O Magazine Luiza quer ser Amazon. E a Amazon quer ser Magazine Luiza

A estratégia das duas companhias está cada vez mais próxima. Mas em direções contrárias. A varejista brasileira reforça seu marketplace, enquanto a gigante americana adiciona lojas físicas ao seu negócio.

Há duas semanas, o mercado brasileiro foi testemunha do chamado efeito Amazon. Em mais um passo no País, a gigante americana lançou a versão local do Amazon Prime, que inclui o acesso a serviços de streaming e a oferta de frete gratuito para produtos comprados pelo site da companhia.

Na esteira do lançamento, a queda no preço das ações marcou o dia das grandes varejistas brasileiras na B3. Maior estrela do setor no mercado de capitais, o Magazine Luiza registrou o recuo mais acentuado, de 4,97%, com seus papéis cotados a R$ 32,50.

A perseguição da companhia de Jeff Bezos não é, porém, o único componente capaz de aproximar as duas companhias. Afinal, a estratégia de ambas está cada vez mais próxima. Mas em direções contrárias.

Se, no Brasil, a Amazon agora atua também com vendas diretas e o Prime, fora do País, a empresa passou a investir também em lojas físicas, canal que é justamente a origem do Magazine Luiza.

A estratégia entrou no radar a partir de 2017. Entre os movimentos estão a aquisição da rede Whole Foods, por US$ 13,7 bilhões. E a abertura de lojas físicas da própria marca, as Amazon Books.

A varejista brasileira, por sua vez, não vem medindo esforços para ganhar ainda mais corpo no mundo digital, berço da Amazon. E, dentro desse campo, uma das prioridades é o seu marketplace, lançado também em 2017.

“A próxima onda do e-commerce vai ser ainda maior do que aquela que vimos até agora”, afirmou Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, em evento realizado nesta quarta-feira, 25 de setembro, em São Paulo, que reuniu mil parceiros lojistas da companhia.

Como prova da relevância do marketplace para a operação, em 63 anos de história da companhia, esse foi o primeiro evento promovido pela varejista voltado ao público externo. “Depois de tantos anos trabalhando sozinhos, nós entendemos que vamos precisar de parceiros para esse novo momento”, observou Trajano.

A estratégia parece fazer sentido. “O Magazine Luiza está cada vez mais próximo de se tornar um ecossistema digital, nos moldes da Amazon”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, que ressalta ainda a inspiração do ecossistema chinês, formado por empresas como Alibaba e Tencent.

Nesse pacote, ele cita frentes que ganharam força na estratégia da companhia brasileira nos últimos anos, como a formação de um ecossistema de parceiros de vendas, a busca para se tornar, na prática, uma empresa de tecnologia e a evolução de seu marketplace.

Fonte : neofeed.com

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