A Inteligência Artificial e o impacto de até US$ 2 trilhões no Supply Chain

A Inteligência Artificial não é um assunto tão novo assim, já que as primeiras aplicações de IA ocorreram na década de 1980. Porém, o hype mais recente se teve como gatilho o lançamento do ChatGPT, no final de 2022 – que obteve o cadastro de mais de 100 milhões de usuários. Esse frisson foi comentado pelo especialista Cezar Taurion na revista Intelligent Automation.

Os diferentes usos de IA nas cadeias de abastecimento vêm evoluindo com o tempo. De forma geral, o objetivo dessas aplicações é garantir mais velocidade e assertividade na tomada de decisões nos três níveis de gestão: operacional, tático e estratégico.

Em 2018, a consultoria McKinsey fez uma estimativa detalhada dos impactos econômicos da aplicação de IA em diferentes áreas de negócios. As duas áreas de maior impacto são Marketing (até US$2,6 trilhões de impacto) e Supply Chain (até US$2 trilhões de impacto)

Há alguns exemplos recentes e interessantes que podem mostrar diferentes caminhos de utilização. Em matéria no jornal New York Times, o uso de IA foi associado à rastreabilidade de insumos, garantindo controle sobre cadeias de suprimentos, evitando desvios/roubos e mitigando riscos de compliance. Já um artigo do portal Supply Chain Brain traz uma série de aplicações diretas na gestão das cadeias, incluindo visibilidade em tempo real, otimização de custos no last mile e sustentabilidade aplicada às operações. Finalmente, uma matéria na Forbes aponta para quebra de paradigmas do uso de IA e foco em pilotos e usos em ambiente controlado para garantir aprendizado e facilitar priorização de projetos.

Há ainda um imenso desafio na digitalização de processos e atividades, mandatória para captação de dados e fluxo de informações. Esse hype recente da IA eleva a pressão para que executivas e executivos de Supply Chain iniciem e/ou acelerem a jornada de uso desta tecnologia em suas operações.

De um lado, isso pode ajudar na aprovação de pilotos, projetos e orçamento, mas, por outro lado, traz riscos de mal uso de tecnologia tão nova. Artigo do filósofo Yuval Harari e dois especialistas de tech (Tristan Harris e Aza Raskin), publicado no New York Times, defende que o uso em larga escala de tecnologia ainda sendo conhecida pelos cientistas é um risco.

Empresas dos mais diferentes portes têm políticas de compliance a seguir, clientes cujos dados devem ser utilizados de forma controlada e dentro das leis (neste caso, LGPD), além de fornecedores com diferentes maturidades digitais. Por isso, é preciso um claro planejamento estratégico para uso de novas tecnologias – incluído, especialmente, IA.

LOGÍSTICA DO FUTURO
Diante de questões como a IA, é preciso que o setor de logística esteja devidamente preparado para analisar, discutir e se preparar para isso. Com esse intuito, a MundoLogística promoverá 4ª edição do evento “Logística do Futuro”, que terá programação focada debates com executivas e executivos que são referências técnicas do setor.

O evento será realizado em São Paulo nos dias 29 e 30 agosto e, além dos painéis, terá uma feira de negócios com as soluções mais inovadoras do mercado. Para conferir o cronograma e garantir a sua participação, acesse o site: https://logisticadofuturo.com.br/

Fonte : https://mundologistica.com.br/noticias/a-inteligencia-artificial-e-o-supply-chain

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Cadeias de suprimentos: financiamento no e-commerce cresce

Se os últimos anos ensinaram alguma coisa às empresas, foi a importância de construir cadeias de suprimentos inteligentes e resilientes que possam resistir a interrupções sem precedentes no mercado global. Isso levou rapidamente a um foco renovado na melhoria da integridade e eficiência das cadeias de suprimentos globais.

Instituições financeiras em todo o mundo estão agora desenvolvendo suas próprias soluções inovadoras baseadas em tecnologia que reduzem os custos de financiamento enquanto melhoram a eficiência das vendas entre compradores e vendedores. Juntas, essas instituições estão construindo rapidamente uma indústria robusta conhecida como finanças da cadeia de suprimentos.

De acordo com o SpendEdge Sourcing and Procurement Reports , o mercado de SCF deverá aumentar em 82,76 bilhões ano a ano, com o CAGR acelerando em 17,21%.

As soluções SCF funcionam como um tipo de adiantamento em dinheiro. O sistema permite que as instituições financeiras paguem mais rapidamente aos vendedores, apostando na classificação de crédito ou outro título de seus compradores. Isso oferece muitas vantagens para vendedores e empresas menores, ao mesmo tempo em que aumenta os prazos de pagamento para os compradores.

As soluções SCF estão comprometidas em melhorar a automação, liberar liquidez para compradores e vendedores e aumentar a transparência na cadeia de suprimentos. Essas soluções podem ajudar as empresas a atingir metas importantes para sua base de clientes, como iniciativas verdes e comunicação aprimorada.

Cadeia de suprimentos e as mudanças
Gerenciar o varejo no mercado de comércio eletrônico é um ato de equilíbrio constante entre ter muito ou pouco estoque. Um corre o risco de incorrer em despesas desnecessárias e estoque lento, enquanto o outro pode decepcionar os clientes e corroer a fidelidade do cliente. A realidade é que a maioria das empresas se verá alternando entre os dois para acomodar demandas que mudam rapidamente.

“O mundo e a economia dos EUA estão enfrentando uma crise na cadeia de suprimentos. As interrupções são inevitáveis. Os empresários não podem controlar todos os parâmetros desconhecidos, mas podem estar mais bem preparados. O financiamento da cadeia de abastecimento desempenha um papel crucial nestas preparações. O uso da tecnologia pode ajudar a estimar melhor os riscos, reduzir interrupções e aumentar a resiliência da cadeia de suprimentos é uma necessidade em um mundo em rápida mudança”, disse David Paluy, CTO da Quartix, uma startup de software SCF.

Além disso, os últimos anos viram um aumento no omnichannel, mudando fundamentalmente a dinâmica assumida de como os clientes se envolvem com uma marca e fazem compras. Marcas antigas agora estão usando seus recursos para alcançar clientes diretamente, enquanto empresas menores e startups estão formando parcerias multicanal com grandes varejistas.

A conclusão é que nossas soluções atuais de cadeia de suprimentos estão desatualizadas. Durante os últimos três anos da pandemia , isso se tornou altamente visível na forma de atrasos na fabricação, escassez de transporte e backups nos portos de entrega.

Com as soluções SCF, os compradores estão mais bem equipados para assumir o fornecimento sem o ônus imediato do pagamento, proporcionando-lhes certa flexibilidade para se ajustar a um mercado em mudança. Os vendedores são protegidos das suposições de um comprador, garantindo um pagamento rápido de um intermediário terceirizado. Isso permite que vendedores e fabricantes continuem suas operações com mais facilidade, proporcionando uma zona de amortecimento financeiro ao comprador. Ele cria uma dinâmica ganha-ganha que ajuda a reduzir certas interrupções devido à dependência do mercado ou à falta de liquidez.

No mercado atual, os clientes estão mais dispostos a compartilhar dados valiosos se isso significar receber melhores serviços e experiências. Isso ajuda as empresas a se concentrarem na personalização que pode ajudar a construir um relacionamento duradouro com seus clientes. As soluções SCF podem ser integradas aos dados do cliente para melhorar ainda mais a entrega de ponta a ponta, aumentar a transparência e envolver os clientes apelando para seus valores.

Vantagem
A vantagem exclusiva do SCF é que empresas de todos os portes podem participar de seus benefícios. Empresas menores, ou microempresas, que não possuem grandes ativos ou ainda não possuem crédito estabelecido, podem rastrear dados históricos em suas plataformas de comércio eletrônico para determinar a demanda real do mercado por um produto enquanto rastreiam tendências. Esses dados podem ser usados ​​como garantia por empresas financeiras apoiadas por plataforma para justificar a concessão de um empréstimo a um comprador.

A acessibilidade das soluções SCF para empresas de diferentes portes ajuda a incentivar a adoção e aumenta a concorrência de mercado entre os financiadores. Isso ajuda a estabilizar a indústria e coloca compradores e vendedores em todo o mundo na mesma página.

Desafios
As soluções SCF são projetadas para dar suporte a toda a cadeia de suprimentos. Eles aceleram os pagamentos e liberam capital por meio de inovações ágeis que conectam compradores e vendedores globalmente. Isso cria um processo colaborativo exclusivo que o diferencia do financiamento de faturas.

Ele permite que os compradores construam uma cadeia de suprimentos mais sustentável e diversificada, estabelecendo facilmente relacionamentos confiáveis ​​com os vendedores.
Ele permite que compradores e vendedores tenham acesso a liquidez e capital de giro para garantir operações mais tranquilas, minimizar interrupções e aumentar a agilidade do mercado.
As soluções SCF podem ajudar as empresas a gerenciar toda a cadeia de suprimentos de ponta a ponta, localizando o processo em uma plataforma central. A concorrência de mercado das instituições financeiras garantirá interfaces de usuário fáceis de gerenciar e altamente escaláveis.
Ele pode permitir uma integração mais rápida do fornecedor, melhorar a eficiência e ajudar as empresas a diversificar seus fornecedores para garantir que o estoque não seque.
O uso de instituições financeiras confiáveis ​​também fornece um certo nível de segurança para a cadeia de suprimentos. Os principais financiadores podem fornecer soluções de pagamento de última geração que suportam uma ampla variedade de moedas em muitos países.
Perspectivas
O SCF veio para ficar. Os benefícios que ele oferece ajudam a atender às necessidades dos desafios modernos de oferta e demanda. À medida que essas soluções se tornam mais comuns, um desafio importante será desenvolver soluções de regulamentação global que protejam a integridade de todas as partes.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/cadeias-de-suprimentos-financiamento-no-e-commerce-cresce/

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Micro-atendimento é a chave para o varejo digital sem atrito?

Marcas e varejistas de bens de consumo embalados se adaptaram a um novo normal nos últimos anos em resposta a um cenário de consumo em mudança e a uma cadeia de suprimentos cada vez mais volátil. Os consumidores também fizeram mudanças significativas em seus hábitos de compras, demonstrando uma maior preferência por comprar itens de mercearia do dia-a-dia on-line com a expectativa de opções de coleta ou entrega no mesmo dia. Essas mudanças, quando combinadas com a escassez de mão de obra, pressionam ainda mais um ecossistema de varejo já frágil.

Um ajuste que os varejistas fizeram para acompanhar o aumento do tráfego digital é a adoção do micro-atendimento, “uma estratégia que coloca instalações de armazenamento de pequena escala em locais urbanos densamente povoados mais próximos do consumidor para melhorar os prazos de entrega”, segundo a Warehouse Anywhere. Muitos varejistas adotaram uma abordagem proativa ao criar centros de micro-atendimento (MFCs) no local para acompanhar a demanda on-line sem esgotar as prateleiras das lojas.

O “Armazém do Futuro” está se tornando uma palavra-chave comum nas notícias do setor, com discussões sobre sua capacidade de curar esses pontos problemáticos emergentes no varejo. Mas o armazém do futuro é uma solução de tamanho único?

O que é?

A capacidade de entregar pedidos rapidamente mudou completamente a forma como os consumidores compram e como as lojas gerenciam seus estoques. Os MFCs fornecem a agilidade necessária para acompanhar a demanda online e a capacidade de configuração em apenas alguns meses. Além disso, sistemas automatizados, como soluções de visão computacional para monitoramento de estoque, podem ser instalados sem expandir a área de cobertura da instalação. Hoje, os MFCs atendem a várias classes de comércio varejista – incluindo mercearias, lojas de conveniência, drogarias, mercadorias em geral e lojas de departamento.

Varejistas com visão de futuro, incluindo Kroger e Walmart, perceberam o potencial dos centros de micro-atendimento, abrindo vários seus próprios nos últimos dois anos. Como resultado desse investimento, a Kroger pode oferecer suporte a serviços de entrega no centro e no sul da Flórida em menos de 30 minutos a partir do pedido. As novas instalações da Kroger também possibilitaram a expansão do serviço de delivery pela primeira vez no Nordeste.

Para o Walmart, a construção de centros de micro-atendimento faz parte de uma estratégia maior de entrega de última milha. A estratégia valeu a pena , com o megavarejista aumentando a capacidade de coleta e entrega em 20% no ano passado, com planos de expansão adicional de 35% em 2022.

Micro-atendimento: quem impulsiona?

Há uma variedade de razões pelas quais as marcas estão optando por construir centros de micro-atendimento durante esse período tumultuado para a cadeia de suprimentos. Os benefícios desses centros ajudam a mitigar alguns dos pontos problemáticos para os clientes, além de aumentar a velocidade com que as prateleiras são reabastecidas na loja e online.

Por exemplo, os MFCs permitem que os varejistas retenham dados relacionados a compras online, tornando-os adequados para a implantação de tecnologias preditivas que podem manter os itens sob demanda em estoque. Além disso, ao alavancar a automação em conjunto com a força de trabalho física, os centros de micro-atendimento ajudam a reduzir o tempo necessário para coletar e empacotar um pedido, o que aumenta a produtividade geral e reduz o custo para atender cada pedido.

De acordo com a CB Insights , o micro-atendimento pode reduzir drasticamente os custos indiretos associados a um pedido porque esses centros são normalmente construídos em áreas urbanas mais densamente povoadas. Isso torna a entrega de última milha mais eficiente e econômica, reduzindo os custos de transporte e aumentando a velocidade de entrega. Em muitos casos, é por isso que os centros de micro-atendimento estão se tornando uma evolução natural da cadeia de suprimentos.

Antes da pandemia, apenas 4,3% das vendas de supermercado eram online , segundo a Mercatus. Estima-se agora que os pedidos de supermercado on-line representarão 21,5% do total de vendas de supermercado até 2025, tornando o comércio eletrônico uma força motriz para mercearias e varejistas investirem em tecnologia “mais perto de casa”, como os MFCs.

Em geral, os consumidores se acostumaram a uma experiência de compra mais instantânea. Da entrega de supermercado no mesmo dia à compra on-line no mesmo dia e retirada na loja, a capacidade de mercearias e varejistas de fornecer uma viagem de compras rápida e perfeita – com substituições mínimas – é um fator decisivo para muitos consumidores.

Centro de atendimentos e competitividade

A decisão de investir e construir um centro de micro-atendimento é apenas uma das muitas opções para lidar com o aumento do comércio eletrônico e das compras omnicanal. Tudo se resume a garantir que os clientes obtenham os produtos que desejam quando desejam.

Embora o micro-atendimento possa resolver alguns desafios de um ambiente de varejo em constante mudança, os varejistas nunca devem subestimar a importância e o poder de ter dados precisos e em tempo real sobre o estoque nas prateleiras. É importante que mercearias e varejistas fiquem à frente da curva e adotem métodos automatizados para entender o que está nas prateleiras da loja e do armazém.

Os varejistas devem avaliar soluções baseadas em tecnologia, como visão computacional e inteligência artificial, para desenvolver uma versão digital da loja física. Isso informa alertas de falta de estoque para que as lojas possam reabastecer rapidamente os itens que estão acabando.

Por sua vez, os consumidores estão mais propensos a encontrar tudo o que precisam em uma única viagem sem substituições. Além disso, os varejistas podem estar em uma posição mais forte para oferecer uma experiência robusta de e-commerce aos seus clientes, evitando o problema da “subestação”, que ocorre quando os clientes podem pedir itens que não estão na prateleira no momento do pedido. .

Os centros de micro-atendimento podem não ser uma solução única para o aumento do comércio eletrônico, mas abordam alguns dos problemas que surgiram nos últimos anos. O ecossistema de varejo está pronto para a disrupção, tanto dentro quanto fora da loja física, e os varejistas precisam aderir rapidamente às tecnologias em rápida evolução para acompanhar o ritmo.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/micro-atendimento-e-a-chave-para-o-varejo-digital-sem-atrito/

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Desaceleração da China já afeta o resto do mundo

Por ser grande consumidora de produtos e insumos e exportadora de bens industriais, seus problemas desferem um duplo golpe à economia global.

Durante décadas a China foi um enorme chão de fábrica e mercado para o mundo. Mas agora, com o crescimento econômico do país desmoronando, o problema está se tornando mundial.

Os “lockdowns” impostos para conter a covid-19 estão estrangulando a atividade na segunda maior economia do mundo. A demanda pelas exportações da China está caindo à medida que as economias lutam com o aumento dos preços e das taxas de juros.

Os efeitos da desaceleração da China aparecem em todo lugar, das fábricas alemãs aos pontos turísticos da Austrália. As exportações dos países asiáticos estão caindo com a menor demanda chinesa. Empresas como Apple e General Electric (GE) alertaram os investidores para dificuldades de produção e entrega decorrentes dos problemas da China bem como da queda nas vendas.

As vendas de automóveis na China despencaram, afetando montadoras como BMW, Volkswagen e Tesla. A Tesla vendeu apenas 1.512 carros produzidos na fábrica de Xangai em abril, uma queda de 98% em relação aos mais de 65 mil veículos vendidos em março, segundo dados da Associação dos Carros e Passageiros da China. A Toyota, por sua vez, pediu desculpas por descumprir suas metas de produção, em parte devido aos lockdowns na China. Agora a Toyota espera produzir 700 mil veículos em maio, em vez dos 750 mil planejados anteriormente.

A desaceleração da China tem um duplo impacto na economia global. O país é um grande mercado para os produtos, componentes e matérias-primas do resto do mundo e também a grande fábrica no centro do comércio global.

Isso significa que o enfraquecimento de sua economia é uma má notícia para exportadores de commodities como o Brasil, Chile e a Austrália, que fornecem à China petróleo, cobre e minério de ferro. É também uma má notícia para potências industriais como a Alemanha. A China é um grande mercado para máquinas, automóveis e semicondutores de Taiwan e da Coreia do Sul, além de ser um elo crítico nas cadeias de suprimentos globais de suas companhias.

Trata-se também de uma má notícia para os EUA, onde a inflação em alta reduz o poder de compra das famílias. O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Jerome Powell, alertou na semana passada que, junto com a guerra na Ucrânia, os problemas econômicos da China poderão agravar a pressão inflacionária nos EUA se impedirem a normalização das cadeias de suprimentos que são cruciais para esfriar a inflação.

“Todo mundo está exposto”, diz Carlos Casanova, economista sênior para a Ásia da Union Bancaire Privée de Hong Kong. “O que quer que aconteça na China afeta o crescimento mundial.”

Em 2021 a China respondeu por 18,1% do PIB mundial, segundo o Fundo Monetário Internacional, atrás dos 23,9% dos EUA, mas à frente do bloco da União Europeia (UE), com 17,8%. Responde por quase um terço da produção industrial global, segundo dados da Nações Unidas de 2020. A economia chinesa cresceu num ritmo modesto no início do ano, mas os dados de março e abril apontam uma grande desaceleração.

A política de tolerância zero de Pequim para conter os surtos de covid-19 levou a lockdowns rígidos em centros industriais como a província de Jilin, no nordeste, e megacidades como Shenzhen e Xangai. Os controles rígidos mantiveram milhões de pessoas dentro de casa, fecharam fábricas e lojas e prejudicaram o transporte, aumentando a pressão sobre a economia, já pressionada por uma crise imobiliária e pela repressão regulatória sobre setores como o de tecnologia e educação.

Dados da balança comercial desta semana mostraram um fraco crescimento das exportações chinesas em abril, com os lockdowns trimestre em relação ao primeiro e um aumento do desemprego. Autoridades chinesas prometeram reavivar o crescimento com grandes gastos em projetos de infraestrutura, mas muitos economistas não acreditam que o governo ou o banco central conseguirão fazer muito para estimular a economia, enquanto mantiverem a estratégia de “covid-zero”.

“As autoridades chinesas anunciaram uma flexibilização para evitar uma desaceleração do crescimento – mas ainda não agiram totalmente nesse sentido”, disseram economistas do BlackRock Investment Institute, divisão de análises de investimentos da maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, em nota para clientes.

A Apple disse recentemente que os lockdowns na China poderão lhe custar entre US$ 4-US$ 8 bilhões em vendas perdidas por causa dos problemas na cadeia de suprimentos. A GE disse que sua divisão de cuidados com a saúde enfrenta problemas de produção e entrega por causa dos lockdowns.

No Japão, a Sony e a Nintendo disseram na terça-feira que as limitações de suprimentos ligadas à China afetarão a produção de seus consoles de videogames. Segundo a Sony, as restrições contra a covid-19, incluindo o lockdown em Xangai, tornaram mais difícil para as empresas presentes na China fabricar e despachar peças usadas em suas máquinas.

Na Austrália, a Fortescue Metals Group, a quarta maior produtora de minério de ferro do mundo, disse que os lockdowns na China afetaram a demanda por aço e elevaram os custos do transporte de commodities. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, disse que os lockdowns representam um risco de curto prazo para a atividade de construção na China.

Em uma das maiores fazendas de lavanda do mundo na Tasmânia, Austrália, dos cerca de 85 mil visitantes todos os anos antes da pandemia, um número significativo eram chineses. Mas desde a reabertura das fronteiras aos turistas internacionais em fevereiro, poucos visitantes vieram da China.

As exportações de Taiwan e Coreia do Sul para a China em abril caíram 3,9% em relação a março, segundo o Goldman Sachs. A queda mostra como algumas economias asiáticas estão fortemente conectadas ao motor industrial da China, tornando-as especialmente vulneráveis a uma desaceleração.

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que peças e outros insumos chineses respondem por 1,4% do valor das exportações de bens dos EUA para o resto do mundo, na Coreia do Sul, essa participação é de 5,2%, em Taiwan 6,3% e no Vietnã 14,4%.

Na Europa, a produção industrial da Alemanha registrou sua maior queda mensal em março desde o início da pandemia em 2020, refletindo os problemas na China e as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Na semana passada a BMW informou uma queda de 19% no volume de produção nos primeiros três meses de 2022, na comparação anual, citando gargalos globais no fornecimento de componentes e os lockdowns na China. As entregas de veículos para a China caíram cerca de 9% no trimestre.

A fabricante de artigos esportivos Adidas disse que sua receita na China caiu 35% ao ano no primeiro trimestre, enquanto os custos mais altos de fornecimento e frete corroeram sua lucratividade.

“A China é muito importante para nós como mercado”, disse Jörg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da UE na China. Cerca de 900 mil empregos na Alemanha dependem do mercado chinês, enquanto que as empresas alemãs empregam perto de um milhão de pessoas na China.

Wuttke disse acreditar que o pior da ruptura relacionada à covid e aos lockdowns recentes, ainda não foi sentido na Europa, uma vez que as remessas que deveriam ter deixado a China nos últimos dois meses só agora começarão e chegar aos portos europeus.

A intensidade do freio da China sobre a economia global dependerá do quanto ela irá desacelerar. Algumas empresas e economistas esperam ver uma recuperação antes do fim do ano.

Fonte : https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/05/13/desaceleracao-da-china-ja-afeta-o-resto-do-mundo.ghtml

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Sephora renova contrato com a Ceva logistics para operação omnichannel no brasil

A Sephora anunciou a renovação do contrato com a CEVA Logistics, que seguirá responsável pela operação omnichannel da empresa de cosméticos no Brasil pelos próximos cinco anos. No território nacional, a CEVA trabalha com a Sephora desde 2015 para atender as 39 lojas de varejo e estúdios em todo o país. No serviço online, a operadora dá suporte logístico desde 2017.

Sob o contrato, a CEVA é responsável por consolidar e distribuir uma variedade de produtos cosméticos, como maquiagem, fragrâncias, produtos para cuidados com os cabelos, acessórios e produtos para corpo e banho, incluindo produtos da marca Sephora Collection.

O suporte logístico da CEVA é gerenciado a partir de dois centros de distribuição multiusuário fora de São Paulo. Os serviços incluem entrada, armazenamento, atendimento de e-commerce, saída e logística reversa. Ambas as instalações são climatizadas para atender aos rigorosos requisitos de eficácia do produto da Sephora, garantindo que todos os produtos de beleza sejam armazenados em condições monitoradas com precisão.

O vice-presidente sênior de Contratos Logísticos para a CEVA Logistics na América Latina, Fabio Mendunekas, destacou que a empresa compreende os altos níveis de serviço e padrões exigidos por um cliente como a Sephora.

“Para manter sua reputação, nos concentramos incansavelmente na simplificação dos processos da cadeia de suprimentos e na melhoria da eficiência para que eles garantam que o produto esteja prontamente disponível para atender à demanda do consumidor.” – Fabio Mendunekas, vice-presidente sênior de contratos logísticos para a CEVA Logistics na América Latina.

Segundo João Bittencourt, vice-presidente de finanças e operações da Sephora, ter uma empresa de logística global com know-how sobre operações é fundamental para o crescimento da marca de cosméticos.

“Decidimos dar continuidade a essa parceria porque a CEVA possui um sistema dinâmico e flexível, capaz de acompanhar o cenário do mercado de cosméticos. Além disso, depois de mais de seis anos trabalhando juntos, a CEVA demonstrou seu interesse e esforço para atingir as metas de negócios da Sephora no Brasil, ajudando no progresso operacional e no desenvolvimento.” – João Bittencourt, vice-presidente de Finanças e Operações da Sephora.

INTELIGENTE CEVA E AUMENTO DE PRODUTIVIDADE

A CEVA gerenciará o negócio da Sephora usando sua solução inteligente (Smart Solution) de Beleza e Cuidados Pessoais, um conjunto dedicado de serviços para o setor de Consumidores & Varejo. As soluções da CEVA permitirão o armazenamento de produtos em qualquer centro de distribuição regional ou nacional, organizando vendas omnichannel ou monocanal e, em seguida, a distribuição para lojas, feiras e atacadistas.

Além disso, o Sistema de Gestão de Armazéns da CEVA é integrado aos próprios sistemas da Sephora para garantir total transparência e maior produtividade

Fonte : https://revistamundologistica.com.br/noticias/sephora-renova-contrato-com-a-ceva-logistics-para-operacao-omnichannel-no-brasil

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O desafio de entregar a encomenda certa no menor tempo possível

Em um país com as dimensões do Brasil, uma pequena falha na logística pode comprometer toda a operação.

“Basta uma pequena falha na logística e 5 mil funcionários param de trabalhar, à espera de uma peça que não chegou no momento certo”. Com esse exemplo, o vice-presidente de manufatura da Stellantis para a América do Sul, Pierluigi Astorino, dá uma dimensão da importância da cadeia de fornecimento de suprimentos na indústria. O tema foi debatido no painel Desafios e soluções do setor de logística e entregas, que contou ainda com a participação de Joyce Bessa (head de Gestão Estratégica, Finanças e Pessoas da TransJordano), Huber Mastelari (CEO da Lots Group para América Latina) e Márcio Toscano (diretor comercial e de marketing da Autotrac).

Astorino afirma que, diariamente, lida com problemas na linha de produção, por causa da logística. “A crise continua e há interrupções (na montagem)”, diz, referindo-se a falta de componentes, atraso de navios, falta de contêiner, etc. Ele informa que muitos problemas da produção ainda estão relacionados à escassez de semicondutores.

Como a produção trabalha dentro do conceito de “manufatura lean” (mínimo estoque), o fornecimento tem de ser preciso: a peça certa precisa chegar à linha no momento certo. Assim, a logística precisa ser perfeita. Segundo o executivo, qualquer contratempo em algum ponto do trajeto, seja em alfândega ou rodovia, gera tensão. Astorino diz que um dos desafios é achar a forma ideal de utilizar a tecnologia para auxiliar da melhor forma possível o funcionamento de toda a cadeia.

Azeite da salada

Márcio Toscano, da Autotrac (empresa de rastreamento que tem entre seus acionistas o ex-piloto Nelson Piquet), concorda e diz que a tecnologia é o “azeite da salada da logística”;. Mas acrescenta que o importante é saber como utilizá-la.

Ele afirma que, mais do que o uso da tecnologia, é fundamental estabelecer metas a serem cumpridas. De acordo com Toscano, é comum encontrar transportadoras que, mesmo com tecnologia à disposição, ainda usam o método convencional no dia a dia, por razões culturais.

Segundo o executivo, com a adoção de medidas simples, a Autotrac constatou que era possível obter redução de 8% no gasto combustível, apenas corrigindo o modo de condução. Afora a economia de dinheiro (com ganho de tempo e menos paradas para abastecimento), medidas assim também resultam em menor impacto ambiental.

Porém, Toscano constatou que muitas empresas não conseguem colocar em prática os ensinamentos. Como resultado, “o dinheiro se perde pelos dedos”, enfatiza.

Provas de português

Para preparar melhor os motoristas, Joyce Bessa, da transportadora TransJordano, informa que a empresa tem um recrutamento criterioso.  “Nossa seleção envolve até provas de português e matemática”, diz.

Além disso, Joyce afirma que a missão da empresa é qualificar motoristas, trabalho que envolve o monitoramento constante do profissional.  “A correção de erros deve ser feita enquanto ele está dirigindo, e não um mês depois”, afirma, alegando que nesse caso o prejuízo já estaria consumado.

Todo esse trabalho é feito por meio de conectividade com o veículo, e resulta em economia não apenas durante a viagem, mas até posteriormente, na venda do caminhão. “Como nós cuidamos da frota, conseguimos um preço superior na venda.”

Mulheres

Joyce também informa que a transportadora tem incentivado a formação de motoristas do sexo feminino. “Uma pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) constatou que, em 2019, apenas 0,5% de motoristas eram mulheres. Nós temos 10% de mulheres, portanto bem acima da média”, garante.

Apesar disso, a executiva julga que o número ainda é pouco, e investe na formação de profissionais do sexo feminino. “Nós formamos mulheres mesmo sem experiência. Algumas faziam limpeza, outras dirigiam trator. Se elas têm garra, um sonho, nós vamos prepará-las.”

Huber Mastelari, da Lots Group, também informa que a empresa (que faz parte da Scania) tem incentivado a profissionalização de mulheres como motoristas. De acordo com ele, 8,6% do quadro de motoristas é formado por mulheres, média que salta para 25% nas profissionais que trabalham nas bases localizadas na Grande São Paulo.

Além disso, a Lots tem investido muito na condução autônoma. Por meio de satélite, inteligência artificial e georreferenciamento, a empresa tem realizado operações de máquinas sem motoristas em áreas off-road “confinadas”, como mineradoras e fazendas. “Levamos nossas máquinas para operações subterrâneas e dentro de túneis”, garante, locais onde segundo ele não há sinais de telecomunicação.

Mastelari diz que a empresa já testa em uma mineradora na Austrália um caminhão de nível 4 de condução autônoma. Em condições inóspitas, como o ambiente em áreas de mineração, a frota operada a partir de torre de controle, de forma remota, tende a render mais, porque segundo o executivo ela trabalha na velocidade correta e na faixa de consumo ideal. O resultado aparece na economia de itens como pneus, por exemplo. Além disso, a operação é mais produtiva, porque não exige paradas para troca de turno. “A tecnologia não é mais um diferencial, mas sim base para competir”, encerra.

Fonte : https://mobilidade.estadao.com.br/inovacao/o-desafio-de-entregar-a-encomenda-certa-no-menor-tempo-possivel/

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Cainiao: Reduzindo a barreira ao Comércio Internacional

A Cainiao Network, braço de logística do Alibaba Group, anunciou em 05 de abril, o lançamento de um serviço de logística de comércio eletrônico de ponta a ponta digital para pequenas e médias empresas (PMEs).

Isso inclui serviços como coleta, armazenamento, cadeia de suprimentos, desembaraço aduaneiro e entrega de última milha em 120 países em todo o mundo, bem como rastreamento de encomendas em tempo real, serviço pós-venda único, garantias de entrega e garantia.

O lançamento piloto desta solução integrada é feito em parceria com a ShopLazza, uma plataforma de software como serviço (SaaS) especializada em vários aspectos do e-commerce direto ao consumidor (DTC), como pedidos e fidelização de consumidores gerenciamento, relatórios de análise de dados operacionais e muito mais. Para os comerciantes que desejam expandir seus negócios no exterior, a solução oferece serviços de logística personalizáveis, acessíveis e eficientes. Essa integração permitirá que as PMEs aproveitem o sistema de logística de nível empresarial no ShopLazza, fornecendo acesso à rede global de logística da Cainiao, aumentando assim sua visibilidade geral, produtividade e eficiência.

Globalmente, as PMEs representam cerca de 90% de todas as empresas e contribuem para até 70% do PIB global. À medida que procuram escalar sua presença online, muitas vezes encontram limitações com serviços de entrega transfronteiriça, resultando em operações de custo ineficiente. Um serviço de logística estável e acessível, portanto, desempenhará um papel fundamental na abertura do acesso aos mercados estrangeiros para incutir maior resiliência dos negócios em meio às incertezas globais.

Além disso, com acesso a sistemas de logística de nível empresarial, os comerciantes podem tranquilizar seus clientes com garantias de desempenho e serviços de remessa sem complicações. Isso aumenta sua competitividade e alivia um ponto problemático comumente enfrentado pelas PMEs, que é garantir um serviço de logística de comércio eletrônico transfronteiriço de ponta a ponta que seja eficiente, acessível e sustentável para seus negócios. Para melhorar ainda mais a competitividade dos lojistas, Cainiao introduzirá de tempos em tempos promoções e subsídios logísticos na plataforma.

“O rápido crescimento do comércio eletrônico nas sub-regiões da Ásia-Pacífico nos últimos dois anos, juntamente com a crescente demanda por um fluxo de trabalho de atendimento suave, pode ser complicado para as PMEs navegarem. Na Cainiao, queremos ampliar nossos recursos e experiência para ajudar a nivelar o campo de atuação e reduzir a barreira ao comércio internacional. Com a logística como a espinha dorsal do comércio global, prevemos o lançamento de nossa solução de logística inteligente para comerciantes de comércio eletrônico e PMEs, começando com a parceria com ShopLazza, para ser um passo à frente em nossa missão de facilitar a realização de negócios em qualquer lugar – capacitando as empresas para transformar a maneira como comercializam, vendem e operam, e aumentar suas eficiências”, disse o Dr. Ding Hongwei, gerente geral da Cainiao Technology.

“As PMEs podem aproveitar as vantagens competitivas da Cainiao e da ShopLazza em tecnologia para moldar suas estratégias de crescimento e alcançar uma melhor satisfação geral do cliente. Com um suporte mais abrangente, eles estão mais bem preparados para realizar seu potencial de negócios globais”, acrescentou o Dr. Ding.

 

 

Fonte : https://postandparcel.info/147608/news/e-commerce/cainiao-reducing-the-barrier-to-international-trade/

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