A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) revisou de 8,7% para 6,3% a previsão de retração no volume das vendas no varejo restrito (exclui os ramos automotivo e de materiais de construção) para este ano.
As estimativas foram calculadas com base nos dados positivos da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicou crescimento de 13,9% no volume de vendas no comércio varejista nacional, em maio, na comparação com abril.
No dia 16 de junho, a CNC tinha anunciado retração de 8,7% no volume das vendas no varejo restrito. As estimativas também levavam em consideração os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, mas eram referentes a PMC de abril.
Avanço maior
Na revisão apresentada, a entidade indicou que a queda do isolamento social e as estratégias de e-commerce ajudaram o varejo a repor parte das perdas impostas pela covid-19, até o momento. A expectativa é que o setor também avance em junho, com o início da flexibilização das medidas restritivas de distanciamento social.
Para o presidente da CNC, o comércio mostra sinais de recuperação, “após chegar ao fundo do poço”. Porém, estimou que a recuperação do setor ainda depende dos impactos da crise em alguns pontos como o mercado de trabalho.
“Mantida a tendência gradual de abertura dos estabelecimentos comerciais, o setor deverá apresentar perdas menos acentuadas nos próximos meses. Contudo, mesmo em um cenário mais próximo à normalidade operacional, a recuperação da atividade comercial ainda dependerá dos impactos da crise sobre variáveis condicionantes do consumo, como o mercado de trabalho, a oferta e a demanda de crédito e o nível de confiança dos consumidores”, observou.
Na visão da CNC, embora o varejo tenha registrado elevação de 13,9% em relação a abril, a alta foi insuficiente para o setor recuperar as perdas de março de 2,8%, e de abril, de 16,3%, que refletiram diretamente nos efeitos da pandemia sobre o consumo.
Perdas menores
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, até o fim de junho, os prejuízos do setor com a crise, segundo a CNC, atingiram R$ 240,8 bilhões. O economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, disse que as perdas do setor atingiram o pico em abril e a partir desse momento têm sido menores.
“As perdas mensais de faturamento em relação ao período anterior ao surto da doença se aproximaram de R$ 40 bilhões em março, atingindo, rapidamente, um pico de R$ 77,4 bilhões em abril. Desde então, o setor segue apresentando perdas menos intensas”, disse.
A CNC destacou que um levantamento da Receita Federal indicou que o volume de vendas no comércio eletrônico tem evoluído de forma acelerada nos últimos meses, e esse é um dos fatores da evolução registrada no comércio depois de maio. Na comparação de maio de 2020 com igual mês do ano passado, houve alta de 39%, mas na relação de junho com igual mês em 2019, o aumento real ficou em 72%.
Pelos cálculos da CNC, o início das flexibilizações em diversas regiões do país reduziu em R$ 13,3 bilhões os prejuízos do comércio em junho. A entidade avaliou que se a queda no índice de isolamento social mantivesse o ritmo mais lento dos últimos meses, as perdas do varejo chegariam a R$ 67,9 bilhões, no mês passado. Com a redução das medidas restritivas, o volume caiu para R$ 54,6 bilhões.
Fonte : mercadoeconsumo.com.br