Impulsionado pelo e-commerce, real estate logístico terá 3 milhões de m² de novo estoque entregues até o fim de 2023

Tema será um dos destaques da programação do “Logística do Futuro”, evento promovido pela MundoLogística que será realizado nos dias 29 e 30 de agosto, em São Paulo


O crescimento do e-commerce tem impactado o setor imobiliário de várias maneiras (Foto: Shutterstock)

Com o aumento do comércio eletrônico e, consequentemente, a mudança o perfil do consumidor, as empresas estão buscando maneiras de melhorar a velocidade de distribuição. As entregas ultrarrápidas, ou quick commerce (q-commerce), já fazem parte dos critérios utilizados pelos consumidores na hora de escolher produtos online.

Cerca de 73% das pessoas que compram pela internet consideram esse tipo de serviço relevante, superando até mesmo os fatores preço e atendimento. As informações são da pesquisa do Capterra, divulgada pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL).

Esse cenário levou à necessidade de centros de distribuição localizados próximos – e às vezes dentro – dos centros urbanos, a fim de reduzir o tempo de trânsito e atender às expectativas dos consumidores por entregas rápidas, impulsionado o desenvolvimento do real estate para logística no país. Dessa forma, o crescimento do e-commerce tem impactado o setor imobiliário de várias maneiras, desde a demanda por espaços de varejo até o surgimento de novos empreendimentos logísticos.

Segundo estudo realizado pela JLL, no primeiro trimestre de 2023, o mercado de galpões logísticos alcançou o melhor resultado do mesmo período dos últimos 10 anos em relação ao volume locado. A previsão é de que o mercado continue aquecido, com estimativa de mais de 3 milhões de m² de novo estoque a serem entregues durante o ano.

“O ticket médio de locação passou de 8 mil m² em 2018 para 13 mil m² em 2021. Isso é um dado bem significativo. São players puramente e-commerce com galpões de 100 mil m², por exemplo, que têm vários empreendimentos desse tamanho para atender essa demanda do fulfillment”, declarou André Gavazza, da GLP Brasil, em entrevista exclusiva à MundoLogística, publicada em junho, sobre a evolução do real estate para logística no país.

CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS E LAST MILE

Para enfrentar os desafios da última milha, as empresas de e-commerce têm buscado diferentes estratégias, incluindo a utilização de centros de distribuição localizados estrategicamente nas áreas urbanas, onde a demanda é alta.

Em artigo exclusivo, publicado na 92ª edição da Revista Mundo Logística, Clarisse Etcheverry, CEO da EREA, ressaltou que depois dos grandes fullfilment centers e galpões ao longo das rodovias, agora a atenção dos investidores do setor se volta aos imóveis para last mile, trazendo inovação e valorização aos imóveis dentro das cidades para atender a armazenagem urbana.

“Nos últimos três anos grande parte dos nossos clientes estão se desafiando a entender o melhor modelo para operar a logística urbana, na busca da vantagem competitiva da aproximação dos estoques aos clientes finais. Neste processo várias teses estão sendo testadas em termos de tipo de ativos de real estate e qual o projeto ideal”, explicou Clarisse.

Segundo a executiva, foi observado que apesar do desafio comum, cada cliente tem suas particularidades de operação e diferentes necessidades a serem atendidas, tornando muito distintas também as necessidades de real estate.

“Desta forma, flexibilidade nos projetos de novos empreendimentos será fundamental e projetos que combinem localizações estratégicas, com docas elevadas, docas em nível, pátio, carregadores para veículos elétricos, contratos de locação simplificados, segurança e sistemas de automatização para controle de acesso sairão na frente”, afirmou.

No artigo, Clarisse frisou que o desenvolvimento de novos projetos de real estate voltados para a armazenagem urbana enfrenta algumas barreiras, dentre elas a escassez e preço dos terrenos. Tal dificuldade só tende a aumentar com o crescimento das cidades, da mesma forma que aumentará a demanda por espaços de última milha.

“Caso São Paulo siga as tendências internacionais de aumento da busca para locação de espaços de última milha e frente ao alto custo de terrenos na capital, também poderão surgir em breve projetos de galpões verticais extremamente modernos, com armazenagem em pelo menos dois pisos, rampas que permitem acesso de carretas, pátios em lajes de cobertura e desenvolvidos com base em conceitos ESG”, enfatizou.

LOGÍSTICA DO FUTURO

O desenvolvimento do real estate para logística no país será um dos temas abordados no evento “Logística do Futuro”, promovido pela MundoLogística, que terá programação focada debates com executivas e executivos que são referências técnicas do setor.

O evento será realizado em São Paulo nos dias 29 e 30 agosto e, além dos painéis, terá uma feira de negócios com as soluções mais inovadoras do mercado. Para conferir o cronograma e garantir a sua participação, acesse o site: https://logisticadofuturo.com.br/

https://mundologistica.com.br/noticias/real-estate-logistico-tera-3-mi-de-msup2;-novo-estoque

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