Serviços de entrega apoiam pequenos negócios com soluções logísticas e treinamento

Correios e Mercado Livre dividem a liderança na estreia da categoria na pesquisa Datafolha.

Pela primeira vez, a pesquisa O Melhor de São Paulo avalia os serviços de entrega de encomendas. Sob o ponto de vista dos paulistanos entrevistados pelo Datafolha , os melhores desempenhos deste segmento foram obtidos pelos Correios e pelo Mercado Livre, que dividem a liderança com, respectivamente, 25% e 24% das menções.

Cada vez mais valorizada por quem compra pela internet, a entrega ágil é possível quando as empresas, no caso dos marketplaces, usam dados para entender padrões de consumo e mapear quais itens têm mais saída em determinados locais e períodos, explica Vinícius Picanço, professor de operações e sustentabilidade do Insper.

O entendimento do comportamento do consumidor permite aprimorar o planejamento e a organização da cadeia logística com o pré-posicionamento dos estoques, ou seja, com o armazenamento dos produtos nos centros de distribuição (CDs) mais próximos das regiões em que a demanda é maior.

Em cidades que não comportam grandes centros, como São Paulo, armazéns de pequeno porte ajudam a diminuir o tempo entre a finalização da compra e o recebimento do pedido, afirma o professor.

Na capital, o Mercado Livre possui CDs em formatos menores, que atuam em diferentes etapas da logística. Os maiores armazéns em São Paulo, os “fulfillments”, estão nas cidades de Cajamar, Franco da Rocha e Araçariguama, e guardam os estoques dos vendedores —inclusive de pequenos e médios— para enviá-los às cidades vizinhas com mais rapidez.

Para atender estados brasileiros onde ainda não há um CD, expande-se a frota de veículos inclusive com aviões, diz Thaís Nicolau, diretora de branding da multinacional no Brasil e na América Latina. O investimento permite que 80% dos produtos sejam entregues em até dois dias, ante 70% em 2021. folha mercado Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.

Além de estocar mercadorias no CD para acelerar a entrega, pequenos e médios negócios que integram o marketplace têm acesso a conteúdos básicos para trabalhar melhor com a plataforma. São dadas dicas de vendas, de preenchimento da descrição do item no site e até de fotografia, por exemplo, já que as avaliações dos clientes sobre anúncio e atendimento são monitoradas pela multinacional e refletem na reputação da loja parceira no site.

“Queremos ser um local com a melhor qualidade e os melhores produtos, e isso é uma via de mão dupla com os vendedores. Ao mesmo tempo em que proporcionamos um acesso gigantesco para eles, precisamos que eles entreguem tudo que é prometido”, diz Nicolau.

Os Correios dispõem de ações semelhantes para dar suporte aos pequenos empreendedores. Como treinamento, há o programa AproxiME, que oferece consultorias às empresas que operam pela internet, afirma Fabiano Silva dos Santos, presidente da estatal.

“A transformação digital impulsiona novas necessidades de consumo da população e isso vai ao encontro da nossa estratégia de ser o principal parceiro do ecommerce nacional e internacional. Para isso, estamos investindo em infraestrutura e na modelagem de produtos e serviços para tornar os Correios cada vez mais atrativos e a principal escolha dos clientes.”

Pequenos negócios do comércio eletrônico podem contratar o serviço Correios Log+, um pacote com a tecnologia fulfillment, no qual a estatal se responsabiliza pelo armazenamento do estoque e, quando uma venda é feita, também cuida das etapas de separação do pedido, embalagem e entrega.

A estatal realiza envios mais rápidos por meio de serviços como o Sedex Hoje, que atende a capital paulista e outras 13 cidades, no qual as entregas são feitas no mesmo dia e podem ser acompanhadas em tempo real. Hoje, segundo Silva, cerca de 2 milhões de encomendas são entregues diariamente no Brasil, e para isso os Correios possuem 23 mil veículos na frota, entre furgões, caminhões e motocicletas, além de sete barcos e 12 aeronaves.

*CORREIOS*
25% das menções

Fundação
1663

Unidades
10,7 mil agências, 8,2 mil unidades operacionais e 85 lockers no país

Funcionários
87,4 mil

Faturamento
R$ 20,5 bilhões em 2022

Crescimento
Redução de R$ 1,5 bilhão em comparação com 2021

“Nossa qualidade operacional, nossa infraestrutura instalada e nossa cobertura permitem a todos os paulistanos —cidadãos, pequenos e médios empreendedores, grandes empresas e entes governamentais— o acesso a um serviço de excelência, assinado por uma marca com 360 anos de história e reputação”
Fabiano Silva dos Santos, presidente dos Correios

*MERCADO LIVRE*
24% das menções

Fundação
1999

Unidades
Presente em 18 países

Funcionários
39 mil na América Latina, sendo 15 mil no Brasil

Faturamento
US$ 10,5 bilhões de receita líquida total (no Brasil, US$ 5,6 bilhões)

Crescimento
49% na receita líquida total, e 44,6% na receita do Brasil

“Investimos muito em ampliar os centros de distribuição e a frota —temos aviões, caminhões, vans, motos, e pensamos no meio ambiente com os veículos elétricos. É muito difícil encontrar outra marca que tenha o mesmo ecossistema, ofereça a melhor experiência para o consumidor e diferentes opções para os vendedores”
Thaís Nicolau, diretora de branding do Mercado Livre no Brasil e na América Latina

Fonte : https://www1.folha.uol.com.br/o-melhor-de-sao-paulo/2023/04/servicos-de-entrega-apoiam-pequenos-negocios-com-solucoes-logisticas-e-treinamento.shtml

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Vida60Mais, marketplace para idosos, capta R$ 750 mil para decolar

Lançado no fim do ano passado com o intuito de ser mais que um marketplace de produtos e serviços para idosos, mas uma comunidade de representatividade, o Vida60Mais se prepara para alçar voos maiores. A startup anuncia a sua primeira captação, via investimento-anjo, de R$ 750 mil.

Segundo a CEO e cofundadora, Arine Rodrigues, o aporte feito pelo investidor Inácio Ferreira, diretor do Grupo Adapta, será o combustível para garantir uma melhor experiência no site, além de ampliar o alcance de usuários. “O dinheiro será aplicado 100% em tecnologia. Queremos prover uma jornada de compra mais simples e intuitiva, hospedar cursos de parceiros, e também criar um aplicativo”, contou Arine em conversa com o Startups.

O Vida60Mais conta hoje com quase 300 produtos/serviços variados como roupas, aulas de idiomas, dança, cuidadores, fisioterapeutas, dentre outros. A expectativa, com a injeção de capital, é de atingir 5 mil produtos vendidos por mês, dentro de 20 categorias que atendem as necessidades/desejos do público 60+.

A empresa aposta também na recente chegada de Carla Núbia Borges e Mirella Rebello, duas médicas geriatras, com o objetivo de desenvolver novas parcerias ligadas à saúde. “Queremos fortalecer nosso propósito de gerar renda e contribuir com a autonomia, saúde mental e física, além de representatividade do público idoso ao ter um espaço funcional dedicado a eles”, complementa, Arine.

Longevidade representada

Foi motivada por sua experiência própria familiar, que Arine decidiu criar um negócio pensado na população idosa. Filha de pais mais maduros, a empresária conviveu por anos com a falta de representatividade desse público no ambiente online.

Fazendo pesquisas online com pessoas longevas, ela constatou que 70% dos entrevistados sofriam com o mesmo que seus pais: não se sentiam representados nas plataformas atuais de compras. Se juntou então à sócia Gabriela Manhoso e cada uma investiu R$ 25 mil do próprio bolso para dar vida à empresa em outubro de 2020.

Foram quase 2 anos estabelecendo uma conexão com o público, criando uma comunidade, prestando informações, etc, para daí, no ano passado criar um marketplace completo e começar a venda de produtos e serviços.

Em 2023, o objetivo é aumentar o número de opções de produtos e serviços, facilitando as escolhas de compras dos idosos e de seus familiares, priorizando parcerias. Para o Vida60Mais, a cereja do bolo é se tornar a principal comunidade voltada para os 60+ no Brasil.

Fonte : https://startups.com.br/noticias/vida60mais-marketplace-para-idosos-capta-r-750-mil-para-decolar/

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Entregas no mesmo dia? Como a tecnologia mudou a cara das empresas de logística

Setor investe em sistemas sofisticados e automação para dar conta de uma demanda crescente e cortar custos; avanço da internet tornou possível redução de estoques.

A tecnologia e a inteligência artificial têm mudado a cara da logística brasileira, acompanhando uma tendência mundial. Se no passado o diferencial estava no tamanho da frota de caminhões e na área atendida, hoje as empresas precisam apostar em sistemas sofisticados e automação para dar conta de uma demanda crescente e, ao mesmo tempo, garantir maior eficiência para os clientes. Isso porque o setor virou peça-chave dentro do planejamento estratégico das companhias na redução de custos – os custos logísticos representam 12% do faturamento bruto das empresas.

Além disso, com as transformações digitais e o avanço do e-commerce, a velocidade na entrega virou disputa no mercado para ver quem consegue chegar primeiro ao consumidor final. Para isso, é preciso muita tecnologia no rastreamento do produto e na separação dos pacotes, dando maior agilidade ao processo.

“Até certo volume é possível fazer na mão. Mas, quando a demanda aumenta, a tecnologia entra para resolver o problema e melhorar a operação”, diz Caio Reina, presidente e fundador da RoutEasy, uma startup que usa inteligência artificial em soluções de otimização e gestão de entregas. Ele diz que nos últimos tempos, sobretudo após a pandemia, a demanda mudou por causa da importância do comércio eletrônico.

O nível de exigência aumentou. O prazo de três a cinco dias, que antes era bom, está ultrapassado. “Hoje, o consumidor quer receber o produto no dia seguinte ou no mesmo dia”, diz Reina. Isso tem exigido novas fórmulas das empresas para atender aos novos requisitos. A Loggi, empresa que nasceu em 2013 e tem a tecnologia no DNA, já consegue fazer essas entregas no mesmo dia dependendo da região.

Mudanças avançam com redução de estoques

Mais da metade das empresas de logística acredita que a tecnologia é a chave para reduzir custos, oferecer novos serviços aos clientes e atender às exigências do mercado. Para alcançar esses objetivos, elas apostam na inovação de uma serie de processos, como o rastreamento de cargas, na tecnologia de processamento de pedidos e de planejamento de demanda e na automação dos meios de distribuição, mostra um levantamento feito pela Fundação Dom Cabral com 275 empresas do setor.

O professor Paulo Resende, responsável pela pesquisa, diz que a tecnologia ganhou maior importância dentro das empresas depois que as cadeias produtivas começaram a trabalhar com menos estoques. Com o avanço da internet e o barateamento do acesso a informações e dados, as companhias começaram a questionar se deveriam estocar produtos ou apostar num sistema de fluidez e de informação.

“A partir do momento em que não há mais um colchão entre oferta e demanda, elas precisam da tecnologia da informação, de inovação nos equipamentos, veículos modernos e inteligência artificial”, diz o Resende. Além disso, completa ele, houve o empoderamento do consumidor final sobre a demanda. “Hoje, eles têm centenas de milhões de aplicativos à disposição para decidir sobre as compras.”

Nesse cenário, a Loggi já surgiu com o objetivo de usar a tecnologia para melhorar a logística. A empresa tem 10 centros de distribuição no País. O vice-presidente de Vendas, Comunicação e Marketing da companhia, Ariel Herszenhorn, afirma que há três anos a empresa atendia a 50 municípios no País. Hoje, são 4.200.

Algoritmos

Para manter esse crescimento, a saída foi apostar em sistemas automatizados e algoritmos que ajudam na operação. No centro de distribuição em Cajamar, em São Paulo, a empresa tem capacidade para processar 1,2 milhão de pacotes por dia. Numa esteira gigante, os pacotes são separados automaticamente – por meio do código de barras – por regiões e algumas cidades maiores, como São Paulo. A partir daí, os pacotes são transportados em caminhões de acordo com as rotas definidas.

As soluções tecnológicas da empresa são criadas por equipes dedicadas ao assunto no Brasil e em Portugal. No hub de tecnologia de Lisboa, cerca de 70 profissionais buscam aperfeiçoar as ferramentas e criar novas saídas para dar mais eficiência ao processo. Em 2020, a Loggi investiu R$150 milhões em automação e tecnologia. No ano passado, esse valor superou R$ 250 milhões.

Na JSL, uma das mais tradicionais empresas de logística do País, com mais de 1,3 mil clientes, a tecnologia e a inteligência artificial viraram estratégia indispensável para manter o negócio, diz o presidente da empresa, Ramon Alcaraz. “Estamos investindo muito dinheiro nisso. Ainda estamos longe dos objetivos, mas estamos no caminho.” Numa das áreas de atuação da empresa, que é a cadeia de matéria-prima, o uso de algoritmos para otimizar o uso de veículos tem sido muito importante para reduzir custos.

Na celulose, por exemplo, 30% do custo do plantio até a fábrica é logística. “Se conseguir ser tão eficiente que não pare nenhuma caminhão, vou conseguir fazer aa mesma produção com menos veículos e terei um ganho gigante. É nesse ponto que uso a inteligência artificial, para encontrar essa equação”, diz ele.

O mesmo ocorre na indústria de cana-de-açúcar. A caldeira não pode parar, mas a usina não tem espaço para toda matéria-prima necessária. “Antes colocava um monte de caminhão para levar a cana até a caldeira, mas era custoso. Com a tecnologia, consigo fazer a mesma coisa com menos caminhão”, diz Alcaraz.

Segundo ele, em algumas operações, o motorista do caminhão passa seu crachá e o sistema mostra a rota que irá fazer e em quanto tempo. “Se por algum motivo esse motorista parar, o sistema vai perguntar porque parou. Com mais tecnologia, precisamos de menos máquinas, menos gente e temos um ganho maior de eficiência.”

Fonte : https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,entregas-tecnologia-mudou-empresas-logistica,70004044810

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