Em parceria, Carteiro Amigo e MOVE3 otimizam entregas na Rocinha (RJ)

Um mês após o acordo, os insucessos caíram de 50% para 18%; MOVE3 destacou dificuldade por a Rocinha possuir apenas um CPF — mesmo tendo, segundo prévia do Censo 2022, 67.199 habitantes.

Diante da taxa de 50% de insucessos nas entregas da Flash Courier, empresa do Grupo MOVE3, na Rocinha (RJ), a companhia firmou parceria com o Grupo Carteiro Amigo, logtech da comunidade. Um mês após o acordo, os insucessos de entrega caíram de 50% para 18% — um aumento de produtividade de 60%.

Segundo o Grupo MOVE3, no caso da Rocinha, segunda maior favela do país, com 67.199 habitantes (segundo prévia do Censo 2022), só há um CEP. Ao lado, na comunidade do Vidigal, também localizada na Zona Sul do Rio, cerca de 12.800 moradores contam com dois CEPs.

“A logística precisa de um beta contínuo nos muitos territórios sem CEP ou com CEP único do país”, disse Guilherme Juliani, CEO do Grupo MOVE3. “Fomos à Rocinha para entender porque as entregas tinham uma taxa de insucesso tão grande com nosso parceiro anterior, sediado no centro do Rio”, diz Juliani. A equipe conheceu e contratou a Carteiro Amigo, logtech que atende inúmeras comunidades no Rio e em São Paulo.

No primeiro mês, a parceria incluiu apenas as entregas de cartões e outros itens bancários. Com dois entregadores exclusivos para a holding paulista, trabalhando com motos ou a pé para cumprirem, em média, duas mil entregas em 30 dias. De acordo com a companhia, cada encomenda demora, no máximo, dois dias para chegar ao destino.

“Participei de uma mentoria dada pelo Guilherme e admiro muito a história do Grupo MOVE3, que começou pequeno, e assim como nós, e foi crescendo. Hoje estamos juntos levando dignidade para milhares de brasileiros, que podem ter um CEP para chamar de seu”, afirmou Carlos Pedro da Silva Júnior, morador da Rocinha que criou o Grupo Carteiro Amigo há 23 anos, com os primos Silas da Silva e Elaine da Silva.

Na época, eles eram recenseadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na Rocinha e perceberam a dificuldade para encontrar as casas que seriam visitadas. “Se era complicado para nós, que éramos moradores, imagina para quem não é daqui”, esclareceu Carlos.

Para mapear as comunidades, atribuindo um CEP para cada rua, o Carteiro Amigo começou usando os mapas do recenseamento do IBGE e os dos agentes de saúde do SUS. Hoje, a logtech faz toda a roteirização usando a tecnologia do Google, o Plus Code. Assim, todas as residências das comunidades ganham um CEP.

Pelo volume demandado pelo Grupo MOVE3, o Carteiro Amigo recebeu por volta de R$ 6,8 mil. “Esses valores devem crescer exponencialmente. Os primeiros resultados são muito animadores e nossa expectativa é de abrir esses CEPs para o e-commerce, o que vai dobrar ou mesmo triplicar o volume das encomendas”, destacou Juliani.

“Além do ganho para a operação, a gente efetiva um braço ao qual dedicamos muita atenção que é o ESG, a inclusão social, porque esse e outros parceiros vão gerar mais empregos e melhorar as condições de vida de centenas de brasileiros”, ressaltou o executivo.

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