Empresas apostam em frota 100% elétrica para cumprir demanda por redução de emissões

Diante das dificuldades em conquistar um público consumidor maior no país, os veículos eletrificados vêm ganhando espaço entre empresas de diferentes setores. Os modelos ajudam as companhias na otimização de processos de logística e no atendimento aos critérios ESG, que são cada vez mais levados em conta por investidores.

“São empresas de grande porte, comprometidas com uma pauta de descarbonização, que têm feito investimentos interessantes, fazendo com que suas frotas de entrega de curta duração sejam eletrificadas”, pontua a sócia da área líder do setor automotivo da KPMG, Flavia Spadafora.

É o caso da Via, controladora das Casas Bahia e do Ponto. Em 2019, a empresa adotou iniciativas sustentáveis em seus modais logísticos. Na época, a Via estabeleceu como objetivo reduzir de maneira significativa a emissão de carbono gerado pela companhia até 2025.

“Pela natureza do negócio, é natural que nossa frota seja responsável por grande parte da emissão de carbono. Então, vimos na implantação de veículos elétricos e no uso de combustíveis renováveis uma maneira de diminuir o impacto ambiental.” – Daniel Ribeiro, diretor executivo de Logística da Via, Daniel Ribeiro.

Ribeiro ressalta que, se os elétricos são mais caros, os valores investidos no abastecimento e na manutenção desses veículos são menores que os convencionais.

A frota logística da Via conta com dez furgões com capacidade de transportar até 720 kg de cargas e com autonomia de 300 quilômetros. Eles atendem prioritariamente a região Sul da cidade de São Paulo.

O Magazine Luiza começou a eletrificar sua frota no segundo semestre do ano passado. A empresa iniciou um período de testes em junho de 2021. O Magalu, que tem frota terceirizada, ajudou a intermediar a compra com seus parceiros.

Já são 51 veículos urbanos de carga, que circulam em cidades dos estados de São Paulo, Paraíba, Bahia e Rio de Janeiro.

Nesse primeiro período, a empresa afirma que o principal obstáculo é a quilometragem. Segundo a gerente de transportes do Magalu, Grasiella Nascimento, o carro carregado roda em torno de 200 quilômetros, o que ainda é pouco para uma varejista de grande porte.

Desde o início do teste, já foram realizadas mais de mil entregas para as lojas e mais de 2 mil a clientes. “O retorno de investimento é um retorno normal de mercado, entre 26 meses e 30 meses. Depois disso, pelas nossas contas, passamos a ter um ganho muito significativo. O combustível é 40% do custo do frete”, disse Grasiella.

Mas não é só no varejo que os elétricos ganham força. A locadora Unidas anunciou em janeiro a compra de 2 mil veículos eletrificados para sua frota em 2022, sendo 1.600 carros 100% elétricos. A aquisição faz parte do plano da empresa de neutralizar as emissões de carbono e gases de efeito estufa em todas as suas operações até 2028.

O investimento é de R$ 370 milhões. A empresa possui mais de 400 veículos em sua frota. Os novos carros serão usados nos setores de aluguel de veículos e de gestão e terceirização de frotas.

“Muitos dos nossos clientes têm uma agenda ESG muito forte. A locadora vai ajudar as empresas na utilização dessa matriz energética e no engajamento para usar o veículo elétrico”, afirmou o Head de Frotas da Unidas, Breno Davis Campolina.

FROTA ELÉTRICA ATÉ 2030

A Neoenergia tem veículos elétricos em sua frota administrativa desde março de 2020. Ao todo, são 85 veículos híbridos e 44 totalmente elétricos. O objetivo é que toda a frota de veículos leves e administrativos seja completamente substituída até 2030.

“A mobilidade elétrica vem para potencializar essa mudança em nossos hábitos e comportamento, e as novas tecnologias servirão de caminho para viabilizar e aumentar a acessibilidade desses produtos à população em geral”, diz o gerente de P&D da Neoenergia, José Antonio Brito.

A empresa também oferece soluções de recarga de veículos elétricos para consumidores residenciais e empresariais.

Fonte : https://revistamundologistica.com.br/noticias/empresas-apostam-em-frota-100-eletrica-para-cumprir-demanda-por-reducao-de-emissoes

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