Brasil fica em 66º em ranking de países para abrir negócios on-line

Pesquisa avalia critérios como conectividade e bancarização da população.

O Brasil é o 66º colocado em um ranking de melhores países para abrir um negócio on-line, segundo a lista feita pela Best Accounting Software. A organização é dedicada a avaliar sistemas para pequenas empresas e usou critérios como conectividade, velocidade da internet, número proporcional de usuários de redes sociais, bancarizados e tempo necessário para se abrir uma empresa, entre outros.

Mais de 200 países foram avaliados, mas apenas 99 aparecem no ranking devido à ausência de dados em alguns lugares. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o Brasil ficou atrás de países em que o acesso à internet é controlado, como a China ou a Arábia Saudita, ou de economias bem menores, como Uruguai e Vietnã.

Todos os dez mais bem posicionados são países desenvolvidos, sendo a Dinamarca líder da lista, seguida por Suíça, Holanda e Estados Unidos. Porém, nenhum deles se destaca em todos os aspectos. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, são os melhores em velocidade de internet para dispositivos móveis. Já a Nova Zelândia é a que mais se destaca em termos de bom ambiente para se começar uma startup.

“Não há um único desafio que afete a maior parte dos países. Por exemplo, aqueles com renda nacional bruta maior tendem a ter conectividade e práticas melhores para dar início a um negócio, mas os empreendedores são frequentemente confrontados com taxas corporativas altas”, explicou a pesquisadora Rebecca Moody, que coordenou o levantamento, à publicação.

Brasil com pouco acesso à internet

Ainda segundo a reportagem, ao todo, foram analisadas 20 categorias diferentes. Além das já mencionadas, os pesquisadores olharam para aspectos bastante específicos, tal qual o número de coworkings disponíveis em um país.

Para avaliá-los, os pesquisadores usaram documentos públicos de entidades como o Banco Mundial e a Tax Foundation. Cada critério recebeu então um número de 0 a 100 e cada país foi pontuado de acordo com a posição que ocupava em relação aos demais. A Dinamarca, mais bem colocada, tem 78,46 pontos. O Haiti, último no ranking, 14,93.

Moody avalia que a má posição brasileira, abaixo da média dos países na segunda metade do ranking, se dá principalmente pelo baixo acesso da população à internet e à péssima infraestrutura. No entanto, a pesquisadora destaca o potencial nacional para fomentar o surgimento de startups.

Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, a pesquisa menciona o crescimento do setor no ano passado e ressalta 2021 como o ano para criar um negócio on-line, sem citar a pandemia. A expectativa é de que as vendas on-line globais cheguem a US$ 6,5 trilhões até 2023, representando 22% do varejo. Hoje, não chega a 15%.

“O que podemos esperar a longo prazo sobre o verdadeiro impacto da pandemia é incerto e está para ser sentido, já que ainda estamos no meio disso tudo. Mas ter uma presença on-line tem se tornado uma prioridade para muitos negócios cujas lojas de tijolo e argamassa foram impactadas pelo lockdown”, completou Moody à publicação.

 

Fonte : ecommercebrasil.com.br

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