O Carrefour Brasil (CRFB3) reportou um balanço trimestral muito mais forte do que os analistas da Ágora Investimentos esperavam. A empresa finalizou o segundo trimestre do ano com um lucro ajustado 75% maior do que o mesmo período de 2019, atingindo um montante de R$ 713 milhões.
As vendas subiram durante a fase mais aguda da crise causada pela pandemia de covid-19, registrando alta de 18,3%, para R$ 17,3 bilhões. O Atacadão apresentou crescimento de 8,6% em SSS (vendas de mesmas lojas), o maior avanço trimestral desde 2017, quando a companhia abriu capital na Bolsa.
“Este foi um resultado muito forte, muito acima das expectativas. Embora seja provável que tenha havido algum benefício com questões específicas do trimestre (como estoque, compra de itens não alimentares em hipermercados e a mudança para o online), destacamos que a execução do Carrefour no trimestre parece ter sido de primeira
linha. Isso nos deixa otimistas de que pelo menos alguns dos direcionadores de curto prazo (como a mudança natural do consumidor para o online) possam se tornar permanentes”, comentaram os analistas Richard Cathcart e Flávia Meireles.
A corretora acredita que o Carrefour já está demonstrando sinais do seu processo em se tornar pioneiro na categoria de alimentos online, o que trará escala e lucratividade no futuro. Apoiados em perspectivas positivas, os analistas esperam uma revisão para cima das estimativas do consenso.
Ponto negativo
Os resultados também bateram as previsões do Credit Suisse, que destacou o bom desempenho da receita líquida e o Ebitda ajustado de R$ 1,4 bilhão.
O único aspecto negativo comentado pelo banco suíço veio pela divisão bancária, cujos números contraíram 27% no comparativo anual em razão das circunstâncias atuais do mercado. No entanto, uma recuperação sequencial já é esperada para os próximos meses.
“Temos consciência de que o momentum provocado pela covid-19 não durará para sempre, mas os resultados do segundo trimestre do Carrefour mostraram bons sinais subjacentes”, afirmaram Victor Saragiotto e Pedro Pinto, autores do relatório divulgado pelo Credit Suisse e obtido pelo Money Times. O banco tem recomendação neutra para a ação, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 22,50.
De acordo com o BTG Pactual (BPAC11), que também elogiou o desempenho da empresa no período, a boa fase vivida pelo Carrefour no curto prazo indica que os varejistas de alimentos devem desfrutar de um cenário resiliente em 2020, com maior visibilidade de ganhos e valuations cada vez mais atrativos.
A recomendação do BTG também é neutra, com preço-alvo indicado de R$ 24.
Fonte : moneytimes.com.br