[Pesquisa] Aplicação de tecnologias no varejo brasileiro: onde estamos e para onde vamos

Big Data, IoT, blockchain, omnichannel, drones, startups. São cada vez mais as novas frentes de tecnologia que se abrem como oportunidades ao varejista brasileiro. Diante de um cenário que se mostra cada vez mais dinâmico e desafiador, qualquer decisão ou caminho errado na hora de focar ou investir para otimizar o negócio pode significar. além de investimento desperdiçado, um distanciamento do varejista com as necessidades de seus consumidores.

Pensando nisso, a GS&UP, unidade de negócios do Grupo GS& Gouvêa de Souza focada em inovação e tecnologias criou o estudo especial “Aplicação de tecnologias no varejo brasileiro: Onde estamos e para onde vamos”, um mergulho profundo e preciso sobre as oportunidades e desafios dessa nova era digital que o mercado e as pessoas estão vivendo.

O estudo contou com a colaboração de mais de 70 empresas, entre as maiores do país, que operam em setores como alimentação, materiais de construção, foodservice, eletromóveis, moda, farma, entre outros, por meio de entrevistas realizadas, diretamente, com os principais decisores de tecnologia e inovação em seus negócios.

O estudo foi dividido em duas partes: a primeira sobre tecnologias já habituais no varejo brasileiro, avaliando sua qualidade de serviço e outra sobre novas tecnologias, apontando tendências de implantação e investimento nos próximos anos.

TECNOLOGIAS DE MERCADO

Na primeira parte do estudo foram selecionadas seis tecnologias mais presentes no mercado, sendo essas ERP, CRM (Customer Relationship Management), E-commerce, WMS (Warehouse Management System), Solução de Business Intelligence (BI), e até mesmo o software de frente de loja. Nessa parte do estudo, os varejistas também puderam avaliaram a qualidade de serviços prestada em cada uma dessas soluções nas questões de Integração, Eficiência, Estabilidade, Suporte e Treinamento.

Em relação às tecnologias hoje mais adotadas pelo mercado, o estudo concluiu que:

  • Cerca de 35% dos varejistas entrevistados ainda não possuem um canal de vendas online;
  • Embora apenas 20% dos varejistas não tenham algum sistema de INTELIGÊNCIA DE DADOS (Business Intelligence), 41,43% não possuem soluções de CRM.

Em compensação:

  • Os itens de avaliação das tecnologias como SUPORTE e TREINAMENTO foram os que receberam as piores notas e médias em todas as tecnologias analisadas;
  • Surpreendente, até pelas questões da qualidade de conexões e infraestrutura hoje disponíveis no país, o item ESTABILIDADE foi o que apresentou as melhores notas e médias.

NOVAS TECNOLOGIAS

Na segunda parte foram analisadas as novas tecnologias de mercado e como o mercado tem se interessado ou pretende investir nos próximos anos, considerando tecnologias e termos como Big Data, IoT, Soluções de 5G, Realidade Virtual, num total de 11 temas.

Dentre os temas apresentados buscou-se entender:

  • Os considerados essenciais para o mercado atualmente;
  • Os considerados ainda distantes da realidade e necessidade brasileira;
  • Os considerados como investimento nos próximos três anos.

Em relação ao que o varejista ainda se mostra desconfiado ou até mesmo descrente no momento, aparecem em destaque os Drones (70%), as soluções baseadas em Blockchain e Rastreabilidade (60%) e as soluções fundamentadas na Tecnologia de 5G (58,6%).

Entre os pontos mais essenciais, o Big Data aparece como o termo mais citado (67,1%), seguido pelos Meios de Pagamento (55,7%) e pelas soluções focadas em Logística (48,6%), mesma classificação que apareceu quando perguntados sobre onde investiriam, sendo Big Data (74%), Meios de Pagamento (57%) e Logística (56%).

Embora “empatados” na classificação, notou-se que as porcentagens de investimento nesses casos foram superiores às porcentagens de importância, o que levou o estudo a criar uma classificação para esses termos, chamada de “TAXA DE APLICABILIDADE”. “Percebemos que em meio a todo esse cenário de transformações que estão acontecendo, o varejo está buscando apostar em algumas tecnologias, e pelas respostas apresentadas, tem buscado terrenos onde ele se sente ao menos mais seguro, buscando muito mais a otimização de processos, focados em melhor agilidade ou eficiência, do que propriamente apostar em novos caminhos e novas tecnologias”.

MATRIZ DOS QUATRO ELEMENTOS E A DIAGONAL DE DARWIN

A taxa de aplicabilidade deu origem à uma matriz de estudos, denominada a MATRIZ DOS QUATRO ELEMENTOS (MATRIZ 4E), nomeada dessa maneira em função do momento de cada tecnologia em relação à interesse e investimento, os dois vetores mais importantes para que ela possa se desenvolver no mercado. São os quadrantes dessa matriz:

  • FIRE – Tecnologias que tenham investimento acima da média, porém com interesse dentro ou abaixo da média. Em suma, representam onde o mercado está “apostando”;
  • WIND – Alta relevância, porém sem investimentos, não traz retorno, por isso, o vazio do ar;
  • WATER – A água é o símbolo de origem da vida, e representa o inicio de cada tecnologia, com investimentos e interesses abaixo da média se comparados com as demais tecnologias;
  • EARTH – Terreno sólido para o amadurecimento e criação de alicerces, com relevância e investimento acima da média das demais tecnologias.

Ainda em relação à taxa de aplicabilidade e em relação ao posicionamento de cada nova tecnologia, foi percebido que algumas tecnologias no quadrante WATER possuíam investimento e relevância compatíveis, o que poderia significar uma aplicabilidade interessante, considerando mercados de nicho, ou ainda tecnologias que estejam ainda despontando apenas em alguns players de mercado.

Dessa forma foi criada a DIAGONAL DE DARWIN, que divide quais tecnologias tem maior investimento do que relevância, frente a tecnologias que ainda contam mais com relevância do que investimento.

Caio Camargo, sócio-diretor da GS&UP explica que o nome se deu em homenagem à Darwin, por conta de sua famosa teoria das espécies. “Um dos pontos fundamentais da teoria é a adaptação para a sobrevivência, algo que acredito que tem total conexão com as empresas provedoras de tecnologia e o com o contexto do varejo atual. Todos estão buscando se adaptar e evoluir para sobreviver nesse mercado. A Matriz 4E e a diagonal poderão apontar no futuro como as tecnologias estão evoluindo ao longo dos anos, e como o varejo vem respondendo a essas transformações. Acredito que a principal vantagem da diagonal é nivelar tanto as tecnologias mais consolidadas, quanto às que estão despontando no mercado”, conta o executivo.

Fonte : mercadoeconsumo.com.br

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