China indica expansão abaixo da meta, o que afeta demanda global

Os governantes chineses praticamente admitiram que o país não cumprirá sua meta de crescimento de 5,5% neste ano e sinalizaram que manterão as medidas de tolerância zero de sua política de combate à covid-19 e adotarão passos cautelosos para apoiar o mercado imobiliário, que está em dificuldades.

O Politburo da China, principal órgão de formulação de políticas do Partido Comunista, informou em comunicado divulgado em 28 de julho, depois de sua reunião econômica trimestral, que pretende manter a economia em funcionamento dentro de “uma margem razoável” no segundo semestre. Também pediu às províncias mais fortes que se empenhem para atingir suas metas anuais de crescimento – um reconhecimento implícito de que as outras não conseguirão fazê-lo.
Poucos economistas esperam que a China cumpra sua meta oficial deste ano de expansão de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), especialmente depois que Pequim anunciou um crescimento de apenas 0,4% no segundo trimestre, em comparação com o ano anterior.

Embora a meta de 5,5% já seja a mais baixa da China em um quarto de século de planejamento econômico, uma taxa de crescimento ainda menor teria implicações para a enfraquecida economia mundial, que nos últimos anos passou a depender da China como um vasto mercado e um elo vital das cadeias de fornecimento.
Nos últimos meses, a economia chinesa foi atingida por uma série de problemas, como os distúrbios no comércio por causa da guerra na Ucrânia, a rápida disseminação da variante ômicron do coronavírus por todo o país e uma forte desaceleração do setor imobiliário, um pilar da economia chinesa que, segundo alguns especialistas, responde por até um terço do crescimento do país como um todo.

Ao contrário da reunião econômica anterior, em abril, desta vez o Politburo não mencionou explicitamente a meta de crescimento de 5,5%. Limitou-se a declarar que os líderes “se esforçariam para alcançar os melhores resultados possíveis” e manter a economia dentro de “uma margem razoável”.
“A meta de crescimento de 5,5% não é mais um imperativo”, disse ontem Iris Pang, economista-chefe para a China do ING Bank. Ela classificou as medidas de combate à covid do país como o maior desafio à economia no restante do ano. Pang elogiou a decisão de Pequim de engavetar na prática meta de crescimento e disse que é uma atitude inteligente, que evitará o desperdício e a ineficiência de um grande pacote de estímulo fiscal.

No comunicado, o Politburo pediu que governos locais apliquem todos os recursos levantados neste ano com a emissão de bônus especiais, mas não anunciou nenhuma cota nova de bônus nem um adiantamento das cotas de bônus previstas para o ano que vem, como muitos economistas esperavam. Isso sugere que Pequim não está em busca de estimular o crescimento de forma drástica. Segundo o Ministério das Finanças chinês, até agora os governos locais já emitiram 93% da cota de bônus especiais prevista para este ano.
Ainda assim, o Politburo anunciou que adotará políticas para expandir a demanda interna e conceder mais empréstimos às empresas que tiveram de suspender a produção devido à covid-19.

O Politburo ainda abordou diretamente dois desafios interligados: a boicote de compradores de imóveis que pararam de pagar o financiamento – o que agravou as preocupações com o setor imobiliário – e o sistema bancário rural, que depende da venda de imóveis.
Como reação, os líderes chineses disseram que trabalharão para resolver o risco no sistema bancário rural e prometeram estabilizar o mercado imobiliário chinês. O Politburo avisou que os governos locais devem assumir diretamente a responsabilidade por garantir a entrega dos imóveis residenciais inacabados e por proteger os meios de sustento das pessoas, ao mesmo tempo em que dão apoio à demanda orgânica por moradia.

Mas os governantes chineses indicaram que não haverá nenhum desvio de seu objetivo mais geral de controlar o setor imobiliário, com a eliminação da atividade especulativa e restrições ao crescimento alimentado por dívida.
Ao reafirmar que “casas são para morar, não para especulação”, o Politburo contrariou a expectativa de alguns economistas de que Pequim adotaria uma abordagem mais proativa para apoiar as vendas e os preços dos imóveis.

O jornal britânico “Financial Times” informou ontem, porém, que Pequim está preparando um programa 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 148,2 bilhões) em empréstimos para socorrer o setor imobiliário do país. O plano visaria estabilizar o setor de construção residencial, que está altamente endividado. O banco central chinês, disse o FT, citando fontes envolvidas nas negociações, emprestaria inicialmente US$ 29.64 bilhões a juros baixos para os principais bancos chineses, que canalizariam os recursos para as incorporadoras.
O Politburo também sinalizou que amenizará a campanha regulatória que lançou contra o Ant Group e outras grandes plataformas de internet há quase dois anos, ao anunciar que aprovará um lote de investimentos feitos por empresas de internet.

Desde que os problemas econômicos se agravaram na China, líderes chineses vêm minimizando a meta de crescimento. O fraco desempenho do PIB no segundo trimestre significa que a China precisaria elevar o crescimento econômico para cerca de 8% no segundo semestre para atingir a meta – um resultado implausível na falta de alterações significativas na política de covid-zero Pequim.

No fim de junho, numa visita à cidade de Wuhan, onde a covid-19 irrompeu pela primeira vez, no início de 2020, o presidente Xi Jinping disse que preferia que a China aguentasse um sofrimento econômico temporário do que permitir que a covid comprometesse a saúde pública. Disse ainda que o governo “se esforçaria para alcançar um desenvolvimento econômico relativamente bom neste ano”.

O premiê Li Keqiang, também mudou o tom na semana passada, dando menos ênfase à meta. Ele disse que Pequim não recorreria a medidas maciças de estímulo para cumprir “uma meta de crescimento excessivamente alta”. E acrescentou que a prioridade é manter os empregos e os preços estáveis.

Fonte : https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/07/29/china-indica-expansao-abaixo-da-meta-o-que-afeta-demanda-global.ghtml

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Brasil retorna ao grupo das 10 maiores economias do mundo

Em ranking elaborado a partir das estimativas do FMI para este ano, PIB brasileiro cresce 14% em dólares e ultrapassa Rússia, Coreia e Austrália

Impulsionada pela valorização recente do real, a economia foi alçada de volta ao clube das dez maiores economias do mundo, clube que não frequentava desde 2019. O ranking foi elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating, a partir das estimativas para a atividade econômica dos diversos países feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro projetado pelo Fundo para este ano ficou em US$ 1,833 trilhão, 14% maior que o indicado ainda por dados preliminares para o PIB de 2021, também denominado em dólares. O bastante para ultrapassar por pouco mais de US$ 4 bilhões o PIB da Rússia, a 11ª colocada no ranking.

Além da Rússia, o Brasil ultrapassou também Coreia e Austrália, que este ano ocuparão a 12ª e a 13ª posições, respectivamente. A economia brasileira alçara o patamar das dez maiores do mundo em 2006, após ter caído desse grupo cinco anos antes. No ano passado, o PIB brasileiro ficou na pior colocação desde 2004, quando também havia sido o 13º colocado.

No ranking elaborado sobre as estimativas do FMI para este ano, a China, que em 1995 ficava logo atrás do Brasil, na nona posição, se consolida no segundo lugar. O PIB chinês projetado para este ano já beira os US$ 20 trilhões, mais de dez vezes superior ao brasileiro. Até 2027, conforme as projeções do Fundo, encostará nos Estados Unidos, primeiro colocado do ranking, que então já terá um PIB superior a US$ 30 bilhões.

Fonte : https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2022/06/brasil-retorna-ao-grupo-das-10-maiores-economias-do-mundo.ghtml

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Prévia do PIB: Depois de quatro meses em queda, atividade registra alta de 0,69% em novembro

Retomada do setor de serviços e alta nas vendas do varejo contribuíram para resultado positivo.

Depois de resultados negativos de julho até outubro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou alta de 0,69% em novembro em comparação com o mês anterior. O número foi divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC).

O IBC-Br é considerado uma espécie de prévia do PIB por calcular o índice de atividade econômica, mas usa metodologia diferente do IBGE, responsável pelo número oficial.

O principal responsável pelo número positivo foi o setor de serviços, que cresceu 2,4% em novembro após duas quedas seguidas com o impacto da vacinação na retomada da mobilidade. Foi a maior taxa de crescimento desde fevereiro de 2021.

Em mês de Black Friday, as vendas no varejo cresceram 0,6% em novembro. Segundo o IBGE, o resultado foi puxado principalmente por comidas, bebidas e produtos de farmácias. A inflação impactou o consumo no mês e as vendas na Black Friday foram menos intensas do que em 2020.

Já a produção industrial foi o único setor a cair nas pesquisas divulgadas pelo IBGE. A falta de componentes, encarecimento das matérias-primas e incerteza elevada contribuíram para um recuo de 0,2% no mês.

Os dados de novembro, porém, não foram afetados pela variante ômicron da Covid-19, que a partir de dezembro impactou a retomada do setor de serviços.

Luana Miranda, economista da Gap Asset, ressalta que a volta da mobilidade auxiliou os resultados do varejo e dos serviços e o quarto trimestre pode não ser negativo se não houver surpresa para baixo em dezembro.

— Os últimos dados de novembro deram algum alívio nas projeções mais pessimistas. Em serviços a gente viu um crescimento mais disseminado em algumas categorias, o varejo também veio melhor — explicou.

No acumulado do ano, a atividade cresceu 4,59% com alta concentrada nos primeiros meses do ano, principalmente janeiro e fevereiro.

No restante de 2021, o resultado é baixo, inclusive negativo por quatro meses seguidos no segundo semestre. Houve queda de 0,07% em julho, 0,33% em agosto, 0,57% em setembro e 0,28% em outubro.

Em uma análise do número, a CM Capital apontou que o resultado de novembro ainda não mostra o impacto da ômicron na economia, que só deve aparecer nos dados de janeiro.

“Os desdobramentos da nova variante tendem a ser vistos apenas nos dados de janeiro, quando o número de casos cresceu exponencialmente e parcela da população voltou a adotar o distanciamento social”, apontou.

Fonte : https://oglobo.globo.com/economia/macroeconomia/previa-do-pib-depois-de-quatro-meses-em-queda-atividade-registra-alta-de-069-em-novembro-25356987

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Projeções para inflação em 2021 caem pela quarta semana seguida, diz Relatório Focus

As projeções para a inflação em 2021 caíram pela quarta semana seguida, pra 10,01%, segundo o Relatório Focus, um conjunto de previsões feitas por bancos, corretoras e consultorias e compiladas pelo Banco Central. O número oficial da inflação no ano passado será conhecido no dia 11, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já para o PIB do ano passado, as expectativas caíram pela 12ª semana seguida, para 4,5%. O número oficial será conhecido apenas em 4 de março. Para 2022, as projeções sinalizam para um crescimento de 0,36% do PIB. O ponto médio (mediana) das previsões para a inflação neste ano está em 5,03%. No câmbio, a projeção é de que em 31 de dezembro, a taxa esteja a R$ 5,60 e a Selic encerre o ano a 11,5%.

 

Fonte : https://www.gazetadopovo.com.br/economia/breves/projecoes-inflacao-pib-2021-queda-relatorio-focus/

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