Lançado em novembro do ano passado, o Pix já se tornou o meio mais utilizado pelos brasileiros para realizar transferências de dinheiro – superando com folga a TED e o DOC. Isso já era esperado, afinal as transferências com Pix são gratuitas e podem ser realizadas 24 horas por dia, sete dias por semana.
O que também era esperado e não aconteceu é que o Pix abocanhasse uma fatia dos pagamentos feitos com dinheiro e cartão de crédito. Números do Banco Central mostram que os pagamentos de pessoas para empresas somaram R$ 10,7 milhões em janeiro, apenas 7% do total transacionado via Pix. Já as transações entre pessoas alcançaram 61,9 milhões, o equivalente a 44,94% do total movimentado.
Para Denis Piovezan, vice-presidente da Linx Pay Hub, é preciso ensinar o varejista a utilizar o Pix e a entender que benefícios ele tem ao usar o novo meio de pagamento.
“Quando a gente olha para os números do BC, são todos muito grandes. Mas a maioria diz respeito à TED e ao DOC. É preciso criar no varejista o hábito de receber com Pix, ensiná-lo como funciona, incentivar essa curva de aprendizado”, disse ele.
Para estimular o uso do Pix no varejo, a Linx está fazendo um trabalho de promoção e treinamento sobre o novo meio de pagamento instantâneo. “São duas frentes de promoção: uma é a isenção da ferramenta por seis meses. A outra é incentivar o uso no ponto de venda.”
Segundo ele, os varejistas que utilizam as soluções da Linx já têm acesso a um sistema de recebimento integrado ao Pix. Essa integração aconteceu de forma rápida porque a Linx já possuía um centralizador de QR Code. “Esse centralizador tem a capacidade de ler o QR Code de todas as carteiras digitais. Quando veio o Pix, já estava tudo praticamente pronto, era só evoluir para o BR Code.”
Da base de clientes da Linx, de 15% a 20% aderiram ao sistema de pagamentos integrado ao Pix. Entre esses, a parcela que de fato está recebendo com Pix é mínima.
Mas Piovezan acredita que esse cenário vai começar a mudar conforme mais pessoas entendam como funciona o Pix. “Falta trabalhar e promover no varejo, mostrar como ele funciona no ponto de venda. Estamos no caminho, é um aprendizado.”
Fonte : 6minutos.uol.com.br