Resultados da Via Varejo mostram avanços, mas cenário competitivo cria desafios para 2021

A Via Varejo (VVAR3) reportou sólidos resultados, em linha com o que os analistas projetaram. A XP Investimentos disse que esperava que a companhia fosse um dos destaques positivos da temporada de balanços corporativos do quarto trimestre de 2020, o que acabou se concretizando, uma vez que as estimativas da corretora, acima do consenso, foram atingidas.

“A companhia entregou resultados acima do consenso e destacou diversas iniciativas a serem entregues em 2021 na frente operacional, logística e financeira que, a nosso ver, devem gerar valor ao longo do tempo”, afirmou o time de análise de Varejo da XP.

A dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio conseguiu reverter o prejuízo líquido apresentado nos últimos três meses de 2019 e lucrou R$ 336 milhões entre outubro e dezembro de 2020.

A receita líquida avançou 24,4% no comparativo anual e totalizou R$ 9,4 bilhões, impulsionada pelas vendas digitais, que passaram a representar 38% do montante.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, seguindo a tendência do lucro líquido, passou de um resultado negativo de R$ 35 milhões para um saldo positivo de R$ 545 milhões. A margem Ebitda foi de -0,5% para 5,8%.

Em relatório, a Via Varejo disse que está fazendo a integração das estruturas física e virtual para permitir que clientes possam, por exemplo, retirar nas lojas produtos comprados pela internet. Além disso, a companhia espera abrir pelo menos 120 lojas físicas neste ano, com ênfase em cidades do Norte e Nordeste do Brasil.

Segundo a Ágora Investimentos, os resultados da Via Varejo mostram que a companhia avançou muito no ano passado, principalmente no e-commerce, onde ganhou participação de mercado.

Cenário competitivo

Apesar dos números positivos, a XP e a Ágora decidiram manter a recomendação neutra para a ação da varejista, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 20 e R$ 17. O motivo está no cenário competitivo mais desafiador em 2021, o que cria riscos de execução para a Via Varejo.

Além disso, os números do e-commerce, por mais que tenham vindo fortes no quarto trimestre, mostraram desaceleração em relação ao terceiro trimestre.

“A questão-chave agora na mente dos investidores é o quanto isso vai desacelerar a partir de abril, quando o negócio on-line começa a enfrentar uma base de comparação mais forte (em relação ao fechamento de lojas no ano passado)”, afirmaram os analistas Richard Cathcart e Flávia Meireles, da Ágora.

Fonte : moneytimes.com.br

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