Já está claro que o varejo não é mais físico ou digital e a “ameaça digital” é, na verdade, o maior aliado das lojas, dos funcionários e dos negócios que devem se diferenciar de seus concorrentes.
Vender somente produtos com preço bom já está no passado do varejo. Ser o “primeiro momento da verdade” já se tornou expressão sem sentido algum em um mundo totalmente conectado, dinâmico, ágil e volátil.
Os novos hábitos de consumo estão empurrando os diferentes negócios do varejo para outro patamar e a tecnologia é o grande acelerador desse movimento.
Cabe as marcas, as indústrias e ao próprio varejo se movimentar em uma velocidade maior do que estavam acostumados para estar junto desse cliente. Não se fala mais de omnichannel – ter todos seus canais integrados com uma única visão de seu cliente, é condição básica para estar no jogo.
Com os cases e conteúdos apresentado nesta última NRF Big Show 2020, fica cada vez mais evidente que o Novo Varejo, é uma combinação do lado Humano (Propósito, Posicionamento & Pessoas) com a força Tecnológica (Eficiência Operacional, Soluções & Resultado): O Novo Varejo é Humanológico.
O lado humano
Quem nunca comprou um tamanho de roupa menor esperando perder peso e nunca usar? Quem nunca foi impactado por uma campanha de moda que fazia você olhar no espelho e se sentir péssimo?
Com cada vez mais consumidores comprando de marcas que refletem seus próprios valores, os principais varejistas estão adotando um ponto de vista mais proprietário e se posicionando sobre as maiores questões sociais e culturais de nosso tempo para criar um relacionamento mais autêntico e pessoal com seus clientes.
Temas como Inclusão, Diversidade, Transparência, Acesso, Empoderamento Feminino, Sustentabilidade e Pessoas são fundamentais para marcas de moda, por exemplo. Um setor que historicamente se pautava em modelos inatingíveis, de corpos magros e esguios, de uma beleza inconsequente que , hoje em dia, não reflete aquilo que os clientes buscam.
Alexandra Waldman, Co-Fundadora e CCO da marca Universal Standard, apresentou nesta NRF Big Show seu forte propósito de trabalhar seu principal pilar de “Inclusão Revolucionária”. Simplesmente a marca criou um novo padrão de tamanhos de suas peças de roupa para que qualquer pessoa se enxergue no modelo. Seja obesa ou magra, loira ou morena, alta ou baixa, jovem ou idosa, a marca tem uma promessa forte que dialoga de maneira próxima da sua cliente: “Nós vendemos roupas para a pessoa que está no espelho. Não vendemos a numeração da etiqueta. Caso o seu tamanho mude (caso engorde ou emagreça) nos próximos 365 dias, nós trocamos a peça gratuitamente.”
É ou não é uma promessa que aproxima a mulher e estimula a valorização pessoal e a se aceitar como ela realmente é, e não buscar por modelos inatingíveis?
Este é um excelente exemplo de um varejo mais Humano.
Força da tecnologia
A jornada de compra dos clientes modernos tem começado cada vez mais pelo digital. Segundo Satya Nadella, CEO da Microsoft, cerca de 75% das vendas do varejo norte americano são influenciados pelo on line. Em um concorrido painel na NRF 2020, ele apresentou a visão da Microsoft de como a tecnologia, exerce um papel fundamental para melhorar e integrar os processos de qualquer operação varejista.
A compilação e análise de dados na nuvem e inteligência artificial permite o melhor conhecimento do consumidor, o empoderamento de seus colaboradores, uma maior inteligência operacional e logística, permitindo a reinvenção operacional de modelos tradicionais de varejo, abrindo assim, novas oportunidades de negócios. A gestão de dados serve de base para toda iniciativa de marketing, com as campanhas, sendo personalizadas em massa e com cada vez mais relevância. A utilização de ferramentas de engajamento regionalizados, por exemplo, é um apoio perfeito para definir descontos e medir o melhor retorno sobre investimento. A Era do Spam acabou – ou tem tudo para acabar.
O Novo Varejo Humanológico facilita a experiência nas lojas e ajuda a vender.
Os consumidores estão constantemente sendo bombardeados por inúmeras opções de escolhas. Por meio da inteligência de dados, ter as ofertas adequadas nas lojas facilitam ter escolhas mais rápidas. Este é um enorme benefício para quem compra e também é oportunidade para quem vende ter mais tempo dedicado ao cliente.
A inteligência e eficiência tecnológica acelera a evolução do conceito “sob demanda” e a força da conveniência de ter tudo à mão com a agilidade do “delivery-hiper-local.” Os varejistas que se estruturarem para vender e entregar de uma forma integrada vai sair na frente.
Por meio do fator tecnológico, as empresas podem ser tornar cada vez mais próximas dos clientes e cada vez mais Humanas.
Infelizmente por um imprevisto pessoal, esse ano não estive na NRF Big Show. Acompanhei da do Brasil toda a delegação da Gouvêa de Souza e tive um olhar privilegiado das discussões do grupo de consultores que a Gouvêa levou para Nova Iorque.
Se você também não foi, terá a chance de assistir de perto o que de melhor aconteceu nesta última NRF aqui no Brasil. Exatamente daqui a uma semana inicia o Retail Trends PÓS NRF que percorrerá diferentes capitais do país com a síntese do maior evento de varejo do mundo.
Fonte : mercadoeconsumo.com.br