No consolidado de 2021, o Magazine Luiza teve lucro líquido ajustado de R$ 114 milhões, uma queda de 70% em relação a 2020.
Por último, mas certamente não menos importante, o Magazine Luiza (MGLU3) fechou nesta noite a temporada de balanços das empresas ligadas ao comércio eletrônico. A outrora queridinha dos investidores obteve prejuízo ajustado de R$ 79 milhões no quarto trimestre de 2021 e reverteu lucro líquido ajustado de R$ 232 milhões no mesmo período de 2020.
Contabilmente, ou seja, considerando o que a varejista chama de eventos não recorrentes, o prejuízo se transforma em lucro líquido de R$ 93 milhões. Dentre os eventos não recorrentes, estão o reconhecimento de créditos tributários e outras despesas.
Já o Ebitda ajustado, em outras palavras, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, chegou a R$ 243 milhões no período. Isso representa uma redução de 53,5% em relação aos três últimos meses de 2020.
Além disso, a margem Ebitda ajustada do Magalu também apresentou queda, passando de 5,2% para 2,6%. Segundo a companhia, isso se deve à diminuição da margem bruta (a porcentagem de lucro com as vendas), e ao aumento das despesas em relação à receita líquida.
O número ajustado veio pior do que o consenso dos analistas ouvidos pela Refinitiv, que esperavam prejuízo líquido ajustado de R$ 16,5 milhões. A expectativa para o lucro contábil, no entanto, era de R$ 52,93 milhões, menor do que o registrado.
O 2021 do Magalu
No total de 2021, o Magazine Luiza teve lucro líquido ajustado de R$ 114 milhões, ou seja, uma queda de 70% em relação a 2020. Considerando ganhos não recorrentes, o lucro líquido contábil de 2021 foi de R$ 591 milhões, alta de 51% na comparação com o ano anterior.
Assim, o Ebitda ajustado somou R$ 1,48 bilhão no ano passado, queda de 1,9% em relação a 2020. No mesmo período, a margem Ebitda passou de 5,2% para 4,2%.
Cenário macroeconômico desafiou consumo
Os resultados são fruto de um cenário desafiador para a economia, com as expectativas de consumo reduzidas em meio à inflação alta e juros ainda mais altos. A competição entre as varejistas também se acentuou nos últimos tempos, com a busca pela entrega mais rápida se traduzindo em investimentos massivos em logística.
“Apesar das dificuldades que aconteceram a partir do segundo semestre, 2021 foi um ano muito positivo no avanço da nossa estratégia de apostar na nossa plataforma de marketplace como motor de crescimento”, disse ao Seu Dinheiro o vice-presidente de negócios do Magazine Luiza, Eduardo Galanternick.
Uma vez que os desafios enfrentados pelas varejistas não são poucos, a notícia de que o governo decidiu reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) soou como música para o Magalu. A empresa foi avaliada pela XP como uma das que podem se beneficiar da medida – e o vice-presidente concorda.
“De certa forma, [a redução do IPI] tende a gerar mais demanda e aumentar as vendas. Vamos aos pouquinhos, mês a mês, à medida que giramos o estoque”, afirmou Galanternick.
E-commerce respondeu por mais de 70% das vendas
Em 2021, o comércio eletrônico novamente comandou as vendas do Magazine Luiza e foi responsável por mais de 70% do total de R$ 56 bilhões em vendas no ano. Esse total é 27,8% maior do que 2020.
Dentro do e-commerce, o destaque ficou com as vendas de parceiros, o marketplace, que cresceu 68,8% e atingiu R$ 13,1 bilhões em 2021. Já as vendas do estoque próprio do Magazine Luiza subiram 28,4% no comércio eletrônico.
Enquanto o e-commerce segue pujante, o mesmo não pode ser dito das vendas nas lojas físicas. Os números do Magazine Luiza mostram que as vendas nas lojas físicas subiram 5,8% no ano, mas despencaram 18,4% no último trimestre.
Ainda há esperança para MGLU3?
Com os resultados do quarto trimestre misturados, mostrando pontos positivos e negativos, não é fácil prever o que vai acontecer com as ações do Magalu (MGLU3).
Fonte : https://www.seudinheiro.com/2022/empresas/magalu-mglu3-balanco-4t21-2021-flal/