As empresas esperam conquistar participação no mercado enquanto os líderes do setor ainda estão se preparando.
Um grupo de startups europeias e dos Estados Unidos está correndo para atender à crescente demanda por veículos de entrega de encomendas em cidades que tenham emissão zero, antes que as grandes empresas de logística entrem em peso na competição.
Empresas como a alemã Liefergrun, as britânicas Zedify e Packfleet, e a DutchX, de Nova York; estão aproveitando a onda de varejistas que proclamaram metas de redução de emissões de poluentes em suas operações. Coletivamente, as startups arrecadaram cerca de US$ 1 bilhão até o momento, de acordo com a Pitchbook e dados coletados pela Reuters.
Usando sua própria tecnologia de roteirização para entregas urbanas, essas startups pequenas precisam crescer e, ao mesmo tempo, manter os preços baixos em um mercado competitivo, o que também poderia torná-las alvos de aquisição.
A Liefergrun constrói centros de distribuição de encomendas nos centros das cidades. Em seguida, contrata terceiros para as entregas, fornecendo-lhes acesso a ofertas de vans elétricas da Mercedes-Benz ou da chinesa Maxus.
Tauch disse que a receita da Leifergrun crescerá sete vezes este ano, passando de “milhões” de euros em 2022 e deve atingir “centenas de milhões” em 2024.
Até o momento, a Liefergrun arrecadou 15 milhões de euros e arrecadará mais no próximo ano para se expandir rapidamente.
O tempo está passando enquanto os gigantes da entrega investem grandes somas para eletrificar suas próprias frotas.
Em um projeto piloto, a DHL pretende ter emissão zero em 100% de suas entregas de produtos comprados em comércio eletrônico na Holanda até o final deste ano, com outros mercados na sequência após investimentos de “dezenas de bilhões de euros”, disse o chefe de desenvolvimento corporativo da empresa, Yin Zou.
A receita da startup britânica Packfleet cresceu dez vezes em 2022 e sua frota em Londres deve expandir para 400 vans elétricas em 2024, de cerca de 50 atualmente, à medida que adiciona novos clientes.
A Packfleet se expandirá para Liverpool, Birmingham e Manchester no próximo ano e planeja estar entre as 20 principais cidades do Reino Unido em dois anos.
“As maiores solicitações de nossos clientes são: quando você pode expandir e em quanto tempo você pode receber todo esse volume?”, disse o presidente-executivo, Tristan Thomas.
Negócio implacável
Até agora, a Europa tem se mostrado um terreno mais fértil para entregas com emissão zero.
Mas em Nova York, a DutchX está lançando um serviço para trazer pequenos contêineres para Manhattan por balsa e depois carregá-los em pequenos veículos elétricos da Fernhay para entregas na cidade, disse o cofundador da empresa, Marcus Hoed. A empresa usará os veículos para entregar pacotes de consumidores de clientes que incluem Amazon Fresh e Whole Foods.
A receita da DutchX deve aumentar em mais de 30%, chegando a cerca de 40 milhões de dólares este ano. A empresa lançará operações na Filadélfia este ano, com mais três ou quatro cidades norte-americanas adicionais no próximo ano.
O desafio para as startups é que o aumento de escala é difícil. Muitas usam veículos menores do que um caminhão de entrega típico, reduzindo margens de lucro o quanto possível porque é difícil entregar pacotes suficientes para compensar a mão de obra e outros custos.
“A entrega de última milha é um negócio implacável”, disse Sven Etzelsberger, presidente-executivo da URB-E, sediada na Califórnia, que fabrica contêineres de carga para bicicletas elétricas.
O especialista em logística da Universidade do Tennessee, Thomas Goldsby, disse que, embora as grandes transportadoras como FedEx, UPS e DHL desfrutem de enormes vantagens de escala, as empresas regionais podem ter sucesso.
“Quanto à ameaça que essas startups representam, certamente as transportadoras estabelecidas estarão atentas a esses desenvolvimentos”, disse Goldsby. “Elas também estão propensas a adquirir qualquer provedor de serviços que esteja fazendo algo realmente interessante.”
Zou, da DHL, disse que as startups de entrega com emissão zero não são uma ameaça, mas acrescentou que “estamos sempre dispostos a analisá-las, seja para uma parceria comercial ou para trabalharmos juntos”.
‘https://epocanegocios.globo.com/startups/noticia/2023/09/startups-de-logistica-correm-para-atender-demanda-por-entregas-de-ultima-milha-com-emissao-zero.ghtml