Social commerce: um novo fator de pressão para as varejistas no Brasil?

Você sabe o que é o social commerce? Difundido ao longo dos últimos anos em alguns países, trata-se de um modelo emergente que conecta transações comerciais e plataformas de redes sociais, surgindo como uma alternativa para compras online.

Com sua forte recorrência e visibilidade das preferências dos consumidores, ele vem impulsionando um rápido crescimento e levando-o a responder por 14%-15% das vendas no varejo da China e EUA no ano passado.

De acordo com a Accenture, espera-se que o social commerce cresça 3 vezes mais rápido do que o comércio eletrônico tradicional para atingir um mercado endereçável de US$ 1,2 trilhão até 2025.

Ainda de acordo com o relatório, a maior parte desse crescimento deve ser impulsionada pelo live commerce, um recurso criado pela primeira vez pelo Alibaba em 2016, que já contabiliza US$ 157 bilhões (dos quais 60% destes valores vêm da China).

Em relação aos players, os analistas destacam que o TikTok Shop (TTS) é líder nesse setor, com expectativa de atingir US$ 18 bilhões nos EUA este ano, enquanto outras plataformas de mídia social também têm investido em recursos de compras como Instagram, Pinterest e Youtube.

O TikTok Shop combina conteúdo de vídeos viciantes com compra por impulso de forma visual e é o recurso de crescimento mais rápido do aplicativo, com a combinação de vídeos atraentes, influenciadores populares e comércio em grande escala.

A plataforma atua em 8 países e, por estar dentro do app do TikTok, proporciona uma experiência sem atritos, com os consumidores podendo ter a jornada completa sem sair do app, o que é uma importante alavanca de conversão (mais de 2 vezes acima na comparação com os e-commerces tradicionais). Além disso, a TTS lançou o ‘Fulfilled by TikTok‘ em agosto de 2023 no Reino Unido, oferecendo uma solução logística para os vendedores, incluindo armazenagem, embalagem e envio.

Algumas notícias locais apontavam que a TTS poderia se expandir para o Brasil/América Latina para competir com o Instagram Shop (71% das vendas de live commerce da América Latina, de acordo com a McKinsey).

No Brasil, esse tipo de transação é pequeno, mas a XP vê a ascensão do social commerce como uma tendência que vale a pena monitorar, uma vez que adiciona ainda mais pressão ao cenário já competitivo e desafiador do comércio eletrônico.

Por outro lado, alguns players já se aventuraram no live commerce, como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), oferecendo descontos especiais e presença de celebridades.

No entanto, segundo a XP, o movimento de maior competição por conta do social commerce deve ser uma ameaça apenas de médio a longo prazo para o setor em geral. Notícias locais apontam para uma desaceleração dos planos do TTS no Brasil para se concentrar em questões regulatórias nos EUA. A dona do Tik Tok, Byte Dance, quer se consolidar nos EUA como forma de provar o seu valor aos comerciantes e consumidores do país, podendo focar menos em outros países.

Fonte: “Social commerce: um novo fator de pressão para as varejistas no Brasil? (infomoney.com.br)

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Aumento das vendas da Shein e Temu faz tarifas de frete aéreo dispararem

O aumento expressivo das vendas das empresas de comércio eletrônico Shein e Temu está causando escassez de espaço para carga aérea. Por consequência, isso está elevando os custos e o tempo de entrega para as empresas americanas que aguardam mercadorias da China.

Vale ressaltar que, recentemente, a Amazon afirmou que lançará uma seção no marketplace com itens mais baratos. Neste caso, os produtos também serão enviados aos consumidores americanos a partir de armazéns na China.

Demanda elevada e impacto no frete aéreo

Mesmo com a participação do TikTok Shop e da Amazon nessa corrida por trazer itens da China, os maiores responsáveis pelo atraso das entregas seguem sendo Shein e Temu. Essas empresas estão dominando a capacidade existente de carga aérea da China, aumentando os custos para o espaço remanescente necessário por outros exportadores.

A ascensão de gigantes do varejo online alimentou a demanda global e estabeleceu expectativas de entregas rápidas, com entrega no dia seguinte se tornando o padrão. No entanto, agora muitas empresas enfrentam esperas mais longas e custos mais altos para envios da China.

Volumes de carga crescentes

Um dos motivos é o volume crescente de mercadorias destinadas aos consumidores americanos pela Shein e Temu. Segundo um relatório de maio da Forbes, elas enviam conjuntamente 9.000 toneladas de carga aérea diariamente a partir de aeroportos no sul da China. Para efeito de comparação, a Apple transporta cerca de 1.000 toneladas diárias.

Esse volume de mercadorias enviadas pela Temu e Shein representa 88 aviões Boeing 777 exclusivamente para carga, operando sete dias por semana. A participação dessas empresas na capacidade total de frete aéreo em rotas da Ásia-Pacífico aumentou de quase inexistente em 2022 para 30% em algumas rotas atualmente.

Impacto nos custos e tempos de entrega

Embora nem todos esses aviões estejam destinados aos EUA, o resultado é o mesmo para consumidores e empresas americanas que aguardam mercadorias da China. O aumento do fluxo de roupas da Shein e itens domésticos e outros da Temu está ocupando um espaço cada vez maior na carga aérea limitada, elevando as tarifas de frete.

Quanto mais caro? No mês passado, os preços de frete aéreo de curto prazo na Ásia-Pacífico foram 40% mais caros do que no mesmo mês de 2023, de acordo com o Wall Street Journal. Isso, apesar do verão ser um período geralmente mais lento para transporte de carga — e antes do aumento sazonal que precede um aumento no consumo de final de ano.

Em junho, as tarifas médias de frete entre China e EUA foram de US$5,27 por quilo, abaixo dos US$7,78 durante o pico em dezembro passado, mas ainda o dobro dos valores de 2019.

Futuro e concorrência

E os próximos meses prometem ser ainda mais intensos. Afinal, como mostrado no início, a Amazon está se preparando para lançar uma oferta semelhante de produção e venda de mercadorias baratas e serviços de entrega rápida da China para competir com a Shein e Temu.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo informou que o aumento de 14% na demanda por espaço de carga aérea em rotas da Ásia-Pacífico em abril quase dobrou a expansão de capacidade de 7,8% dos transportadores no mesmo período.

Essa diferença provavelmente aumentará ainda mais à medida que os volumes de frete aéreo aumentarem no último trimestre do ano (elevará os custos de transporte, mesmo com os tempos de entrega se alongando).

Desafios para empresas e consumidores

O comentário de Wouw ao Journal reforça o boom do comércio eletrônico da China, que transformou o mercado de frete aéreo em um período incrivelmente curto. Para as empresas americanas que encomendam mercadorias da região, isso significará tempos de espera mais longos e preços de transporte mais altos à medida que o ano avança.

Para os clientes da Shein e Temu, relatórios indicam que ambas as empresas garantiram capacidade de carga suficiente por meio de contratos de longo prazo para atender às suas necessidades. E que, para manter o crescimento das vendas, as empresas estão absorvendo os custos mais altos de frete aéreo.

Fonte: “Aumento das vendas da Shein e Temu faz tarifas de frete aéreo dispararem – E-Commerce Brasil (ecommercebrasil.com.br)

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TikTok Shop, Temu e SHEIN: os três disruptores do crossborder global

Uma diferença fundamental: a maioria das empresas da velha geração simplesmente jogava o jogo de oferecer uma abundância de produtos e de usar publicidade online para adquirir clientes. Com o passar dos anos, a aquisição de clientes tornou-se mais cara e os clientes tornaram-se mais exigentes quanto à qualidade dos produtos e serviços.

TikTok Shop, Temu e SHEIN, no entanto, são diferentes, cada um à sua maneira, capturando uma peça-chave da cadeia de valor.

A TikTok Shop aproveita a grande e fixa base de usuários do TikTok. O TikTok tem agora perto de 2 bilhões de usuários ativos mensais em todo o mundo, 150 milhões dos quais estão nos EUA – perto de metade da população dos EUA. A TikTok Shop não precisa gastar um centavo para adquirir clientes quando pode converter usuários do TikTok em usuários de comércio eletrônico.

Temu, por outro lado, opera um modelo de “consignação completa”. Vende produtos direto de fabricantes/distribuidores aos consumidores. Isto permitiu à Temu oferecer uma grande variedade de produtos a baixos custos para os consumidores.

Tanto a TikTok Shop quanto a Temu aprimoraram extensivamente seus modelos de negócios por meio de suas operações irmãs no mercado interno da China – Douyin e Pinduoduo, respectivamente.

Ambos também perturbaram a ordem do mercado do comércio eletrônico na China. A Atual estimativa é que o share de mercado da Alibaba na China tenha diminuído de 80% para 48% nos últimos sete anos, enquanto Pinduoduo e Douyin conquistaram coletivamente 30% do mercado.

A SHEIN, por outro lado, sempre foi um player puramente transfronteiriço focado na moda. Mas que ao longo dos anos vem mudando o seu modelo de negócio incorporando na oferta de produtos na plataforma: produtos feitos por fabricantes locais, além de sellers locais que passam a vender no seu marketplace, como acontece aqui no Brasil. Isso permite que a SHEIN tenha um ciclo do design ao consumidor de menos de duas semanas e adicione milhares de novos produtos à sua loja todos os dias.

Cada um do trio adquiriu e alavancou uma especialidade para crescer. Quando o Pinduoduo surgiu pela primeira vez na China, empresas tradicionais como Alibaba e JD desprezaram-no por vender produtos baratos e sem marca. Em novembro de 2023, a capitalização de mercado do PDD ultrapassou brevemente a do Alibaba.

A Alibaba passou a levar a concorrência muito a sério, um fator-chave que levou à maior reestruturação do grupo na história no ano passado. O Alibaba também está replicando o modelo de remessa completa da Temu para suas plataformas AliExpress e Lazada.

Embora seja incerto se conseguirão o mesmo truque nos mercados ocidentais devido a diferenças de timing e de circunstâncias, os operadores históricos como a Amazon deveriam ter a mesma cautela que a Alibaba e a JD deveriam ter em meados da década de 2010.

Temu faz parte de uma nova geração de players chineses que estão revolucionando o cenário do comércio eletrônico nos mercados ocidentais. Depois de estrear nos EUA em setembro de 2022, estará disponível em 56 países desde março. A plataforma gera US$ 2 bilhões em vendas por mês, número que vem crescendo. O que vem mais por aí com a perspectiva de chegada por aqui do Temu este ano? Vamos acompanhar!

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/tiktok-shop-temu-e-shein-os-tres-disruptores-do-crossborder-global”

Shoppertainment: entenda a “Tiktokização” do comércio eletrônico

Marcas e entretenimento se encontram no TikTok, que tem se tornado uma ferramenta essencial para alavancar os resultados de negócio.

 A crescente tendência do “Shoppertainment”, também conhecida como “Tiktokização” do comércio, está redefinindo a forma como as marcas se conectam com os clientes, e a plataforma líder nessa revolução é, claro, o TikTok. O Shoppertainment é a convergência entre entretenimento e comércio e impulsiona uma mudança significativa na experiência de compra para os consumidores.

O TikTok não é apenas uma rede social; é uma poderosa plataforma de entretenimento, onde elementos como diversão e informação se misturam para criar um ambiente propício para a convergência de criadores e marcas. Com mais de um bilhão de usuários em todo o mundo, o TikTok oferece um espaço fértil para que marcas atraiam o público-alvo e impulsionem as vendas de forma criativa e envolvente.

Theo Lima, Head of Sales do TikTok, enfatizou a importância da influência digital no cenário atual. A convergência entre criadores e marcas tem sido cada vez mais notável, com influenciadores digitais se tornando marcas e as empresas adotando estratégias de conteúdo para criar um vínculo mais autêntico com os consumidores. Lima compartilhou insights valiosos no Fórum E-commerce Brasil 2023.

O case de sucesso da L’Oreal no TikTok

Um exemplo de como o Shoppertainment pode impulsionar resultados de negócio é o case da L’Oreal. A empresa desenvolveu uma estratégia completa de conteúdo para o TikTok, concentrando-se na hashtag #BeautyTok para explorar todo o funil de vendas.

O resultado foi um aumento de 43% no volume incremental de vendas dos quatro produtos incluídos na estratégia. A L’Oreal se tornou a detentora oficial da hashtag BeautyTok e continua a investir na criação constante de conteúdo em torno dela.

O TikTok e o comportamento do consumidor

O TikTok se estabeleceu como uma fonte confiável de informações e dicas para os usuários, com 84% deles recorrendo à plataforma em busca de conteúdo. O principal motivo por trás disso é a facilidade na linguagem e a quantidade de respostas encontradas. A hashtag TikTokMadeMeBuyIt(TikTokMeFezComprarIsso) acumula 45 bilhões de visualizações e ilustra o impacto da plataforma na formação da opinião dos consumidores, especialmente entre a Geração Z.

Lima acredita que as pessoas escolhem cada vez mais passar o seu tempo no TikTok porque se sentem bem. “Em um mundo no qual a atenção está cada vez mais fragmentada e há uma disputa constante por essa atenção, ter uma plataforma que entretém e, ao mesmo tempo, engaja com a qualidade do TikTok é fundamental para qualquer estratégia de marca. As pessoas gastam dinheiro quando e onde elas se sentem bem”, destaca.

O TikTok Shop e o comércio social

O TikTok se destaca como uma plataforma de comércio social, movendo os clientes ao longo de uma jornada de compra personalizada. O loop infinito da plataforma é alimentado pela comunidade de usuários, que se envolvem com o conteúdo e, consequentemente, com o Shoppertainment de forma contínua.

A ascensão do TikTok Shop solidifica essa convergência entre entretenimento e comércio. O TikTok oferece ferramentas para compras ao vivo, vídeos de compra e vitrines de produtos. Diversas marcas começaram a integrar seus serviços com o TikTok, aproveitando o potencial dessa plataforma.

Lima explica que, para sustentar essas conversas, as marcas precisam ter uma estratégia bem definida e estar constantemente engajadas. “Trabalhar os critérios: conteúdos de marca, conteúdo dos criadores nativos da plataforma e mídia impulsionada fará com que você tenha essa estratégia robusta para sustentar qualquer campanha dentro do TikTok”, ressalta.

As 5 dicas para o sucesso no TikTok

Lima ofereceu 5 dicas fundamentais para marcas que desejam prosperar na plataforma:

  1. Seja autêntico e exponha sua marca: Os usuários do TikTok estão acostumados com marcas, portanto, não tenha medo de mostrar sua identidade, desde que a linguagem do conteúdo se comunique com o público da plataforma.
  2. Adapte-se ao TikTok: a plataforma funciona melhor quando a estratégia de conteúdo é pensada diretamente para ela, evitando simplesmente replicar conteúdos de outras redes sociais.
  3. Teste e aprenda: o algoritmo do TikTok mostra conteúdos baseados nos gostos dos usuários, por isso é essencial testar e adaptar a linguagem para melhorar o engajamento.
  4. Ads também precisam ser conteúdo: a publicidade tradicional não funciona no TikTok; é preciso entender o comportamento do público na plataforma e criar anúncios que se encaixem organicamente com os conteúdos que os usuários consomem.
  5. Inspire-se nos criadores: os criadores do TikTok são uma fonte valiosa de inspiração. Mapear e consumir o conteúdo de sucesso dos principais criadores do nicho pode auxiliar as marcas a criar um conteúdo mais envolvente e relevante.

Shoppertainment como tendência duradoura

O futuro do comércio eletrônico está intrinsecamente ligado ao entretenimento. O Shoppertainment veio para redefinir a maneira como as marcas se conectam com os clientes, proporcionando uma experiência diferente de compra.

A “Tiktokização”do comércio eletrônico continuará a moldar a indústria nos próximos anos e as marcas que compreenderem a importância de se adaptar à linguagem e valores da plataforma estarão bem posicionadas para obter vantagens competitivas.

‘ https://www.consumidormoderno.com.br/2023/08/01/shoppertainment-tiktokizacao-do-comercio-eletronico/

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