De olho na agenda ESG, grandes empresas apostam em startups de impacto socioambiental

Cada vez mais alinhadas à agenda ESG, grandes companhias estão apoiando e investindo em startups com ações que geram impacto socioambiental – incorporando, inclusive, muitas iniciativas ao negócio.

Pelo segundo ano, a Aegea Saneamento, a marca Johnnie Walker e a consultoria Grant Thornton apoiam e patrocinam o Selo iImpact, desenvolvido pelo Innovation Latam em parceria com a Fundação Dom Cabral, que reconhece startups que realmente produzem impacto positivo na América Latina.

Ao participar do processo de seleção e avaliação, que está atualmente em andamento, as startups podem se qualificar e mostrar ao mercado o compromisso em promover soluções que corroborem com os 17 ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Além do reconhecimento, elas têm a oportunidade de se conectarem com mentores, empresas e possíveis investidores.

Com uma agenda global pelo impacto socioambiental, a gigante do setor de bebidas Diageo, detentora de Johnnie Walker, tem buscado a inovação em startups que se destacam na área. Por meio de sua marca icônica de whisky, criou no Brasil parcerias com pequenos empreendedores de impacto no lançamento de produtos. Uma das recentes iniciativas anunciadas no país é o uso do copo produzido a partir da fibra da mandioca, que em 90 dias vira adubo, fornecido pela startup Já Fui Mandioca, reconhecida pelo Selo iImpact no ano passado.

“Johnnie Walker assumiu uma série de compromissos ambientais que até 2030 garantirão: 100% da produção do uísque de carbono líquido zero; 100% das destilarias com energia renovável e todas as embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis. A ideia é tornar a marca mais sustentável em toda sua jornada, do grão ao copo”, diz João Victor Guedes dos Santos, Head de Marketing de Johnnie Walker na Diageo para Paraguai, Uruguai e Brasil. “Para isso, temos buscado soluções inovadoras criadas por startups e, com o apoio ao Selo iImpact, estamos ampliando nossas atuações de impacto positivo para construirmos juntos um futuro melhor para todos”, complementa o executivo.

Globalmente, Johnnie Walker prepara o lançamento de uma garrafa totalmente feita de papel, o que irá representar uma transformação no universo das bebidas premium e dos destilados. Além disso, a Diageo já conta com o programa de logística reversa das embalagens de vidro denominado “Glass is Good”.

O apoio ao Selo o iImpact é uma das formas da Aegea Saneamento, uma das maiores empresas privadas desse segmento no Brasil, intensificar o seu relacionamento com startups de impacto social e a promoção de iniciativas que resultem em soluções inovadoras, beneficiando e transformando a vida das pessoas. A estratégia já trouxe resultados práticos, como o uso da solução de gerenciamento central de eventos da startup TaKadu para reduzir as perdas de água.

Com base em análises de big data e aprendizado de máquina, o serviço baseado em nuvem detecta, analisa e gerencia eventos de rede e incidentes como vazamentos, falhas em ativos, telemetria e problemas de dados, falhas operacionais e muitos outros. Estimativas apontam que o prejuízo causado por esses tipos de problemas no Brasil é R$ 10 bilhões por ano.

Utilizando soluções como a da TaKadu e da Utilis, startup que fornece dados de umidade do solo subterrâneo detectados por satélite, entre outras ações de combate a perdas, a Aegea calcula ter reduzido as perdas de água em 71 milhões de metros cúbicos em apenas quatro anos.

“Nosso objetivo é aumentar ainda mais a participação de startups no negócio, com estruturação de novas iniciativas de inovação aberta. Acreditamos que o Selo iImpact é uma forma de reconhecer startups com ações de impacto socioambiental, fato inerente às nossas premissas em ESG e como também estimular a inovação em diferentes regiões do Brasil.”, afirma Klaus paz, Gerente de Inovação da Aegea.

A empresa de saneamento é uma das criadoras do fundo mundial de inovação da água (WWIF, www.waterinnovationfund.com). Essa organização foi fundada em 2019 com objetivo de unir as maiores empresas de todo o mundo para encontrar, desenvolver e acelerar as tecnologias inovadoras focadas em melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Para a Grant Thornton Brasil, o apoio ao Selo iImpact está em linha com as iniciativas da empresa de auditoria e consultoria na área, que anunciou no ano passado sua adesão aos princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), comprometendo-se a relatar o progresso das medidas adotadas anualmente.

“Os objetivos da ONU vêm ao encontro de muitas ações já adotadas pela empresa junto aos seus clientes e parceiros. Sabemos que para realmente gerar impacto na sociedade não basta autodeclarar a intenção de promover ações na área. Por isso, apoiamos o selo iImpact, que abre oportunidades para startups que comprovam com evidências concretas a sua contribuição social”, afirma Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil.

Prática comprovada por grandes empresas

Ano passado, o Selo iImpact recebeu a inscrição de mais de 500 startups, distribuídas em 22 países. Ao todo, 65 projetos foram reconhecidos pelo impacto gerado a sociedade.

“O Selo iImpact possibilita ganhos a startups, investidores e sociedade. Além de reconhecimento as startups abrem oportunidades para que suas iniciativas de impacto socioambiental sejam colocadas em prática por grandes empresas, ampliando o seu alcance na sociedade”, afirma João Pedro Brasileiro, fundador da plataforma Innovation Latam.

A avaliação é feita a partir da metodologia desenvolvida pelo Prof. Dr. Fabian Salum e sua equipe, da Fundação Dom Cabral, que além de estar alinhada com os compromissos definidos pela ONU, busca a comprovação das evidências da contribuição socioambiental gerada pela startup para com a sociedade que recebe direta ou indiretamente o impacto positivo dessa contribuição.

O primeiro passo para as startups obterem o selo iImpact é preencher um questionário qualificatório no site oficial. Na etapa seguinte, são coletadas as evidências de impacto, que serão julgadas por uma banca composta por executivos de grandes empresas e organizações, que atuam na América Latina e em outros países, além de docentes.

Entre as companhias estão Aegea, IBM, Ambev, Grant Thornton, Amazon, Gerdau, MRV Engenharia, Electrolux, Banco Carefour, Grupo A.Yoshii Engenharia, Editora Globo, Grupo Sequoia, Bradesco, Cubo-Itaú, Dow, Roche, Saque-Pague e outras.

Dentre as organizações internacionais, destacam-se o ICLEI, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Future Females, Principles for Responsible Investment, ISH Markit for Latin America, dentre outros.

Fonte : https://tiinside.com.br/01/09/2021/de-olho-na-agenda-esg-grandes-empresas-apostam-em-startups-de-impacto-socioambiental/

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