C&A e Renner são as marcas mais populares entre os consumidores de moda

Outras marcas figuram entre as favoritas dos consumidores, como Riachuelo, Lacoste e Marisa.

Se reinventando para fidelizar seus clientes, marcas do varejo de moda como C&A e Renner são as mais populares entre os consumidores, sendo lembradas por oito entre dez consumidores de moda na hora das compras.

A pesquisa “Consumo de Moda no Brasil”, realizada pelo Opinion Box, ouviu mais de 2 mil consumidores do varejo de moda, sendo 84% das classes C, D e E e 15%, das classes A e B. O estudo busca entender as preferências dos consumidores brasileiros deste segmento na hora de renovar seu guarda-roupas.

Em 2023, a C&A obteve um dos melhores resultados operacionais. Os resultados positivos se deram devido ao seu foco em aprimorar a jornada do cliente e na gestão de relacionamento. A Renner, por outro lado, registrou o maior faturamento do segmento de vestuário em território nacional, em torno de R$ 17 bilhões.

Cecília Rapassi, sócia-diretora na Gouvêa Fashion Business, afirma que as iniciativas das marcas para reter os clientes e fidelizá-los, oferecendo uma gama de benefícios de serviços diversificados, facilitam o fortalecimento do negócio e mantém o faturamento das companhias. “Eles fidelizam o cliente, principalmente por conta dos serviços que eles agregam e oferecem, como os cartões próprios que parcelam.”

Fenômeno Lacoste

Outras marcas figuram entre as favoritas dos consumidores, como Riachuelo e Marisa, com 81% e 75%, respectivamente, entre as preferências. Mas um destaque do ranking é a presença da francesa Lacoste, com 75%, que é consideravelmente mais cara que as demais da lista.

Cecilia explica que a presença da Lacoste na lista é realmente um fenômeno, pois é uma marca que as pessoas das classes mais baixas almejam ter. “É uma marca que vem protagonizando o desejo, principalmente das comunidades ligadas à música, ao rap e ao funk. A Lacoste é a marca de desejo dessa população”, afirma.

Em comemoração aos seus 90 anos, no ano passado, a Lacoste criou a campanha Lacosteiros, que reúne fãs da marca que são os frequentadores do baile funk da capital paulista. A ação permite que essas comunidades de entusiastas mostrem suas releituras com as peças da marca.

Varejo físico x varejo online

Os hábitos de consumo dos brasileiros foram bastante afetados pela pandemia de covid-19. Para se proteger do vírus, as pessoas passaram a fazer grande parte de suas compras no comércio eletrônico.

O estudo da Opinion Box mostra que esse hábito não foi deixado de lado mesmo após o fim do isolamento social. O varejo online é o canal de compra onde 66% dos consumidores costumam fazer suas compras, mas isso não quer dizer que o varejo físico ficou obsoleto, pois mais de metade dos compradores de moda (53%), optam por realizar suas compras em lojas físicas.

“Podemos concluir que eles [consumidores] têm comprado online e também na loja física. É comprovado que o consumidor omnichannel, ou seja, o que compra nos dois canais, ele compra mais do que aquele que é exclusivo da loja física ou aquele que é exclusivo do site”, explica Cecilia.

Baixa aderência às marcas de luxo

Outro ponto que chama a atenção na pesquisa é a baixa aderência dos consumidores de moda às marcas de luxo, o que pode ser explicado por apenas 15% dos entrevistados serem das classes A e B. O estudo mostra que apenas 8% dos entrevistados costumam realizar suas compras de moda em lojas físicas de luxo.

“Há alguns estudos, como o da Vogue Business, apresentado na última edição da NRF, que mostram que o consumidor de luxo prefere comprar presencialmente, porque ele é muito mais exigente pela experiência e pelo atendimento personalizado”, reforça a executiva.

No ano passado, a Bain & Company mapeou o ecossistema de luxo no Brasil e demonstrou que o segmento movimentou R$ 74 bilhões em 2022, com previsão de crescimento entre 6% e 8% ao ano até 2030. A perspectiva é a de que o varejo de luxo brasileiro alcance um faturamento de R$ 133 bilhões nos próximos seis anos.

Fonte: “C&A e Renner são as marcas mais populares entre os consumidores de moda – Mercado&Consumo (mercadoeconsumo.com.br)

 

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Renner sobe o tom contra a Shein e vê solução este ano

A Lojas Renner bateu forte hoje no que vê como concorrência desleal por parte de empresas chinesas como a Shein.

Falando num evento do BTG, o CFO Daniel Martins disse que o Brasil “não precisa mudar a lei. Basta aplicá-la.” “Tem alguns players estrangeiros que praticam a lei. Por que outros não praticam? Por governança e princípios,” disse ele. Segundo o CFO, o tema está ganhando corpo, e a expectativa é que a situação da tributação seja equacionada ainda este ano. Ele notou que a Receita Federal publicou no final de dezembro uma Instrução Normativa (No. 2124), que vai obrigar as transportadoras, como os Correios, a compartilhar as informações com a Receita das mercadorias que chegam de remessas internacionais.

Com essas informações, a Receita poderá fazer a cobrança dos impostos devidos. “Uma das principais questões hoje é a dificuldade da Receita de fiscalizar. Porque são milhões e milhões de pacotes que chegam todos os dias,” disse o CFO. “Essa normativa é um primeiro passo importante para equacionar isso.” Daniel disse ainda que o tema não é de interesse apenas dos players do varejo, mas do Governo também, dado o desafio fiscal e o tamanho dessas empresas, como a própria Shein, a AliExpress e a Shoppe. “Se não acontecer nada este ano seria uma grande frustração e teria algo muito errado,” disse ele.

Questionado sobre o impacto da Shein na precificação e margem bruta da Renner, Daniel disse que não acha que a concorrente vai gerar uma mudança estrutural do preço e margem do setor. “O mercado de moda é muito fragmentado. Depois que equacionar essa questão do tributo, a Shein vai ocupar o espaço dela, com preços que vão continuar menores que os nossos, mas isso não significa que todo mundo vai ter que se adaptar à precificação deles,” disse ele. “A Renner vai continuar operando com sua estratégia de conteúdo de moda, de produto e de experiência.”

O CFO lembrou ainda o caso da Forever 21, que gerou um enorme frisson quando entrou no Brasil, com filas quilométricas nas lojas justamente pela oferta de preços baixos. “Com o tempo, eles tiveram que equacionar o preço e depois… desapareceram.” Hoje, a Shein opera com preços de 40% a 60% abaixo da Renner, dependendo da categoria de produtos. Quando os tributos passarem a ser cobrados, a Renner estima que essa diferença cairá para algo entre 15% e 30%. “Eles não têm loja, têm um modelo diferente do nosso que permite cobrar menos mesmo,” disse o CFO. “Mas com os tributos a diferença vai ser normal para uma marca que tem um posicionamento diferente.”

Fonte : https://braziljournal.com/renner-sobe-o-tom-contra-a-shein-e-ve-solucao-este-ano/

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