Vai pagar como? Por que a forma de pagar agora faz diferença para o consumidor

NRF 2022 eleva a importância de pagamentos digitais, contactless, PIX e novos formatos como fundamentais para a boa experiência e retenção de clientes; confira!

O consumidor está comprando e pagando de forma diferente. Com a adoção de soluções alternativas de pagamento – incluindo o Compre Agora e Pague Depois (Buy Now, Pay Later, do original em inglês, modalidade, aliás, bem conhecida dos brasileiros), que alcançou mais de 45 milhões de consumidores dos EUA acima de 14 anos em 2021 – o varejo tem uma grande oportunidade para adotar opções de pagamento inovadoras e que não termina no checkout. Toda essa dinâmica esteve presente na NRF 2022.

Um bom exemplo foi debate entre Ian Leslie, Diretor Sênior da Bolt (desenvolver de serviços para pagamento sem caixa), Mason Lin, CEO da Pockit (uma carteira digital global) e Daina Melencio, Sócia da XRC Labs, que revelaram como essas plataformas podem ajudar as marcas a atrair e reter novos clientes por meio de atividades de marketing dedicadas em mídias sociais, boletins informativos, eventos e ativações exclusivas de compras.

Sob a perspectiva do consumidor, o que ele demanda em termos deméritos de pagamento? Na opinião de MasonLin,o consumidor pede o mínimo de fricção nos pagamentos e velocidade de resolutividade. Os avanços no Sudeste Asiático são expressivos, com uma infraestrutura toda desenvolvida para permitir que as pessoas resolvam sua vida pelo celular a partir dos chamados super apps.

Ian Leslie disse que sua empresa, a Bolt, registrou crescimento superior a 40%, beirando 50% de uso dos meios de pagamento que não são cartões ou dinheiro, particularmente com carteiras digitais. E qual foi o impacto da pandemia na adoção de meios de pagamento sem contato e baseados no celular? Tudo isso transcende o pagamento, as pessoas querem maior conveniência, rapidez e facilidade evitando caixas, filas e obstáculos.

Como é essa conveniência no e-commerce?

No lado do e-commerce, acessibilidade e opções para melhorar a conversão das vendas são determinantes. A covid-19 trouxe um senso de urgência para o varejo adotar novas tecnologias que tornassem a jornada do cliente mais eficiente e inteligente. Não importa se o canal era físico ou digital, a flexibilidade era essencial. A facilitação do pagamento tinha de obedecer à promessa da publicidade. O cliente vê um anúncio, clica nele e então quer resolver a venda da forma mais simples e instantânea. É uma mudança de mentalidade que atravessa fronteiras.

No Brasil, pudemos constatar essa necessidade a partir da adoção estrondosa do PIX, que democratizou as transferências entre pessoas e facilitou o pagamento de compras pequenas sem a necessidade de uso dos cartões físicos. Para os varejistas, é imprescindível que as novas formas de pagamento possam sem implementadas por meio de APIs simples, com integração funcional, para eliminar os ruídos e pontos de dor sempre associados às transferências, particularmente as tarifas.

Mas adotar um novo meio de pagamento depende de processos simples, tarefa desafiadora quando conhecemos o processo no Brasil, com as legislações estaduais de ICMS que podem sempre impactar na construção ou adoção de um meio de pagamento. O importante é ressaltar que meios de pagamento mais ágeis, baseados em aplicativos e sistemas sem contato, aumentam as taxas de conversão no e-commerce mesmo nas lojas físicas.

Os negócios tendem a se tornar mais locais, mas ainda assim, o consumidor quer se beneficiar de economia de tempo. De todo modo, pagamentos sem contato serão agora elementos indissociáveis da experiência em todos os mercados.

O que esperar do futuro?

O futuro dos pagamentos ainda traz a dinâmica das criptomoedas e a possibilidade de uso em qualquer lugar e em qualquer dispositivo, incluindo transações no Metaverso. Os checkouts estão em processo acelerado de aposentadoria, porque os consumidores querem que todo o processo seja limitado a 3 passos no máximo, e, novamente, independentemente do canal.

É fato que quando o consumidor ganha uma conveniência para fazer transações, rapidamente a adota de modo intenso. O PIX está aí para provar. Quanto mais frequentarem os marketplaces, que irão dominar a paisagem digital e crescer inclusive em termos de criarem super apps, mais os clientes darão preferência ao pagamento invisível. É parte do conforto digital que passa a ser um conceito dominante nas interações entre empresas e clientes.

Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2022/01/18/consumidor-pagamentos/?utm_campaign=news-cm-220122&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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Veja as fases do Open Banking no Brasil e saiba o que esperar em 2022

Sistema financeiro aberto, que possibilita o compartilhamento de dados, tem como principal desafio o convencimento e a adesão dos brasileiros, segundo especialistas.

O Open Banking se torna cada vez mais uma realidade no Brasil. Amplamente utilizado em outros lugares do mundo, como na União Europeia e no Reino Unido, o sistema está passando por um processo de etapas para sua implementação definitiva em território brasileiro. Mas afinal, o que é o Open Banking?

Trata-se de um mecanismo de compartilhamento de dados e informações de usuários entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central. Um dos objetivos, segundo o BC, é “a movimentação das contas bancárias a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco, de forma segura, ágil e conveniente”.

O Banco Central afirma que esse sistema financeiro aberto possibilita mais competição e melhor experiência no uso de produtos e serviços financeiros.

“Com acesso aos dados dos usuários, instituições participantes poderão fazer ofertas de produtos e serviços para clientes de seus concorrentes, com benefícios para o consumidor, que poderá obter tarifas mais baixas e condições mais vantajosas”, explica o BC.

As instituições financeiras só poderão obter os dados com o consentimento dos clientes, que podem escolher encerrar o compartilhamento a qualquer momento, restringindo o acesso de suas informações bancárias a terceiros.

No Brasil, o Open Banking está sendo implementado em 4 etapas. Todas elas foram programadas para ter início em 2021, sendo divididas por atribuições, com cada uma possuindo uma característica diferente na cadeia de sistema financeiro aberto.

Fase 1

A primeira fase teve início em primeiro de fevereiro de 2021. Este estágio inicial do Open Banking teve como função a disponibilização de informações padronizadas das instituições financeiras participantes ao público.

Portanto, essas instituições apresentaram seus canais de atendimento e suas características de produtos e serviços bancários tradicionais. Dessa forma, os usuários já podem ter uma noção de comparação entre os serviços ofertados para entenderem como funciona o sistema aberto de dados na prática.

Nesta fase, o Banco Central anunciou que não foi compartilhado nenhum dado de cliente.

Fase 2

Para Raúl Moreira, Coordenador do Comitê de Inovação do Banco Original, a fase 2 é a mais complexa para a implementação do Open Banking. A partir dela, os clientes já podem compartilhar suas informações entre as instituições participantes.

A segunda etapa teve início em 13 de agosto, pouco mais de seis meses depois do estágio inicial. Com a introdução do compartilhamento de informações, os clientes começam a receber ofertas de acordo com seu perfil, histórico financeiro, custos mais acessíveis e soluções personalizadas para a situação em que se encontram.

“O grande desafio desta fase é partir para uma estratégia de comunicação mais forte com os brasileiros. Este desafio passa pelo nome, pois ‘Open Banking’ não é um nome facilmente entendido pela população. É preciso haver uma tradução de marketing por parte das instituições financeiras”, afirmou Moreira.

Para conseguir a adesão da população nessa fase, Raúl Moreira afirma que o mercado deveria tomar como exemplo o caso do Pix, que rapidamente tornou-se um sucesso nacional. Segundo ele, as instituições financeiras começaram a divulgar a funcionalidade de pagamento instantâneo ainda em agosto de 2020, três meses antes do lançamento oficial.

“É preciso fazer uma reflexão no mercado a respeito do processo de comunicação do Open Banking, assim como foi feito com o Pix, que foi um processo muito assertivo, com um nome que entra rapidamente na cabeça da população, mas que foi principalmente muito bem comunicado pelas instituições financeiras”, afirmou.

Fase 3

A terceira fase do Open Banking, que teve início em 29 de outubro, é o primeiro encontro do sistema com o Pix. As duas principais novidades desta etapa são o Iniciador de Transação de Pagamento (ITP) e o encaminhamento de proposta de crédito.

A partir desta etapa, empresas podem solicitar ao Banco Central para serem “iniciadores de pagamento”, facilitando as transferências dos usuários por meio de seus aplicativos.

Isso significa que empreendimentos que utilizam serviços delivery, por exemplo, vão poder oferecer aos clientes a opção de pagar o produto com Pix dentro do próprio aplicativo, sem fazer com que o usuário saia do app para entrar na interface do banco em que possui conta para utilizar a versão “copia e cola”.

Vale ressaltar que para que o usuário consiga fazer esse pagamento por Pix sem sair do aplicativo, é preciso que a empresa responsável pelo app tenha feito a solicitação de ITP ao Banco Central.

“A fase 3 é muito importante para garantir uma jornada simples e fácil ao usuário”, afirmou Victoria Amato, CBO da Quanto. “Aqui a gente tem a infraestrutura do Open Banking sendo utilizada para novos modelos de negócio, que é fundamental na questão dos pagamentos”, acrescentou.

Já o encaminhamento de crédito é uma ferramenta que poderá ser utilizada caso o usuário habilite a funcionalidade da fase 2 e compartilhe seus dados. Através disso, instituições financeiras vão poder enviar diversas ofertas de crédito, aumentando assim a gama de opções do cidadão.

“Antes, a pessoa batia de porta em porta pedindo financiamento. Agora, isso vai se inverter. Com o histórico do consumidor em mãos, as instituições financeiras que vão procurar o indivíduo e oferecer as melhores ofertas disponíveis”, afirma Rodrigoh Henriques, líder de inovações financeiras da Fenasbac (Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central).

Essa modalidade, no entanto, só começa a valer a partir de 30 de março de 2022.

Fase 4

A última fase do Open Banking, iniciou em dia 15 de dezembro de 2021, marca a transição para o Open Finance.

Nesta última etapa, o sistema de compartilhamento de dados, informações e histórico sai do âmbito bancário e passa a valer para toda a configuração de finanças pessoais, como seguros, investimento, câmbio e outras vertentes.

Neste primeiro momento da fase 4, as instituições financeiras participantes vão compartilhar com o público dados de produtos e serviços de seguros, investimentos, câmbio, entre outros, semelhante ao que ocorreu na fase 1.

O que esperar para 2022

De acordo com o calendário divulgado pelo Banco Central, em 2022 são aguardadas novas etapas da fase 3, referentes às formas de pagamento, com mais possibilidades que poderão ser iniciadas via Open Banking a partir de datas específicas.

A primeira novidade para o próximo ano será a possibilidade de pagamentos com TED e transferência entre contas na mesma instituição, disponibilizada a partir do dia 15 de fevereiro.

Em seguida temos pagamentos com boletos via Open Banking, programado para ter início em 30 de junho, e pagamentos com débito em conta, com inauguração prevista para 30 de setembro de 2022.

Já em relação à fase 4, após o estágio inicial de 15 de dezembro de 2021, que permite às instituições financeiras participantes a divulgação de seus produtos e serviços em investimentos, seguros e outros negócios fora do âmbito bancário, outra novidade também é esperada em 2022.

A partir do dia 31 de maio, dados transacionais dos serviços e produtos poderão ser compartilhados entre as instituições, caso o cliente autorize.

Para Victoria Amato, CBO da Quanto, o início de 2022 será marcado pelas adaptações das instituições financeiras àquilo que exigem cada fase do Open Banking.

“Eu acho que em um primeiro momento vamos ver a poeira baixando, no melhor sentido. Hoje, temos um cenário em que as instituições financeiras estão se adequando às regulações, e se adequar às regulações como as do Open Banking exigem tempo e trabalho, que está acontecendo à medida em que as fases vão acontecendo”, disse.

Raúl Moreira acrescenta que essas instituições precisam buscar novos métodos de comunicação com o público, mas considera as expectativas positivas para o sistema financeiro aberto no ano que vem.

“É o ano de sedimentação do Open Banking. Por conta da sua complexidade, acho que precisamos caminhar um pouco mais para achar a estratégia certa de convencimento. O Pix foi revolucionário, mas ele é muito mais simples de ser implementado do que o Open Banking”, completou.

Fonte : https://www.cnnbrasil.com.br/business/veja-as-fases-do-open-banking-no-brasil-e-saiba-o-que-esperar-em-2022/

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