Amazon investe em transportadora para crescer marketplace no Brasil, dizem fontes

A Amazon aposta no apoio da Total Express para diminuir o tempo de entrega de itens de revendedores parceiros no seu marketplace no Brasil.

A Amazon.com comprou uma participação minoritária na transportadora de mercadorias Total Express, para acelerar o crescimento de seu marketplace no Brasil, disseram ao Scoop by Mover duas fontes com conhecimento direto do negócio.

Primeiro investimento da gigante do e-commerce no segmento no país, a Amazon exerceu uma opção para comprar 9,68% da holding que controla a Total, de acordo com as fontes e documentos revisados pelo Scoop. A Abril Comunicações controla os 90,32% restantes na holding, que está sediada em Delaware, nos Estados Unidos.

As fontes não revelaram o valor da transação. A decisão reflete a necessidade da Amazon em garantir um serviço confiável de transportes de encomendas no Brasil como forma de aperfeiçoar as entregas na chamada “última milha”.

Procurada, a Amazon não comentou. A Total Express confirmou o negócio.

A transação ainda depende de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, disse a Total ao Scoop, notando que a participação da Amazon não afetará o controle, a governança e o modelo de gestão da transportadora.

Com receita de R$1,2 bilhão em 2021, a Total Express tem crescido rapidamente para concorrer de forma mais eficaz com a estatal Correios. De acordo com cálculos feitos pelo escritório de advocacia BMA, baseado em dados da NielsenIQ, o setor de entregas faturou perto de R$39 bilhões no ano passado.

Marketplaces
O e-commerce movimentou no Brasil R$182,7 bilhões em 2021, de acordo com levantamento feito pela consultoria NielsenIQ. As vendas de produtos de terceiros, nos diferentes marketplaces, representaram pouco mais de 70% desse volume, indica a pesquisa.

A Amazon não divulga o volume geral de vendas de seu marketplace no país. Contudo, as estimativas feitas pela companhia e presentes nos documentos enviados ao Scoop indicam que as vendas feitas por meio de seu ecossistema representam menos de 10% do segmento e que ele seria o quinto maior do país em volume geral de vendas.

Estão à frente Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza e Shopee. Atrás, viriam Via Varejo e Carrefour.

Líder do segmento no Brasil, a Mercado Livre fez um movimento similar um ano atrás ao comprar a plataforma de encomendas Kangu — empresa que realiza entregas em até um dia para mais de 2 mil cidades no Brasil.

Outras concorrentes também fizeram investimentos em transportadoras em anos recentes. A Via, em janeiro deste ano, anunciou a aquisição da CNT, uma startup do segmento. A transação visava o aperfeiçoamento da cadeia logística da companhia para atender os diferentes marketplaces das marcas Casas Bahia, Ponto, Extra.com.br e AsapLog.

A Magazine Luiza, outro gigante no e-commerce, iniciou esse movimento há mais tempo. Em 2018, adquiriu a Logbee, e no ano passado comprou a Sode, com a promessa de realizar entregas em uma hora.

A explicação por trás do interesse das varejistas em melhorar o tempo de entregas está na taxa de conversão das compras. À época da aquisição da Sode, a Magazine Luiza argumentou que a taxa de conversão de vendas que seriam entregues em até uma hora era 62% maior quando comparado com prazos superiores a 48 horas.

Segundo as fontes, a Amazon aposta no apoio da Total Express para diminuir o tempo de entrega de itens de revendedores parceiros no seu marketplace, reforçando a tendência iniciada por seus concorrentes neste segmento.

Na terça-feira, a Amazon anunciou um investimento no segmento de entregas nos Estados Unidos. A companhia adquiriu 2% da empresa de entrega de refeições GrubHub, de propriedade da Just Eat Takeaway.

Fonte : https://site.tc.com.br/noticias/mercados/amazon-investe-em-transportadora-para-crescer-marketplace-no-brasil-dizem-fontes

Shopee completa 6 centros de distribuição para ampliar logística no Brasil

A Shopee anunciou expansão logística e completa seis centros de distribuição no país, além de mini centros para a última milha próximos ao mercado consumidor para melhor atender à demanda de seus mais de 2 milhões de vendedores brasileiros registrados na plataforma.

Os espaços estão localizados em Barueri (SP), São João do Meriti (RJ), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Contagem (MG) e Santana do Parnaíba (SP). Atualmente, são mais de 150 vagas abertas na área de logística da empresa.

Segundo a empresa, os centros de distribuição funcionam na modalidade conhecida como cross-docking. Os parceiros logísticos coletam os produtos que são direcionados a unidade logística mais próxima para serem separados e organizados para as regiões de destino por meio da malha logística da Shopee.

O objetivo com os novos pontos de conexão entre estados é otimizar os processos desde a coleta até a entrega dos produtos de vendedores locais aos consumidores no Brasil.

A empresa possui mais de 10 parceiros logísticos, além dos Correios, com atendimento em todas as cidades brasileiras.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/shopee-ampliacao-logistica-centros-distribuicao/

BBM Logística registra receita bruta de R$ 422,7 milhões no primeiro trimestre de 2022

A BBM Logística, anunciou na última terça-feira (17), os resultados do 1º trimestre do ano de 2022. Entre janeiro e março, a companhia alcançou receita bruta de R$ 422,7 milhões, uma alta de 19,7% em relação ao mesmo período de 2021. De acordo com a BBM, esse foi o melhor desempenho em um primeiro trimestre da história da companhia.

Entre as áreas que mais avançaram, um destaque para o E-commerce, que registrou crescimento de 33% – com 3,3 milhões de pedidos entregues –, e as atividades de Internacional, com alta de 247% nos primeiros três meses do ano. Outros pontos altos foram os setores de Contratos Dedicados (DCCs) florestais, que tiveram alta de 26%, e os industriais, com crescimento de 25%.

Diante do cenário tenso para os operadores – marcado pela inflação e o aumento constante do diesel –, o comunicado da BBM à imprensa destaca que a companhia se dedicou a recompor preços junto aos clientes (alcançando 90% da base da carteira) e em iniciativas para aumentar eficiência operacional e reduzir custos.

“O foco foi recompormos margens, corrigindo preços e buscando iniciativas para aumentar a eficiência operacional e reduzir custos. Os impactos positivos nos resultados começaram a ser registrados principalmente a partir do final do trimestre, mas há boas expectativas de reflexos mais relevantes ao longo dos próximos meses.” – André Prado, CEO da BBM Logística.

CONTRATOS E ACORDOS COMERCIAIS

Os resultados do primeiro trimestre deste ano foram impactos pelos contratos de parceria fechados pela BMM para produtos estratégicos nas operações de Carga Lotação (FTL)/Intermodal, Rodoviário Internacional, Cargas Fracionadas (LTL) e E-commerce.

A divisão de Contratos Dedicados Florestal e Agro (DCC F&A) fechou dois acordos com a maior produtora e exportadora de papéis do país – um deles para transporte rodoviário e florestal de toras de madeira das áreas florestais e pátios externos para as fábricas e clientes e o outro para carregamento de madeira e apoio ao transporte florestal.

Com prazos de vigência de seis anos e possibilidade de renovação, esses dois contratos envolverão uma movimentação mensal acima de 400 mil toneladas – de acordo com os preços atuais, a operação gerará uma receita próxima de R$ 1 bilhão no período. Somente a operação de transporte de longas distâncias representa o maior contrato assinado na história do grupo BBM.

Ainda na área de DCC F&A, a companhia finalizou a renovação da frota em Butiá, Operação Florestal no Rio Grande do Sul, que deverá trazer maior eficiência operacional e menor custos para os próximos períodos.

Nos Contratos Dedicados Indústria (DCC Industry), vale ressaltar a expansão das operações de gases em São Luís (MA), que se soma à unidade de Imperatriz no estado, como parte da estratégia de ampliação de negócios no Nordeste. Também entraram em operação em Paulínia (SP) mais 15 cavalos mecânicos 6×2 para atendimento ao segmento químico.

No segmento de Gestão de Transportes (TM), a atividade de Cargas Fracionadas (LTL) registrou em março o maior faturamento da história. A receita líquida do segmento totalizou R$ 225,2 milhões, alta de 11,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

AQUISIÇÕES E EMISSÃO DE DEBÊNTURES

As aquisições também permanecem como parte da estratégia da companhia para expandir as atividades. Nos últimos anos, a BBM adquiriu empresas de altíssima reputação como Transeich (2018), Translovato (2019), Translag (2020) e Diálogo (2020).

“Mais de 30 empresas foram analisadas ao longo do 1º trimestre de 2022, com foco em oportunidades que permitam ampliar nosso leque de soluções aos clientes”, explica André Prado. “Continuamos avaliando potenciais aquisições que complementem o portfólio de serviços e a abrangência geográfica, bem como acompanhando o desenvolvimento do setor para definir o melhor momento de concretizar novos negócios.”

Na seunda-feira (16), a BBM realizou a primeira integralização da 3ª emissão de debêntures no montante de até R$ 200 milhões.

Fonte : https://revistamundologistica.com.br/noticias/bbm-logistica-registra-receita-bruta-de-r$-4227-milhoes-no-primeiro-trimestre-de-2022

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Shopee, marketplace de Cingapura, enfrenta problemas de logística no Brasil

Lojistas criticam atrasos após grupo elevar venda para ganhar mercado – equipe foi criada para gerenciar a crise

A plataforma de venda on-line Shopee, controlada pela Sea Limited, de Cingapura, está enfrentando uma série de problemas em sua logística no Brasil, apurou o Valor. Crescimento acima da capacidade de gerenciamento, excesso de ações comerciais em curto espaço de tempo – para tentar acelerar tráfego de clientes e vendas – e estrutura de transporte e atendimento insuficientes obrigaram a companhia a montar um plano de ação, dizem fontes.

São gargalos na operação num momento em que aumenta a pressão dos rivais sobre os “marketplaces” estrangeiros, inclusive a Shopee, que importam itens da Ásia – numa estratégia liderada pelas principais plataformas on-line brasileiras, como antecipou o Valor semanas atrás.

Nas últimas semanas, o Valor conversou com lojistas, transportadoras, consultores e funcionários da Shopee, sob condição de anonimato, para traçar um histórico dos problemas e das ações tomadas para reduzir o gargalo nos serviços. Uma equipe de gestão de demanda criada pela Shopee trabalha no assunto e há reuniões semanais entre esses funcionários e as transportadoras para ajustar as medidas tomadas.

As dificuldades começaram a aparecer, principalmente, após novembro, quando a empresa decidiu lançar ações comerciais de grande porte em curto espaço de tempo. Foram quatro datas, com frete grátis em certos itens, e promessa de entrega rápida, no intervalo de cerca de 45 dias (campanhas de 11/11 e 12/12, além de “Black Friday” e Natal) que levaram a um acúmulo de pedidos, dizem fontes. “Eles deram um passo maior que a perna, e a situação foi piorando após outubro. Entre novembro e dezembro, foram quatro, cinco vezes mais pedidos [que o ano anterior], e eles não estavam preparados”, diz um prestador de serviço logístico para a Shopee.

A cada data nova criada, em volume de pedidos, era uma espécie de “mini-Black Friday”. “Nós fomos administrando dentro da logística acertada com eles e, de repente foi um ‘boom’. Para a ‘Black’ normal, de todos os anos, a gente se prepara por meses, e isso não é á toa. Porque dá problema se não se programar”, afirmou.

Outro parceiro da Shopee diz que, como a empresa tem alta concentração de encomendas de itens leves (miudezas de baixo preço), eles precisam de grandes quantidades para gerar venda. “A questão é que isso enche galpão, sobrecarrega a equipe e empata a vazão”, afirma ele. Segundo três fontes, pelo menos duas transportadoras – CargoBR e J&T Express – fecharam acordos recentes com a Shopee para acelerar entregas e tentar melhorar o nível de serviços.

A J&T virou parceira neste ano e a CargoBR entrou na segunda metade do ano passado. Além delas, entre as grandes que já operam para a Shopee estão Total Express, Sequoia, Loggi, Rede Sul e Correios (por onde passa a maior parte dos envios). Vendedores têm ido ao site Reclame Aqui, plataforma voltada a consumidores, para pedir solução de atrasos em coletas de pedidos. Eles dizem que boa parte dos problemas com a Shopee se concentra no atendimento da Sequoia. “Eles são o segundo maior contrato da Shopee, só perdem em envios para os Correios, e quando os pedidos dispararam, proporcionalmente quem sentiu o baque mais foi a Sequoia”, diz uma fonte a par dos contratos.

A estratégia que tem sido adotada é congelar a conta da plataforma quando os pedidos de retirada junto à Sequoia se acumulam. “Alguém sabe como faço para tirar a Sequoia da minha conta Shopee?”, diz um deles, num grupo de mensagens formado por vendedores que o Valor teve acesso. “Pus a conta em modo férias [paralisa a chegada de pedidos por certo período] pois não aguentava mais as reclamações no chat. Aparece pedido entregue [ao cliente], mas que não foi enviado pela Sequoia”, diz um lojista, na semana passada, num grupo reunido no Telegram, com 2,2 mil lojistas. Neste domingo, eram 2,9 mil menções no grupo em críticas à Shopee. Mercado Livre tinha menos da metade, sendo bem maior que a rival – bancos calculam que a Shopee venda no Brasil (em valor que passa pela plataforma) entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões ao ano, e Mercado Livre fez R$ 68 bilhões em 2021.

De acordo com Anderson Candido, dono de uma loja de produtos naturais na Shopee, há falhas de processos. “O cliente vê a demora para entregarem, cancela o pedido e pede estorno. Só que a encomenda chega dois, três dias depois. E aí, o cliente fica com o produto e o dinheiro. E nós ficamos com o prejuízo”, diz.

Reclamações de lojistas não são incomuns – muito menos relativos à entregas on-line no Brasil. Mas as reações conjuntas das empresas a isso só ocorrem quando o cenário é mais crítico. O Valor apurou que a Sequoia vem tratando há meses dos problemas junto à Shopee – há reuniões semanais sobre o assunto. Foi criada área específica de atendimento na Sequoia, com cerca de 70 pessoas, para lojistas da Shopee por causa dos problemas. Vinte e cinco equipamentos de separação de pedidos, que seriam distribuídos para toda a base de clientes da Sequoia, hoje estão voltados só para dar vazão às encomendas da Shopee.

A ação da Shopee nesta semana, quando o varejo realiza campanha promocional batizada de Semana do Consumidor, foi desenhada com prazo de entrega (em dias) até duas vezes maior daquele do fim de 2021, apurou o Valor. Isso tende a reduzir as pressões na sua estrutura. “Houve melhora no nível de serviço nas últimas semanas, depois que montaram uma equipe focada, mas não normalizou ainda. Eles foram agressivos e subestimaram a demanda. O trabalho que dá para entregar um fone de ouvido é o mesmo de entregar um celular, que vale muito mais. Só que eles entregam muito mais fones que celulares”, disse um parceiro logístico.

Vista como uma ameaça às plataformas brasileiras, a Shopee incomoda as grandes cadeias locais pelo seu crescimento e também pelo volume de importados oriundos da Ásia. Em 2021, o Procon-SP questionou a Shopee sobre a autenticidade de seus produtos. A empresa disse na época que está comprometida com a lei.

Fontes próximas à empresa negam gargalos e citam “transformações para se adequar à expansão”. Dizem que as reuniões entre transportadoras e a empresa são normais e que 85% das vendas no Brasil são de lojistas locais. E vai manter os Correios como parceiro, apesar de estar migrando, desde janeiro, parte dos lojistas atendidos pela estatal para a sua operação de entrega própria, a Shopee Express.

Migrações desse tipo levam um tempo para ficar redondas, mas fonte próxima à empresa diz que a evolução é boa. Em nota ao Valor, a Shopee afirma que à medida que cresce, está oferecendo “mais opções de parceiros logísticos aos vendedores brasileiros para otimizar a coleta e a entrega de produtos aos consumidores”. Afirma que em breve terá “novas opções logísticas” e que todos os parceiros logísticos devem seguir os altos padrões de serviço” da empresa. Diz ajudar no empreendedorismo e “oferecer uma experiência segura, fácil e divertida de compras”.

O CEO da Sea, Forrest Li, disse a analistas em março que a Shopee Brasil registrou mais de 140 milhões de pedidos no quarto trimestre, avanço de 400% frente a 2020, e cerca de US$ 70 milhões de receita, alta de 326%. Também destacou que, apesar dessa melhora, atingiu um prejuízo antes de juros, impostos, amortização e depreciação de cerca de R$ 10 (US$ 2) por pedido no Brasil, uma melhora de 40% em um ano. No mundo, a perda por pedido foi de US$ 0,45.

Entre novembro e dezembro, a empresa começou a operar, inicialmente na fase de testes, a sua primeira área de “cross-docking” no Brasil. O local fica em Barueri (SP) e faz a armazenagem para despacho em poucas horas, diferente de um centro de distribuição. A ideia com o espaço é acelerar as entregas, mas ele ainda opera em fase de testes. Com novos pontos de armazenagem de apoio, a Shopee quer criar por aqui uma espécie de Mercado Envios, o modelo próprio de entregas do Mercado Livre. Não à toa, quem lidera a logística na Shopee é Rodrigo Calderaro, que saiu do Mercado Livre em junho para ir para a Shopee, para montar uma estrutura local.

Procurada, a Sequoia não se pronunciou.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/03/14/shopee-enfrenta-gargalos-na-logistica.ghtml

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