Natura &Co e prefeitura de Cajamar lançam programa de logística reversa em parceria público-privada

O programa visa promover a reciclagem de embalagens por meio da conexão com escolas da rede pública, estruturação da coleta seletiva e apoio aos catadores, e incentivo para que os fornecedores do grupo Natura&Co utilizem os resíduos.

Em parceria público-privada, a fabricante de cosméticos Natura &Co América Latina e a prefeitura de Cajamar, cidade do interior de São Paulo onde está a maior operação fabril da companhia, se unem numa iniciativa de logística reversa de materiais recicláveis. 

O programa, chamado Elo Verde, visa promover a reciclagem de embalagens por meio da conexão com escolas da rede pública, estruturação da coleta seletiva e apoio aos catadores, e incentivo para que os fornecedores do grupo Natura&Co utilizem os resíduos como insumos para a produção de novas embalagens.

“Sempre buscamos melhorar o entorno da operação. A iniciativa em Cajamar envolve vários setores da prefeitura e parceiros para o fortalecimento da logística reversa na região de modo a inspirar ações também em outras localidades do grupo. Sabemos que não fazemos nada sozinhos. Então, quando começamos essa conversa há três meses, o objetivo era gerar um ciclo virtuoso”, diz Ana Costa vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico, Reputação e Comunicação Corporativa da Natura &Co América Latina em entrevista exclusiva à EXAME.

Para Danilo Joan, prefeito de Cajamar, o projeto Elo Verde representa um passo importante para a transformação sustentável da cidade. “O sistema de coleta e troca proposto é simples e eficaz, envolvendo ativamente os munícipes na promoção da reciclagem. Ao participarem desse esforço, eles não apenas contribuirão para a preservação de um ambiente mais limpo, mas também serão recompensados com produtos Avon. Essa iniciativa certamente impulsionará a reciclagem”.

A iniciativa ajuda a Natura &Co América Latina a alcançar a meta pública de usar 100% de materiais reutilizáveis, refiláveis, recicláveis ou compostáveis nas mebalagens até 2030 — atualmente são 82,5%. Em 2022, a empresa também alcançou 10,5% de uso de plástico reciclado pós-consumo, ante 8,5% no ano anterior. A Natura passou de 16% para 20% de uso de plástico reciclado pós-consumo em suas embalagens e o objetivo é chegar a 50% até 2030.

Como o Elo Verde irá funciona

Para dar início ao programa, a Natura &Co América Latina realizou uma doação à Prefeitura de R$ 4,4 milhões em produtos de beleza da marca Avon. E, de acordo com Costa, há a expectativa de que as outras marcas do grupo também entrem no programa conforme o desenvolvimento das práticas.

Os itens serão entregues como incentivo aos cidadãos que descartarem materiais recicláveis nos pontos de coleta instalados, nesta primeira fase, em dez pontos da cidade. O objetivo é, por meio desse estímulo, motivar a reciclagem na comunidade. A Prefeitura ficará responsável pela administração do estoque dos produtos e da elaboração do plano de trabalho junto à companhia.

“A legislação permite o ponto de coleta nas escolas, mas não a troca de produtos. Então, contratamos a ONG Espaço Urbano para nos ajudar a desenhar os melhores pontos de contato para o recebimento dos resíduos, assim como para as atividades de educação ambiental com os alunos da rede pública”, explica Costa.

A ONG também ajuda na organização da dinâmica promocional. “Estamos ajustando a dinâmica que poderá considerar, por exemplo, a troca de um produto a cada cinco selos juntados, um cartão fidelidade ou algo semelhante”. Por conta dos detalhes, e da agenda escolar, o início do programa está previsto para janeiro.

Para Josie Peressinoto Romero, vice-presidente de Operações e Logística de Natura &Co América Latina, a novidade é  uma cooperação que beneficia toda a cadeia. “O Elo Verde nasce da nossa experiência com outras ações em circularidade, como o Natura Elos, que desde 2017 estrutura cadeias de reciclagem de materiais para abastecer nosso processo produtivo. Quando unimos propósito e ação, geramos legado”, diz.

Iniciado há seis anos, o programa de logística reversa da Natura já permitiu que mais de 50 mil toneladas de materiais fossem reincorporadas às embalagens e materiais de apoio – primeiramente da Natura e, em 2022, teve início a ampliação gradual para a Avon. Nesse mesmo ano, o número de cooperativas participantes quase dobrou, passando de 25 para 47, e o número de catadores chegou a 2.039 pessoas.

Parceria público-privada em logística reversa

Costa reforça que o principal diferencial do Elo Verde, além da união entre educação ambiental e geração de renda, é estabelecer, dentro de uma parceria público-privada, uma cadeia de abastecimento ética e sustentável, inteiramente rastreável, homologada de ponta a ponta, e que promove a inclusão produtiva e o trabalho digno dos catadores.

“Estamos muito felizes com essa parceria junto à prefeitura de Cajamar. A nossa proposta de valor é gerar prosperidade e desenvolvimento por meio da cosmética e isso inclui promover o bem-estar social de toda a nossa rede, que inclui as comunidades no entorno de nossas unidades. A assinatura desse acordo é só um começo de um projeto que deixará um impacto positivo não só para Natura e Avon, mas para toda a população de Cajamar”, afirma.

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2022, apenas 4% de 82 milhões de toneladas de resíduos urbanos produzidos no Brasil foram reciclados. Com o intuito de promover hábitos mais conscientes entre os consumidores e reforçar a importância da reciclagem, a Natura relançou, no ano passado, o programa de logística reversa “Recicle com a Natura”.

O programa já soma mais de 700 pontos de coleta em lojas próprias da marca e franquias “Aqui tem Natura” e permitiu reciclar 50 toneladas de embalagens de cosméticos, que foram reintroduzidas em cadeias de reciclagem ou receberam uma destinação final adequada.

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De janeiro a julho, Total Express reciclou mais de 23 toneladas de papelão

Por meio do “Responsa Ambiental”, programa que busca tornar as operações da empresa ecoeficientes, a companhia separa as peças a serem recicladas que são coletadas pela Miraplast.

A Total Express anunciou que de janeiro a julho a empresa reciclou mais de 23 toneladas de papelão. Por meio do “Responsa Ambiental”, programa que busca tornar as operações da empresa ecoeficientes, a companhia separa as peças a serem recicladas que são coletadas pela Miraplast.

Segundo a Total Express, o processo de coleta seletiva ocorre da seguinte forma: os materiais recicláveis de todas as operações são enviados para triagem na central de tratamento localizada no hub de Barueri, na Grande São Paulo, e são separados de acordo com suas categorias, enfardados e encaminhados à Miraplast, que faz o devido manejo dos conteúdos.

REDUÇÃO DE EMISSÃO DE CO2

Somando a reciclagem de papelão com os demais resíduos, nos primeiros sete meses de 2023 a Total Express contribuiu com a redução da emissão de 203 toneladas de CO2, redução do consumo de mais de 1 mil MWh de energia elétrica e redução de aproximadamente 460 mil litros de água.

De acordo com a empresa, além de evitar que mais árvores sejam derrubadas para a produção de papel e derivados e reaproveitar materiais que poderiam acabar em aterros sanitários, a reciclagem de papelão tem diversos benefícios para a sociedade, para o meio ambiente e para os negócios.

Entre eles, redução do uso água, menor geração de resíduos, movimentação econômica da cadeia de reciclagem, incentivos fiscais para empresas, fortalecimento da marca com respeito às práticas ESG, entre outros.

“Essa ação é mais uma das iniciativas que a Total Express tem investido em seus quase 30 anos de história e que reforça nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável dos nossos negócios e produtos, além do cuidado com a responsabilidade social de nossa atuação”, declarou Mirian Sampaio, Especialista de ESG.

‘https://mundologistica.com.br/noticias/total-express-reciclou-23-tonaladas-papelao-janeiro-a-julho

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“Embalagem Livre de Frustração”: o conceito que deve servir de referência para o e-commerce

É de conhecimento geral que a preferência pelo e-commerce e pelo varejo online vem aumentando significativamente nos últimos anos. Esse movimento ganhou força em 2020, durante a pandemia, que demandou que as pessoas ficassem em casa e, por consequência, adquirissem grande parte dos produtos pela internet. Com esse choque, empresas que não tinham uma presença no universo digital tiveram que reinventar seus modelos de trabalho, a fim de atender às novas necessidades dos consumidores.

De acordo com o relatório sobre o desempenho do e-commerce na América Latina dos últimos três anos, divulgado recentemente pela PayU, o Brasil tem, atualmente, o maior e mais desenvolvido comércio eletrônico da região, com quase US$ 40 bilhões processados anualmente e projeções próximas a US$ 60 bilhões entre 2021 e 2022. E com essa nova realidade do e-commerce, vimos o crescimento paralelo de outro mercado importantíssimo para o ciclo de produção: o de embalagem.

As embalagens são itens indispensáveis para a experiência dos consumidores, desde a proteção dos objetos até o momento em que as pessoas abrem suas compras, e essa importância é refletida no crescimento do setor – muito puxado pela ascensão do e-commerce -,  que registrou um aumento de 31% no primeiro semestre de 2021.

E quais aspectos têm que ser levados em conta para garantir uma jornada positiva dos clientes com as embalagens e dar continuidade à trajetória gradativa desse mercado no Brasil? Pensando no e-commerce, existe um conceito muito importante para o sucesso dessas soluções, o que chamamos de “Embalagem Sem Frustração” (Frustration-Free Packaging – FFP).

O termo tem premissas como o foco no transporte das mercadorias e no unboxing do consumidor, com o objetivo de solucionar dois problemas: o impacto das embalagens ao meio ambiente –  diminuindo a quantidade de plástico ou isopor dentro de um pacote – e a insatisfação do cliente no processo de desempacotamento.

As soluções que recebem o certificado de FFP têm como grande diferencial o volume do pacote, que será menor e mais leve justamente por não conter componentes desnecessários. A facilidade do unboxing e a resistência durante o transporte dos produtos – aspectos padrões avaliados a fim de minimizar os danos durante a manipulação, transporte e o manuseio – também se diferenciam das embalagens convencionais.

Adotar esse programa pode trazer diversas vantagens para as empresas, como a redução de custos de empacotamento, economia de tempo, melhoria da experiência do cliente, diferenciação e o mais importante: aumento do índice de reciclagem.

Em 2021, a Smurfit Kappa, empresa que lidero no Brasil, recebeu a certificação FFP da Amazon devido ao design inovador da embalagem bag-in-box de três litros da companhia. Desde então, as empresas que vendem no marketplace da Amazon podem utilizar esse design pronto para uso da SK. O modelo faz parte do portfólio eBottle da empresa, ideal para transportar substâncias como vinhos e sucos, e utiliza em média 75% menos plástico do que embalagens plásticas rígidas, além de ser feito de materiais de fácil separação e reciclagem.

Pensando nos rumos que o setor de embalagens vem tomando e as preferências de consumo das pessoas – que estão em constante transformação -, é possível concluir que, cada vez mais, as empresas presentes no e-commerce devem aderir à metodologia de “Embalagem Livre de Frustração”, uma vez que soluções com esse certificado trazem diversos benefícios para as companhias, clientes e, no longo prazo, ao meio ambiente.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/2022/01/07/embalagem-livre-de-frustracao-entenda-o-conceito-que-deve-servir-de-referencia-para-o-e-commerce-brasileiro/

Boticário traz o Boti Recicla, maior programa de logística reversa em pontos de coleta no segmento de beleza do país

Marca conscientiza sociedade a contribuir na reciclagem de resíduos, transformando a reciclagem em possibilidade para potencializar a educação.
O Boticário apresenta o Planeta de Plástico em realidade aumentada com o objetivo de promover reflexão na sociedade sobre o descarte irresponsável de resíduos. Em 2021, o Boticário sela seu compromisso: embalagens de cosméticos retornadas nas lojas da marca serão transformadas em espaços escolares sustentáveis. Há 44 anos trabalhando com sustentabilidade, a marca mostra a real dimensão da problemática do lixo em um Planeta coberto por plástico e convida as pessoas para fazerem parte da solução estimulando a cocriação de um futuro transformado pela educação.

O Brasil é o 4º país que mais produz plástico no mundo, e apenas 1.28% desses resíduos são reciclados. Esses dados alarmantes revelam um Planeta de Plástico com imagens perturbadoras e, durante a experiência, o usuário desbrava um local inóspito, sem vida e repleto de lixo. As telas digitais – disponíveis na experiência através do mobile e desktop, apontam que os resíduos plásticos que habitam esse planeta ultrapassam a extensão do Rio Tietê, em São Paulo; são suficientes para cobrir toda a Chapada Diamantina, na Bahia; e que, se até 2050 a sociedade não repensar sobre o descarte responsável, o planeta Terra será um deserto com 34 bilhões de toneladas de plástico.

No segundo semestre de 2021, a marca traz o Boti Recicla, maior programa de logística reversa em pontos de coleta no segmento de beleza do país, para mais uma ação de transformação e desenvolve espaços escolares sustentáveis. São 17 escolas públicas pelo país que recebem locais de 30m² compostos, aproximadamente, por 2.2 toneladas de plástico reciclado. A entrega dos espaços é o processo de um ciclo que nunca acaba e que se inicia com o convite para conscientização feito pela marca a partir do Planeta de Plástico.

“O Planeta de Plástico não é apenas uma realidade aumentada, ele já existe – nós só não estamos vendo. Essa versão aponta para a dimensão do problema e se torna uma poderosa ferramenta de conscientização. Com ajuda da sociedade, o Boticário vai tangibilizar impacto positivo, fomentando a educação em escolas pelo Brasil e perpetuando um ciclo de consciência que nunca acaba. Acreditamos em um futuro possível, transformado pela educação”, afirma Renata Gomide, Diretora de Branding e Comunicação do Grupo Boticário.

A jornada de sustentabilidade do Boticário é perene – em 2006, a marca criou o Boti Recicla, maior programa de logística reversa em pontos de coleta no segmento de beleza – são cerca de 4 mil pontos espalhados em 1.750 municípios brasileiros. Em 2020, deu vida a um projeto inédito, transformando resíduos plásticos em uma Pop Up Sustentável no Parque Ibirapuera, e em mais oito lojas sustentáveis espalhadas pelo Brasil – o plano de abertura ainda prevê, aproximadamente, 17 lojas no mesmo formato para 2021. O Boticário acredita que tem um papel importante na conscientização e transformação da sociedade, mas entende que a população e outras marcas precisam caminhar juntas para gerar maior entendimento do problema. A mobilização conjunta é essencial para mudar o futuro do planeta. A transformação de uma embalagem é o começo de um novo futuro.

O Planeta de Plástico, ferramenta que mostra cenários tomados por lixo, alerta, que, se até 2050 a sociedade não repensar sobre o descarte de resíduos, o planeta Terra poderá ser um deserto com 34 bilhões de toneladas de plástico. Ativação iniciou em 26 de agosto e está disponível gratuitamente em https://planetadeplastico.boticario.com.br/.

Fonte : https://www.abcdoabc.com.br/brasil-mundo/noticia/boticario-apresenta-projeto-planeta-plastico-132488

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Logística reversa avança no Brasil e contribui para a preservação ambiental

O consumidor pode ajudar com descarte adequado de materiais como pilhas e baterias, pneus e óleo lubrificante.
Instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e frente importante de atuação do Programa Lixão Zero, do Ministério do Meio Ambiente, a logística reversa tem avançado no país. A logística reversa é o procedimento que permite ao consumidor retornar à empresa um produto após seu consumo, de forma que o fabricante possibilite um descarte correto.

Em 2020, o Brasil bateu recorde reciclando 97,4% das latas de alumínio que entraram no mercado, segundo dados do setor. Com o Lixão Zero, o Governo Federal também avançou na logística reversa de baterias de carro, eletroeletrônicos, medicamentos e óleo lubrificante.

O secretário de qualidade ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André França, detalhou como esse processo contribui para a preservação do meio ambiente e destacou o papel do cidadão para ajudar na implementação da logística reversa.

O que prevê a logística reversa e o que ela representa para a melhoria da gestão ambiental e da correta destinação dos resíduos sólidos?

A logística reversa é um instrumento muito importante da Política Nacional de Resíduos Sólidos que neste mês de agosto completou 11 anos. A política data de 2010 e um dos instrumentos que precisavam ser efetivamente implementados é a logística reversa que é um sistema que permite o retorno dos produtos e embalagens após o uso pelo consumidor. É o retorno desses materiais para o ciclo produtivo, assim, eles podem ser reutilizados, reciclados ou ter outras formas de destinação final ambientalmente adequados. E tudo isso gerando emprego e renda com sustentabilidade, ao mesmo tempo que também evita o descarte desses materiais em locais inadequados como os lixões e aterros controlados. Então, a logística reversa tem esse propósito.

Como o consumidor pode participar desse processo?

O consumidor participa fazendo descarte adequado desse produto ou dessa embalagem. Alguns exemplos para que o consumidor tenha mais familiaridade, estamos falando aqui das embalagens de forma geral, das pilhas e baterias, dos pneus, também do óleo lubrificante usado ou contaminado, embalagem desse óleo lubrificante usado ou contaminado, as lâmpadas fluorescentes, as latas de alumínio e também os eletroeletrônicos. São exemplos de materiais que devem ser descartados em um dos pontos de entrega voluntária. Tem mais informações sobre isso no nosso site, o www.gov.br/mma. O descarte adequado é o primeiro passo para que esses materiais sejam destinados de forma adequada e retornem para o ciclo produtivo.

É possível estimar quantos produtos podem ser devolvidos pelo consumidor por meio da logística reversa?

Temos números bastante expressivos. Um deles é a lata de alumínio para bebidas que no ano passado bateu recorde. Foram mais de 30 bilhões de latas recicladas no país. Também outros números atualizados bastante expressivos, por exemplo, as embalagens de defensivos agrícolas, foram 45.500 toneladas recolhidas em 2019.

Pilhas e baterias foram 155 toneladas recolhidas e destinadas de forma adequada. O pneu tem duas formas de logística reversa, primeiro a própria reutilização por meio da reforma de pneus, uma atividade importante. Só aí são sete milhões de pneus de transporte de carga reformado, mais de cinco milhões de pneus automotivos, ou seja, mais de 12 milhões de pneus reformados. Além daqueles que são descartados para reciclagem, em 2019 foram aproximadamente 420 mil toneladas.

Um outro dado importante é o do óleo lubrificante usado ou contaminado. Foram quase 490 milhões de litros, em 2019. Um litro de óleo lubrificante usado pode contaminar até um milhão de litros de água. Então veja a importância que é um sistema de logística reversa, que recolhe e envia para reciclagem cerca de 490 milhões de litros em um ano.

Para citar um exemplo recente, que foi aprovado por meio de decreto pelo Presidente Jair Bolsonaro, no ano passado, temos também a logística reversa de medicamentos vencidos. Esse sistema começou em 2020 a ser estruturado e hoje está presente em mais de 1.800 pontos de entrega. O cidadão pode fazer o descarte adequado do seu medicamento vencido que ele vai ter a destinação adequada.

Quais são os desafios para a implementação total da logística reversa?

A logística reversa vem avançando nessa gestão. É prioridade do Ministério do Meio Ambiente, tanto que três novos sistemas foram instituídos. Sobre as baterias automotivas – as baterias de chumbo – foi instituído em agosto de 2019 o instrumento que prevê o recolhimento dessas baterias de chumbo e envio para reciclagem.

Esse sistema foi projetado para abranger 16 milhões de baterias de chumbo por ano, o que permite uma reciclagem de mais de 155 mil toneladas de chumbo. Chumbo esse, que se fosse descartado de forma inadequada, traria contaminação do solo e das águas. Mas a logística reversa permite que esse material seja recolhido e enviado para unidades especializadas, que farão a desmontagem dessa bateria e é utilizado na fabricação de novas baterias. Então, esse é um bom exemplo da logística reversa. Você evita a poluição ao mesmo tempo que gera emprego e renda com a reciclagem, com a reutilização.

Outro sistema criado recentemente foi o de eletroeletrônicos, também sancionado pelo Presidente Jair Bolsonaro em 2020, que projeta a implantação de mais de 5 mil pontos de entrega voluntária, em todo país, para o que cidadão possa fazer o descarte adequado, desde o fone de ouvido até a geladeira, para que esse material siga para unidade desmontagem. Dali, cada tipo de material é enviado para reciclagem ou outra forma de destinação final adequada.

Têm medicamentos que nós já citamos e dois outros sistemas foram aprimorados: a logística reversa de óleo lubrificante usado ou contaminado e também o da logística reversa das latas de alumínio para bebidas, que foi aperfeiçoado.

Temos excelentes exemplos no Brasil de logística reversa. Um deles é a lata de alumínio para bebidas que, no ano passado, alcançou uma marca recorde de mais de 97% das latas recicladas. Isso totaliza um universo de mais de 30 bilhões de latas, de forma que a lata fica fora desse ciclo produtivo por apenas 60 dias, segundo dados do setor. Esse é o tempo de uma lata voltar a ser uma nova lata no âmbito da logística reversa.

Esse resultado nos coloca a frente de países como Japão, Estados Unidos e União Europeia, países da OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Ninguém ganha do Brasil. O Brasil é primeiro lugar disparado no que diz respeito à logística reversa da lata de alumínio e também assume posição de destaque em outros segmentos, como a reciclagem de pneus, a reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas, óleo lubrificante usado ou contaminado. Também somos referência para o mundo nesses outros segmentos.

Quais os outros investimentos do governo brasileiro para incentivar esse processo?

Tudo isso está contido no Programa Lixão Zero. Esse programa foi lançado em 2019 e abrange 12 ações estratégicas para aumentar a coleta seletiva, a reciclagem, o aproveitamento dos orgânicos com aquela fração que não é passível de ser reciclado ou reutilizado, o reaproveitamento energético. Alguns resultados importantes do programa, por exemplo, foi o lançamento do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos, o Sinir, que era aguardado desde 2010 e foi lançado em 2019. Hoje temos as informações da gestão de resíduos informatizadas e também a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Para além disso, o ministério tem desenvolvido editais para apoiar municípios e consórcios para melhorar os seus resultados de coleta, de reciclagem, de valorização dos orgânicos e também do aproveitamento energético sempre que você não tiver a reciclagem disponível no local específico.

Então, são várias as medidas em curso. Já são mais de R$ 180 milhões mobilizados para apoiar municípios, consórcios, mas também permitindo uma maior participação da iniciativa privada como, por exemplo, na logística reversa que vem justamente dar cumprimento à Lei 12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ou seja, possibilitando que esses materiais retornem para o ciclo produtivo e atribuindo responsabilidades aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.

Mas tudo isso, importante reforçar, só funciona se o cidadão fizer o descarte adequado do lixo, separar os recicláveis. Muita gente pergunta, mas como é que eu vou saber o que é reciclável? No dia a dia começa separando as embalagens que, no geral, têm indicação do que é reciclável. Começa separando o material seco do material orgânico e dali, junto a informações que podem ser obtidas no nosso site, o cidadão vai poder fazer o descarte adequado.

As empresas também são beneficiadas com esse tipo de reciclagem por gerar economia para elas, não é isso?

Exatamente. Muitos desses materiais que voltam para o setor produtivo, o país demanda inclusive importação. É o caso das baterias de chumbo. Então, quando esse material retorna para o setor produtivo, isso também estimula, na medida em que além de apresentar um impacto ambiental positivo, porque preserva também os recursos naturais, evita o descarte inadequado e evita a poluição, isso também representa matéria-prima voltando para o ciclo produtivo.

Se a gente observar bem, o que é o lixo? Nada mais é do que matéria-prima ou energia fora do lugar. Se o descarte for feito de maneira adequada e isso começa com o cidadão, na sua casa, no seu local de trabalho, na rua, evitando jogar lixo no chão, evitando jogar o lixo misturado de qualquer jeito, porque isso depois diminui a efetividade das ações de triagem para reciclagem. Isso já faz uma grande diferença.

E tem uma vertente que combate o lixo no mar. Pode falar sobre isso?

Outro programa relacionado ao Lixão Zero é o nosso plano de combate ao lixo no mar. Sabe qual o item que mais se encontra, em geral, nas ações de limpeza das praias, dos rios e dos mangues? É justamente a bituca de cigarro. A pessoa tende a achar que uma bituca de cigarro não vai causar impacto porque é algo tão pequeno, mas quando a gente faz esses mutirões de limpeza é o item que mais encontramos. Justamente porque todas aquelas pessoas acharam que aquele item pequeno não ia fazer diferença. Mas no final faz muita diferença. Em quantidade é o item que costuma liderar em relação ao que é retirado do meio ambiente.

Então, lembrar que aquele lixo jogado perto do bueiro invariavelmente vai parar nos rios, vai parar no mar, afeta o meio ambiente e, mais do que isso, afeta também a qualidade de vida das pessoas. Então, essa orientação é muito importante. Muita gente pergunta o que eu posso fazer para um meio ambiente melhor e a gente responde: começa separando o seu lixo, separando os recicláveis e evitando o descarte inadequado desses materiais, que muito de positivo já vem a partir daí.

É importante lembrar que 85% da nossa população vive nas cidades e são as cidades que acumulam os principais desafios ambientais. Cada um fazendo a sua parte, não fica pesado para ninguém.

Fonte : https://www.gov.br/pt-br/noticias/meio-ambiente-e-clima/2021/08/logistica-reversa-avanca-no-brasil-e-contribui-para-a-preservacao-ambiental

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