está realizando adaptações em 21 hubs last mile nas cidades previstas, incluindo cabeamento de média tensão de energia nos centros de distribuição e a implementação da tecnologia para gestão da frota.

A chegada da nova frota de automóveis elétricos irá gerar cerca de 200 oportunidades diretas e indiretas de emprego, incluindo uma equipe dedicada a gerir toda a frota. Os motoristas dos veículos receberão capacitação especial e serão beneficiados por guiar modelos de carros que oferecem maior conforto e ergonomia.

BICICLETAS E TUK-TUKS ELÉTRICOS
A Americanas S.A. tem investido em iniciativas ecoeficientes de entrega. Em 2020, a companhia alcançou o marco de 1,8 milhão de entregas com bicicletas e adquiriu uma malha própria de bikes elétricas que operam hoje nas principais capitais do país. Neste ano, a companhia também anunciou o início da operação com 90 tuk-tuks elétricos nas principais capitais das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, além de caminhões movidos a biometano e gás natural que têm capacidade para transportar até 23 toneladas de carga.

‘Só não vamos vender o que não é permitido por lei’, diz presidente do Mercado Livre

Empresa quer oferecer na sua plataforma investimentos, inclusive de terceiros, e planeja vender produtos frescos e congelados, revela Stelleo Tolda.

De hortaliças ao carro zero, o Mercado Livre pretende negociar tudo. “Só não vamos vender o que não é permitido por lei”, diz o CEO da empresa, Stelleo Tolda. Nos planos da plataforma de marketplace para os próximos meses, está oferecer produtos frescos e congelados de supermercados, o que exigirá uma adaptação de sua logística. E, ainda, distribuir novos serviços financeiros, como fundos de investimentos, inclusive de terceiros, e uma gama maior de seguros.
Para isso, está no radar pedir uma autorização para a Susep, órgão regulador do mercado segurador – a empresa já tem hoje duas licenças do Banco Central e opera como instituição financeira. O objetivo é ampliar o leque de comodidades a clientes e lojistas e, assim, engajar mais usuários em sua plataforma.
Após forte expansão durante a pandemia, a próxima fronteira do comércio eletrônico, diz Steleo, é encurtar o tempo de entrega dos produtos. Isso vai exigir ainda mais investimentos em logística.
O Mercado Livre hoje vende quase tudo, praticamente de alface, ou itens de supermercado, a carro novo. Tem alguma coisa que vocês não vão vender nunca?
Só aquilo que não é permitido por lei. Somos um canal, uma vitrine muito grande. Vamos fazer 22 anos em agosto e surgimos com essa ideia de que a internet pode democratizar o comércio. Lançar uma categoria nova envolve desafios, de ter oferta e boa qualidade de produtos. Você falou alface e isso representa um segmento muito importante que é o de produtos frescos dentro da categoria supermercado. Esse é um objetivo nosso e vamos lançar (a categoria de produtos frescos, a empresa já atua no segmento supermercado). É um passo grande de trabalhar com produtos frios, frescos e congelados. É algo que hoje não temos e estamos desenvolvendo a cadeia logística que dá suporte a isso. É uma nova fronteira.
Mas concorrentes como as Americanas e a Magazine Luiza já oferecem produtos frescos…
Eles compraram empresas para fazer isso. Americanas comprou o Supermercado Now. Magalu fez aquisições nesse sentido também. Nós estamos desenvolvendo soluções internas. Por isso, estamos demorando mais do que os outros, mas é uma categoria que promete muito. Essa categoria tem uma penetração baixa. Antes da pandemia já tínhamos decidido entrar na categoria de supermercado, por ter uma frequência maior e pouco explorada no e-commerce. A pandemia acelerou esses planos.
O movimento de entrar nesses novos segmentos vem acompanhado de loja própria?
Não é o nosso plano ter loja do Mercado Livre. Trabalhamos com parceiros e entendemos que com eles a gente consegue atingir nosso objetivo de atender aos consumidores. Mas nossa logística precisa se adaptar a essa demanda. Hoje ela não está preparada para isso. E não só com a cadeia de frio, como ter locais nos centros de distribuição para armazenar produtos congelados, mas também à velocidade de entrega. Quem compra quer receber em poucas horas e às vezes em poucos minutos. Isso pressupõe ter uma rede logística que inclui locais mais próximos ao consumidor. Mas esses locais não precisam ser com as portas abertas ao consumidor. Mas precisamos adaptar nossa rede logística se quisermos ser relevantes nessa categoria.
Aquisição faz parte da estratégia?

Estamos abertos, mas não é nossa prioridade. Costumamos desenvolver nossa tecnologia dentro de casa.
O Mercado Livre tem investido muito em soluções financeiras para lojistas e consumidores. Está no radar oferecer serviços financeiros para o usuário final através do Mercado Pago? A empresa já oferece investimentos em CDBs, poderá atuar também com fundos de investimentos?
Já atuamos em pagamento, em investimentos, em crédito e começamos a atuar em seguros. Temos duas licenças no Banco Central. A de instituição de pagamento permite ter uma conta digital, fazendo PIX de um banco para a conta no Mercado Pago e assim o cliente usar os recursos. Além do consumidor final, há serviços para os lojistas do marketplace, como soluções de pagamento, como as maquininhas (de cartão de crédito). Temos uma oferta de crédito voltado tanto para pessoa jurídica, como capital de giro, como empréstimo pessoal voltado para pessoa física, que está integrado no checkout do marketplace. É uma forma de pagamento que o usuário que não tem cartão de crédito pode usufruir. Nós também temos cartão de crédito próprio, somos emissores. Temos uma segunda licença do BC, que é de instituição financeira, não como banco, mas como financeira. Isso nos permite emprestar aos nossos consumidores e lojistas e permite captar no sistema financeiro. O CDB é parte da nossa estratégia de captação. Temos linhas com outras instituições. Temos FDICs (fundos de investimentos em títulos de crédito) onde temos captado também. E o CDB voltado também para o público de varejo.
Mas os FDICs e os CDBs do Mercado Livre hoje são distribuídos por corretoras, não é uma distribuição direta do Mercado Livre. Há planos de oferecer esses investimentos diretamente na sua plataforma?
Por enquanto são corretoras que às vezes encarteiram (ou seja, deixam os CDBs da empresa na carteira própria de investimentos das corretoras) ou que oferecem aos seus clientes. Temos o intuito, por sermos uma plataforma com a possibilidade de acessar o cliente pessoa física e de distribuição, de poder fazer isso no próprio Mercado Pago. Hoje, que tem dinheiro no Mercado Pago pode deixar o dinheiro rendendo e o produto que temos para isso é uma conta remuneradora simples que rende CDI. Mas queremos permitir que seja possível acessar outros produtos como o CDB do Mercado Pago e, eventualmente, até produtos de terceiros, é algo que não descartamos. Conforme o volume de recursos aumente e se sofistique a base de usuários, a gente cogita disponibilizar outros produtos e ser eventualmente uma distribuidora desses produtos (fundos e outros investimentos) de outras empresas e não só do Mercado Pago.
Há planos também para ampliar a oferta de seguros?
Seguros é um outro capítulo, começamos mais recentemente com seguro contra roubo e dano de produtos eletrônicos. E temos oferecido garantia estendida na venda de eletroeletrônicos. Foi a nossa primeira entrada neste segmento. Mas vemos com bons olhos a nossa plataforma de distribuição para outras categorias de seguros.
Mas faz sentido nos seus planos oferecer seguros que não são vinculados exatamente a consumo ou a produto? Faz sentido oferecer seguros de vida ou previdência, por exemplo?
A gente acredita que sim. Hoje os produtos são mais aderentes ao que já fazemos, por exemplo, você compra um tablet no mercado livre e no checkout a gente oferece a possibilidade da garantia estendida, é muito orgânico isso. Outros produtos não são tão integrados no fluxo de compra, mas podem fazer sentido dentro da oferta do Mercado Pago. Uma categoria que a gente explora ainda pouco é o segmento tanto de crédito como de seguros automotivos. Hoje não oferecemos isso. E entendemos que há uma demanda do crédito para aquisição de veículos, hoje oferecemos através de terceiros. Queremos fazer isso pelo próprio Mercado Livre futuramente. E o seguro automotivo faz todo o sentido para criar um vínculo com o consumidor que adquiriu o veículo na nossa plataforma, que contratou um empréstimo na nossa plataforma e que também na sequência pode contratar um seguro conosco.
Mas é preciso pedir autorização para isso. Está nos planos ir à Susep (órgão regulador do mercado de seguros)?
Está dentro das nossas possibilidades. Mas não tem como precisar datas. É algo que vai acontecer em pouco tempo.
Qual horizonte de prazo para essas novidades, para atuar em produtos frescos de supermercado e oferecer mais serviços financeiros?
São projetos para os próximos trimestres. Será dentro do prazo de um ano no máximo.

O uso de inteligência de dados sobre os clientes (lojistas e consumidores) facilita a oferta de produtos mais acessíveis ou permite, por exemplo, uma melhor avaliação do risco de crédito desses clientes? Esse é um diferencial que o Mercado Livre, por ser um marketplace de varejo, tem em relação a outros players do setor financeiro?
Sim, e te dou um exemplo concreto. Quando começamos a oferecer empréstimos para nossos vendedores, fizemos primeiro uma avaliação de risco da nossa base de vendedores, a partir de informações disponíveis em birôs de crédito, dados externos. Mas também acessamos as informações desses vendedores na nossa plataforma, das vendas, histórico, reputação. Com base nessas informações externas e internas criamos este score (avaliação) de risco, e passamos a oferecer empréstimos a taxas muito competitivas, que eles não conseguiriam em outras instituições financeiras. E com uma facilidade muito grande da interface do Mercado Pago. O crédito também era sem garantia, algo que muitas vezes complicava a vida de quem queria contratar um empréstimo. E tudo isso só é possível graças às informações que a gente tinha desses vendedores. E os empréstimos têm essa intenção, de que o vendedor continue a vender conosco.
Qual é o peso da receita com serviços financeiros dentro dos resultados do grupo?
O maior volume de nossa receita vem do comércio, mas a parte financeira é relevante. (No primeiro trimestre deste ano, o Mercado Pago teve receita de US$ 277 milhões, um quinto da receita total do Mercado Livre no período, que foi de US$ 1,4 bilhões)
O Mercado Livre é uma empresa argentina com forte presença na América Latina. Como vê os impactos da pandemia na região?
A pandemia tem um impacto grande na economia. A América Latina foi a região mais afetada do mundo, se olharmos o número de casos e de mortes por milhão. Estamos entre os “Top 15” com Brasil, Peru, Argentina e Colômbia, ao menos. A região foi fortemente afetada e ainda está. Até o Chile está sofrendo com a pandemia, apesar da vacinação lá estar mais adiantada. Aliás, não é só a pandemia. Há questões políticas, de mudanças de regime, de constituinte como no Chile. É uma região que passa por suas turbulências. Mas, do ponto de vista do comércio eletrônico, de serviços financeiros e de digitalização, ainda é uma região onde a penetração ainda é muito baixa. O potencial de crescimento tanto do comércio eletrônico como dos serviços financeiros é enorme. A pandemia gerou uma demanda crescente por esses serviços, por ter o comércio de rua fechado em diferentes momentos. E também pelo fato de os governos usarem a carteiras digitais para pagar benefícios sociais para combater os efeitos econômicos da pandemia. Não foi só no Brasil, mas em outros países. E indiretamente esse pagamento de benefícios fez acelerar o uso de carteiras digitais.
Quem usou carteira digital além do Brasil?
Praticamente todos os países da região tiveram algum tipo de auxílio e, em alguns casos, ele foi disponível em carteira eletrônica. Além do Brasil, teve a Argentina. O pagamento do auxílio impulsionou o comércio eletrônico. Quando são pagos, há impulso. O Chile é um caso emblemático, pois é o que ainda cresce a três dígitos (no Mercado Livre) e se torna mais relevante.
O Mercado Livre cresceu muito na pandemia. E com o crescimento vieram queixas, como a de alguns vendedores que reclamam, por exemplo, de concorrência desleal com a plataforma e de ficarem “dependentes” do Mercado Livre.
A gente nasceu com visão de marketplace e de democratizar o acesso ao comércio a empreendedores que viram no canal on-line uma opção para vender. Somos uma plataforma aberta e democrática e que inclui muitos vendedores. Trabalhamos com uma oferta muito ampla que não está concentrada apenas nas grandes marcas, no grande varejo. Dito isso, a gente tem visto um crescimento na concorrência. Hoje o Mercado de Livre está longe de ser a única opção caso o vendedor decida vender on-line. Ele tem várias opções. Estamos procurando cativar os vendedores através de uma oferta de serviços maior. Por isso, lançamos o Mercado Pago, que é de 2004. Depois, lançamos o Mercado Envios, por conta de nossa atuação na área logística, também permitindo ao vendedor se concentrar no que ele faz melhor, que é o relacionamento com fornecedores e a descoberta de produtos, deixando essa parte operacional com o Mercado Livre. Temos investido muito na logística, inclusive tirando o volume que no passado dependíamos dos Correios para fazer isso dentro de casa. É dessa forma que queremos cativar nossos vendedores, não é através de tarifas nem de exclusividade, que não é prática neste mercado, é através de melhores serviços. E os vendedores têm opções, então é difícil falar em práticas anticompetitivas quando há vários outros canais à disposição.
Alguma chance de o Mercado Livre se interessar pela privatização dos Correios?
Zero chance. Nos últimos três anos, investimos fortemente para desenvolver nossa rede logística própria, com centros de distribuição, rede de transporte com transportadoras espalhadas pelo Brasil, inclusive vans, carretas próprias e até mesmo aviões. A gente deixou de ter uma dependência dos Correios. Em dezembro de 2017, 90% do nosso volume iam através dos Correios. E hoje esse volume é menos de 10% pelos Correios, e os outros 90% são através de nossa rede logística. Como cidadão, tenho interesse em ver os Correios melhorarem seus serviços. Acredito que a privatização é bom caminho para isso. Mas a nossa participação na privatização vai se limitar a ser um cliente. Espero que quem ganhe essa privatização consiga tornar a operação dos Correios mais amigável para o mercado.
Qual será o próximo passo do comércio on-line nesse gradativo retorno à normalidade? Será a entrega mais rápida, como até virou alvo de disputa entre Mercado Livre, Americanas e Magalu no Conar (conselho de autorregulamentação de publicidade)?
Todo mundo está usando (o lema “entrega mais rápida”). O Conar ficou ali em cima do muro, pois cada um apresentou seu estudo. No fim das contas, o consumidor é que sabe quem é mais rápido e em quem deve confiar mais. O consumidor também tem escolha. A logística só evolui. Antes a nossa métrica era um percentual de entregas que ocorriam em até 48 horas, que é de 80% do total. Já estamos trabalhando com a métrica de entrega que é feita em 24 horas e também o percentual entregue no mesmo dia. E queremos crescer esses percentuais, com mais produto entregues no mesmo dia. Então a próxima fronteira é sim evoluir nessa logística. A expectativa do consumidor é crescente. Antes da pandemia, a penetração do e-commerce era de 6% e hoje já supera 10%. E esse crescimento só ocorreu porque o consumidor estava satisfeito. E vai continuar crescendo.
O Mercado Livre tem feito parcerias com empresas de streaming, como Disney+. Alguns concorrentes, como a Amazon, têm seu próprio serviço. O Mercado Livre pensa em atuar também em streaming?
Temos o nosso programa de fidelidade, da empresa Mercado Livre, não só do negócio de comércio ou do negócio de pagamentos, e da empresa como um todo, no qual a gente oferece benefícios a partir da frequência de usos nas duas plataformas, de comércio e de pagamentos. E a parte do conteúdo é muito relevante nessa oferta. Queremos trazer mais benefícios para nossos usuários mais leais e parte disso se traduz em melhor acesso, acesso mais barato ou até mesmo gratuito, a conteúdo. Não temos a intenção de desenvolver conteúdo próprio, entendemos que esse não é a nossa expertise. Temos sim investido em trazer mais conteúdo, como HBOMax, DisneyPlus e Deezer. A nossa ideia é trabalhar mais parcerias para fidelizar ainda mais nossos usuários. Mas não só conteúdo, tem o nosso cartão de crédito no mercado pago, tudo faz parte da estratégia de gerar mais engajamento do nosso cliente.
A empresa tem a estratégia de atuar ainda mais como vendedor diretamente, usando a marca Mercado Livre?

O Mercado Livre surgiu como marketplace mas vê a necessidade de atuar em determinados segmentos nos quais a oferta de nossos vendedores é limitada como vendedor direto, ou adquirindo produtos para revendas, de marcas conhecidas, ou com a estratégia de marca própria. Ainda é incipiente, mas vemos com potencial. A gente se viu limitado em determinados momentos em que a demanda cresce muito, como Black Friday. Se a gente depender, como dependíamos até então, simplesmente dos nossos vendedores, não tínhamos acesso a bons produtos a bons preços. É uma estratégia que veio para ficar, mas a venda direta será uma atuação complementar.

Comércio eletrônico tem alta de 13% nas vendas

Crescimento foi no primeiro semestre de 2021 ante o do ano passado.
Nos primeiros seis meses deste ano, houve alta de 13,05% nas vendas e de 24,15% no faturamento do comércio eletrônico no Brasil. Ao comparar os meses de junho e maio, porém, houve queda de 1,02%.

Nessa comparação mensal, a região Sul registrou alta de 2,88% nas vendas; a Centro-Oeste teve queda de 0,97%; a Nordeste de 1,59%, a Sudeste de 1,69%; e a Norte, de 3,43%.

Os dados são do índice MCC-Enet, desenvolvido pela Neotrust Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).

Em maio de 2021, o e-commerce representou 11,9% do comércio varejista restrito (que não conta veículos, peças e materiais de construção). No acumulado dos últimos 12 meses, a participação do e-commerce no varejo corresponde a 10,9%. Esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 7 de julho.

Em equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 43,2% das compras foram feitas pelo e-commerce. Na categoria móveis e eletrodomésticos, 27,6% foram comprados on-line. Tecidos, vestuário e calçados tiveram penetração de 10,1% do comércio eletrônico.

Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 7,3%; outros artigos de usos pessoal e doméstico, 5,9%; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 3,4%; e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria, 2,5%.

De abril a junho de 2021, 18,5% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra on-line. Observa-se uma alta de 1,3 pontos porcentuais em relação ao trimestre anterior (17,2%). Já na comparação com o mesmo período em 2020 (10,1%), houve crescimento de 8,4 p.p.

Via obtém aprovação de licença de sociedade de crédito

Via comunicou na última sexta-feira (16) que recebeu aprovação final do Banco Central da licença de funcionamento da BNQI Sociedade de Crédito Direto (SCD), o que deve ampliar a oferta de serviços na sua plataforma de soluções financeiras.

“A autorização de atuação como SCD é transformacional para a Via, pois amplia de forma relevante o mercado endereçável de atuação, para um mercado muito além do varejo”, afirmou a empresa em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Além do tradicional crediário, o BNQI SCD poderá realizar, entre outras, operações de empréstimos e de financiamentos aos clientes e parceiros por plataforma eletrônica.

A empresa também considera que o BNQI SCD será uma importante alavanca para fidelização dos parceiros do seu marketplace, passando a oferecer serviços como financiamento para capital de giro, entre outros.

Compras on-line: Mais de 20 milhões de brasileiros usaram o e-commerce na pandemia

O balanço das vendas on-line no ano passado registrou um crescimento de 68%.
A pandemia e a crise sanitária vivenciadas em 2020 alteraram significativamente os hábitos de compra do brasileiro, em decorrência das políticas de isolamento social e as restrições comerciais, o consumidor brasileiro viu-se obrigado a adaptar-se a uma nova realidade e buscar novos meios para atender às suas necessidades.
Diante deste cenário, os e-commerces caíram nas graças do consumidor brasileiro. Segundo a pesquisa realizada com consumidores brasileiros pela Criteo, 56% dos participantes realizaram sua primeira compra on-line durante a pandemia, e 94% desejam manter esse hábito.
Assim, impulsionados pelo isolamento social e pelo fechamento do comércio, mais 20 milhões de brasileiros optaram por realizar suas compras em e-commerces em 2020. Os dados são da ABComm, Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, em conjunto com a Neotrust, segundo o estudo realizado pelas duas entidades, as mudanças observadas nos hábitos de compra do brasileiro no ano passado, garantiram ao comércio eletrônico o faturamento de R$126,3 bilhões.
Isso significa um aumento de 68% do setor e mais de 300 milhões de vendas on-line registradas no país. Para o vice-presidente da ABComm, Rodrigo Bandeira, o distanciamento social teve papel fundamental nos números registrados para construção deste cenário. Apesar do expressivo crescimento do setor nas duas últimas décadas, os números registrados em 2020 são surpreendentes.
Além disso, durante o período foi registrado o aumento de 400% no número de novos e-commerces no país. Ainda de acordo com a ABComm, esses números indicam que cerca de 100 mil lojas se tornaram digitais, adotando o e-commerce como estratégia para impulsionar suas vendas.
Aumento de golpes e cuidados com a sua segurança
Contudo, em contrapartida a esse cenário positivo, o crescimento do setor veio acompanhado do aumento no número de golpes virtuais. Segundo a Kaspersky, especialista em cibersegurança, foi registrado o aumento de 120% no número de ameaças contra dispositivos móveis desde o início da pandemia.
Além disso, o brasileiro é uma das principais vítimas dos fraudadores, sobretudo, sendo considerado os maiores alvos de ataques de phishing, com a média brasileira de 20% contra o índice global de 13%. Segundo Fábio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky, esse tipo de golpe é muito aplicado em compradores on-line, por isso, o crescimento do comércio virtual acaba incentivando o fraudador.
Para aproveitar da fragilidade do consumidor, o fraudador costuma enviar mensagens atrativas por SMS, e-mail ou ainda WhatsApp, apresentando ofertas e promoções vantajosas em lojas e sites falsos.
Para te ajudar a se proteger desse tipo de golpe, separamos a seguir alguns cuidados para garantir a segurança das suas compras on-line:
. Desconfie de preços Baixos
Desconfie sempre de super promoções e ofertas recebidas por SMS, e-mail, WhatsApp ou redes sociais, golpistas usam disso para direcioná-lo para sites falsos e replicar seus dados para futuros golpes. Ademais, boa parte dos produtos, principalmente, no comércio eletrônico, tem um preço médio ou ainda tabelado pela própria indústria, por isso, lembre-se que produtos com preços muito abaixo da média tem grande possibilidade de serem um golpe.
. Pesquise a reputação da loja
Uma boa forma de conhecer a reputação da loja e ela atende seus consumidores é por meio de portais de reclamação de consumidores, como o Reclame Aqui. Por lá, você tem um breve histórico da loja, os principais problemas registrados, assim como, as reclamações, a rapidez das respostas, a reputação da loja e se ela é confiável.
A Amazon, por exemplo, há 15 anos presente na plataforma contabiliza o percentual de 99,8% de reclamações respondidas, além do índice de aprovação 8,5/10, sendo uma das empresas com melhor índice de solução, do ponto de vista do consumidor. A partir desses dados, podemos afirmar que comprar na Amazon é seguro.
. Faça um cartão virtual
Com tempo de validade curto, o cartão virtual é uma boa maneira de você realizar suas compras e proteger seus dados, oferecido hoje pela maioria dos bancos, ele evita que seu cartão seja clonado caso você venha a fazer uma compra em um site malicioso.
. Cuidado com boletos
Tome cuidado com boletos falsos, muitos fraudadores enviam promoções falsas, como se fossem varejistas, para consumidores com links que direcionam a vítima para sites falsos. Por isso, evite clicar em links e opte por acessar, diretamente, o site oficial da loja, além disso, certifique os dados informados no boleto e que os mediadores de serviços de pagamento são confiáveis.
. Verifique o domínio do site
Verifique sempre a URL do site, muitos sites falsos possuem domínios e layouts similares aos verdadeiros. Por isso, confira se a URL e observe se a página não possui erros de português. Se ainda assim tiver dúvidas, pesquise pelo domínio na plataforma Whois. Sites fraudulentos, normalmente, têm menos de um ano de criação.
. Certifique-se que está comprando o produto certo
Esta pode parecer um absurdo, mas é muito comum golpistas anunciarem itens falsos ou usarem produtos novos e originais, por isso fique atento a comentários de outros consumidores, peça fotos para comprovar a veracidade do anúncio. E lembre-se que, por lei, você tem o direito de arrependimento de até 7 dias após o recebimento do produto.
. Consulte o Procon
Alguns Procons estaduais, como os do Rio de Janeiro e São Paulo, mantêm atualizada uma lista de sites com má reputação e que devem ser evitadas por consumidores. Por isso, sempre que possível análise consulte a lista disponível no site do Procon.

Conar manda Magalu e Mercado Livre provarem que têm entrega mais rápida

A briga pela entrega mais rápida do Brasil chegou ao “tribunal” do Conar – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Magazine Luiza e Mercado Livre, duas das maiores empresas de comércio eletrônico do país, acusam uma à outra de publicidade indevida ao estamparem superioridade na entrega dos produtos adquiridos.
As denúncias se referem a campanhas do final do ano passado e do início deste ano. A Americanas.com também foi denunciada pelo Mercado Livre, mas seu anúncio esteve restrito à Black Friday de 2020.
O Conar acolheu as denúncias e determinou que as companhias alterem suas propagandas: elas precisam atestar ao consumidor, por meio de pesquisas indicadas nos respectivos anúncios, a veracidade da informação (a entrega é mais rápida em quais condições ou localidades, por exemplo).
Mas agora o Magazine Luiza diz que o órgão atestou sua pesquisa e não a do Mercado Livre. Este, por sua vez, diz a mesma coisa sobre o Magazine Luiza.
“A decisão permite ao Mercado Livre continuar a adotar o claim ‘entrega mais rápida do Brasil’, desde que inclua um disclaimer que delimite com clareza e veracidade os parâmetros utilizados para afirmar tal liderança”, informou o Mercado Livre.
Já para o Magalu, a decisão do Conar é “clara ao permitir que a empresa continue a utilizar a expressão ‘Entrega Mais Rápida do Brasil’, devendo apenas incluir determinadas informações sobre a metodologia empregada na pesquisa que comprova esse fato”.
O Mercado Livre diz que se baseou em estudo independente do instituto OnYou que considera compras reais, feitas nos principais marketplaces e em diversas capitais e cidades do interior de todas as regiões do país, e que tal estudo comprova que, “dentre os prazos de entrega de todos os marketplaces pesquisados”, tem a entrega mais rápida.
O Magalu também diz basear-se em pesquisa. Seu levantamento, afirma, considera os prazos de entrega de oito empresas do setor, em 45 praças, entre capitais e cidades do interior, e de mais de 3 500 produtos de 48 categorias diferentes.
No caso da Americanas, a empresa afirmou que o debate no Conar envolve a sua campanha da Black Friday de 2020, e que o órgão já reconheceu que oferecia “a modalidade mais rápida de entrega em produtos e locais elegíveis”.
A sentença em relação às três campanhas, que apregoam o mesmo diferencial foi proferida na último dia 30 de junho. As empresas podem recorrer -Mercado Livre confirmou que fará isso, enquanto o Magalu disse que manterá detalhes das discussões restritas ao Conar. Mas é de praxe que as companhias atendam à recomendação do conselho (no caso, alterem os anúncios) até o resultado da revisão da sentença.
O Conar é um órgão de autorregulamentação e não fiscalização: as empresas, em tese, não são obrigadas a seguir as determinações. Mas desde que o Conar foi criado, em 1978, em meio à ditadura militar no Brasil, o setor privado se comprometeu a seguir as sentenças do órgão, para evitar qualquer tipo de censura ou regulação por parte do governo. E segue assim até hoje.
As sentenças do Conar são dadas por um colegiado que trabalha de maneira voluntária, formado por cerca de 200 representantes de agências publicitárias, veículos de mídia, institutos de pesquisa e especialistas em consumo.
COMÉRCIO ELETRÔNICO
No efervescente comércio eletrônico, que movimentou R$ 87,4 bilhões no ano passado, alta de 41% sobre 2019, o nome do jogo é logística. Quem tem o produto e pode entrega-lo mais rápido ganha o consumidor. A pandemia intensificou a disputa entre as maiores redes, que continua acirrada em 2021. Dados da consultoria Ebit|Nielsen apontam que, só no primeiro trimestre, o e-commerce cresceu 38,2% em relação ao mesmo período de 2020, para R$ 22,6 bilhões.
As empresas vêm fazendo investimentos gigantescos na sua cadeia logística para dar conta do recado, inclusive ampliando a gama de serviços nos seus marketplaces (shoppings virtuais, em que pequenos varejistas vendem seus produtos e pagam uma comissão ao dono do site, às vezes também pela entrega).
O Magazine Luiza anunciou este ano a contratação de cerca de 3.200 pessoas para trabalhar na área logística, o dobro do que havia contratado no ano passado. No Magalu, a área soma 6.800 colaboradores -contra 2.200 de 2017. Até o final do primeiro trimestre deste ano, a empresa tinha 25 centros de distribuição (CDs) e 37 estações de cross docking (pontos para preparar a mercadoria e sua documentação).
O Mercado Livre investiu R$ 4 bilhões no ano passado no Brasil, sendo que boa parte deste total foi destinada à entrega de mercadorias. Em 2021, o investimento total é de R$ 10 bilhões, incluindo logística para atingir mais regiões com entregas em até 48 horas. Este ano, a empresa está abrindo 7.200 vagas (em todas as áreas), o que deve mais do que dobrar o número de colaboradores de 2020, de cerca de 5.000.
Na Americanas, foram investidos cerca de R$ 700 milhões em tecnologia e logística no ano passado. No primeiro trimestre, 44% das entregas foram feitas em até 24 horas, frente ao patamar de 40% observado em dezembro. Ainda em dezembro do ano passado, o Magalu anunciava 45% das entregas em 24 horas.
Não por acaso, em 2020 o Brasil avançou dez posições no Índice Mundial de Comércio Eletrônico da Unctad (Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvovimento), que mede a situação do comércio digital. Em um ranking de 152 países, o Brasil ficou no 62º lugar. Segundo a Unctad, o Mercado Livre é o maior player de comércio eletrônico da América Latina.