As tecnologias que mais serão aplicadas no varejo

Na quinta-feira (6), a GS&UP lançou em São Paulo, durante o evento Retail Trends, o inédito estudo “Aplicação de tecnologias no varejo: Onde estamos e para onde vamos”, elaborado com opiniões de varejistas e executivos do varejo, mostrando o quanto distante o varejo ainda está em relação a algumas tecnologias, e criando uma visão real de onde estarão os focos de investimentos nos próximos anos.

Um dos destaques do estudo está no lançamento da “taxa de aplicabilidade”, que apresenta uma relação entre interesse e investimento por parte do varejo em relação à 11 temas ligados à tecnologia, entre eles, meios de pagamento, soluções de logística, soluções baseadas em 5G, IoT, Startups, Big Data, entre outros.

Em suma, uma tecnologia que apresente uma maior porcentagem de interessados em investir do que até mesmo os que consideram uma tecnologia de interesse, demonstra que haverá recursos mais do que suficientes para que o mercado invista nesse tipo de tecnologia, e ajude a difundi-la no mercado. Em compensação, taxas negativas, mostram tecnologias ou soluções que embora consideradas como interessantes pelo mercado, mostram pouca representatividade no momento que as empresas precisam decidir para onde irão seus investimentos.

Dentro do estudo, soluções como Logística (15%), Big Data & Analytics (11%), Automatização de lojas (9%) e Meios de Pagamentos (3%), foram as soluções que apresentaram valores positivos.

Em uma primeira análise, é possível dizer que o foco de investimento está em soluções que possam mostrar resultados rápidos e hoje necessários, como a melhoria na entrega, ou nos processos de pagamentos, forçados pela pressão da revolução digital vivida pelo varejo, assim como a eficiência apresentada por players de mercado como Amazon e Alibaba.

Inteligência Artificial e as soluções de IoT mostraram taxa de aplicabilidade de 0%, o que não é algo de todo ruim. A taxa dessa maneira mostra que as empresas que estão buscando essas frentes, tem hoje disponíveis recursos disponíveis para a implantação, dentro do adequado. A diferença entre o contexto das tecnologias com taxa de aplicabilidade positiva está no fato de que mais empresas possam de fato investir nos próximos anos, o que mostra um possível crescimento no interesse. Mesmo IoT tendo taxas de interesse e investimento baixas em relação às demais tecnologias apresentadas, a conclusão que se tem é que é uma tecnologia que ainda está buscando maturação, mas parece já ter encontrado seu mercado.

Diferente cenário dos demais temas analisados, que apresentaram taxas negativas, como Startups (-24%), Soluções em 5G (-50%), Realidade Virtual/Realidade Aumentada (-50%), além de Blockchain e Drones, que apresentaram a menor taxa possível nesse estudo (-100%), o que significa que nenhum do entrevistados se mostrou disposto a investir recursos nesse tipo de tecnologia.

Embora haja assuntos que ainda vão precisar de tempo e até mesmo de cases que demonstrem resultados para conseguir conquistar o mercado de varejo, como o 5G, três assuntos merecem destaque.

Se o assunto startups parece ainda estar em ebulição no mercado como um todo, puxado principalmente pelo sucesso de fintechs e alguns já denominados unicórnios brasileiros, na visão do varejo é um assunto que parece que se tornou mais distante. Embora haja casos pontuais de parcerias, fusões e aquisições com o mercado, o varejo ainda não entendeu o melhor caminho para uma aproximação ou otimização de resultados através do ecossistema, e acabou por se distanciar também em relação de recursos empregados ao tema.

A Realidade Virtual que até alguns anos parecia ter renascido para o mercado, parece estar perdendo fôlego. Os cases até o momento construídos, ainda não conseguiram mostrar seu papel de relevância ou de construção de resultados, em frente aos investimentos necessários. Algo que pode mudar, mas que apresenta no momento um cenário de descrença de maneira geral.

Embora as soluções como Drones e sistemas robotizados de entrega tenham sido apresentadas como as menos interessantes para o mercado, o que assustou foi a diferença considerável entre interesse e investimento em relação ao tema Blockchain, algo que mesmo que já estejam sendo construídos cases interessantes de mercado no Brasil, como Carrefour e Natura, ainda se mostra fora da realidade para o varejista brasileiro. Talvez por desconhecimento ou pela confusão da tecnologia com a questão das criptomoedas, esse parece um tema que ainda não “pegou” para o varejista brasileiro.

Como conclusão, o varejo ainda pode se aproximar muito do mundo da tecnologia em busca de eficiência e produtividade, mas nunca esteve tão focado naquilo que possa produzir resultados mais rápidos e efetivos. Há uma oportunidade gigantesca para as empresas que conseguirem sair do óbvio em relação aos seus investimentos, em busca de soluções que permitam sua diferenciação no mercado.

Fonte : mercadoeconsumo.com.br

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